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42 CARTA DE VENEZA, 1964.

1.2.1.4 Os anexos e encartes

No dossiê há ainda desenhos, plantas sem escala, em papel tamanho A3 da residência de Francisco Inácio Peixoto – um corte e a planta baixa de cada pavimento - e do Colégio Cataguases – planta baixa dos três pavimentos - intitulado “ACADEMIA DE CATAGUAZES”.75

Em relação aos anexos há o desenho do perímetro estabelecido para o tombamento com a identificação dos bens tombados individualmente; uma coleção de 120 fotografias76 e três fotomontagens panorâmicas da cidade, coloridas, distribuídas em pranchas em formato A3; 15 pranchas em formato A4 que reproduzem o mobiliário desenhado por Joaquim Tenreiro para o Colégio Cataguases e 69 pranchas, também em formato A4, com levantamento cadastral do centro de Cataguases feito pela Prefeitura, em 1993, onde em cada prancha há o desenho de uma quadra.

É interessante analisar a coleção de fotografias que foram inseridas no dossiê. Houve uma intenção em abranger, através das fotos, assim como no texto, as mais variadas manifestações sociais e culturais da cidade: há muitas fotos da arquitetura, artes, mobiliário e paisagismo modernistas, mas, além disso, há fotos de capas da

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IPHAN. Processo de Tombamento de Cataguases, 1994 fl 054

75 De acordo com o texto do dossiê, por não terem sido encontrados os originais, estes desenhos

foram reproduzidos de PAPADAKI, 1950.

revista Verde, de cenas ou cartazes de filmes de Humberto Mauro, Pedro Comello, Eva Nil, Paulo B. Martins; de uma variada arquitetura eclética tanto residencial como institucional; espaços públicos; arborização da cidade; vilas operárias; operários saindo de bicicleta de uma das indústrias têxteis e destacando-se, pela quantidade de fotos, o edifício do museu de eletricidade. Dar-se-á destaque aqui, porque será objeto de análise no decorrer deste trabalho, para o fato de que havia fotos da Igreja Santa Rita de Cássia, externas e internas; da vila operária do Bairro Jardim e de diversas obras do arquiteto Luzimar Góes Telles e, curiosamente três túmulos: um intitulado Túmulo do Verde Ascânio Lopes e os outros dois intitulados apenas como Túmulo Modernista. (FIG. 33 a 36)

No dossiê, com exceção da residência de Francisco Inácio Peixoto e do Colégio Cataguases que possuem desenhos, não há qualquer outro levantamento ou inventário sistematizado de bens imóveis ou móveis da cidade, apesar de se citar constantemente no texto que o patrimônio cultural da cidade teria sido devidamente identificado e documentado.

Até aqui se percebe que houve no dossiê de tombamento uma preocupação em destacar as manifestações culturais, desde a formação da cidade até o período de produção modernista. Houve um cuidado em descrever em como a cidade foi se formando até chegar ao modernismo do ponto de vista social, econômico e cultural: o primeiro traçado, a produção cafeeira, a industrialização, o operariado, as edificações ecléticas, as primeiras escolas, a literatura dos Verdes, o cinema de Humberto Mauro, Pedro Comello e Eva Nil, o mobiliário nacional de Tenreiro e o internacional, a arquitetura e artes modernistas, com destaque para algumas manifestações culturais posteriores ao Movimento Moderno – na literatura, no teatro e a atuação do Museu de Eletricidade em 1994. Parece, assim, que houve uma intenção em abordar o patrimônio cultural de Cataguases sob um prisma ampliado.

FIGURA 18 – Grupo Escolar Guido Marlière de 1928.

Fonte: acervo do autor, 2009.

FIGURA 19 – Ginásio e Escola Normal de Cataguases. Este edifício cedeu lugar, em 1943, ao Colégio Cataguases projetado por Oscar Niemeyer conforme a FIG.1.

Fonte: Secretaria de Cultura de Cataguases, s/d.

a b

FIGURA 20 – Colégio Nossa Senhora do Carmo. a) Primeiro edifício na Praça Santa Rita;

b) Segundo edifício construído em substituição ao primeiro.

Fonte: a) Secretaria de Cultura de Cataguases, s/d. b) acervo do autor, 2008.

FIGURA 21 – Hotel Vilas com projeto de Bergamini da última década do século XIX. Fonte: acervo do hotel, s/d.

FIGURA 22 – Cineteatro Recreio cuja construção iniciou-se em 1893 e foi demolido em 1946 para dar lugar ao atual Cine-teatro Edgard modernista da FIG. 7.

a b

FIGURA 23 – Matriz de Santa Rita de Cássia. Projeto de Augusto Rousseau, de 1896. Demolida em 1944 para ceder lugar para atual igreja modernista da FIG. 28. Fonte: Secretaria de Cultura de Cataguases, s/d.

FIGURA 24 – Prefeitura Municipal, projeto de Agostinho Horta Barbosa, inaugurada em 1894. Fonte: acervo do autor, 2008

FIGURA 25 – Casa Carcacena nas proximidades da Estação Ferroviária, inaugurada em 1917 e demolida no final da década de 1980.

Fonte: Secretaria de Cultura de Cataguases, s/d.

FIGURA 26 – Chácara Dona Catarina, próxima à Estação Ferroviária Fonte: acervo do autor, 2008.

a b

c d

FIGURA 27 – Vila operária do Bairro Jardim. São 100 moradias individuais onde, posteriormente, foram acrescentados, na 1ª rua, a de menor cota, os conjuntos do Francisco Bolonha de dois pavimentos ilustrados na FIG. 9.

a) Moradias da 3ª rua;

b) Moradias da 2ª rua, lado direito, as únicas que não têm afastamento frontal. c) Moradias da 2ª rua, lado esquerdo;

d) Implantação da vila na encosta nas proximidades da Cia Industrial Cataguases (indústria têxtil)

Fonte: a, b , c) acervo do autor, 2008; d) Secretaria de Cultura de Cataguases, s/d.

a b

FIGURA 28 – Matriz de Santa Rita de Cássia. Projeto de 1944, arquiteto Edgar Guimarães do Valle. A obra ficou pronta somente em 1968.

a) Fachada frontal com painel em azulejos de Djanira; b) Detalhe de fachada lateral

a b

FIGURA 29 – Residência Anamirtes Lacerda com projeto de 1958 do arquiteto Luzimar Góes Teles. a) Vista geral da residência;

b) Vista do Painel de Domenico Lazzarine no pilotis Fonte: acervo do autor, 2009.

a b

c d

FIGURA 30 – Residências à Rua dos Estudantes com projeto de 1948 do arquiteto Francisco Bolonha e azulejos na fachada de Anísio Medeiros que podem ser vistos nas fotos a e b. As moradias sofreram reformas em 1972 que dentre outras mudanças retiraram os azulejos de Medeiros.

FIGURA 31 – Coreto na Praça Rui Barbosa. Projeto de 1957 do arquiteto Francisco Bolonha. Fonte: acervo do autor, 2008

FIGURA 32 – Praça Rui Barbosa. Projeto de 1957 do arquiteto Luzimar Góes Telles.

Fonte: acervo do autor, 2008

a b

FIGURA 33 – Residência Mauro de Carvalho Ramos, que figura na coleção de fotografias do Dossiê de Tombamento. Projeto de 1955 do arquiteto Luzimar Góes Teles.

a) Fachada frontal;

b) Detalhe da varanda e mobiliário Fonte: acervo do autor, 2008.

FIGURA 34 – Túmulo do modernista Ascânio Lopes que figura na coleção de fotografias do Dossiê de Tombamento.

Fonte: acervo do autor, 2009

FIGURA 35 – Túmulo que figura na coleção de fotografias do Dossiê de Tombamento como Túmulo Modernista

FIGURA 36 – Túmulo que figura na coleção de fotografias do Dossiê de Tombamento como Túmulo Modernista.

Fonte: acervo do autor, 2009

FIGURA 37 – Residência Eclética que figura na coleção de fotografias do Dossiê de Tombamento.

Fonte: acervo do autor, 2009

a

b c

FIGURA 38 – Residência à Rua Manoel da Silva Rama que figura na coleção de fotografias do Dossiê de Tombamento.

a) Fachada frontal; b) Interior;

c) Interior.