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Pretendo que venha à tona experiências nas quais o seridoense começa a ‘arregaçar’ as mangas, botar a mão na massa e protagonizar as mudanças socioespaciais capazes de romper com um ciclo histórico de pobreza do qual a seca tem sido apontada como vilã. (MEDEIROS, 2008, p. 15).

O processo de formação das organizações comunitárias ocorrido no município de Parelhas, bem como as articulações para o enfrentamento dos efeitos das secas no final da década de 1990, sobretudo, no ano de 1993, despertaram para uma narrativa mais complexa em que as comunidades atuaram para “protagonizar as mudanças”, possibilitando a abertura para novos caminhos. E neste sentido, parafraseando Medeiros (2008, p. 15), as pessoas começaram a “arregaçar as mangas”.

Trata-se de eventos que passaram a ser intensificados nas comunidades rurais com uma narrativa fundamentada na formação de grupos abrindo caminhos para a constituição de “pessoas jurídicas”, ou seja as associações comunitárias. Perante o Código Civil Brasileiro, no Artigo 53 “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos”. Neste cenário estiveram presentes diversas entidades que ao longo deste capítulo serão mencionadas.

No início da década de 1990, segundo os dados descritos por Inácio de Loiola, o município de Parelhas contava com articulação em 15 comunidades rurais que mantinha ligação com o PEC e foco na organização comunitária objetivando o fortalecimento da CAPESA: Povoado Joazeiro, Povoado Santo Antônio, Boa Vista dos Lucianos, Boa vista dos Negros, Sussuarana I e II, Colonos, Cachoeira, Salgadinho, Maracujá, Timbauba, Quintos de Baixo, Várzea do Barro e Almas, a maioria destas comunidades tinham atividades com grupos de jovens. (AZEVEDO, 1989, p. 3)

Para tal análise, foi de suma importância os relatórios do PEC, produzidos por Inácio de Loiola com informações das atividades realizadas nas comunidades rurais de Parelhas. A partir da análise dos documentos, percebe-se que as articulações tinham como foco uma formação direcionada para a organização popular, bem a discussão política participativa, além do incentivo ao cooperativismo através da CAPESA. A princípio foi pertinente dialogar acerca dos conceitos de “educação popular”. Diante das várias narrativas que envolve a educação popular o Centro de Estudos de Ação Social (CEAS) publicou alguns conceitos e métodos para nortear os

trabalhos do educador no contexto da Educação Popular. Neste sentido, Dimas Barreira Furtado teceu alguns comentários acerca do trabalho em comunidades rurais. Segundo o mesmo, para um bom desempenho do trabalho educativo faz-se necessário um conhecimento prévio da comunidade, compreende-la, perceber quais suas reivindicações. Para o referido autor,

Ouvir a comunidade significa procurar saber com que ela se preocupa. O que mais a aflige. O que ela espera. O que é mais urgente. É importante compreender que ouvir não é sinônimo de concordar. O educador nem sempre pode concordar com tudo, mas jamais pode deixar de ouvir. E sem se esquecer de qual é o ponto de vista dela, naquele momento. (FURTADO, 1982, p. 54).

A narrativa apontada pelo autor, busca inserir uma proposta de comunicação com os grupos em construção nas comunidades, proporcionando um conhecimento dos problemas existentes e a busca por possíveis soluções, a partir das experiências de cada localidade. A partir deste horizonte, foi possível dialogar com as atividades executadas pelo PEC no município de Parelhas.

O trabalho fomentado pelo PEC e posteriormente por outras instituições que passaram pelas comunidades rurais de Parelhas possibilitaram a inserção de debates acerca de diversas temáticas que giravam entorno da organização comunitária. Nos registros produzidos por Loiola podemos identificar algumas narrativas que corroboram com tal discussão, sobretudo acerca dos períodos eleitorais. No contexto da campanha eleitoral de 1986, Loiola destaca algumas estratégias que foram elaboradas nas comunidades para trabalhar a conjuntura política:

O fato de ser um município bastante ‘cobiçado’ todos os dias a nossa cidade recebia, no período de campanha, visitas de candidatos diferentes que vinha na verdadeira missão de caça aos votos. E as atrações para enganar o povo, era das mais variadas possível, atraindo boa parte do pessoal. O fato de realizarmos reuniões com um número reduzido de participantes não levou os grupos ao desânimo, pois este motivo levou o pessoal a refletir e pensar em propostas que chegassem a tirar proveito da situação. Mesmo sabendo que os candidatos, não todos, mas a maioria levam uma mensagem para ludibriar o povo, sabemos que essa é uma das caraterísticas da ação política, uns grupos acharam que seria importante escutar a mensagem de cada um dos candidatos. Em seguida se fazia visitas às famílias. Entre tantas, estas foram as ações mais significativas dos grupos comunitários, com referência ao movimento político. (AZEVEDO, 1986, p. 4).

As atividades realizadas em determinado espaço não acontecem por um acaso, sempre existe um caminho que se conecta a outras possibilidades. A partir das

informações descritas acima, percebe-se que a formação proposta pelo PEC, bem como as articulações em execução nas comunidades tinham objetivos para além da organização da comunidade. Através deste trabalho, buscava-se ainda encorajar pessoas para assumir funções de lideranças e até disputar cargos eletivos afim de representar os trabalhadores e em especial o meio rural. Esta afirmação foi verificada no contexto das eleições municipais de 1988. Conforme os registros de Loiola, surgia um discurso que fortalecia a ideia de construir uma base para emplacar uma representatividade no poder legislativo com as lideranças comunitárias. E pelas análise apresentadas em relatórios, inicia-se um discurso que seria possível um representação do movimento social no poder legislativo. Conforme explica o documento,

Sabendo-se que o ano de 1988 é um ano político e considerando que nós agricultores, ao longo do tempo não temos tido quem nos representar politicamente decidimos:

Levar as comunidades a ideia de lançamos candidatos da nossa classe, comprometidos com os trabalhadores, partidos alternativos; escolha de pessoas comprometidas com a luta, para que se candidatem a cargos eletivos, evitando no entanto o partidarismo nas comunidades e cooperativas; intensificar o trabalho mesmo em época de campanha política [...]. (RELATÓRIO PEC, 1987, sem paginação).

A ideia de lançar candidatos as eleições para o poder legislativo passou a ser também uma linha de investida do trabalho comunitário realizado pelo PEC. Neste sentido, alguns documentos foram elaborados para colaborar com a formação das comunidades. Pretendia-se que de posse de um conhecimento acerca do sistema político, os agricultores pudessem escolher seus representantes e que estes assumissem a defesa dos trabalhadores. Por falar em educação política um dos projetos elaborados pelo PEC intitulado “educação política” justifica a necessidade para com esta temática,

A classe política é responsável por este estado e essa situação, vez que contribuiu maciçamente para a continuidade da massificação das pessoas e grupos, através de uma estratégia de absorção de consciências. O processo de amortização e anestesiamento da população é evidente. Trocam-se votos por qualquer cousa, e os ‘cabos-eleitorais’ funcionam como ‘carros-chefes’, no corpo-a-corpo da caça de votos. (PEC, 1988, p.1).

A ideia de lançar candidatos comprometidos com a população seria também uma possibilidade de mostrar a importância do voto. Essa alternativa, porém, não era

tão fácil de ser absorvida nas comunidades, visto que os políticos já conhecidos na cidade mantinham ligações com líderes comunitários para manter sua força política. Para tanto, se apropriavam das “políticas assistencialistas”, como por exemplo, a distribuição de cesta básicas, ou alguns benefícios vinculados a questão da seca, bem como distribuição de kits esportivos em comunidades rurais (AZEVEDO, 1988).

Conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na campanha eleitoral de 1988 foram eleitos dez vereadores na cidade de Parelhas, sendo seis da coligação Partido da Frente Liberal (PFL) e o Partido Liberal (PL) e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) com o Partido Democrático Trabalhista (PDT) com quatro vereadores16.

Sobre as práticas eleitorais presentes nas comunidade rurais parelhense, Loiola escreveu alguns registros ainda sobre ano de 1988. De acordo com o mesmo, apesar de ter acontecido um avanço em termo de organização nas comunidades, algumas dificuldades ainda foram persistentes,

Ainda temos lideranças que são cooptadas e por serem importantes na comunidade, atrapalham muito na organização da comunidade. A esses lideranças sempre lhe dão poderes até para indicar alguém para se empregarem. São pessoas que contribuem para o assistencialismo, tirando proveito da situação que enfrenta nosso povo. (PEC, 1988, p.1)

As informações trazidas por Inácio de Loiola apresentou um cenário de conflitos em algumas localidades, visto que a formação apresentada pelo PEC buscava dialogar para a superação das práticas “assistencialistas”, priorizando o trabalho comunitário. Conforme os argumentos de Loiola, percebe-se que lideranças políticas do município não tinham interesse que as comunidades viabilizassem caminhos próprios para resolver seus problemas. Essa constatação pode ser observada na avaliação do PEC no município de Parelhas.

Viu-se que muitos problemas não tinham sido resolvido, por falta de vontade política. As comunidades não tinham representantes comprometidos com o movimento. Até do nível de legislativo, se vivia uma carência enorme de representação, pois quando era necessário, tinham que ocupar um ou outro vereador, onde se percebia a frieza com que as defendia uma proposta do movimento. Isso quando defendia. Também se avaliou que não era só ter uma comunidade estruturada com postos de saúde, escolas, estradas e outros. Mas também outras como: política agrícola, reforma agrária, etc. e isso necessitaria o querer de um partido político que tivesse identidade com o movimento. (PEC, 1991, p. 2)

Desta forma, entende-se que a organização que estava sendo construída nas comunidades, apontava para algo maior que ia além da resolução dos problemas do cotidiano. Havia uma compreensão de que era necessário adentrar nas temáticas nacionais, como por exemplo, a questão da terra, as políticas agrícolas, educação, dentre outras. Para tanto, seria necessário uma intensa formação de base. Algo não tanto comum para o período. Não foi um processo simples e algumas reações foram possíveis. Abordando a questão dos resultados e impactos do trabalho de educação comunitária nas comunidade de Parelhas Loiola afirma que,

Foi grande as discussões, tanto a nível de comunidades locais, como a nível municipal. Ou seja, nas atividades como: encontros, congressos e seminários. Muita gente não topou a discussão. Teve –se um racha no movimento, difícil até hoje de se consertar. O movimento lançou candidatos, mas não conseguiu êxito. Aos poucos, os agentes animadores foram perdendo a credibilidade e as reuniões, ou até mesmo outras atividades realizadas nas comunidades, não eram como antes. Aos poucos foram se esvaziando [...]. (PEC, 1991, p. 2)

Já discutimos que esses movimentos não aconteceram isoladamente. As pessoas envolvidas dialogavam com outras experiências. Deste modo, pensar esta formação que aconteceu em Parelhas nas últimas décadas do século XX, possibilitou também uma abertura para dialogarmos com a conjuntura nacional, sobretudo, com os movimentos sociais e neste aspecto vale lembrar um dos conceitos apresentados por Gohn (2011). Segundo a mesma, movimentos sociais são “encaramos como ações sociais coletivas de caráter sociopolítico e cultural que viabilizam formas distintas de a população se organizar e expressar suas demandas” (GOHN, 2011, p. 335). Assim sendo, compreendemos que as práticas de mobilizações aplicadas na região do Seridó e em especial as ações do PEC no município de Parelhas, estão, de certo modo, articuladas com o conceito de movimentos sociais defendidos pela autora citada anteriormente.

Percebe-se, que a formação aplicada nas comunidades rurais buscava unir as pessoas para viabilizar estratégias para a superação de seus problemas, dentre os quais o acesso à água e as políticas governamentais. Para tanto, experiências exitosas realizadas em diversos locais do Nordeste eram compartilhadas através de jornais periódicos que tinham como foco atividades comunitárias. Dentre os quais, o Jornal “Grito da seca”. O referido jornal era organizado pela Assessoria de comunicação popular do Regional Nordeste II da Conferência Nacional dos Bispos do

Brasil (CNBB), com sede em Recife/PE. Dentre os temas abordados apresentavam as experiências dos “projetos Alternativos Comunitários (CECAPAS)17” realizados a nível de Nordeste. Os projetos Alternativos do qual o jornal destacou, também teve atuação na Região do Seridó. A comunidade Várzea do Barro, por exemplo, foi contemplada com alimentos para as famílias e projetos de pequenos animais, nos anos de 1993 a 199518. O movimento Sindical do Seridó também compartilhou informações do jornal. Fato constatado através de nota enviada aos editores do jornal com a seguinte redação:

[...] tomamos conhecimento do Jornal ‘Grito da Seca’. Reconhecemos a sua importância para o trabalho que efetivamente desempenhamos no dia a dia, ou seja, a função de Assessor Sindical da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte – FETARN, aqui na Região do Seridó, com abrangência em 22 municípios cobertos por 21 sindicatos da categoria. Solicitamos que nos remetam o Jornal [...]. (JORNAL GRITO DA SECA, 1986, sem paginação)

Além do “Grito da Seca”, outros jornais e informativos também circularam na Região do Seridó, dentre eles o Jornal “Direitos Humanos”19 e o “Cadernos do CEAS” (Centro de Estudos e Ação Social da Universidade Católica de Salvador e Recife). Ambos com uma linha formativa para as organizações sociais com temas sobre educação popular, política, meio ambiente, reforma agrária, dentre outros. Ainda sobre as fontes que contribuíram para a formulação do material produzido por Inácio de Loiola, encontra-se diversos folhetos e cartilhas de entidades sindicais do Brasil e da América Latina, expondo a situação dos movimentos sociais e suas conquistas20.

Esses meios de comunicação de certa forma contribuíram para a disseminação de experiências exitosas realizadas no Nordeste, mostrando ainda outras possiblidades de convivência com o semiárido, bem como, formas de organização e

17 Centro de Capacitação e Acompanhamento aos Projetos Alternativos Comunitários. Os Projetos

Alternativos Comunitários recebiam financiamentos do exterior, sendo a maioria recursos oriundos de instituições ligadas a Igreja Católica Europeia (MISERIOR). Na diocese de Caicó foi substituído pelo Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários – SEAPAC que por sua vez desenvolveu importantes serviços na área de formação comunitária.

18 Recibos contendo a lista dos beneficiários com os produtos dos Projetos Alternativos. Arquivo

ADECOVAB.

19 Jornal também voltados as questões sociais e ligado ao setor social da Igreja católica. Na edição de

n. 10. Ano II, setembro de 1989. O jornal fez uma reflexão sobre a conjuntura política nacional a partir da eleição de Fernando Collor de Mello, bem como artigos sobre a “nova democracia”.

20 Cartilha “Autonomia” – publicação trimestral do IPROS abordando aspectos da Constituição de 1988

e seus desdobramentos; outro meio de comunicação utilizo foi o “Boletim Sindical, uma produção do Centro de informações, Documentos e Análise Sindical (CIDAS). Circulou nos anos de 1980 e tinha edição em São Paulo. Para tal referência foi utilizado a edição de n. 29. Ano V, 1988.

estratégias política do movimento popular. Assim sendo, são várias as linhas de atuação que mergulharam os movimentos sociais e nesta compreensão nos aproximamos dos conceitos de Moacir Gadotti, segundo o mesmo,

A diversidade é a marca desse movimento de educação social, popular, cidadã, cívica, comunitária. Trata-se de uma rica diversidade que precisa ser compreendida, respeitada e valorizada. A primeira impressão que se tem é de fragmentação, mas se olharmos o conjunto desta obra, veremos que ela está unida - “cimentada”, [...]. Essa diversidade tem em comum o compromisso ético-político com a transformação da sociedade, desde uma posição crítica, popular, política, social e comunitária. (GADOTTI, 2012, p.11)

A dinâmica dos movimentos populares e sua base de ação conforme destacou Gadotti (2012), contribuiu ainda para um diálogo mais enfático sobre a problemática da seca na região. Em períodos anteriores aconteceram mobilizações nas feiras livres, como o caso da cidade de Currais Novos, onde as pessoas saquearam a feira livre em busca de alimentos. Conforme escreveu Diego Nascimento de Souza no trabalho intitulado “A Feira, os Saqueadores, a Necessidade: os Saques de 1953 e 1971 na Feira Livre de Currais Novos e o Lugar Social dos Saqueadores”21. Na Região do Seridó também houve destaque no Jornal Diário de Natal informado sobre acontecimentos na feira de Jardim do Seridó. O início da matéria afirma que: Ou o governo federal dá condições aos estados para o atendimento às populações famintas, ou vamos ter o caos22.

As secas como um fenômeno natural e frequente no Nordeste Brasileiro fazia parte das narrativas dos movimentos sociais. E desta forma, buscava-se mecanismos para uma convivência onde as pessoas pudessem superar os problemas causados pela estiagem. Tais narrativas de enfretamento aos efeitos da seca pode ser melhor observado no início dos anos de 1990.

É neste momento também que a nível nacional ocorreu transformações consideradas nas práticas de atuação dos movimentos sociais. Conforme afirma Gohn (2011) o final século XX foi marcante para os movimentos sociais passando a apresentar uma nova dinâmica:

21 SOUZA, Diêgo Nascimento. A Feira, os Saqueadores, a Necessidade: os Saques de 1953 e 1971

na Feira Livre de Currais Novos e o Lugar Social dos Saqueadores. Encontro Estadual de História. Anais...V Encontro Estadual de História. CERES-UFRN. Disponível em:<http://www.rn.anpuh.org/2016/assets/downloads/veeh/veeh.html>. Acesso em: 18 jul. 2018.

No fim dos anos de 1980 e ao longo dos anos de 1990, o cenário sociopolítico transformou-se de maneira radical. Inicialmente, houve declínio das manifestações de rua, que conferiam visibilidade aos movimentos populares nas cidades. [...] o fato inegável é que os movimentos sociais dos anos de 1970/80, no Brasil, contribuíram decisivamente, via demandas e pressões organizadas, para a conquista de vários direitos sociais, que foram inscritos em leis na nova Constituição Federal de 1988. (GOHN, 2011, p. 342).

As demandas surgidas no início dos anos de 1990 no campo das organizações comunitária no município de Parelhas, por sua vez, também passaram por mudanças significativas. Ao observarmos as narrativas presentes no início da década de 1980, referente a atuação do PEC, as pautas estavam mais destinadas ao campo formativos23 com direcionamento para a Constituinte e também as discussões em torno da Lei orgânica do Município24.

Em termos de políticas governamentais também aconteceram mudanças significativas. Dentre as mudanças podemos citar a atuação Programa de Apoio ao pequeno Produtor Rural (PAPP) que passou por reavaliações possibilitando uma discussão direta das comunidades no processo de solicitação dos projetos. Tais alterações foram possíveis constatar em documento apresentado pelo governo Federal e Banco Mundial. Conforme o documento,

Os Governos federal e Estaduais estão envolvidos há muitos anos no financiamento de programas destinados a reduzir a pobreza rural e melhorar o nível de vida dos pequenos produtores rurais do Nordeste do Brasil. O Banco Mundial está associado há muitos anos a este esforço através do financiamento de uma série de programas de projetos, entre ele, o Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural (PAPP). [...] Uma avaliação de médio termo do PAPP elaborada pelo Banco e pelo Governo Federal durante 1990, concluiu que, apesar de algumas experiências exitosas, o Programa como um todo não estava alcançado os seus objetivos de melhorar o nível de vida dos pequenos produtores rurais e diminuir a pobreza rural no Nordeste [...] os objetivos dos novos subprojetos será apoiar a construção ou reconstrução de infraestrutura, fornecimento ou melhoramento dos serviços sociais e investimentos produtivos para apoiar a geração de renda e empregos dos grupos comunitários. As comunidades planejaram, prepararão e executarão os subprojetos, utilizando suas próprias habilidades [...]. (PAPP, 1993, p.1)25.

23 Através do PEC e organização de Inácio de Loiola foi formado um grupo com lideranças comunitárias

com diversos temas afim de oferecer um suporte para os lideres melhor acompanharem os projetos. Conforme as listas de presenças dos encontros, participavam em média 20 a 30 pessoas que se identificavam como “Agente animador”. Ainda contava com a participação de professores. (Lista de

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