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Os Aterros Sanitários

Os Aterros Sanitários constituem uma técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os im- pactos ambientais. Utiliza princípios e técnicas de engenharia para confinar os resídu- os sólidos na menor área possível e reduzi-los ao menor volume possível, cobrindo-os com uma camada de terra ou com as escórias resultantes do processo de Valorização Energética.

Segundo o DL n.º 183/2009, de 10 de Agosto, um Aterro Sanitário é uma “instalação de eliminação utilizada para a deposição controlada de resíduos acima ou abaixo da superfície natural” (resíduos esses que não podem ser valorizados por reciclagem ou utilizados como combustível alternativo à produção de energia eléctrica ou calor). São terrenos vedados, de acesso controlado, impermeabilizados e preparados para receber resíduos em boas condições sanitárias e de segurança.

Os Aterros têm um ciclo de vida. Quando se esgota a sua capacidade, procede-se ao seu encerramento e posterior selagem, que consiste na impermeabilização superficial e reconversão paisagística.

Um Aterro Sanitário é constituído por vários alvéolos dispostos numa área de terre- no de grandes dimensões. Os resíduos vão sendo descarregados num alvéolo, pas- sando para o alvéolo seguinte quando o anterior se encontrar completo ou a natureza dos resíduos obrigar a depositar em determinado alvéolo. Existem ainda sistemas que em vez de um Aterro de grandes dimensões têm monoaterros específicos, preparados para receber diferentes tipos de resíduos.

Em todos os casos, os Aterros são devidamente impermeabilizados com sucessivas camadas de geocompósitos drenantes, que asseguram a protecção dos solos, do ar e aquíferos. A impermeabilização dos alvéolos é diferenciada e de acordo com o tipo de resíduos a que se destinam.

Os Aterros Sanitários dos Sistemas de Gestão de Resíduos que possuem Centrais de Valorização Energética destinam-se a receber os subprodutos, resultantes do processo de tratamento térmico de valorização dos resíduos e os resíduos em bruto, excedentes de momentos de impossibilidade de tratamento em qualquer uma das outras unida- des de tratamento industrial implementadas.

Os Aterros Sanitários dos Sistemas de Gestão de Resíduos que não possuem Central de Valorização Energética são destinados para recepção dos resíduos provenientes dos circuitos de recolha indiferenciada e dos rejeitados resultantes do tratamento dos resí- duos nas unidades de triagem e/ou compostagem (em que estas existam).

Programa de monitorização

Concebido dentro de rígidos parâmetros de controlo e protecção ambiental, o Aterro deve incluir um rigoroso programa de monitorização, que controle os resíduos recep- cionados (sólidos), lixiviados (líquidos) e biogás (gasoso), entre os descritores ambien- tais, garantindo a qualidade de todo o processo e minimizando os efeitos potencial- mente negativos para o ambiente e saúde pública.

Esquema do Aterro Sanitário da Maia - LIPOR

Legenda:

A – Geotêxtil de filtração; B – Areia (Camada Drenante); C – Geotêxtil; D – Geomembrana; E – Geocompósito bentonítico; F – Brita (Drenagem sob impermeabilização).

E A D B C F

Aterros Sanitários vs lixeiras

Ao contrário do que ocorria nas lixeiras, os cuidados ambientais considerados na cons- trução, exploração e selagem de um Aterro Sanitário garantem completa inoquidade para o ambiente e saúde das pessoas.

O encerramento de uma lixeira é um processo complexo e dispendioso. O encerramen- to de um Aterro Sanitário é um processo mais simples, previsto desde a altura da sua concepção, a par da recuperação paisagística.

Lixeira Aterro Sanitário

Sem qualquer tipo de vedação, a deposição não controlada de resíduos podia acontecer facilmente, estando a massa de resíduos ex- posta às populações, resultando num perigo para a saúde pública.

Locais vedados, cuja entrada de pessoas e veículos são condicionadas e controladas.

Resíduos a céu aberto, foco de ameaça de animais, como roedores e moscas, agentes de propagação de doenças contagiosas.

Resíduos diariamente recobertos com terra ou escórias, o que reduz drasticamente a proliferação destes animais, e, consequentemente, evita a propagação de odores. Ocorrência de explosões e incêndios, provo-

cada pela explosão do biogás produzido du- rante a degradação dos resíduos e aprisionado dentro de bolsas no interior da massa dos resíduos (autocombustão dos resíduos).

Na sua construção é salvaguardado um processo de drena- gem do biogás produzido.

Os líquidos contidos nos resíduos, designados de lixiviados, infiltravam-se nos solos, con- taminando os cursos de água mais próximos.

O Aterro é totalmente impermeabilizado e existem canais de escoamento das águas lixiviantes que são encaminha- das para uma ETAR (Estação de Tratamento de Águas Re- siduais), onde são sujeitas a um tratamento rigoroso que lhes confere qualidade para serem devolvidas à natureza.

Novo Aterro intermunicipal da LIPOR:

Localizado na freguesia de Laúndos, na Póvoa de Varzim, este novo Aterro visa dar o destino final adequado aos RSU recebidos em situações de paragem programada da Central de Valorização Energética da LIPOR e aos resíduos do tratamento de gases de combustão, após inertização, provenientes dessa mesma instalação.

No Aterro serão utilizadas escórias resultantes de incineração como material de co- bertura diária dos RSU e para a construção de vias temporárias dentro dos alvéolos de deposição de resíduos.

A exploração do 1º alvéolo decorrerá durante o período 2010-2017, a exploração do al- véolo de cinzas inertizadas decorrerá entre 2012-2028 e em 2016 será construído o 2º alvéolo, cuja exploração decorrerá entre 2017 e 2025. Em 2024 será construído o 3º al- véolo, a ser explorado no período de 2025-2034.

Este será um projecto de Excelência, que responde a todas as exigências e parâmetros legais nacionais e europeus. Será também o primeiro Aterro Carbono Zero, estando definidos objectivos e parâmetros para a emissão de gases de efeito de estufa.