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2 INDICADORES DE AVALIAÇÃO COMO SUBSÍDIO NA EXECUÇÃO

2.1 O orçamento público

As Ifes, para suas propostas, seguem as orientações do planejamento nacional, consubstanciadas na CF/88, na LDB, no PPA, na LDO, na LOA e outras leis e diretrizes que regulamentam o assunto.

Conforme reportado por Carvalho (2010), na Administração Pública, o orçamento constitui um dos mais clássicos mecanismos de planejamento e execução do dinheiro público. O planejamento, mesmo que de maneira incipiente, sempre esteve vigente na vida do homem desde o momento em este passou relacionar-se com a sociedade.

O orçamento público, de acordo com Giacomoni (2001), se particulariza pela pluralidade de noções: econômico, contábil, financeiro, administrativo, jurídico, político, etc. Em virtude das mudanças de sua aplicabilidade, no decorrer do tempo, sua conceituação tem sido modificada.Este o autor reporta que o orçamento público suporta duas classificações: oorçamento tradicional e o orçamento moderno.

Assim, para Félix (2008), o orçamento público, no decurso dos anos, foi apenas compreendido como a prática de previsão de receita e fixação da despesa para um certo tempo, comumente, 12 meses, consistindo em documento elementar das finanças do governo. Atualmente, essa essência tem sido modificada, precipuamente, depois das reformas sucedidas na gestão das atividades governamentais, adaptando-se à dinâmica de globalização, na procura de um governo gerencial voltado a resultados, sendo inserido ao significado anterior, concepções de controle e efetividade.

Através da execução orçamentária, ou seja, da captação e aplicação dos recursos públicos, o Estado adquire capacidade para implementar os programas governamentais propostos na Lei Orçamentária Anual com vistas à satisfação das necessidades da coletividade. Concluída a execução orçamentária ao final do exercício, o agente público responsável pela gestão dos recursos promove a prestação de contas da gestão do exercício complementado, a qual deverá ser analisada pelos órgãos de controle interno ou externo. Vale ressaltar que os órgãos de controle podem e

devem exercer suas atribuições durante todo o exercício (FÉLIX, 2008, p. 6).

Os propósitos devem ser compreendidos como resultados daquilo que se planejou alcançar com a prática de cada plano. Em função disso devem ser mensuráveis efetiva e financeiramente. Portanto, cada ação do governo precisará estar agregada a um produto, que calculado, originará em uma meta a ser inserida na LOA (FÉLIX, 2008).

Com propostas temáticas, propósitos, metas e iniciativas, em 2012, o governo trouxe PPA 2012-2015 com nova estrutura. Os programas têm indicadores e objetivos, em que “cada objetivo é composto por metas e iniciativas que, no seu conjunto, expressa o que será feito, em que intensidade e quais os resultados pretendidos” (BRASIL, 2013, p. 4). As determinações do PPA 2012-2015 sustentam o elo com as ações orçamentárias especificadas apenas nas LOA.

Como as ações constam apenas nos Orçamentos, e o Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento – SIGPlan utilizado para registro e apoio às etapas do ciclo de gestão do PPA 2012-2015 foi desativado, as informações acerca do monitoramento e avaliação do Plano foram incluídas em um novo módulo desenvolvido no Sistema Integrado de Planejamento e

Orçamento – SIOP. Entretanto, permanecia a necessidade do

acompanhamento físico-financeiro das ações orçamentárias, principalmente porque os bens e serviços ofertados à sociedade, oriundos das despesas orçamentárias, precisam ser mensurados. Ademais, é necessário verificar se o produto especificado e sua respectiva meta estão adequados com a descrição e implementação previstas nos atributos da ação. Para tanto, evidenciar o valor físico executado torna-se uma questão indispensável para que, entre outras finalidades, se possa aperfeiçoar os próximos orçamentos públicos a serem elaborados, com foco, sobretudo, em resultados (BRASIL, 2013, p. 4).

Dessa maneira, a partir de 2012, a SOF concebeu um método de “acompanhamento físico-financeiro das ações orçamentárias”, fundamentado por uma solução em Tecnologia de Informação (TI), elaborado em um módulo suplementar no SIOP. Portanto, a fim de que o acompanhamento seja bem- sucedido, é indispensável à atuação dos Órgãos Setoriais de Orçamento (OS) e das UO. Igualmente, é primordial o treinamento de todos os envolvidos no preenchimento do módulo apropriado doSIOP(BRASIL, 2013).

O Orçamento Participativo (OP), inaugurado pela prefeitura de Porto Alegre/RS, em 1989, se apresenta como uma alternativa de elaborar o orçamento público com a participação de um amplo contingente da população, de forma a

deliberar políticas acerca do destino de parte dos recursos público (LÜCHMANN, 2014).

O OP já foi conceituado por alguns autores (ARAÚJO, 2012; BENEVIDES; DUTRA, 2001; GENRO; SOUZA, 1997; PIRES, 2001), entretanto, há consenso em definir que sua essência é a democratização dos processos decisórios da gestão pública (FERREIRA, 2003). De acordo com a UN-Habitat (2009), o OP contribui para modernização da administração pública; ser excelente potencial para a promover os princípios de boa governança, permitindo transparência das despesas, além de estimular o envolvimento dos cidadãos na tomada de decisão sobre os recursos públicos. O Programa ainda alerta que o OP não se encaixa em um modelo único, considerando a heterogeneidade do universo em que cada orçamento se insere. Outros dois fatore importantes no OP é o tempo, que deve ter ciclos aunais ou bianuais, e o território físico, onde os principais atores são o governo local e sociedade civil (UN-HABITAT, 2009).

Por meio do OP os cidadãos podem intervir de que maneira se dará os gastos públicos, bem como fiscalizar a gestão pública (SANTOS, 2010). Reconhecendo, que a depender da qualidade do planejamento orçamentário é que se refletirá uma boa ou má gestão, essa intervenção se torna importante e necessária, principalmente no ambiente complexo em que as universidades se inserem, a ter que dar conta do tripé “ensino, pesquisa e extensão”. No caso em que a UFJF, descentraliza parte de seu orçamento entre as Unidades Acadêmicas e Administrativas, é imprescindível que todo o processo seja debatido, o planejamento, a elaboração e a execução orçamentária. E, seguindo nesse mesmo arcabouço, faz-se imperioso, a contabilidade se instrumentalize como fonte de informação e controle da gestão pública, de forma a permitir o feedback à sociedade e órgãos de controle.