2.4 SISTEMAS DE CUSTOS
2.4.2 MÉTODOS DE CUSTEIO
2.4.2.4 MÉTODO DAS UNIDADES DE ESFORÇO DE PRODUÇÃO (UEP S )
2.4.2.4.5 OPERACIONALIZAÇÃO DO MÉTODO DA UEP
Ao serem concluídas as etapas de implantação do Método das UEPs, as análises e as aplicações do método que interessam à empresa estão prontas para serem utilizadas pelos gerentes. A essa etapa chamamos de operacionalização do método. Para esse estudo serão abordadas as operações consideradas mais relevantes do Método das UEPs: Mensuração do nível de produção, Cálculo dos custos de transformação, Cálculo das capacidades da empresa, Programação da produção, Medidas físicas de desempenho, Mensuração da quantidade de horas e recursos necessários à produção.
MENSURAÇÃO DO NÍVEL DE PRODUÇÃO
Considerando que o método da UEP transforma uma empresa multiprodutora em monoprodutora, onde o cálculo para obter a produção total do período considera as Unidades
Produto A Consumo (h) “C” Produto B Consumo (h) “D” Potencial Produtivo (UEP/h) “PP” Equivalente do Produto A (UEP) “C x PP” Equivalente do Produto B (UEP) “D x PP” PO 1 0.3 0,4 2,00 0,6 0,8 PO 2 0.1 0,3 4,00 0,4 1,2 TOTAL ___ ___ ___ 1,00 2,00
de Esforço de Produção ao invés das quantidades físicas, tornando a mensuração da produção uma tarefa muito simples. Para encontrar a produção total do período basta multiplicar a quantidade de itens produzidos pelos seus respectivos equivalentes em UEPs. Somando-se cada um dos resultados obtidos temos a produção total do período, em UEPs.
CÁLCULO DOS CUSTOS DE TRANSFORMAÇÃO
Como já foi demonstrado anteriormente, o Método das UEPs desconsidera os custos com matéria-prima, que devem ser calculados separadamente. Para saber o valor monetário de cada UEP é preciso dividir os custos totais de transformação do período pela produção total em UEPs, obtendo o Custo/UEP ($/UEP) do período. E para saber o custo de transformação unitário de cada produto multiplica-se o Custo/UEP pelo consumo em UEP do referido produto. Somando-se o custo de transformação, o custo de matéria-prima e custos indiretos encontramos o custo total do produto. As Figuras 2.10 e 2.11 simplificam os cálculos dos valores monetários de cada UEP (em $/UEP) e o custo unitário ($) do produto usando o $/UEP.
Figura 2.10: Cálculo do custo unitário de uma UEP
Figura 2.11: Cálculo do custo unitário dos produtos usando as UEPs
CALCULANDO AS CAPACIDADES PRODUTIVAS DA EMPRESA
Saber o quanto a empresa é capaz de produzir é essencial não só para o controle da produção, mas também para satisfazer o cliente, pois informará o quanto e quando o produto estará disponível, além de uma série de outras informações de apoio ao gerenciamento da produção.
Custos totais de transformação do período Custo unitário UEP =
Produção total em UEPs do período
Para Allora e Allora (1995) há três tipos de capacidade:
Capacidade teórica ou instalada, que é a capacidade total que uma empresa pode alcançar utilizando 100% de seus recursos com 0 (zero) de desvios ou paradas.
Capacidade base ou prática; é a capacidade total (capacidade instalada) menos os desvios e as paradas inesperadas e indesejáveis.
Capacidade efetiva ou capacidade real é a produção final alcançada deduzindo desvios, horas paradas e desperdícios na forma de produtos defeituosos, ou seja, é a capacidade prática menos os desperdícios. A capacidade real só considera os produtos com qualidade suficiente para serem destinados ao cliente.
As capacidades de uma empresa podem ser facilmente determinadas por vários tipos de medidas: peças dia, tonelada dia, litros mês, produtos ano, etc. No entanto o que acontece é que as empresas, em sua maioria, não são monoprodutoras, fazendo com que essas medidas de capacidade não sejam precisas. O método das UEPs soluciona esse problema já que transforma uma organização multiprodutora em monoprodutora, medindo o esforço para produzir os diferentes itens e não a quantidade de itens produzidos.
Pelo Método das UEPs, as capacidades:
Teórica é o somatório das capacidades em UEPs de todos os postos operativos; Prática é a capacidade teórica menos as horas paradas e
A capacidade real e a soma das UEPs de cada item fabricado sem defeito, ou a capacidade prática menos os desperdícios.
PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO
Para Allora e Allora (1995, p. 87), “programar significa preparar o lançamento em produção, de maneira a fabricar os produtos para serem entregues aos clientes nos prazos preestabelecidos”. Ainda segundo Allora e Allora (1995), há duas dificuldades que impactam a programação da produção. Uma é a dificuldade de se definir as capacidades de produção de maneira simples e precisa, e a segunda é a quantidade diferenciada de produtos. Pode-se ver em itens anteriores que as duas dificuldades são eliminadas pelo Método das UEPs.
Usando a UEP sabe-se da capacidade teórica da empresa e por previsões estima-se por quanto tempo (em horas) os postos operativos ficarão improdutivos, seja para manutenção,
reparação ou outro evento inesperado, constituindo a capacidade prática. Por experiência ou por frequência das paradas não programadas pode-se estimar a capacidade prática bem próxima da real.
A capacidade prática, medida em UEPs, serve de base para programação da produção. Além da capacidade prática de cada posto operativo (PO), o programador da produção deve saber por quais POs o mix de produtos passará, o consumo em UEP nos POs de cada item e as horas de trabalho disponível em cada PO.
MEDIDAS FÍSICAS DE DESEMPENHO
O Método da UEP possibilita que a produção da empresa seja acompanhada por três medidas físicas de desempenho: eficiência teórica, eficiência prática e produtividade hora, todas medidas em UEPs.
a) Eficiência teórica: a eficiência teórica mede o nível de produção alcançado (produção
real) em comparação a capacidade instalada (capacidade teórica) ou capacidade máxima de produção da empresa (BORNIA, 2009). A Figura 2.12 ilustra como obter a eficiência.
Figura 2.12: Fórmula Ilustrativa da eficiência teórica.
b) Eficiência prática: a eficiência prática mede o nível de produção obtido considerando
a produção alcançada (produção real) e a capacidade prática, ou seja, capacidade instalada menos as paradas involuntárias ou inesperadas (BORNIA, 2009). A Figura 2.13 demonstra como obter a eficácia.
Figura 2. 13: Fórmula Ilustrativa da eficiência prática.
Produção Real Eficiência Teórica = Capacidade Teórica Produção Real Eficiência Prática = Capacidade Prática
c) Produtividade: a produtividade mede o quanto foi produzido (produção real) em um
determinado período de tempo. Obtém-se dividindo a produção real pela unidade de tempo escolhida, horas, minuto, dia, ano, etc. A figura 2.14 exibe a fórmula da produtividade
Figura 2.14: Fórmula Ilustrativa da produtividade.
Como foi mostrado nas duas ultimas seções do referencial teórico o método das Unidades de Esforço de Produção é tão eficiente para o levantamento dos custos de transformação dos produtos fabricados como para o gerenciamento da produção, trazendo dessa forma, uma série de vantagens que outros métodos de custeio não oferecem.
Produção Real Produtividade =
3 METODOLOGIA
Considera-se a metodologia utilizada na pesquisa a parte responsável pela validação do estudo, ou seja, uma pesquisa só pode ser considerada cientifica se estiver “alicerçada por pilares” metodológicos aceitos no mundo acadêmico. Acevedo e Nohara (2007, p. 45) confirmam que “o método cientifico caracteriza o estudo cientifico. Ou seja, se não houver utilização do método cientifico, a monografia ou artigo não será considerado cientifico”.
Para Roesch, Becker e Mello (1996, p. 111), pesquisa científica “envolve um comparação entre teoria e realidade, tendo em vista seu caráter acadêmico, requer a utilização de elementos do processo cientifico”. A função da metodologia é demonstrar aos leitores como foi feita a ligação entre realidade estudada e teoria científica. A abordagem prática profissional é a melhor forma que a teoria tem de se manifestar à realidade (ROESCH, BECKER e MELLO, 1996).
É através da metodologia que a pesquisa toma caráter científico, podendo ser fonte de estudo de outros pesquisadores que poderão reproduzi-lo ou contestá-lo. Caso o estudo não forneça mecanismos que possibilitem sua avaliação e contestação não pode ser considerado científico. É nesta seção que se justificam os meios empregados na construção do estudo e como foi conduzido. A metodologia deve ser explicada de forma detalhada, para que a comunidade científica possa levantar as devidas contestações. Para tanto se deve fazer algumas perguntas: como, quando, quem, qual, quantas... informações foram coletadas, (ACEVEDO E NOHARA, 2007).