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Os tempos são chegados

No documento Ramatís Diário Mediúnico Volume 2 (páginas 83-87)

Meus filhos, urge a necessidade de estudo e aprimoramento, constantemente.

O que adianta abdicar de algumas horas para o trabalho mediúnico, seja ele qual for, se os contratempos parecem se sobrepor, quando há de se colocar em prática o aprendizado que de algum modo foi experimentado?

Digo isso porque todos são convidados, diariamente, a exteriorizar o pouco que absorveram das sessões, mas a maioria prefere ocupar a mente com pensamentos estapafúrdios. Somente quando despertarem para o verdadeiro objetivo dos problemas vê-los-ão sendo sanados.

Não percam tempo buscando artifícios pessoais para falsas justificativas, na tentativa de ludibriar as emanações vibratórias dos trabalhadores do lado de cá da vida, que são as mesmas que pulsam em todos os cantos do mundo. Nada daqui difere daí; ao contrário, tudo parece funcionar como uma cópia, digamos, rabiscada.

Em vez de exigirem de nós concretizações para que seus limitados olhos físicos possam alcançar, busquem enfatizar a luz do conhecimento, que ultrapassa qualquer limitação.

Quando se tem responsabilidade, é permitido saber um pouco mais da verdade. Mas como se responsabilizar para saber um pouco mais da verdade, se não conhece nem ao menos a si mesmo? É assim que surgem os atos insanos, praticados com avareza. É por isso que, sabiamente, Jesus disse: "Quanto mais lhe será dado, mais lhe será cobrado".

Parem e olhem para dentro de si mesmos e não perderão mais tempo para buscar respostas mesquinhas e egoístas que atolam as emoções dos filhos.

Desdenhar a fé alheia é como tapar o Sol com a peneira. Sejam sinceros com os outros, procurando esclarecer, independentemente da intelectualidade ou da moralidade que possuem.

Não se atenham a diálogos incrementados, pois eles parecem mais sedutores. É importante a beleza no falar, mas é essencial a pureza no olhar. Se não souber o que falar, prefira não dizer nada. Agora, se souber algo, mesmo que pareça não ser de relevância nenhuma, basta se expressar cordialmente.

O medo, na maioria das vezes, é conseqüência do egoísmo, que não cabe na fraternidade. Os tempos são chegados? Não se preocupem, pois ressoarão no interior de cada um, e deles ninguém poderá recuar.

Esse vil metal que os escraviza não passa de uma façanha, artimanha de que as trevas se aproveitam para potencializar. Portanto, doem mais e gastem menos. Se acharem que devem ter para compartilhar, irão lamentar-se quando notarem que todos precisam muito mais do que se pode quantificar.

Rogar aos Céus um pouco mais de tudo é adquirir do inferno muito mais de luto, ou seja, imobilidade perante a mórbida crueldade do desfalecer da carne, que se impõe junto à vaidade.

Apelos externos abrem tantas feridas, que o mais moribundo, sequioso de emoções extracorpóreas, desvela-se e é extirpado levando consigo emergentes seqüelas.

O que dizer do algoz? Esse ressoa apenas como um animal feroz. Faz questão de exaltar o instinto, quando, na verdade, não passa de um filhote que foi desmamado antes do primeiro grunhido.

Preponderem as dissertações, assim como as elucubrações.

Aquilo que eleva o homem não enaltece a alma, apenas a mantém encarcerada, prisioneira do anoitecer.

As simples elucidações devem acontecer a todo instante, seja na vida do eloqüente, seja na vida do delinqüente. Há muito a semente foi plantada. É necessário praticar, pois não há mais nada

a ser feito. Como dizem: "a sorte foi lançada"; o que não passa de uma vulgar interpretação da lei de causa e efeito.

Que a consciência seja mútua, nas transformações que ocorrerão nas vindouras luas. Que, no próximo ano, vocês possam transmutar o adultério que a coletividade terrena cultiva perante o Cristo. O mais importante serão as experiências: dolorosas para uns; esperançosas para outros. Tudo vai depender do burilamento da fé.

Caboclo Pena Branca, Mãe Vanessa Cabral Templo Universalista Pena Branca

Esclarecer

Naquela noite, era sessão de consulta com Exus e Pombagiras. O terreiro estava lotado, pois os guardiões, como acreditam por aí, "fazem" e "acontecem". Na verdade, eles são confundidos com os quiumbas, ou seja, espíritos enganadores, mistificadores e zombeteiros, que se aproveitam das pessoas que não buscam moral elevada. São entidades tão carentes de esclarecimentos quanto as pessoas que procuram um terreiro de umbanda em busca da resolução de seus problemas e que esperam sair dali com um "trabalho", "despacho" ou "amarração" recomendado por algum guia.

Alguns indivíduos até estavam ali querendo compreender melhor a umbanda, pois sabiam da existência de uma palestra, antes da gira; outros ouviram dizer que quem comandava aquele terreiro era uma mulher e que, além disso, era jovem, queriam mesmo era futricar! 5

5 - Intrometer-se em alguma coisa para atrapalhar; Pilheriar de modo impertinente.

Até que chegou a vez daquele homem ser atendido, justamente pela pombagira que trabalhava com a dirigente daquele terreiro de umbanda. Ele tinha uma dúvida sobre a escolha profissional e queria que a entidade fizesse a escolha para ele.

Além disso, não era simplesmente uma dúvida, trazia muita arrogância em seu interior, o que se refletia no chacra do plexo solar. 6 Autoritário, achava que o dinheiro comprava tudo,

inclusive a caridade!

6 - O terceiro chacra, conhecido como Chacra do Plexo Solar, localiza-se na região do umbigo ou do plexo solar, e está relacionado com as emoções. Ligado ao pâncreas, é responsável pela irrigação do sistema digestivo. Quando bloqueado, causa enjôo, medo ou irritação, sugere carência energética, baixo magnetismo, suscetibilidade emocional e a possibilidade de doenças crônicas. Bem desenvolvido, facilita a percepção das energias ambientais. Suas cores são: verde- forte, amarelo e dourado.

Quando se aproximou da entidade que estava incorporada, sentiu enjôo. A força da gargalhada da moça fez a médium liberar ectoplasma, o qual foi projetado sabiamente pela pombagira para a região do abdômen daquele homem, removendo o líquido escuro e viscoso que estava sendo produzido por ele mesmo.

Passou a mão pelo local, sem perceber o trabalho que estava sendo realizado pelos espíritos no Astral. Sentiu apenas uma ardência e, logo, um alívio, pois aquilo já estava afetando o funcionamento de seu fígado.

A entidade mostrou à médium que a substância era conseqüência de seu modo de pensar e agir e que, provavelmente, iria se transformar em doença, caso não mudasse sua conduta moral.

Interrompendo a limpeza que estava sendo realizada em sua aura, ele foi logo dizendo: - Você que entende dessas coisas, faz aí um "trabalho" e me diz qual é o "caminho" que eu tenho que escolher. Diz quanto é que é, que eu pago, ou o que é preciso trazer, que eu trago.

- Ih, ha, ha, ha... Quanto é que é? É o tanto de tempo que você precisa gastar para pensar. O que é preciso trazer? Sua reflexão. Eu até posso ajudar o moço a fazer isso, mas não da maneira como o moço imagina, pois o que o moço está me pedindo é magia negra, e magia negra eu não faço, apenas desfaço, de acordo com o merecimento de cada filho de Deus. Digo que qualquer uma das escolhas que o moço fizer terá conseqüências que só mesmo o moço poderá analisar. O que cabe a mim é esclarecer!

- Mas eu não vim até aqui, em um terreiro de umbanda, para ouvir isso! Além de você ser uma pombagira, a médium é jovem, e eu estou aqui há muito tempo esperando para ser atendido, porque a sessão é muito longa.

- Longa é a língua de quem perde tempo falando o que não sabe, ih, ha, ha, ha... Como dizia o preto velho, pai Jeremias: "Quanto mais os filhos falam, mais eles se enrolam na própria língua!". Ih, ha, ha, ha... Ganhe tempo fazendo a caridade!

O homem agradeceu, saindo envergonhado, mas entendeu o recado. Não escutou o que queria, mas escutou o que merecia. Na semana seguinte, lá estava ele, satisfeito por sua própria escolha, tornando-se um colaborador da obra social daquele terreiro de umbanda! Laroiê, Exu!

Maria Padilha das Almas Mãe Vanessa Cabral Templo Universalista Pena Branca

Salve Santa Sara Kali, padroeira dos ciganos

No documento Ramatís Diário Mediúnico Volume 2 (páginas 83-87)