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Perfil dos participantes da pesquisa

2.5 Os instrumentos de coleta de dados

No primeiro contato estabelecido com os participantes da pesquisa, ficou definido que seria aplicado um questionário e, posteriormente, uma entrevista seria agendada para obter mais dados e esclarecer possíveis dúvidas. No decorrer do processo de coleta de dados, tive muita dificuldade em marcar novos encontros para realizar a entrevista. Além de se justificarem por meio da falta de tempo para me atender, os participantes afirmaram que preferiam responder as questões por escrito e com um tempo para que pudessem formular melhor as respostas. Os participantes estavam sempre ocupados e não disponibilizavam um tempo para me atender, portanto, para a coleta de dados, foi possível utilizar apenas o questionário e, posteriormente, novos contatos foram estabelecidos também via e-mail. Além disso, optou-se por esse instrumento de coleta porque o contexto de pesquisa situa-se em um município distante de onde resido e, conforme dito anteriormente, os participantes não dispunham de muitos horários disponíveis para me atender, o que dificultava o contato e a visita frequente.

O questionário foi apresentado aos participantes da pesquisa pessoalmente. Aproveitei a ocasião para explicar o propósito do questionário e eles tiraram as dúvidas quanto às questões. O questionário era composto por vinte e oito questões dissertativas, pois, segundo Nunan (1992), em perguntas abertas, o participante tem a liberdade para decidir o que e como responder. Com isso, torna-se possível obter dados mais úteis. As questões foram elaboradas com o objetivo de conseguir informações sobre o perfil do participante e a sua concepção de método. Para alcançar esse propósito, iniciei o questionário com algumas questões que tinham como objetivo obter dados sobre o perfil do participante, enquanto outras questões buscavam respostas que contemplassem a concepção de método utilizada por cada participante. Essa estratégia de organização do questionário, iniciando-o com as questões mais simples, focando o perfil dos participantes, segundo Ninin, Hawi, Mello & Damianovic (2010), deixam os participantes mais à vontade para respondê- lo, o que proporciona respostas mais originais e úteis.

As perguntas do questionário contemplaram desde o perfil dos participantes até assuntos referentes à escolha metodológica, a descrição das aulas com base no método citado pelo instituto, a função do coordenador no contexto da pesquisa, os cursos oferecidos aos professores, a formação dos professores-coordenadores,

além de outros tópicos. Essas e outras informações sobre a estruturação e organização das questões aplicadas aos professores-coordenadores podem ser vistas na íntegra no apêndice localizado no final deste trabalho.

Os participantes preferiram que o questionário fosse enviado para eles por e- mail para que pudessem respondê-lo por digitação. Diante desse pedido dos participantes e levando em consideração que não aceitaram realizar a entrevista, sugeri que, caso ocorresse alguma dúvida quanto às respostas, re-contatar-lhes-ia para saná-las, por meio dos e-mails que eles me disponibilizaram.

Firmado esse acordo, após responderem todas as questões, reenviaram-me o questionário também por e-mail. Assim que o recebi, pude observar e analisar as respostas referentes a cada questão para confirmar se as respostas abordavam os objetivos de minha pesquisa, ou seja, certifiquei-me se as respostas eram suficientes para responder minhas perguntas de pesquisa. Diante dessa análise preliminar, estabeleci novos contatos com os participantes para esclarecer dúvidas em relação às respostas, pois algumas delas não estavam muito claras. Esse contato via e-mail foi realizado algumas vezes para esclarecer algumas informações que julguei necessárias para concluir o perfil dos participantes, a função desempenhada nos institutos e, principalmente, dados que contemplavam a concepção de método utilizada pelos participantes.

Ao longo da análise, precisei estabelecer novos contatos para esclarecer algumas respostas. A estrutura dos e-mails enviados foi a mesma utilizada no questionário inicial, ou seja, questões dissertativas que abordavam os temas a serem melhor desenvolvidos.

Diante do apoio de mais um instrumento para coletar os dados, posso dizer que esta pesquisa iniciou a coleta utilizando o questionário e, no decorrer desse processo, foi necessário utilizar mais um instrumento, ou seja, o e-mail, conforme já mencionei anteriormente. Por esse motivo, considero como instrumentos de coleta de dados o questionário e o e-mail dialogado. Atribuo ao e-mail o adjetivo dialogado porque conforme enviava as dúvidas para os participantes, eles me retornavam com os esclarecimentos, ou seja, o e-mail funcionou como um diálogo virtual.

Por fim, o questionário e o e-mail foram instrumentos eficazes, pois, somente por meio deles, foi possível obter as informações necessárias para a análise do objetivo proposto pela pesquisa.

2.6 Os procedimentos de análise dos dados

A partir da definição estratégica que sustenta esta pesquisa, neste contexto, o estudo de caso, escolheram-se dois instrumentos de coleta de dados: o questionário e o e-mail dialogado. Agora, após observar as respostas dadas às questões do questionário aplicado aos participantes, detenho-me a descrever o modelo de análise escolhido para analisar os dados que compõem esta pesquisa.

Os procedimentos escolhidos para analisar os dados baseiam-se na proposta da análise de conteúdo, especificamente, o modelo retratado por Bardin (2011).

Segundo Bardin (2011), análise de conteúdo é:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens (BARDIN, 2011, p. 48).

Antes de todo processo de categorização, de acordo com Bardin (2011), os dados precisam ser codificados. Para a autora, codificar os dados significa transformar os dados brutos do texto por meio de recorte, agregação e enumeração para atingir uma representação do conteúdo a fim de esclarecer ao analista as características do texto. Definido o modelo de pesquisa adotado para a análise dos dados, conforme citado anteriormente, foi necessário escolher uma técnica dentro desse modelo de pesquisa. Por isso, optei, para analisar os dados que compõem este estudo, a técnica de análise categorial. Essa escolha procedimental se deu pela natureza dissertativa das respostas dos participantes, o que permite, segundo Bardin (2011), uma investigação dos temas ou análise temática de maneira rápida e eficaz na condição de se utilizar os discursos diretos. Os dados obtidos por meio das respostas às questões do questionário possibilitam a análise das significações manifestas em cada discurso direto produzido pelos participantes ao responderem as questões. Sendo assim, creio que a escolha procedimental sustentará a análise dos dados. Para explicar a escolha da técnica utilizada para a análise dos dados, apoio-me na conceituação de Bardin (2011) sobre as categorias, segundo a qual, a autora afirma que: