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Operação e Manutenção

No documento D ESAFIOS EO PORTUNIDADES PARA OA CESSO (páginas 133-137)

CAPÍTULO 7 USINA DE APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DE RESÍDUOS DE

7.12 Operação e Manutenção

A operação será local e a manutenção ficará sob a responsabilidade da fornecedora do equipamento. Além disso, será elaborado um programa de manutenção, de modo a maximizar a vida útil do equipamento. A operação e manutenção da usina consiste de 3 operações básicas: a mobilização para operação, a operação da usina e a manutenção preditiva e preventiva dos equipamentos.

A manutenção será basicamente preditiva e preventiva. Primeiramente o acompanhamento por meio de índices, como vibração, temperatura, etc., permitirá ao pessoal de operação prever a falha e programar a data adequada para parar o equipamento e repará-lo. Em segundo lugar, a manutenção preventiva permite a execução do reparo ou substituição de elementos cuja vida é conhecida, como os filtros, lubrificantes, mancais, entre outros.

A operação inicia-se na data de operação comercial e compreende:

 Operar de acordo com as exigências legais e ou práticas prudentes, todos os equipamentos/sistemas, principais e auxiliares da usina;

 Aferir, de acordo com as exigências legais e ou práticas prudentes, os parâmetros de ajuste dos sistemas de proteção, controle e regulação, medição e supervisão da

instalação, para refletir o desempenho desejado pela regulamentação aplicável, bem como zelar pelo cumprimento de tais parâmetros;

 Manter a mais alta disponibilidade de potência da usina, dentro das práticas prudentes;

 Estabelecer, com base nos manuais dos fabricantes, práticas prudentes e nos resultados dos testes da UAER-SSBV, as faixas operativas de todos os equipamentos, de modo a garantir a integridade, confiabilidade e disponibilidade das instalações, bem como o cumprimento das faixas de operação estabelecidas, preenchendo os relatórios pertinentes;

A manutenção inicia-se na data de operação comercial e compreende:

 Elaborar e cumprir um plano de manutenção prudente, abrangendo as inspeções, manutenções preditivas e preventivas, de acordo com as instruções dos fabricantes e tecnologia própria e de acordo também com toda e qualquer regulamentação aplicável.

 Executar a manutenção preventiva relacionada, no planejamento do fabricante, e, além disso, executar rotineiramente as manutenções corretivas de pequena monta e conservação, inclusive pintura.

Operar a usina eficientemente é fundamental para o sucesso deste empreendimento. É necessário, portanto, ter pessoal qualificado para uma operação eficiente e econômica. Como a UAER-SSBV é automatizada, ela será operada e mantida por um total de 6 empregados, dependendo da quantidade de horas de funcionamento diário. A mão de obra indicada receberá treinamento adequado para o manuseio e operação dos grupos geradores e dos equipamentos da usina.

7.13 Situação Atual do Projeto

O Projeto Básico de Engenharia da Usina de Aproveitamento Energético de Resíduos de São Sebastião da Boa Vista encontra-se em fase de revisão e atualização para elaboração do Projeto Executivo de Engenharia UAER-SSBV.

Tanto o PGIRS quanto o Projeto UAER-SSBV estão devidamente protocolados na Fundação Nacional de Saúde do Estado do Pará (FUNASA/PA) e no Ministério das Cidades através de sua Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. A tecnologia proposta aguarda seu pleno licenciamento a nível nacional para que possa ser aprovada pelos órgãos ambientais

e entidades de financiamento, com a finalidade de captação dos recursos necessários para sua execução. Para isso, dois projetos de pesquisa e desenvolvimento estão sendo realizados no Brasil, em parcerias com universidades e centros de pesquisas renomados para a realização da transferência da tecnologia para o Brasil e formação de recursos humanos na área de tratamento térmico de resíduos, assim como capacitações e treinamento para construção, operação e manutenção da tecnologia de pirólise lenta à tambor rotativo.

Nesse estudo de caso, o objetivo foi solucionar os problemas energéticos e de saneamento ambiental do Município de São Sebastião da Boa Vista, visto que o município possui um lixão ao céu aberto de mais de 15 anos de existência e pertence ao sistema isolado, utilizando óleo diesel para geração elétrica.

O lixão existente possui sinais de combustão espontânea do metano gerado pelo excesso de matéria orgânica. Localizado numa área distante menos de dois quilômetros do centro da cidade e próximo ao aeroporto da cidade (menos de 100 metros), prejudicando pouso e decolagens devido à presença de urubus e aves carniceiras. Está numa região cercada de nascentes de água, distante poucos metros do rio que banha a orla do município, possuindo uma área alagada ao lado de sua entrada (PGIRS-SSBV, 2012).

Para dar um destino adequado aos resíduos sólidos urbanos, recuperar a área do lixão, descontaminando o solo e o lençol freático que abastece a cidade, e concomitantemente reduzir a dependência fóssil do município, foi então realizado um projeto básico de engenharia para o Município de São Sebastião da Boa Vista. Os detalhes dos resultados alcançados seguem ao longo dessa seção.

7.14 Considerações Finais

No estudo de caso realizado, verifica-se o potencial de uso dos resíduos para geração descentralizada de energia, com aplicações em município pertencente aos sistemas isolados.

Nesse projeto, a questão política está bem resolvida, cabendo ressaltar que os gestores públicos municipais buscam a melhoria da qualidade de vida da população, permitindo a realização de um estudo pioneiro sobre aproveitamento energético de resíduos no Brasil. O município foi também o primeiro do Estado do Pará a elaborar seu Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos orienta. O PGIRS originou a Lei Municipal de Resíduos Sólidos de São Sebastião da Boa Vista, colocando o município em destaque frente a outras iniciativas a nível estadual e também nacional.

A tecnologia proposta irá solucionar o problema dos resíduos, produzir energia limpa e renovável para redução da dependência fóssil do município e também produzir um insumo agrícola de alto valor agregado para a agricultura familiar, que é bastante praticada no município de São Sebastião da Boa Vista.

A nacionalização da tecnologia de pirólise lenta está sendo realizada através de um projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) com a Faculdade de Engenharia Química da Universidade Estadual de Campinas (FEQ/Unicamp), com a criação de uma plataforma de pesquisa em processos térmicos no país. Com isso, será feito a transferência da tecnologia para o Brasil, trazendo resultados positivos no sentido de capacitação de recursos humanos no tratamento térmico de resíduos, com consequente redução dos custos de construção, operação e manutenção da tecnologia de pirólise lenta a tambor rotativo.

Capítulo 8

CAPÍTULO 8 -

ANÁLISE FINANCEIRA E SOCIOECONÔMICA DOS

SISTEMAS DE ENERGIA

8.1 Considerações Iniciais

Ao se analisar os empreendimentos produtivos, deve-se conhecer os indicadores financeiros e econômicos. Os primeiros preocupam-se com as relações entre os custos e as receitas. Os segundos, por representarem a dimensão socioeconômica, apresentam índices relacionados com os aspectos sociais da economia no uso das fontes renováveis.

Nessa parte do trabalho serão apresentados os resultados da análise financeira e socioeconômica realizada sobre os estudos de caso 1 e 2, para efeito comparativo entre os sistemas de energia estudados, afim de evidenciar as melhores tecnologias para investimentos. Inicia com a metodologia de cálculo utilizada, onde os parâmetros financeiros como valor presente líquido, taxa interna de retorno, fluxo de caixa, relação benefício-custo e tempo de retorno do investimento são obtidos. Em seguida é apresentada uma análise socioeconômica devido à importância social do uso das tecnologias renováveis apresentadas. Após isso, é calculado o custo de geração de energia de cada sistema para realizar uma comparação ao final, seguido de uma análise sobre os resultados.

No documento D ESAFIOS EO PORTUNIDADES PARA OA CESSO (páginas 133-137)

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