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6 Conclusões

1.4 Organização da dissertação

O presente trabalho encontra-se organizado em seis capítulos, divido em duas etapas, conforme a Figura 1.3.

O capítulo 1 constitui a introdução da dissertação, no qual se fazem algumas considerações iniciais acerca do âmbito da mesma, referindo a importância da aplicação de sistemas de inspeção e diagnóstico face à obtenção da sustentabilidade dos edificados contemporâneos. Neste capítulo, descreve-se, ainda os objetivos e a metodologia simplificada do sistema de inspeção e diagnóstico, proposto no trabalho.

O capítulo 2 é composto pela identificação, descrição e classificação das distintas anomalias evidenciadas na generalidade dos edifícios recentes, assim como as respetivas causas associadas a tais ocorrências, tendo como base a consulta da literatura da especialidade associada aos diferentes tipos de elementos construtivos, como também os respetivos tipos de revestimentos contemplados nos mesmos.

No 3º capítulo, foi realizado um levantamento do estado da arte relativamente à concretização de trabalhos de inspeção e diagnóstico em edifícios recentes. Como tal, primeiramente apresenta-se um conjunto restrito de sistemas de inspeção e diagnóstico utilizados e adotados em diversos componentes construtivos de edifícios, assim como de métodos de identificação e de diagnóstico de anomalias na construção. Porém serão abordados, igualmente, metodologias de realização de diagnóstico de anomalias, assim como a apresentação das técnicas de diagnóstico utilizadas na generalidade dos edifícios recentes (inspeção visual, ensaios in situ e ensaios laboratoriais), descrevendo e analisando, minuciosamente, as técnicas de diagnóstico utilizadas no edifício em estudo.

O capítulo 4 caracteriza-se pela apresentação e descrição dos procedimentos realizados durante as sucessivas inspeções e consequentes diagnósticos das diversas situações anómalas, presenciadas no edifício em estudo (tendo como base a metodologia do SIDER). Como tal, para além da descrição do

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edifício, estabeleceu-se a identificação, a classificação e a quantificação das anomalias evidenciadas e das possíveis causas que potenciam o seu desenvolvimento, assim como a identificação das técnicas de diagnóstico realizadas, nos cinco grupos de pisos considerados.

Em complemento, no 5º capítulo apresenta-se o tratamento estatístico completo dos dados provindos dos trabalhos de inspeção e diagnóstico, realizados no edifício em estudo, do qual foi possível retirar algumas conclusões de interesse sobre os fenómenos anómalos e as suas possíveis causas, assim como as técnicas de diagnóstico realizadas.

O capítulo 6 inclui as conclusões do trabalho desenvolvido e a análise dos objetivos iniciais e das metas atingidas, resumindo-se as características principais do trabalho realizado e propondo-se domínios de investigação a desenvolver no futuro.

Por sua vez, nas referências bibliográficas são indicados todos os documentos que serviram de referência à elaboração da presente dissertação.

Nos anexos apresentam-se dados relevantes para a elaboração do presente trabalho que não foram inseridos no corpo de texto do mesmo. Como tal, no Anexo 1., apresenta-se o mapeamento das anomalias evidenciadas e das técnicas de diagnóstico realizadas, através da divisão dos pisos por zonas (descrito em §4.3.1); no Anexo 2., apresenta-se as matrizes de correlação entre as anomalias e as possíveis causas (descrito em §4.3.4.2), para os cinco grupos de pisos considerados (Anexo 2.I, Anexo 2.II, Anexo 2.III, Anexo.2.IV e Anexo.2.V); por fim, no Anexo 3., encontram-se as fichas de anomalias avaliadas (descrito em §4.3.4.3), apresentadas no 4º capítulo.

1 – Levantamento de anomalias:

§ Elementos estruturais; § Elementos não estruturais primários; § Elementos não estruturais secundários; § Acabamentos/revestimentos.

2- Análise de causas associadas:

§ Causas Humanas (fase de projeto, execução e utilização); § Ações naturais (física, química e biológica).

2º Capítulo

Anomalias em edifícios recentes

2ª Etapa – Aplicação do SIDER no caso de estudo 1ª Etapa – Estado de Arte

Sim

1 – Recolha de Informação

5- Realização das técnicas de diagnóstico

Diagnóstico Conclusivo? 10 – Validação do Sistema Não 2- Realização da Inspeção 3º Capítulo Inspeção e Diagnóstico em edifícios recentes

3- Sistemas de inspeção e diagnóstico

5- Técnicas de diagnóstico:

§ Inspeção visual; § Ensaios in situ; § Ensaios Laboratoriais.

4- Metodologia de diagnóstico de anomalias

Anexo 1

Anexo 1

Anexo 2

Anexo 3 5º Capítulo

Tratamento estatístico de resultados

4º Capítulo

Caso de Estudo

4- Classificação e identificação das anomalias 3- Mapeamento de ocorrências

7 - Classificação e identificação das causas

8- Elaboração das matrizes de correção entre as anomalias com as possíveis causas

9- Elaboração das fichas de anomalias 6- Mapeamento das técnicas de diagnóstico

Figura 1.3 - Fluxograma geral com a metodologia seguida, dividida pelos capítulos principais (excluindo o primeiro

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2 Anomalias em Edifícios Recentes

2.1 Introdução

Uma área da construção civil, que tem vindo a desenvolver-se, significativamente, ao longo dos tempos é a Patologia. Etimologicamente, a palavra patologia tem origem em duas palavras gregas, respetivamente, pathos (doença) e logos (ciência) (Ferreira, 2010 citando Calejo, 2001), encontrando- se associada à ciência que compreende as anomalias e as suas respetivas causas/origens que poderão surgir num edificado, após a sua concretização.

Durante a execução de qualquer obra, ou durante a vida útil da mesma, é frequente observarem-se fenómenos anómalos que podem condicionar o desempenho estético ou funcional dos materiais constituintes (Garcia, 2006). Na realidade, essas mesmas anomalias podem ter implicações na funcionalidade do edifício ou na segurança estrutural (Ribeiro & Cóias, 2003).

O conceito de anomalia, no âmbito da patologia da construção, encontra-se associado a uma disfunção, ou seja, uma não satisfação das exigências funcionais inicialmente estabelecidas para um dado elemento ou componente construtivo, como consequência de determinada causa (Ferreira, 2010 citando Lopes, 2005). De facto, a ocorrência de uma dada anomalia em edifícios em serviço, poderá, em circunstâncias extremas, provocar a rotura dos mesmos, isto é, em dadas condições evidenciar-se a incapacidade do edifício ou dos seus elementos de desempenharem os requisitos especificados no projeto (Flores-Colen, 2008 citando Wardhana & Hadipiono, 2003). Na Figura 2.1, poder-se-á observar o processo de deterioração em edifícios e seus elementos.

Erros Envelhecimento natural

Defeitos ou falhas

Anomalias Agentes exteriores

Modo de rotura

§ Rotura funcional; § Rotura física;

§ Rotura funcional e física.

Causas

Rotura

Figura 2.1 - Processo de deterioração de edifícios e seus respetivos elementos (Flores-Colen, 2008 citando CIB, 1993b).

De uma maneira geral, tal processo (Fig. 2.1) caracteriza-se pelas causas para a degradação (que podem ser o envelhecimento natural ou erros associados às diferentes fases do processo construtivo que originam defeitos), pelos agentes exteriores de degradação e pelos sintomas deste processo (anomalias), os quais podem progredir até à rotura (funcional e/ou física), afetando o desempenho

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(Flores-Colen, 2008). Porém, em circunstâncias mais complexas, considera-se que uma ocorrência anómala resulta de um conjunto de manifestações associadas a uma determinada cadeia de relações causa-efeito que lhe está subjacente (Sousa, 2004).

Tendo em consideração o incremento significativo do surgimento de anomalias em edifícios, principalmente em edificados recentes, o estudo da patologia na construção tem-se evidenciado cada vez mais imprescindível, no que diz respeito ao conhecimento da (s) causa (s) que se encontram associadas às ocorrências anómalas. Na realidade, tem-se constatado que as anomalias provindas de erros ou omissões no projeto e na fase de construção ocorrem, com maior incidência, em obras recentes (Ribeiro & Cóias, 2003).

Assim sendo, o presente capítulo tem como principal finalidade apresentar as anomalias mais frequentes nos edificados recentes, sistematizando segundo os diversos e distintos elementos construtivos, como também os respetivos tipos de revestimentos contemplados nos mesmos. Em igualdade de circunstâncias, ir-se-á identificar as causas associadas ao aparecimento das situações anómalas, tendo em conta sua tipologia (origem humana e não humana).

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