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4.2 Ensaios da Vigas

4.2.5 Outras considerações

Além do método da seção transformada, ainda seria possível buscar meios de redução da taxa de armadura ao longo do comprimento da viga, em função do esforço de momento fletor (relacionado com condições de projeto), à semelhança do que se faz nas seções de concreto armado. Isso permitiria a redução do peso final da viga e menor gasto de material de reforço.

De maneira geral, o reforço se torna uma opção para peças de grandes seções, em situações que existam limitações de alturas para as vigas, visto que é

possível aumentar rigidez e capacidade de carga adicionando-se reforço metálico, sem que haja aumento da altura da peça.

Adicionalmente, ocorre redução no volume de madeira utilizado nas peças reforçadas em relação às não reforçadas de mesma rigidez implicando na redução de mão de obra de seleção, confecção de emendas, procedimentos de colagem e manuseio de peças durante a produção, podendo vir a compensar as etapas adicionais de corte de canaletas e colagem de reforços.

O menor volume de madeira da MLCA apresenta um potencial fator de economia de custos para o transporte, tanto na compra de matéria prima quanto na entrega das peças prontas. A redução do volume de madeira colada reduz também a quantidade de adesivo utilizada. A redução do custo de aquisição de ambos (madeira e adesivo) é capaz de suprir com boa parte ou até mesmo todo o custo do aço de reforço.

É possível aproveitar madeiras de qualidade inferior, no que tange à rigidez, para a confecção do MLCA, uma vez que quanto maior o fator α’ mais proeminente é o efeito do reforço. Esta situação pode trazer ganhos econômicos e aumentar a disponibilidade técnica de materiais aproveitáveis para confecção de estruturas. Eventualmente, dependendo da qualidade da madeira utilizada, pode haver pequena redução no peso das seções armada em comparação com não armadas de mesma rigidez.

5 CONCLUSÕES

A presente análise aplicada a madeira laminada colada armada permitiu concluir que com o método da seção transformada é possível estimar o ganho de rigidez de vigas laminadas coladas armadas em relação as vigas de MLC.

Pelo método da seção homogeneizada, a inserção de taxas de armadura iguais a 2% e 4% proporcionou um aumento de rigidez da ordem de 43,5% e 87%, respectivamente. No, entanto, os resultados experimentais mostraram um aumento da rigidez da ordem de 53%, para peças reforçadas com taxa de 2% e, para as peças reforçadas com 4% a rigidez foi ampliada de 73% em relação à rigidez da peça de MLC. Essas diferenças observadas sugerem que o modelo simplificado tenha limitações para os casos de taxas de armaduras maiores, como é o caso de 4%.

O efeito do reforço é mais significativo para valores maiores do fator α’, tornando possível o uso de madeira de classes inferiores de resistência;

Os efeitos dos reforços para as peças de MLC são mais evidenciados para peças de grandes seções ou vãos, dada à redução da altura e, por sua vez dos consumos de madeira e de adesivo;

A presença do reforço das vigas com barras de aço proporcionou um comportamento mecânico mais uniforme em relação às vigas de MLC não reforçadas, proporcionando resultados experimentais de rigidez e de carga última com menores variações.

Sugere-se como continuidade desta pesquisa que sejam realizados estudos de otimização da armadura para reforços de vigas MLC, buscando-se, inclusive, parâmetros para o cobrimento do diagrama de momento fletor, que possibilitem a concepção de peças mais leves e econômicas.

Dada a maior homogeneização dos resultados das peças reforçadas, sugere- se ainda que sejam investigadas a possibilidade de serem propostos coeficientes de ponderação das resistências específicos para a MLCA.

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