Todas as participantes são profissionais da Rede Municipal de Educação de Goiânia e trabalham com crianças de zero a cinco anos e são consideradas por este processo investigativo como professoras por desempenharem seu trabalho educativo diretamente com as crianças. Os nomes são fictícios para garantir o anonimato das professoras. Todos os nomes começarão com a letra C. Os dados a seguir foram coletados após o grupo de discussão, a fim de auxiliar na compreensão das falas das participantes da pesquisa.
Carla - Pedagoga da RME há 14 anos, possui dois contratos com a SME. No período
matutino, ela trabalha com crianças de três anos no CMEI e no vespertino na escola de Ensino Fundamental como apoio pedagógico do Ciclo I (6 a 8 anos) com 6 turmas. Tem 48 anos, é casada, espírita e mãe de um casal de filhos, (22 e 21 anos). Possui duas especializações: Psicopedagogia e Métodos e Técnicas de Ensino. Natural de Ceres. Reside no Setor Pedro Ludovico. Trabalha com crianças pequenas há três anos e meio.
Carolina - Tem 35 anos, é casada, católica e tem duas filhas (13 e 16 anos). Possui graduação
em Pedagogia e Pós-graduação em Métodos e Técnicas de Ensino. Reside no Setor Bela Vista e é natural da Cidade de Goiás. Pela manhã, atua na coordenação de um CMEI, à tarde é professora pela prefeitura de Aparecida de Goiânia, atuando com crianças de quatro anos. Possui experiência com crianças da Educação Infantil há três anos.
Cândida - Tem 35 anos, é solteira, católica e não tem filhos. Graduada em Pedagogia, pós-
graduada em Educação Infantil, está terminando a especialização em Métodos do Ensino Fundamental. Residente no Setor Pedro Ludovico. Nasceu em Goiânia e há sete anos trabalha com crianças pequenas. Pela manhã, trabalha com um grupo de jovens e adultos numa escola de informática em Aparecida. De tarde, trabalha no CMEI como professora do berçário.
Camila - Pedagoga, professora regente do agrupamento de três anos no CMEI, onde trabalha
(um menino de 10 anos e uma menina de 6 anos). Possui pós-graduação em Psicopedagogia e Métodos e Técnicas de Ensino. Natural da cidade Santa Helena de Goiás. Reside no Jardim América. Há 10 anos trabalha na RME com crianças da Educação Infantil.
Conceição - Está com 36 anos, é casada, evangélica e mãe de dois meninos (11 e 13 anos).
Tem o Ensino Médio e é auxiliar de atividade educativa do CMEI (6 horas diárias), no período vespertino. Trabalha com crianças de três anos. Natural de Niquelândia. Reside no Parque Amazônia. Possui três anos de experiência com crianças da Educação Infantil.
Cristina - Tem 29 anos, é casada, católica e mãe de dois meninos (4 e 8 anos). Está cursando
Pedagogia e atua como auxiliar de atividade educativa no CMEI (6 horas diárias) com crianças de três anos. Natural de Goiânia reside no Setor Moinho dos Ventos. Está na RME há três anos e tem experiência há seis anos com crianças pequenas.
Criseide - Tem 30 anos, é solteira, espírita e não tem filhos. Trabalha com crianças de quatro
anos apenas no turno vespertino. Está terminando o curso de Pedagogia. Reside no Parque Oeste, sendo natural de Goiânia. Trabalha com crianças pequenas há cinco anos.
Cristiane - Pedagoga com pós-graduação em Psicopedagogia e Educação Infantil. Tem 48
anos, é casada, espírita e tem três filhos (26, 23 e 22 anos). Natural de Goiânia reside no Setor Chácaras Califórnia. Tem 10 anos de RME e há 17 anos atua com crianças pequenas. Trabalha com o agrupamento de três anos (turno matutino).
Corina - Graduada em Pedagogia está cursando Pós- graduação em Psicopedagogia. Tem 32
anos, é casada, católica e mãe de um casal (um menino de seis anos e uma de quatro anos). Natural de Goiânia reside na Vila Brasília. Há 15 anos trabalha com crianças pequenas. Atualmente, está atuando com crianças de cinco anos no CMEI (turno matutino).
Coraci - Natural de Buriti Alegre. Reside no Jardim Europa, exerce a função de auxiliar de
atividade educativa (6 horas diárias) com crianças de quatro anos. Tem 55 anos, é divorciada, católica e mãe de um casal de filhos, o homem com 28 anos e a mulher com 29 anos. Possui o Magistério e o curso de Pedagogia incompleto. Há seis anos trabalha com crianças da Educação Infantil.
Todas as participantes são mulheres. A maioria (70%) se encontra na faixa etária de 30 a 40 anos, apenas três com a idade entre 48 a 55 anos. A maioria (70%) é casada e apenas duas solteiras e uma divorciada. Todas são naturais do Estado de Goiás e apenas duas não têm filhos. A maioria tem dois filhos e uma participante tem três filhos. Como mulheres, mães e donas de casa sustentam a concepção defendida por muitas décadas de que este perfil é o mais adequado para ser professora de crianças.
Das seis participantes que são pedagogas, cinco ocupam o cargo de professora e uma está na função de coordenadora pedagógica. Cinco professoras têm pós-graduação e uma está terminando especialização atualmente. Os cursos são de Psicopedagogia, Métodos e Técnicas de Ensino e Educação Infantil. As outras quatro participantes ocupam o cargo de auxiliar de atividades educativas, duas estão cursando pedagogia, uma tem o Magistério e a outra tem o Ensino Médio. Quanto à formação do profissional da Educação Infantil consideramos positiva a política da RME, pois as professoras regentes são formadas em curso superior de Pedagogia e as auxiliares com Ensino Médio, na modalidade Normal e em geral dão continuidade aos estudos.
Nenhuma participante trabalha o período integral com as mesmas crianças. Três trabalham nos dois turnos, mas em instituições diferentes, e as outras apenas em um turno. Este aspecto é considerado prejudicial para as crianças, dificultando o estabelecimento do vínculo afetivo, devido a troca de profissionais de um turno para o outro.
Quatro participantes têm três anos de experiência com a Educação Infantil, três tem respectivamente 5, 6 e 7 anos. As outras três tem 10, 15 e 17 anos de trabalho com crianças da Educação Infantil.
A maioria reside nos bairros supervisionados pela URE Maria Thomé Neto, apenas três reside em bairros pertencentes à outra URE. Este aspecto é facilitador no sentido de proporcionar uma melhor qualidade de vida às professoras: trabalho próximo à residência. Como também ao fato de conhecerem muitas das famílias das crianças, possibilitando uma maior compreensão do contexto familiar dos seus educandos.
Ao serem indagadas se a educação sexual que receberam foi repressora ou liberal, todas afirmaram que receberam uma educação repressora com a prática de proibições. O quadro que sintetiza a caracterização das profissionais que participaram desta pesquisa está no Apêndice 2.