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“Independentemente de localização, recursos, prazos, cliente e tipo de projeto, uma obra é eminentemente uma atividade econômica e, como tal, o aspecto custo reveste-se de especial importância” (MATTOS, 2006, p. 22). Em uma obra, a previsão de custos é obtida através do orçamento.

Segundo Avila, Librelotto e Lopes (2003, p.2) “Orçar é quantificar insumos, mão de obra, ou equipamentos necessários à realização de uma obra ou serviço bem como os respectivos custos e o tempo de duração dos mesmos”. Nota-se que o orçamento permite uma análise quantitativa dos custos de insumos e serviços e neste sentido, se mostra uma ferramenta fundamental em estudos comparativos no setor de construção. Através deste é possível a demonstração de aspectos econômicos e dos cronogramas envolvidos no projeto e, portanto, quanto mais detalho este for, mais eficiente e próximo da realidade será a previsão dos custos.

A determinação de um orçamento é obtida pela soma dos custos diretos e dos custos indiretos adicionando-se os impostos e lucro esperado (MATTOS, 2006). Neste processo se faz necessário o conhecimento de alguns conceitos abordados como custo, preço e composição.

Para Tisaka (2004, p. 4), custo é o somatório de todos os gastos provenientes da execução da obra contemplando os insumos, serviços e infraestrutura utilizados. Já o preço é o custo acrescido do BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) composto pelas despesas indiretas, os tributos e o lucro de uma obra.

Para Avila, Librelotto e Lopes (2003, p. 11) os custos podem ser classificados diretos e indiretos, sendo:

• Diretos: os custos diretamente apropriados ao produto e que permitem uma perfeita quantificação e caracterização. Podem ser os insumos, a mão de obra ou ainda os equipamentos.

• Indiretos: os custos que dependem de algum fator de rateio para sua apropriação nos serviços. Estão relacionados à custos da administração do canteiro de obras e despesas de administração da empresa.

Ainda segundo Avila, Librelotto e Lopes (2003, p. 18), “para realização do orçamento atuam três variáveis: o quantitativo dos serviços, a composição unitária e o preço dos insumos. E, uma variável fiscal, os encargos sociais”.

Segundo Mattos (2006, p. 44) “O início da orçamentação de uma obra requer o conhecimento dos diversos serviços que a compõe. Não basta saber quais os serviços, é preciso saber também quanto de cada um deve ser feito”.

Assim, a etapa de obtenção de dados referentes à quantidade de serviços e insumos é chamada de levantamento quantitativo, e este é realizado a partir da leitura de projetos, tabelas e das especificações disponíveis da obra, portanto, é a principal variável do orçamento formando a base para a elaboração do mesmo. A composição de custos é obtida através da relação de insumos que compõe um serviço com sua quantidade, custos unitários e totais. O custo unitário é o custo de uma unidade de serviço, como por exemplo, o custo de 1 m³ de escavação manual, ou 1m² de alvenaria (MATTOS, 2006, p. 62). Os custos unitários dos insumos e das composições podem ser obtidos através de tabelas como a Tabela de Composição e Preços para Orçamentos (TCPO) da Pini, ou SINAPI da Caixa Econômica Federal. “A soma dos produtos dos quantitativos por suas composições unitárias resulta no custo total do projeto” (AVILA; LIBRELOTTO e LOPES, 2003, p.18).

Para representação das composições de custo unitário geralmente são utilizadas tabelas (Figura 35). Segundo Mattos (2006, p. 63), estas tabelas são constituídas de cinco colunas:

• Insumo: corresponde a primeira coluna, a qual é preenchida com os materiais, mão de obra e equipamentos utilizados na execução do serviço.

• Unidade: corresponde a segunda coluna e mostra a unidade de medida do insumo, por exemplo, m³, m², m, um, etc. Já para mão de obra e equipamentos a unidade é

• Índice, consumo ou coeficiente: representa a incidência ou consumo de determinado insumo para a realização de uma atividade, por exemplo: são necessários x m³ de cimento para preparo de 1 m³ de concreto.

• Custo Unitário (R$): mostra o custo de uma unidade de insumo, por exemplo, o custo de 1 hora de pedreiro.

• Custo Total (R$): demonstra o custo total de um insumo na composição e é obtido pela multiplicação do custo unitário pelo consumo (índice) do insumo.

Figura 35 - Representação de uma Tabela de Composição de Custo Unitário.

Fonte: López (2017).

Conforme López (2017), o orçamento apresenta três atributos principais que devem ser levados em conta quanto sua utilização, são eles:

• Aproximação, por basear-se em previsões e utilizar valores aproximados.

• Especificidade, uma vez que o orçamento de cada obra é diferente, não existindo um orçamento padronizado.

• Temporalidade, por envolver valores sujeitos à variação do mercado e também devido ao desenvolvimento dos métodos construtivos, o orçamento apresenta um “prazo de validade”.

Com as definições apresentadas é possível verificar a influência do orçamento no planejamento de uma obra e também a sua importância na análise de viabilidade financeira. Utilizando estes métodos de orçamentação (levantamento quantitativo, composição de custos e representação gráfica), é esperado que se obtenha os dados necessários à comparação de custos entre uma edificação construída nos sistemas Light Steel Framing e Alvenaria Estrutural.

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Este trabalho pretende contribuir com o conhecimento quanto ao método construtivo em Light Steel Framing (LSF), despertando o interesse sobre novos sistemas construtivos que fogem ao habitual.

O estudo buscará demonstrar as qualidades e benefícios gerados pela construção em LSF, assim como avaliar seu custo para uma residência de pequeno porte quando comparado ao mesmo projeto executado em Alvenaria Estrutural, por meio da elaboração de um orçamento das etapas construtivas que diferem nestes dois sistemas.

A metodologia de realização deste trabalho pode ser dividida em etapas conforme o fluxograma abaixo (Figura 36).

Figura 36 - Fluxograma previsto.

Fonte: do autor (2017).

A primeira etapa, que compreende a elaboração do projeto é de extrema importância devida sua influência para os resultados finais. O projeto arquitetônico é a base para a elaboração do orçamento e, portanto, deve ser executado de tal forma que se respeite os conceitos de modulação e as particularidades de cada sistema.

O processo de orçamentação é imprescindível para atingir os resultados com fim comparativo e será elaborado a partir do levantamento de dados com base nos projetos desenvolvidos, já os custos unitários serão obtidos através de tabelas como a Tabela de Composição e Preços para Orçamentos (TCPO) da Pini, Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) da Caixa Federal e se necessário de orçamentos no mercado. Para ambos os sistemas construtivos a metodologia de levantamento de dados e de custos será a mesma.

Definição dos Projeto Adaptação para Light Steel Framing Levantamento de materiais Plantas e elevações de ambos os sistemas Levantamento de Custos •TCPO •SINAPI •Mercado Análise de Resultados Light Steel Framing X Alvenaria Estrutural Conclusão

No orçamento serão considerados apenas os elementos de superestrutura (paredes e fechamento), cobertura, revestimento, forros e pintura. Itens como a fundação, as instalações elétricas, hidráulicas, esquadrias e materiais de acabamento podem ser iguais ou muito semelhantes em ambos os sistemas construtivos, não implicando em diferenças significativas numa comparação de custos.

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