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4.5 Problemas relacionados à RI

4.7.7 Outras abordagens e Comentários sobre o Estado da

Devido à diversidade dos tipos de contexto, tipos de modelo, abor- dagens para seu uso e áreas de aplicação, há uma dificuldade natural para o posicionamento e comparação dos trabalhos correlatos, tanto entre si, quanto com a presente tese. Considerando esses pontos, foi observado que esta tese tem relação em alguns aspectos com os trabalhos correlatos, mas não foi detectado nenhum trabalho que tenha uma relação direta entre todos os aspectos ao mesmo tempo.

Bhogal et al. (2007) observam que as técnicas de filtragem colabora- tiva têm alguma similaridade com técnicas de expansão da consulta baseadas em ontologias. Enquanto a primeira se baseia na obtenção de informações de uma comunidade de usuários que compartilham os mesmos interesses com o usuário que faz a busca, a segunda usa uma ontologia, que normalmente é uma representação coletiva de um domínio que foi definida por uma comuni- dade de especialistas. No entanto, foi possível observar uma dificuldade de posicionamento, onde a maioria dos trabalhos não apresenta uma comparação quantitativa em relação aos demais trabalhos correlatos. Todavia, é possível

se fazer uma análise qualitativa a respeito das técnicas utilizadas, conforme é apresentado a seguir.

A tabela 4.2 apresenta o posicionamento desta tese em relação ao estado da arte. A tabela é organizada em função do tipo de contexto (se- ção 4.7.1) em relação com a técnica utilizada (seção 4.7.4).

Contexto ⇒ Abordagem

Perfil Individual Linguístico Situação Dinâmica

Categoriz.

Käki (2005) Chanana et al. (2004); – Ratprasartporn et al. (2009)

D’Agostini et al. (2008); Finkelstein et al. (2001); Pitkow et al. (2002);

Kraft et al. (2006); D’Agostini et al. (2008);

Gross e Klemke (2002); Ranking Navrat e Taraba (2007); Mylonas et al. (2008) Bianchini et al.

(2010)

Mylonas et al. (2008); Redon et al. (2007)

Bianchini et al. (2010); Xiang et al. (2010) Sistemas de

Recomend.

Renda e Straccia (2005); Bai e Nie (2008) Kirsch-Pinheiro et al. (2005); Wang et al. (2008) Bolchini et al.

(2007) Finkelstein et al. (2001); Bonino et al. (2004);

Expansão Pitkow et al. (2002); Stojanovic (2005); Esta Tese Consulta Teevan et al. (2005); Bai et al. (2007)

Kraft et al. (2006)

Tabela 4.2: Estado da arte na busca usando contexto.

Há alguns trabalhos que adotam abordagens semelhantes, mas o tipo de contexto é outro. Por exemplo, Bonino et al. (2004); Stojanovic (2005) fazem expansão de consultas semânticas, mas o contexto que lidam é do tipo linguístico. Bonino et al. (2004) focam nos refinamentos para especificação e

generalizaçãoda consulta, esta tese lida também com outras relações entre os

conceitos da ontologia. Além disso, o refinamento nesse trabalho é feito com base no número de documentos relevantes, enquanto que aqui a motivação é o contexto do usuário, conforme será detalhado no próximo capítulo. Já Stojanovic (2005) lida com o refinamento da consultas semânticas, sugerido com base na ambiguidade da consulta original.

Por outro lado, há trabalhos que seguem a mesma definição de con- texto, mas usam abordagens distintas. Por exemplo, o projeto SaiMotion

(Gross e Klemke, 2002) define o contexto com elementos organizacionais (processos e tarefas do usuário) e adota uma abordagem que associa o con- texto às fontes de informação e indexa a informação contextual (fazendo re- ranking). Context-ADDICT (Bolchini et al., 2007) também toma uma defi- nição de contexto similar, mas a abordagem adotada para o uso do contexto é baseada na filtragem de informação. Outro trabalho correlato é o sistema ESTEEM, cujo foco é em redes peer-to-peer (P2P) como suporte à troca de conhecimento e de serviços entre profissionais na área médica (Bianchini et al., 2010). O sistema proposto dá suporte à descoberta de conhecimento e serviços com base em semântica (definida por uma ontologia) e também permite que tal busca seja feita com base no contexto. No caso desse trabalho o contexto é definido como a situação atual do usuário, suas coordenadas geográficas, seus interesses tanto em termos de conteúdo quanto em termos de formato (multimídia, por exemplo).

É importante observar que alguns trabalhos aplicam uma combinação de técnicas. Finkelstein et al. (2001); Pitkow et al. (2002); Kraft et al. (2006) propõem uma combinação entre expansão da consulta a re-ranking. Além disso, outra combinação que é feita é no tipo de contexto. Bianchini et al. (2010) modelam o contexto tanto como a situação dinâmica como os interes- ses do usuário. Além disso, foi observado que a maioria dos trabalhos foca na busca na Web.

Do ponto de vista da modelagem do contexto, o modelo baseado em ontologia aqui proposto foi adaptado (para os aspectos relativos a RCs) do modelo orientado a objetos definido por Kirsch-Pinheiro et al. (2004) e Gen- sel et al. (2008).

Modelo Proposto

Este capítulo descreve o modelo proposto, que é organizado em duas perspectivas: a semântica e a de contexto. Conforme mencionado nos proce- dimentos metodológicos, a perspectiva semântica foca na busca com suporte de ontologias e a perspectiva de contexto é definida a partir da semântica. Esta perspectiva tem como foco um modelo de contexto e regras para expansão da consulta. Adicionalmente, o modelo é posicionado numa arquitetura de um sistema, definida com base em serviços de software. O modelo de contexto compreende consiste na ligação dos tópicos (conceitos da ontologia) com os elementos de contexto e então faz-se uma filtragem com base nessa ligação.

5.1

Visão Geral da Abordagem

A abordagem adotada baseia-se em três elementos presentes em RCs: a fontes de informação, o contexto bem definido do usuário e a ontologia geral. Os dois primeiros são elementos comuns mesmo em um ambiente de uma única empresa, pois os seus funcionários produzem e/ou consomem informações e trabalham dentro de um contexto, ou seja, desempenhando um certo papel em um processo de negócio. O terceiro elemento, todavia, é tomado como um pressuposto, pois não é algo que se encontra naturalmente nesse tipo de ambiente.

De fato, a ontologia está mais para parte da solução, dando o suporte para alguma facilidade ou funcionalidade dentro dos sistemas da empresa ou RC. A ontologia pode ser, por exemplo, usada como um guia pelos funcioná- rios / parceiros como uma fonte de informação acerca da terminologia, nor- mas, processos e quaisquer outros aspectos relevantes à organização. Além disso, como foi observado na revisão bibliográfica, ontologias vêm sendo usadas para permitir o processamento e busca de informação de maneira mais precisa. É preciso enfatizar também o seu uso em aplicações de suporte a RCs (Loss, 2007; Ermilova e Afsarmanesh, 2008; Baldo et al., 2009), sendo que algumas ontologias de referência na área foram desenvolvidas (Plisson e

Ljubic, 2006; Ermilova e Afsarmanesh, 2008).

Portanto, embora não seja uma realidade para empresas e as diversas manifestações de RCs, a abordagem aqui apresentada tomará como pres- suposto básico a existência de uma ontologia comum adotada pela RC. A figura 5.1 dá uma visão geral da abordagem. As três características são a base para as perspectivas semântica e de contexto, que por sua vez fazem parte de uma arquitetura de serviços para busca, bem como a sua implementação.

Fontes de Informação Ontologia da RC Contexto do Usuário indexação, classificação, recuperação, ... Perspectiva Semântica: Anotações & consultas sem. Perspectiva de Contexto: modelo &regras Serviços de Busca usuários e aplicações de RCs C ar ac te rí st ic as M od el o Im pl em en ta çã o

Figura 5.1: Posicionamento da abordagem em relação aos elementos de busca em RCs.

A perspectiva semântica leva em consideração as fontes de informa- ção e a ontologia. Ela trata da geração e uso de anotações semânticas bem como de consultas semânticas para o suporte à busca. A perspectiva de con-

textocomplementa a semântica, onde elementos de contexto são adicionados

à ontologia e regras são usadas para a expansão da consulta.