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Inicio apresentando formalmente os três professores que tive a oportunidade de acompanhar na observação. São eles:

Professora Maria G. Mayer: nasceu em 21 de janeiro de 1981 na cidade de Jaciara-

MT, tem atualmente 31anos. Contabiliza sua formação inicial como aquela realizada na Universidade de Cuiabá (Instituição Particular) no curso de Ciências Biológicas, concluindo-a no ano de 2002. Iniciou suas experiências com sala de aula ainda jovem – com dezoito anos – lecionando Física, Química, Matemática e Ciências como professora interina da rede Estadual de Ensino, bem como em escolas particulares. Fez o curso de LPCNM pela UFMT no campus de Rondonópolis, graduando-se em 2008. Realizou concurso na Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso em 2008 para Biologia,

mas ministrou poucas aulas dessa disciplina. Mayer se diz apaixonada pela Química, mesmo ressaltando as dificuldades que tem, principalmente com os cálculos. Pretende fazer mestrado emEnsino de Ciências após terminar um mestrado em Psicologia da Educação em uma faculdade particular na cidade de Jaciara. Acredita que é professora por ter o dom de ensinar e gosta muito do que faz. Ela afirma que não se vê em outra profissão e que este dom foi confirmado desde o primeiro dia em que entrou em uma sala de aula. É uma professora empolgada com a percepção de suas potencialidades e que está “num momento especial, traçando novos planos para o futuro”.

ProfessorAntonio L. Lavoisier: nasceu em 11 de junho de 1948, na cidade de

Piratininga-SP, tem atualmente 64 anos. Sua primeira formação foi concluída no Estado de São Paulo em Técnico em Eletricidade. Lecionou Química e Física, entre os anos de 1979 e 1982, em uma escola particular daquele Estado. Ao vir para Mato Grosso em busca de melhores condições de vida, começou a lecionar nas escolas públicas e particulares em 1996, bem como ingressou na empresa de energia do Estado, a então Rede Cemat. Para poder continuar lecionando, foi exigido que tivesse curso universitário na área de educação. Lavoisier fez Pedagogia em uma universidade da região de Tangará da Serra. Para melhorar sua formação e poder continuar atuando como professor de Química – além de ter condições de realizar concurso na rede pública de ensino – ingressou no curso de LPCNM na UFMT campus de Cuiabá, graduando-se em 2006. Sua efetivação através de concurso deu-se, segundo Diário Oficial, em 29 de dezembro de 2010. Atua como professor de Química na Escola Estadual 29 de Novembro, na cidade Tangará da Serra, desde 1997. É muito conhecido e respeitado pelos alunos e pela direção da escola. Lavoisier é um professor que fala em aposentadoria somente como uma possibilidade para continuar outros fazeres. Aposentar para ele não é sinônimo de parar, mas de encontrar outros fazeres que o mantenham na ativa, em contato com as pessoas e com o mundo.

Professora Dorothy Hodgkin:nasceu em 16 de julho de 1971 na cidade de Caçú-GO, tem atualmente 41 anos. Mudou-se para o Estado de Mato Grosso no ano de 1984. Graduou-se em Ciências Biológicas pela UFMT em 2004. Logo em seguida realizou uma Especialização em Meio Ambiente com ênfase no Impacto Ambiental. Ainda em 2005, portanto antes de terminar esta especialização, ingressou na LPCNM, sua segunda licenciatura, no campus da UFMT em Rondonópolis, concluindo-a em 2008. Professora desde 1997 nas disciplinas de Matemática, Física, Química e Biologia, efetivou-se na rede estadual de ensino no ano de 2007. Dorothy apresentou sua dissertação de mestrado em Educação em 2012, também pela UFMT. Sempre muito alegre e otimista com as possibilidades, ela se vê diante de um novo e “empolgante” desafio, desde abril de 2012 é também professora contratada da UFMT para ministrar Química Geral aos alunos do curso de Zootecnia. Para isso, dirige três vezes por semana, cerca de 30 minutos para ir de Pedra Preta a Rondonópolis. Não pretende parar de estudar e diz que o olhar do outro vem lhe permitindo crescer e redimensionar sua prática.

7.1.1 A sala de aula e a observação participante

O registro das semanas aqui destacados incluem o deslocamento de Cuiabá até a cidade do referido professor.

Com a professora Mayer foram cinco semanas observando suas atividades pedagógicas, incluindo a realização das entrevistas. No total foram 64 aulas observadas, conforme o quadro abaixo:

Quadro 10 Semanas de observação junto à professora Mayer.

27/02/12 a 02/03/12 1ª Semana 13/03/12 a 16/03/12 2 ª Semana 26/03/12 a 30/03/12 3 ª Semana 30/05/12 a 04/06/12 4 ª Semana 13/08/12 a 17/08/12 5 ª Semana – Entrevista Fonte: Soares (2012)

Com o professor Lavoisier foram três semanas na observação das atividades pedagógicas, incluindo a realização das entrevistas. Foram 30 aulas observadas conforme quadro abaixo:

Quadro 11 Semanas de observação junto ao professor Lavoisier.

09/04 a 13/04 1ª Semana

14/05 a 18/05 2 ª Semana

06/08 a 10/08 3 ª Semana – Entrevista

Fonte: Soares (2012)

A professora Dorothy é professora efetiva na rede Estadual de Ensino e na UFMT é professora contratada. Em junho de 2012 ela ainda participou do processo de seleção para o Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica (CEFAPRO35) no município de Rondonópolis. O resultado de sua aprovação foi divulgado em junho e ela foi transferida da escola para o CEFAPRO/ROO.

A observação de suas aulas ocorreu de 30/04/12 a 04/05/12 – uma semana apenas – e foi, portanto, encerrada com apenas este período de observação. Considerando a intensidade das observações realizadas e a interação proporcionada por

35 Centro de Formação e Atualização de Professores (CEFAPRO) é o órgão responsável pela política de

formação, sistematização e execução de projetos e programas da SEDUC, bem como, pelo desenvolvimento de parcerias com o MEC – Ministério de Educação, SMEs – Secretarias Municipais de Educação e IES – Instituições de Ensino Superior.

Órgão responsável também pela efetivação da Política Educacional do Estado no que se refere à qualificação e valorização dos profissionais da Educação que atuam na rede pública do Estado de Mato Grosso. http://www.seduc.mt.gov.br/conteudo.php?sid=79&parent=15. Acesso 13 jun 2012.

um diálogo profícuo com a professora Dorothy, considereiimportantemantê-la na pesquisa, explicitando o limite de análise e interpretação.

Um exemplo das observações anotadas no do diário de campo encontra-se no apêndice 5.

7.1.2 As entrevistas e a narrativa de um texto

A primeira entrevista foi realizada no dia 27 do mês de julho36 com a professora Dorothy. Não pude entrevistar seus alunos porque ela não mais estava na escola e sim no CEFAPRO/MT.

A segunda entrevista foi realizada com o professor Lavoisier e com 24 de seus alunos. A terceira entrevista deu-se com a professora Mayere com 20 de seus alunos.

A sequência foi determinada pela disponibilidade de cada interlocutor, e seus alunos foram convidados a participar. Nas duas escolas utilizei a biblioteca como local para as entrevistas. Em todos os casos as falas foram gravadas em áudio e posteriormente transcritas para análise.

No final do processo os três professores redigiram uma narrativa no formato de um pequeno texto contendo considerações a respeito da pesquisa realizada (Apêndice 4). Estes textos também foram utilizados no momento da construção das interpretações.

7.2 Dimensões construídas a partir do confronto entre teoria-