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CAPÍTULO 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

4.3 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

4.3.2 Os professores das disciplinas técnicas

Trazemos para a nossa análise os participantes que representam os professores que ministram as disciplinas técnicas no CST. O roteiro da entrevista (Apêndice I) realizada com esse segmento é composto de 03 perguntas, conforme listamos:

✓ Qual a relação da disciplina de inglês com a disciplina que você ministra no curso de Sistemas para Internet?

✓ Como você avalia a oferta da disciplina de inglês no primeiro semestre do curso de Sistemas para Internet e as necessidades do aluno no decorrer do curso? ✓ Quais atividades você acredita que o aluno precisa desempenhar na língua inglesa

durante o curso, para desenvolver competência comunicativa?

Ao indagarmos acerca da relação da disciplina de inglês com a disciplina que ministram no curso, procuramos saber qual a importância da disciplina de inglês para o funcionamento das demais disciplinas. Com isso, destacamos alguns excertos que demonstram as respostas dos participantes:

“[...] Eu vejo o seguinte inglês tem uma relação direta não só com a disciplina, mas com a área como um todo né. Porque a área de tecnologia, de uma forma geral ela infelizmente o nosso país não gera tecnologia como a gente gostaria que gerasse, então a gente compra tecnologia, a gente usa, a gente [...] Então eu acho que essa relação entre o inglês e cursos, de uma forma geral, de tecnologia é direta em função disso. Se você não tem o inglês fluente para ler, para compreender, para falar, para interagir, você perde oportunidades de conhecer tecnologias, de conhecer situações novas que possam tirar você dessa situação de vamos dizer assim submundo tecnológico né” (ProfSpI1).

[...] eu tenho metodologia científica e tenho engenharia de software. Então a relação entre as duas disciplinas e o inglês ela pode ser dada da seguinte forma: o inglês seria a ferramenta a ser utilizada que a gente fala que iria possibilitar o aluno a, digamos que, voos mais altos” (ProfSpI2).

Percebemos, em ambos os depoimentos, que além da importância, a língua inglesa possui uma estreita relação com as disciplinas técnicas ministradas pelos participantes, e destacamos a resposta do ProfSpI1 “Se você não tem o inglês fluente para ler, para compreender, para falar, para interagir, você perde oportunidades de conhecer tecnologias...”; isso significa que o conhecimento da língua inglesa oportuniza o desenvolvimento em outras áreas. Por isso, analisamos que por se tratar de um curso de tecnologia, devem existir mais incentivos à oferta da disciplina, de modo que essa disciplina possa ser ministrada com o devido cuidado, pensando nas necessidades acadêmicas e profissionais dos alunos.

Isso posto, solicitamos aos participantes que avaliassem a oferta da disciplina de inglês no primeiro semestre do curso e as necessidades dos alunos no decorrer do curso. Desse modo, obtivemos o seguinte resultado:

“[...] acho primeiro que a carga horária é super baixa, pequena demais, curta

plano pedagógico é uma disciplina instrumental, quer dizer, na verdade não adianta muita coisa [...] Nem que fosse um pouquinho, em doses homeopáticas, mas tinha que ter. Então acho que é pouco, não é suficiente e, assim, do ponto do jeito que a gente faz inglês hoje no curso é só pra cumprir tabela não funciona, não tem funcionamento” (ProfSpI1).

“A oferta ela é adequada para o que a gente tem hoje, então entram trinta estudantes, eles conseguem ser atendidos dessa forma. O grande porém é que no primeiro a demanda por inglês, por parte do estudante ela ainda é pequena” (ProfSpI2).

De acordo com os depoimentos, podemos depreender que as percepções dos participantes é de que a oferta da disciplina no primeiro semestre do curso não é suficiente porque não consegue atender às necessidades dos aprendizes à medida em que avançam no curso. Conforme vimos na análise dos questionários, a maioria dos participantes desta pesquisa também compartilha o mesmo ponto de vista. Com isso, entendemos que, se a oferta não atende a uma determinada necessidade, é porque existe uma demanda de uso da língua que acontece no decorrer do curso, e que, considerando esse fato, é indispensável que se pense em ajustes, para que essa demanda seja atendida, a fim de que se possa garantir a eficácia do ensino e aprendizagem da língua inglesa no curso.

Na última pergunta que fizemos aos participantes, indagamos a respeito das atividades que eles acreditam que os alunos podem desempenhar durante o curso, para que possam desenvolver CC.

“[...] eu poderia dizer uma coisa: eu posso estar errado, mas eu não vejo outro caminho, é imersão. [...] Quer dizer, o único caminho [...] né, porque a gente tem muita resistência e tal, mas o único caminho é dizer o seguinte: olha, você daqui pra dentro só vai dar seu jeito de entender o que eu tô falando e de falar comigo e de escrever e de ler no idioma, [...] Então o idioma alvo é inglês’, então você desenvolve todas aquelas competências que você precisa ter, mas imerso’. Entrou na sala só vai só vai cheirar, viver, sentir inglês, só tem esse caminho” (ProfSpI1).

“[...] eu acho que a gente tinha que ter alguma forma de contato com a língua né, obrigar a pessoa a ter contato com a língua. Lógico que essa obrigatoriedade ela não é o vai, por exemplo, você na caneta mudar e falar assim: olha, a partir de amanhã todas as aulas vão ser feitas em inglês. Você não consegue fazer isso, mas de alguma forma você pudesse prover espaços ou prover mecanismos para que a pessoa tivesse contato, eu não vou dizer imersão porque aí já seria muito né, mas contato. [...] O cara vai treinando ali a fala, o ouvido né, aquela coisa toda que é, aí que desenvolve. Então o grande problema hoje é que a gente não tem essa questão de prática” (ProfSpI2).

No depoimento dos participantes, podemos notar o uso de palavras como “imersão”, “obrigatoriedade” e “prática”, para relacionar o modo pelo qual o processo de

ensino e aprendizagem pode ser conduzido, com o propósito de levar os aprendentes a desenvolver a CC em contexto tecnológico. Podemos inferir, através das percepções desses participantes, que existe uma preocupação quanto ao avanço em termos de ensino das habilidades linguísticas.

Na última parte da nossa análise, trazemos o resultado da entrevista realizada com o coordenador do CST em Sistemas para Internet.