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Como já referi anteriormente, ao longo da minha atividade profissional, estive sempre, ou quase, ligado ao Desporto Escolar como professor responsável por grupos/equipa e ultimamente também colaborando com a Coordenação Local do Desporto Escolar (CLDE) de Bragança e Côa e paralelamente desempenhei várias funções num clube de Atletismo. Por isso tenho um conhecimento algo aprofundado de como tem sido a evolução nessas áreas.

No que diz respeito ao Desporto Escolar foram várias as alterações que se verificaram ao longo dos anos, desde os professores que podem ser responsáveis pelos grupos/equipas, ao número de alunos mínimo e ao número de horas destinadas aos treinos e competições.

Agora, e ao contrário de há uns tempos atrás, apenas podem ser responsáveis pelos grupos/equipas os professores de Educação Física ou quem tenha formação específica para determinada modalidade, por exemplo no Xadrez.

O número mínimo de alunos para a criação do grupos/equipa e para participação nos respetivos quadros competitivos foi sendo alterado e adaptado à especificidade de cada modalidade.

Em tempos os professores tinham 4 tempos letivos para o Desporto Escolar e atualmente são apenas 3 para treinos e competições.

Também os quadros competitivos foram alterados para permitir mais competição aos alunos com o objetivo de melhorar a sua prática.

As alterações verificadas tinham como objetivo melhorar o Desporto Escolar e em grande parte esse desiderato foi conseguido, no entanto na nossa região há um handicap que obsta grandemente a esse progresso: a desertificação do território com a consequente diminuição do número de alunos nas escolas e por conseguinte redução dos praticantes do Desporto

38 Escolar, o que obriga ao desaparecimento de alguns grupos/equipa com efeitos negativos nos quadros competitivos que ficam mais pobres e menos apelativos.

Resumindo melhorou a organização mas em muitas modalidades houve estagnação ou retrocesso decorrentes da redução do número de alunos/participantes.

A estas dificuldades acresce alguma falta de formação e de informação de determinados responsáveis pelos clubes desportivos da região, pois deviam ver o Desporto Escolar como um parceiro e um colaborador mas veem como um adversário e concorrente pelos atletas. Há ainda muito a fazer na melhoria da relação clube-escola.

Na minha carreira já fui responsável por grupos/equipa de três modalidades distintas: Atletismo; Basquetebol e Futsal.

No Basquetebol e no Futsal orientei grupos/equipa de juvenis quer femininos quer masculinos. No Atletismo fui responsável pelo grupo/equipa de juvenis masculinos.

Em termos de resultados ajudei as alunas do Futsal a ser campeãs da CLDE de Bragança e Côa e disputa do acesso ao Campeonato Regional do Desporto Escolar em 2017-2018.

No Basquetebol contribui para que as alunas fossem duas vezes Campeãs, equipas e épocas diferentes, da CLDE de Bragança e Côa e estivessem presentes no Campeonato Regional do Norte do Desporto Escolar. E na mesma modalidade, em masculinos, obtivemos o mesmo resultado em 2016-2017.

No entanto a maior conquista dos alunos por mim acompanhados verificou-se em 1994 quando o orientava o grupo/equipa de Atletismo da Escola Secundária Abade de Baçal e com a equipa de juvenis masculinos, dessa escola, venceram o Campeonato Nacional de Corta-Mato do Desporto Escolar em Abrantes e participaram no Campeonato do Mundo do Desporto Escolar (ISF), em Pequim, na China obtendo um excelente 6.º lugar coletivo e ainda um 7.º lugar individualmente.

Foi uma enorme conquista que muito contribuiu para melhorar a autoestima dos alunos participantes e o reconhecimento da comunidade escolar em relação ao esforço e dedicação dos mesmos.

Atualmente a situação é bastante diferente, se é verdade que no nosso Agrupamento continua a haver grupo/equipa de Atletismo, em que também participam alunos dos outros dois agrupamentos de escolas da cidade, e existe uma estreita e frutuosa colaboração com

39 o Ginásio Clube de Bragança (clube de Atletismo da nossa cidade), também é verdade que não há a mesma motivação e o mesmo empenho por parte de todos os participantes de modo a conseguir os mesmos resultados, coletivos, a nível nacional e internacional. Devo salientar que mesmo não sendo tudo positivo observam-se mais situações positivas que menos positivas havendo alguns alunos com muita qualidade e enorme empenho e que têm conseguido resultados muito relevantes tanto a nível local como regional e nacional.

Fazendo uma análise muito rápida e algo simplista podemos concluir que a um período de expansão do número de praticantes do Desporto Escolar estamos a assistir a uma diminuição que se deve em muito à redução da densidade populacional mas também à alteração de hábitos de prática da AF e a um maior sedentarismo fruto do modo de vida que foi sendo adotado.

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4. CONCLUSÃO E ESTRATÉGIAS FUTURAS.

Dos resultados apresentados são várias as conclusões e considerações que podemos apresentar.

Para melhorar é sempre necessário saber o estado da situação atual, ponto de partida, onde queremos chegar, ponto de chegada, e o que temos que fazer para o conseguir, como.

Para poder atingir os objetivos propostos para a ApF temos que avaliar e comparar como estamos a nível de turma, de escola e de país.

Os resultados dos testes de ApF que aplicámos demonstram que há que melhorar em tudo, os resultados a nível de turma e de escola são inferiores ao desejado e desejável, mesmo nas avaliações positivas a diferença é pequena quando feita a comparação.

Para melhorar o mais importante é analisar caso a caso e teste a teste. Há que não desistir e continuar a usar a Plataforma FITescola® fazendo uma correta análise dos resultados e

apresentando, aos alunos, propostas de trabalho motivadoras, desafiadoras e exequíveis para que consigam melhorar a sua ApF.

Há que estudar bem a plataforma para podermos usufruir de todas as suas potencialidades e explicá-la aos alunos para que a usem e vão verificando, em cada momento, a sua evolução em termos de ApF.

Teremos que ensinar e insistir com os alunos para que registem, na plataforma, a sua AF diária e o seu comportamento sedentário e depois ir-lhe mostrando os dados, motivando-os para agir.

Como é óbvio temos que conseguir formas de aumentar a AF dos alunos e por reflexo da população geral.

Na conclusão deste trabalho para além das conclusões sobre a ApF e o trabalho nessa área irei fazer uma breve resenha da minha vida profissional.

Ao longo da minha atividade docente, estabeleci uma relação de respeito com todos os elementos da comunidade, participando de forma ativa e empenhada na vida escolar. Os meus lemas foram sempre, e são, “trata os outros como gostarias que te tratassem a ti” e “não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti”, embora nem sempre o consiga em absoluto.

42 Considero que o meu desempenho docente tem sido francamente positivo, nas atividades letivas e não letivas, e que tenho contribuindo positivamente para o sucesso dos alunos e dos agrupamentos/escolas onde tenho lecionado, cooperando para que os padrões de desempenho, os objetivos e metas do Projeto Educativo (PE) e do Plano Anual de Atividades (PAA) sejam atingidos.

Sempre participei na elaboração, reformulação e implementação de diversos Planos Curriculares, contribuindo para a elaboração, dinamização e implementação do Plano Plurianual e Anual de Atividades, dando a minha colaboração para a consecução do PE. Estas atividades têm sido desenvolvidas em estreita colaboração com os demais colegas, contribuindo para o enriquecimento daqueles documentos e dos intervenientes no processo.

Ao longo dos anos fui responsável por diversos Grupos/Equipa do Desporto Escolar nomeadamente de Atletismo Juvenis Masculinos, Futsal Juvenil Masculinos, Basquetebol Juvenis Femininos, Basquetebol Juvenis Masculinos e Futsal Juvenil Masculinos.

Tento reforçar o gosto pela prática regular de AF, inclusive através do exemplo. Participei ativamente em algumas atividades extra curriculares que não estavam incluídas nos PAA’s e fui promotor de muitas delas. Tenho colaborado com o jornal da escola.

Tenho cumprido, penso que com zelo, o serviço letivo e não letivo que me tem sido distribuído com responsabilidades de coordenação, orientação e supervisão pedagógica.

Ao longo da carreira, para lá das letivas, exerci funções de:

- Diretor de Turma;

- Coordenador de Área Disciplinar;

- Coordenador de Departamento;

- Coordenador do Desporto Escolar;

- membro do Conselho Pedagógico;

- membro do Conselho Geral;

- membro do Conselho Geral Transitório;

43 - membro da Secção de Avaliação do Desempenho Docente do Conselho Pedagógico;

- membro da Equipa da Autoavaliação do Agrupamento;

- membro do Secretariado de Exames;

- orientador e supervisor de Estágio Pedagógico;

- no âmbito da Avaliação do Desempenho Docente: Avaliador Interno dos elementos do Departamento de Expressões e do Departamento de Expressões e Tecnologias;

- promotor e formador/preletor de ações de formação.

Penso que cumpri estas tarefas com bastante desvelo e com contributos positivos para o sucesso de cada uma delas.

Ao longo dos vários anos letivos estabeleci uma relação de respeito com todos os elementos da comunidade, participando de forma ativa e empenhada na vida escolar. Promovi a cooperação e a troca de experiências entre os professores da área disciplinar, do departamento e de outras áreas curriculares. Tenho mantido um relacionamento excelente com a grande maioria do pessoal não docente e com a Direção do Agrupamento.

Procurei promover a cooperação e a troca de experiências entre os professores da Área Disciplinar, do Departamento e de outras áreas curriculares, embora nem sempre o tenha conseguido.

Em resumo, penso que, posso considerar o meu trajeto profissional como globalmente bastante positivo, obviamente num caminho onde nem tudo são rosas e os espinhos que se atravessam no itinerário dos professores são cada vez mais difíceis de superar.

Como em tudo na vida tive momentos em que me senti (e sinto) muito realizado e outros totalmente opostos.

Cada aluno é um ser diferente dos demais e por conseguinte cada um é um desafio distinto e que há que superar a cada dia, para além disso é necessário conviver com todas as alterações legais, curriculares e afins que se nos deparam.

Há um desafio a que não podemos fugir e que temos que vencer: é urgente aumentar a AF e a ApF da nossa população começando pelos nossos alunos.

44 demanda.

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B

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