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Os principais benefícios das práticas corporais em relação aos indivíduos dependentes de álcool e outras drogas em período de desintoxicação são relevantes, principalmente no processo em que se encontram pois elas agem de maneira expressiva em vários aspectos da vida dos mesmos, quanto aos emocionais destaca-se que,

[...] a Atividade Física ocupa a mente permitindo a passagem do tempo durante períodos difíceis; permitindo a substituição de maus hábitos por bons hábitos, e de fixações negativas por positivas; é uma forma de meditação, fornecendo benefícios de outras abordagens associadas a melhoria na saúde e na aptidão; dá uma sensação de controle sobre a própria vida e o meio ambiente (ROEDER, 2003, p. 251).

Com relação a outros efeitos positivos para a saúde podemos destacar também os aspectos fisiológicos, como exemplo temos.

Auxilio no processo de desintoxicação; diminuição da frequência cardíaca; diminuição da pressão arterial; aumento da capacidade máxima de captação de oxigênio; diminuição da atividade ectópica do ventrículo; aumento do débito cardíaco; redução do peso corporal; aumento da capacidade de trabalho; aumento da capacidade à insulina em 30%, facilitando o controle e o tratamento dos estados de resistência, como a obesidade e o diabetes clínico do adulto, que são riscos implicados na gênese do infarto do miocárdio ; aumento da nutrição do musculo cardíaco; resistência dos vasos periféricos à circulação sanguínea, etc.; incremento da massa e da força muscular, melhorando a recuperação funcional; redução na metabolização do ácido pirúvico e lático; diminuição da hiperatividade do sistema nervoso simpático; diminuição da irritabilidade e de outros sintomas provenientes do processo de abstinência (ROTTMAN, 1986 apud ROEDER, 2003. p. 252).

Outro fator relevante diante das práticas corporais neste processo é a liberação de prazer, também chamada de adrenalina que age como a droga, vicia, isso faz com que o indivíduo busque cada vez mais sentir essa sensação, repetindo assim as atividades que suprem esta necessidade. Logo após a sensação de adrenalina entram em cenas as endorfinas, que trazem a sensação de relaxamento e bem estar, (FERREIRA, 2012).

Podemos observar que as práticas corporais trazem benefícios bastante específicos para o público em questão, e por isto elas são indicadas como uma das formas de tratamento não farmacológico, que por consequência não provoca danos a outros aspectos de saúde (que os farmacológicos podem causar). Os benefícios agem desde problemas psicológico indo ao encontro de vários outros benefícios para a saúde, contribuindo significativamente na qualidade do tratamento e na desintoxicação com mais sucesso.

4.3 Papel do profissional de Educação Física no Desenvolvimento do Programa

O profissional de Educação Física tem um papel importante dentro destes centros, pois durante sua formação foi preparado para atuar em programas de condicionamento físico, como também prescrever atividades adequadas para cada grupo ou pessoas, após a realização de um histórico (anamnese) detalhada deverá ser capaz de identificar quais as melhores atividades e que intensidade e duração devem ser aplicadas. Nahas (2010) comenta que, uma das responsabilidades dos profissionais da saúde, principalmente da Educação Física, é de informar sobre os

principais benefícios ao aderir hábitos saudáveis, entre eles estão, a aptidão física, prevenção de doenças cardiovasculares e diminuição do estresse.

O profissional de Educação Física é capacitado para prescreve AFs, sendo assim exclusividade deste profissional. Para Nahas (2010, p. 115):

Prescrever exercícios é, ao mesmo tempo, ciência e arte. Os profissionais de Educação Física são especialmente formados para esta função e devem ser consultados para esse fim quando se tratar de pessoas aparentemente saudáveis. Quando houver uma doença diagnosticada ou sintomas evidentes de doenças ou problemas físicos, um médico que tenha formação em medicina do exercício deve ser consultado, para orientar sobre benefícios e riscos das diversas formas de exercícios.

É indispensável que o médico responsável pelo programa e o Profissional de Educação Física mantenham o diálogo para juntos observarem evoluções ou a necessidade, quando houver de aumentar ou diminuir atividades, pois no contexto em que se encontram as medicações podem alterar os sentidos destes indivíduos, e a segurança e a integridade física devem ser monitoradas constantemente, (ROEDER,2003).

Ainda sobre o papel deste profissional, um estudo que obteve a intenção de levantar discussões e as responsabilidades do profissional de Educação física, aponta que:

[...] prospectivas sobre a realidade que envolve, não só o ambiente das academias de Atividade Física, mas todo e qualquer aspecto que possa vir a envolver o profissional de Educação Física, passando a valorizar cada vez mais sua atuação e por que não dizer, colocá-lo em lugar de destaque como outras tantas áreas das ciências humanas e sociais, além de iniciar um trabalho de conscientização para que esta profissão, em plena situação e momento de expansão, possa ser cada vez mais valorizada, pois o mesmo é qualificado para prescrever quais são os exercícios mais indicados para cada pessoa e também orientar o aluno para este realize os exercícios de forma adequada, levando em conta as particularidades de cada aluno (OLIVEIRA; SILVA, 2015, p.07).

Portanto sempre que se tem a intenção de aplicar um programa de AF seja para qual for o grupo de pessoas, é importante e indispensável que o profissional de educação física seja procurado para orientar e prescrever as atividades, sendo elas com a finalidade de qualidade de vida ou reabilitação, para que os resultados sejam seguros e saudáveis.

4.4 A percepção dos Dependentes Químicos após as práticas de Atividades

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