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Fórmula 5 Coeficiente de Correlação Linear de Pearson

2.1 ORGANIZAÇÕES HOSPITALARES

As organizações hospitalares são consideradas como entidades complexas, principalmente porque seus departamentos e processos internos estão de tal forma amalgamados que o não funcionamento de uma de suas partes constituintes prejudica o conjunto dos resultados esperados (BRASIL, 2001). Tal complexidade advém das características singulares que envolvem as atividades de tratamento e cuidado com a saúde e bem estar do ser humano.

Lima e Lima (1998) comparam, ainda, as atividades das organizações hospitalares com atividades industriais, e sua mescla com componentes sociais, culturais e educacionais, interfere tanto na estrutura, quanto nos resultados dos processos ali desenvolvidos.

Numa visão mais abrangente, o Ministério da Saúde, em seu programa GESTHOS (Gestão Hospitalar), que visa capacitar agentes para a gestão de pequenos e médios hospitais, define as organizações hospitalares como organizações médico-social, cuja principal função é proporcionar à população, da forma mais completa possível, assistência médica e sanitária (BRASIL, 2002). O programa prevê, ainda, que essa assistência pode ser:

[...] tanto curativa como preventiva, sob qualquer regime de atendimento, inclusive o domiciliar, cujos serviços externos irradiam até o âmbito familiar, constituindo-se também em centro de educação, capacitação de Recursos Humanos e de Pesquisas em Saúde, bem como de encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a eles vinculados tecnicamente (BRASIL 2002).

Já Almeida (1983, p. 205), num ponto de vista mais voltado para a gestão interna dessas organizações, entende a unidade hospitalar como uma organização:

[...] destinada ao diagnóstico e tratamento de doentes internos e externos; planejada e construída ou modernizada com orientação técnica; bem organizada e convenientemente administrada consoante padrões e normas estabelecidas, oficial ou particular, com finalidades diversas; [...] servindo ao mesmo tempo para prevenir contra a doença e promover a saúde, a prática, a pesquisa e o ensino da medicina e da cirurgia, da enfermagem e da dietética, e das demais especialidades afins.

As organizações hospitalares, segundo Bezerra (2002), podem ser divididas sob alguns aspectos: especialidade, tempo de permanência e capacidade.

Conforme sua especialidade, os hospitais podem ser divididos: em gerais e especialistas. Os hospitais gerais são aqueles que se destinam ao atendimento dos pacientes portadores de doenças de várias especialidades médicas. Já o especialista é aquele que se destina ao atendimento predominante a um determinado tipo de especialidade médica. Esse atendimento pode ser limitado a uma faixa etária (ex.: hospital infantil), a certo segmento da sociedade (hospital militar, hospital previdenciário) ou a uma finalidade específica (hospital-escola). Ainda, de acordo com Bezerra (2002), os dois tipos de organização hospitalar, segundo o tempo de permanência dos pacientes são: de curta e de longa permanência. A distinção entre ambos é dada se, na maior parte das internações, os pacientes se utilizam da instituição por mais de 30 dias ou não. Ou seja, se a média de dias de internação dos pacientes for abaixo de 30 dias, considera-se como um hospital de curta permanência. Caso a média seja de 30 dias ou mais, será considerado como de longa permanência.

No que tange à capacidade, o Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), em seu glossário de termos na saúde, categoriza as organizações hospitalares em quatro níveis, observado o número de leitos que a entidade oferta aos pacientes: até 50 leitos, são considerados de pequeno porte; entre 51 e 150 leitos são de médio porte; entre 151 e 500 leitos, são de grande porte; e cima de 500 leitos, os hospitais são denominados de capacidade extra.

aspecto não abordado por Bezerra (2002): área abrangida por seus serviços. Segundo o glossário, um hospital pode ser local ou regional. Local, quando se presta e proporciona assistência médica para até quatro especialidades médicas, para uma população de área geográfica determinada. Já um hospital regional é aquele que presta assistência própria do hospital local, além de outras especialidades, a pacientes de sua área programática.

Abbas (2001) descreve um hospital como uma organização com ou sem fins lucrativos; privada ou pública, mas com características próprias por ter como finalidade básica a manutenção e o restabelecimento da saúde do paciente, controlada e orientada por um médico.

Nas instituições sem fins lucrativos, o retorno do investimento é direcionado ao aprimoramento dos serviços prestados à comunidade, com expectativas de atender a demanda crescente; entretanto, nas entidades com fins lucrativos o objetivo principal é o retorno do capital investido por parte dos investidores. Segundo Abbas (2001, p. 27):

[...] nos hospitais com fins lucrativos, a eficiência administrativa é avaliada pela maximização da riqueza dos proprietários. A otimização de lucros visa remunerar o capital investido a uma taxa satisfatória. [...] Não lucrativo não significa que o hospital não possa obter lucro, mas sim, que nenhuma das partes dos lucros líquidos do hospital pode ser dirigida em benefício de qualquer cidadão.

As organizações hospitalares públicas contemplam três tipos de pacientes, cada qual com características próprias quanto ao processo de recolhimento da receita gerada pela prestação dos serviços oferecidos: pacientes que utilizam o Sistema Único de Saúde – SUS; pacientes particulares, que utilizam os serviços da instituição e os pagam com recursos próprios; e pacientes conveniados.

A organização hospitalar pública, assim como a privada, necessita de resultados operacionais e financeiros para manter ou alcançar seu equilíbrio frente à concorrência, além de acompanhar os avanços tecnológicos oferecidos para o mercado consumidor.

Beulke e Bertó (1997, p. 13-14) afirmam que essa posição salutar no mercado concorrente se contrapõe com alguns parâmetros:

Os valores de receita provenientes da prestação de serviços via SUS não permitem na grande maioria dos casos a obtenção de qualquer resultado por parte das instituições nos dias atuais;

O paciente particular, cuja receita normalmente apresenta um resultado positivo, é um segmento em gradativa extinção. Nos dias atuais, na grande maioria das instituições de saúde, a representatividade do paciente particular é inexpressiva;

O grande segmento para onde se canaliza atualmente os maiores esforços são os pacientes conveniados.

O público procura instituições que atendam às suas necessidades. Assim, essas instituições se caracterizam como de aspecto geral, que atendem pacientes com diversos tipos de doenças; ou especializadas, que possuem tratamento individualizado para determinado tipo de patologia.

Os hospitais estão inseridos no setor terciário da economia, o qual é composto por empresas que possuem atividades de prestação de serviços e venda de mercadorias de maneira geral. Segundo Martins (2002, p. 19), os hospitais atuam na prestação de serviços por meio de pessoas (médicos, farmacêuticos, enfermeiros, administradores), equipamentos e instalações médicas.

Em hospitais públicos, a prestação desses serviços busca não somente o atendimento com qualidade, mas o melhoramento contínuo de seus serviços, já que a geração de resultados está ligada, diretamente, à liberação de verbas, provenientes das entidades governamentais, para o aprimoramento e a aquisição de novas tecnologias.

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