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3.2 Estima¸c˜ao de Parˆametros com Modelos Polinomiais NARX

3.2.4 Otimiza¸c˜ao Utilizando PSO

Um dos problemas mais importantes na computa¸c˜ao cient´ıfica ´e na solu¸c˜ao de siste- mas de equa¸c˜oes. Entre eles ´e poss´ıvel citar aproxima¸c˜ao de fun¸c˜oes, solu¸c˜ao de sistemas n˜ao lineares, condi¸c˜oes de contorno entre outras (SANTOS; SILVA,2006). Em problemas de otimiza¸c˜ao ´e poss´ıvel perceber que freq¨uentemente est´a envolvida a procura de m´ınimo ou m´aximo global. Algumas vezes uma rela¸c˜ao matem´atica pode n˜ao ser encontrada e para se obter os valores de uma fun¸c˜ao ´e necess´ario efetuar uma experiˆencia ou uma seq¨uˆencia de c´alculo. Isto significa que, nesse caso, ´e necess´ario manter o n´umero de estimativas com erro m´ınimo (BAJPAI et al., 1978).

A seguir ser´a abordado o algoritmo b´asico de PSO (Particle Swarm Optimization) cujo objetivo ´e a procura de um m´ınimo e que pode ser aplicado em problemas de identi- fica¸c˜ao, sintonia de controladores e para controlar sistemas. Esses algoritmos ser˜ao utili- zados neste trabalho para otimizar os resultados obtidos com as t´ecnicas de estima¸c˜ao de parˆametros tradicionais e para a sintonia dos controladores escolhidos.

O PSO ´e uma t´ecnica estoc´astica baseada em popula¸c˜oes cuja inspira¸c˜ao ´e o com- portamento social dos p´assaros e peixes. Ele foi inicialmente introduzido por Kennedy e Eberhart (1995). Nesse algoritmo cada part´ıcula ajusta sua trajet´oria em dire¸c˜ao a seu melhor ´ındice, obtido na itera¸c˜ao anterior. As part´ıculas est˜ao dispersas em um espa¸co de busca multidimensional, onde a posi¸c˜ao de cada part´ıcula ´e ajustada de acordo com sua pr´opria experiˆencia e a de seus vizinhos. A busca do melhor ´ındice ´e continuada at´e que seja percebido um estado relativamente est´atico ou que extrapole os limites computacio- nais (MALIK et al., 2007).

O algoritmo b´asico para otimiza¸c˜ao utilizando PSO pode ser observado a seguir: • Inicializar a popula¸c˜ao de part´ıculas com posi¸c˜oes e velocidades randˆomicas no

d-´esimo espa¸co de busca do problema.

• Comparar as avalia¸c˜oes escolhendo a part´ıcula com menor ´ındice (M).

• Comparar a avalia¸c˜ao de cada part´ıcula com sua anterior e substituir pela melhor (PM).

• Atualizar a velocidade e posi¸c˜ao das part´ıculas de acordo com as equa¸c˜oes 3.22 e3.23 respectivamente:

Vik+1 = Vik+1+ c1r1(P Mik− Xik) + c2r2(Mi− Xik) (3.22)

Onde:

Vik+1 - Velocidade das i part´ıculas no instante k+1; c1, c2 - Constantes de acelera¸c˜ao das part´ıculas;

r1, r2 - N´umeros aleat´orios pertencentes ao intervalo de 0 a 1;

M - Part´ıcula cuja fun¸c˜ao objetivo retorna o menor ou maior valor; Xk

i - i Part´ıculas dispersas num espa¸co multidimensional e no instante k;

PM - Vetor com as melhores part´ıculas encontradas desde o instante 0 at´e o k, representando o melhor valor de cada part´ıcula, ou seja um m´ınimo ou m´aximo local.

Xik+1 = Xk i + V

k+1

i (3.23)

Atrav´es das equa¸c˜oes mostradas ´e poss´ıvel perceber que o algoritmo relaciona cada part´ıcula dispersa em um espa¸co, suas velocidades, melhores locais e globais com certa aleatoriedade. Em suma, as part´ıculas est˜ao dispersas no espa¸co, e atrav´es da equa¸c˜ao 3.22 pode-se encontrar a dire¸c˜ao que cada part´ıcula deve se mover, para minimizar ou maximizar a fun¸c˜ao objetivo. Ap´os encontradas as velocidades, elas s˜ao integradas, ou somadas, `as posi¸c˜oes reposicionando as part´ıculas como na equa¸c˜ao3.23.

Nas t´ecnicas encontradas na literatura ´e poss´ıvel perceber desenvolvimentos para aprimorar a busca. Algumas dessas t´ecnicas incorporam ao algoritmo coeficientes de in´er- cia, divis˜ao celular, mudan¸cas na atualiza¸c˜ao da velocidade o que pode especializar o algoritmo para determinados tipos de fun¸c˜oes como identifica¸c˜ao, buscando minimizar o erro quadr´atico m´edio, sintonia de parˆametros PID, maximizando desempenho com restri- ¸c˜oes, e controle preditivo, minimizando os erros futuros e varia¸c˜oes nos sinais de controle.

4 CONTROLE PREDITIVO

O controle preditivo remete a uma classe de controladores que tem por caracter´ıstica principal o uso de um modelo para prever o comportamento futuro de suas vari´aveis con- troladas. O controlador se utiliza dessa informa¸c˜ao para buscar uma resposta otimizada de acordo com um crit´erio pr´e-definido (NUNES,2001). A principal caracter´ıstica do con- trolador preditivo ´e a utiliza¸c˜ao de um modelo de processo utilizado para prever futuras sa´ıdas determinadas por um horizonte de previs˜ao determinado. A figura 12 mostra um esquema de como funciona um controlador preditivo.

Figura 12 - Estrat´egia de Controle Preditivo. Fonte: (NUNES,2001)

No gr´afico apresentado existem dois sinais em fun¸c˜ao do tempo, um respectivo a entrada de controle u(t) e o outro corresponde a sa´ıda do sistema. No instante t s˜ao realizadas ˆy(t + i|t) previs˜oes futuras, que ´e o horizonte de previs˜ao. A partir das previs˜oes s˜ao calculados os sinais de controle futuros, que ´e o horizonte de controle u(t+i).

O controle preditivo, segundo Bai e Coca(2008), ´e uma das estrat´egias de controle mais largamente utilizada devido a utiliza¸c˜ao de um modelo de processo que prediz as respostas futuras de uma planta agregada a capacidade de trabalhar com restri¸c˜oes no sinal de controle aplicado e na sa´ıda. Por´em, os sistemas encontrados nas aplica¸c˜oes de controle s˜ao freq¨uentemente n˜ao lineares, por isso, a maioria dos sistemas de controle preditivo deveriam trabalhar com modelos n˜ao lineares.

O controle de sistemas n˜ao lineares tem sido destaque nas recentes pesquisas. Os m´etodos regulares, que tratam os sistemas n˜ao lineares, consistem em aproximar tais

sistemas a um ponto de opera¸c˜ao atrav´es do qual o problema pode ser convertido em um sistema linear (SHI et al.,2007).

Para que seja poss´ıvel implementar um controle preditivo que utilize modelos n˜ao lineares existem algumas dificuldades a serem superadas, dentre elas, a baixa exatid˜ao dos preditores baseados em modelos lineares, e uma maneira eficiente para otimiza¸c˜ao da fun¸c˜ao de custo que resulte em estabilidade e robustez (BAI; COCA, 2008)). O modelo matem´atico do Controlador GPC segue como descrito em Yan et al. (2009), e o modelo n˜ao linear para o preditor de n passos a frente ´e o NARX (3.2).

Tendo em vista um modelo n˜ao linear do sistema identificado, o NARX, ´e necess´ario realizar a lineariza¸c˜ao no ponto de opera¸c˜ao. Em um processo recursivo de predi¸c˜ao v´arios passos a frente ´e inevit´avel a existˆencia de diferen¸cas entre as sa´ıdas da predi¸c˜ao e as sa´ıdas futuras reais, por´em essa diferen¸ca ´e minimizada pela existˆencia de um modelo n˜ao linear que foi identificado a partir de dados reais do processo, Yan et al. (2009). Expandindo as sa´ıdas reais do processo em s´eries de Taylor no ponto u(k) = u(k-1), e retendo os termos de primeira ordem ´e poss´ıvel obter:

y(k|k) = Fl(y(k − 1), y(k − 2), ..., y(k − ny), u(k − d), u(k − d − 1), ...,

u(k − d − nu+ 1), e(k − 1), e(k − 2), ..., e(k − ne)) + e(k)

= ˆy(k|k) +∂ˆ∂u(k)y(k|k)

u(k)=u(k−1)[u(k) − u(k − 1)]



(4.1)

Onde:

y(k|k) - predi¸c˜ao de um passo a frente real; ˆ

y(k|k) - predi¸c˜ao de um passo a frente recursiva. Definindo: g11 = ∂ˆ∂u(k)y(k|k) u(k)=u(k−1) (4.2)

O sistema pode ser reescrito da seguinte forma:

y(k|k) = ˆy(k|k) + g11[u(k) − u(k − 1)] (4.3)

Similarmente ´e poss´ıvel obter a previs˜ao dois passos a frente conforme 4.4.

y(k + 1|k) = ˆy(k + 1|k) + g21[u(k) − u(k − 1)] + g22[u(k + 1) − u(k − 1)] (4.4)

g21 = ∂ˆy(k+1|k)∂u(k) u(k+1)=u(k−1) u(k)=u(k−1) (4.5) g22 = ∂ˆ∂u(k+1)y(k+1|k) u(k+1)=u(k−1) u(k)=u(k−1) (4.6)

Generalizando ´e poss´ıvel obter:

y(k + N − 1|k) = ˆy(k + N − 1|k) + gN1[u(k) − u(k − 1)] + · · · +

gN M[u(k + M − 1) − u(k − 1)] (4.7) Tendo: gN M = ∂∂u(k+M −1)y(k+N −1|k)ˆ u(k+M −1)=u(k−1) ... u(k)=u(k−1) (4.8)

Para facilitar a nota¸c˜ao adota-se:

Y = [y(k|k) y(k + 1|k) · · · y(k + N − 1|k)]T (4.9)

ˆ

Y = [ˆy(k|k) ˆy(k + 1|k) · · · ˆy(k + N − 1|k)]T (4.10)

∆U = [∆u(k|k) ∆u(k + 1|k) · · · ∆u(k + N − 1|k)]T (4.11)

Onde:

∆u(k + i) = u(k + i) − u(k + i − 1), i = 0, · · · , M − 1 (4.12) E, G=        g11 0 · · · 0 g21 g22 · · · 0 ... ... ... ... gN1 gN2 ... gN M        , N = M (4.13)

Com isso, a previs˜ao real para as sa´ıdas preditas v´arios passos a frente pode ser escrita na forma vetorial de acordo com a equa¸c˜ao4.14.

Y = ˆY + G∆U (4.14)

Por causa da abrevia¸c˜ao no c´alculo da expans˜ao em s´eries de Taylor e a influˆencia de perturba¸c˜oes n˜ao mensuradas, ainda existir´a uma diferen¸ca entre o valor predito da rela¸c˜ao4.14 e o valor real. Para corrigir essa diferen¸ca ´e adicionado um fator de corre¸c˜ao

de erro mostrado na seguinte equa¸c˜ao:

y(k + N − 1|k) = ˆy(k + N − 1|k) + gN1[u(k) − u(k − 1)] + · · · +

gN M[u(k + M − 1) − u(k − 1)] + ψ(N), N = M

(4.15)

Em que:

ψ(N ) = y(k) − ˆy(k|k − N), i = 0, · · · , M − 1 (4.16) Para facilitar a nota¸c˜ao o fator de corre¸c˜ao de erro ´e reescrito na forma de um vetor como o explicitado na equa¸c˜ao4.17.

Ψ = [ψ(k) ψ(k + 1) · · · ψ(k + N − 1)]T (4.17)

Portanto, a sa´ıda de previs˜ao real corrigida pode ser reescrita como:

Y = ˆY + G∆U + Ψ (4.18)

A fun¸c˜ao de custo da predi¸c˜ao de v´arios passos utilizada ´e:

J = 1 2 PN j=1[yr(k + j) − y(k + j|k)]2+ λ2 PMj=1[∆u(k + j − 1)]2 (4.19) Onde: yr(k + j) - trajet´oria de referˆencia; N - horizonte de predi¸c˜ao; M - horizonte de controle;

λ - penaliza¸c˜ao do sinal de controle.

Definindo:

Yr = [yr(k) yr(k + 1) · · · yr(k + N − 1)]T (4.20)

Com isso, a fun¸c˜ao de custo em forma vetorial pode ser escrita.

J = 1

2[Yr− Y ] T[Y

r− Y ] + λ2∆UT∆U (4.21)

Derivando a fun¸c˜ao de custo em rela¸c˜ao ao sinal U e igualando a zero ´e poss´ıvel obter a varia¸c˜ao do sinal de controle que minimiza a fun¸c˜ao de custo. Esse sinal e dado pela rela¸c˜ao:

∆U = (λI + GTG)−1GT(Y

A partir da derivada do sinal de controle obtida ´e poss´ıvel aplicar o novo sinal de controle, e, assim, o processo ´e repetido.

A partir da estrutura mostrada foi poss´ıvel sintetizar uma lei de controle preditivo baseada em modelos n˜ao lineares. As equa¸c˜oes listadas servir˜ao de base para a constru¸c˜ao do algoritmo de controle preditivo utilizado.

5 METODOLOGIA

O simulador utilizado neste trabalho ´e resultado de uma parceria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte com o grupo de controle da Universidade Federal de Sergipe (UFS) representado pelo Prof. D. Sc. Sotomayor. Nela, foram desenvolvidos um simulador de processos envolvendo o m´etodo de eleva¸c˜ao por Gas-Lift, separa¸c˜ao trif´a- sica, separa¸c˜ao por hidrociclones, identifica¸c˜ao utilizando modelos NARX multi-vari´avel e mono-vari´avel, algoritmos de controle PID (linear) e preditivo utilizando os modelos n˜ao lineares NARX mono-vari´avel e, finalmente, m´etodos de sintonia baseados em PSO, para otimiza¸c˜ao dos controladores e futura compara¸c˜ao. Um diagrama de atividades de- senvolvidas no trabalho pode ser observado na figura 13, este diagrama representa de forma resumida o que foi utilizado, os ´ıtens necess´arios e os algoritmos necess´arios para a realiza¸c˜ao do trabalho.

Figura 13 - Diagrama de atividades do Trabalho.

algoritmos utilizados no trabalho. Ap´os, ser´a explicado o funcionamento do simulador de processos utilizado e em seguida apresentados os procedimentos e resultados obtidos na identifica¸c˜ao e nos controles PI e preditivo.

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