• Nenhum resultado encontrado

Os salários e os diferenciais inter-regionais de produtividade

1.2. Determinantes dos diferenciais regionais de salário

1.2.2. Os salários e os diferenciais inter-regionais de produtividade

Existem duas explicações alternativas para os diferenciais de salário, para as quais iferenças refletem, em certa medida, variações inter-regionais de produtividade. Segundo COMBES et al. (2003) uma p

ças nas estruturas institucionais, nas dotações de tecnologia

ra e serviços públicos. Como exemplo desses últimos, cita-se a existência ou não de universidades e de aeroportos internacionais e a proximidade de entroncamentos de importantes rodovias como fatores que poderiam afetar a produtividade e os custos locais.

Nesse caso, o salário de um indivíduo i, trabalhando na região a, poderia ser formalizado, de forma simplificada, como:

i i a i A R s w = ( ())

onde Ra representa a dotação de fatores intrínsecos à região.

No entanto, COMBES et al. (2003) afirmam que, ao menos em países desenvolvidos, as diferenças institucionais inter-regionais costumam ser pouco expressivas, sendo que os demais fatores, como a dotação de recursos naturais e a infra- estrutura pública, tendem a afetar os custos de produção lo

pública

podem atuar sobre a infra-estrutura pública regional. ma segunda abordagem, incorporando os conceitos da economia regional e urbana discutidos anteriormente, baseia-se na existência de interações entre trabalhadores e/ou empresas pertencentes a uma mesma região. As externalidades decorrentes dessas interaç

aso, a extensão do mercado local s

r-regionais (COMBES et al., 2004).

sar disso, considerando-se que alguns fatores institucionais não relacionados à produtividade também influenciam os salários, como a taxa de sindicalização da força de , os autores afirmam que pouco se pode fazer quanto aos diferenciais de dotação de recursos naturais, mas os planejadores

U

ões, de natureza pecuniária ou tecnológica, se desdobrariam em ganhos de produtividade que levariam a salários mais elevados. Neste c

eria central, pois poderia gerar economias de aglomeração, sejam de urbanização, sejam de localização, com impactos sobre os salários locais.

Segundo essa abordagem, o salário de um indivíduo i, trabalhando na região a e no setor k, poderia ser representada por:

i i k i a i a i A I I s w = ( (), (), ())

onde Ia e Iak são vetores de variáveis de interação entre os agente econômicos,

representando as economias de urbanização e de localização.

Assim, segundo essa última classe de explicações, os ganhos de eficiência decorrentes do agrupamento de agentes econômicos em uma mesma localidade não depende, primordialmente, das características intrínsecas dessas regiões. São na realidade decorrentes da escala e da composição setorial da atividade econômica local, além dos custos de transporte inte

Diversos trabalhos empíricos procuraram verificar os efeitos das economias de aglomeração sobre os salários. WHEATON e LEWIS (2002) analisam esses efeitos para as regiões metropolitanas americanas. Os autores englobam na análise possíveis efeitos de economias de urbanização, localização e economias internas de escala. A hipótese desses autores é que são os mercados de trabalho locais os principais responsáveis pela formação de retornos crescentes, sendo que predominariam, neste caso, as economias de localização. Com a concentração setorial e/ou ocupacional, o grau de especialização dos trabalhadores nesses mercados tenderia a se aprofundar, contribuindo para os ganhos de produtividade e geração de inovações.

WHEATON e LEWIS (2002) afirmam que caso esse processo realmente gere ganhos de produtividade, os salários seriam uma variável adequada para medir esses ganhos. Ape

trabalh

s significativos nas regiões metrop

autores estimam que os diferenciais de composição da força de trabalho seriam o principal elemento responsável pelas disparidades regionais de salário. No entanto, afirmam que esta composição é em parte afetada pela estrutura econômica cal, pois sugerem que com os movimentos migratórios, trabalhadores com melhores aracterísticas não observáveis tendem a se aglomerar nas regiões de maior escala, maior

ntram, também, vidências da importância das economias de urbanização sobre os salários e um efeito

enos

o, torna-se importante considerar esses elementos na análise. Após adicionar controles para essas variáveis, e também para os custos de vida locais, os autores confirmam a significância dos efeitos positivos da especialização e da concentração produtivas sobre os salários. Para o censo americano de 1990, os autores constatam que trabalhadores da indústria com características pessoais semelhantes ganham maiores salários quando trabalham em centros urbanos onde existe elevada concentração de trabalhadores em sua mesma ocupação e/ou forte peso do setor industrial em que trabalham.

GLAESER (1999) estima prêmios salariai

olitanas americanas em relação às áreas não metropolitanas, que se mantêm mesmo controlando para características demográficas, da indústria, educação e ocupação. Segundo o autor a razão para que as empresas paguem melhor nas grandes cidades estaria relacionada à maior produtividade marginal do trabalho nessas cidades. Essa maior produtividade se deveria ao fato de que nas grandes cidades os indivíduos possuem maiores oportunidades de contato com pessoas que apresentam diferentes qualificações e experiências. Além disso, as maiores cidades levam a uma divisão do trabalho mais profunda, com maior especialização da força de trabalho.

COMBES et al. (2004) analisam o salário para 341 zonas de emprego6 (zones

d’emploi) francesas. Os

lo c

densidade econômica e, ainda, mais bem dotadas de capital humano. Enco e

m importante, porém significativo, para as dotações intrínsecas das regiões, como a infra-estrutura pública.

6

Essas zonas correspondem às principais cidades e suas áreas de influência ou, ainda, às regiões metropolitanas do país, sendo suas fronteiras definidas com base nos padrões diários de comutação da força de trabalho.