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Outros conceitos de empreendedorismo

No documento Actas das Jornadas 2008 (páginas 98-110)

Comunicações de tema livre

2.2 Outros conceitos de empreendedorismo

Santos et alli observam que

“o empreendedorismo tem sido entendido como um processo complexo e multifacetado, reconhecendo as variáveis sociais (mobilidade social, cultura, sociedade), econômicas (incentivos de mercado, políticas públicas, capital de risco) e psicológicas como influenciadoras no ato de empreender (Kets de Vries, 1985; Carland e Carland, 1991; Huefner, Hunt e Robinson, 1996). Dentre as características atribuídas ao

empreendedorismo, as mais citadas são: lócus interno de controle, necessidade de realização, propensão ao risco, criatividade, visão, alta energia, postura estratégica e autoconfiança (Brockhaus, 1982; Hornaday, 1982; Carland et al., 1984; Vesper e Gartner, 1997)” (2003: 340).

“o empreendedorismo é o resultado tangível ou intangível de uma pessoa com habilidades criativas, sendo uma complexa função de experiências, oportunidades, capacidades individuais e que no seu exercício está inerente a variável risco. Colocado de outra forma, o empreendedor é alguém que, no processo de construção de uma visão, estabelece um negócio objetivando lucro e crescimento, apresentando um comportamento inovador e adotando uma postura estratégica” (2003: 340).

E prosseguem:

“Duas grandes correntes lançaram as fundações das posições atualmente dominantes sobre o empreendedorismo e tendem a conter elementos comuns à maioria delas (Filion, 1999a; Bruyar e Julien, 2000). A primeira delas é a dos economistas, com destaque a Richard Cantillon (1680- 1734) e Jean-Baptiste Say (1767-1832) e, posteriormente, Joseph A. Schumpeter (1883-1950), que associaram o empreendedor à inovação. A segunda, dos comportamentalistas, tem como principal expoente David C. McClelland (1917-1998), que enfatizava os aspectos de atitude como a criatividade e a intuição. Atualmente, outra corrente, além do enfoque econômico e do enfoque comportamental, busca explicações para o fato de empreender (Bruyat e Julien, 2000). Ela possui uma visão mais integradora e parte de um paradigma construtivista que entende o fenômeno através das relações do indivíduo com a criação de novos valores, interagindo com o ambiente, em um processo ao longo do tempo” (2003: 341).

De outra parte, os autores enfatizam ainda que, atualmente,

“o tema criatividade vem ganhando destaque no campo empresarial e, sobretudo, nos estudos sobre empreendedorismo (Amabile, 1998; Brazeal e Herbert, 1999; Terra, 2000; Unsworth, 2000). A criatividade também é considerada, no âmbito empresarial, como um processo

complexo e multifacetado, de interações dinâmicas entre indivíduo, organização e ambiente externo (Alencar, 1995, 1996; Whiting, 1988; Rickards, 1999; Terra, 2000). Recentemente, Rickards e Moger (2000) propuseram um Modelo de Liderança Criativa – MLC – que enfatiza o papel do líder criativo dentro das equipes de trabalho, contribuindo com os desempenhos

superiores das mesmas. Para Vieira (2000), é a partir da criatividade que as pessoas passam a conhecer novas habilidades, das quais não tinham conhecimento, permitindo também um desenvolvimento em suas relações inter e intrapessoais. O empreendedor criativo está sempre tentando seduzir o cliente, de forma inovadora em suas estratégias” (2003: 340).

Para Salazar et alli,

“empreender diz respeito a todas as atividades dos seres humanos direcionadas ao cumprimento de um objetivo cuja característica primordial repousa na inovação, promovida de maneira individual ou através de organização formal e que tenha tendência a perdurar por um longo período de tempo, até que outros a superem” (2003: 264).

Ainda segundo os autores,

“todo empreendimento está fundamentado nos mesmos princípios, seja o empreendedor uma pessoa jurídica ou apenas um indivíduo que está começando um novo negócio. Também, não importa se essa pessoa jurídica seja de natureza pública ou privada. As inovações que se proponham merecerão quase o mesmo tipo de raciocínio para a busca e implementação de

objetivos, deixando lugar a distinções para os aspectos muito peculiares a cada empreendimento” (2003: 264).

“seja ele para desenvolver uma idéia inovadora no âmbito social, sem fins lucrativos, seja para a implementação de um negócio com vistas na acumulação de riqueza, as vias trilhadas pelo empreendedorismo desembocam em um mesmo processo de mapeamento e desenvolvimento de objetivos até o atingimento dos mesmos. Isso significa que as ferramentas administrativas utilizadas para que a idéia de oportunidade possa dar frutos são as mesmas” (2003: 266).

Citando os trabalhos de Venkataraman (1997) e Shane e Venkataraman (2000), os autores frisam que

“o empreendedorismo é um assunto que está relacionado com a exploração de oportunidades que demandam esforços para serem reconhecidas, descobertas ou criadas. O empreendedor deve focar o futuro de tal forma que durante a análise da idéia sejam abordados não apenas aspectos para a sua consolidação, sobrevivência e crescimento, mas, principalmente, seja verificado se há evidências de que essas poderosas tendências persistirão em longos períodos de tempo. (...) O princípio da atuação empreendedora consiste em criar oportunidade de negócio futuro e isso envolve um lado da demanda, um lado da oferta e os meios para trazê-los juntos” (2003: 266).

Para os autores, o embora o conceito de empreendedorismo seja aplicado

“a indivíduo inovador ou organização inovadora, deve ser salientado que ele também abriga a organização composta por pessoas que se associam para produzir bens ou serviços na forma de cooperativa. (...) A idéia empreendedora deve estar baseada em uma forte racionalidade. Para efeito, há necessidade da existência de um processo que chamamos de ‘pensamento estratégico’, o qual ajuda ao empreendedor formular e articular essa idéia para atingir uma implementação com sucesso. ‘Pensamento estratégico’ é um processo

mental realizado pelo empreendedor e sua equipe, que ajuda a determinar como se verá a oportunidade de negócio em algum momento no futuro. Assim, pensamento estratégico é um permanente processo de análise desenvolvido pelo estrategista-empreendedor. Desta forma, a idéia empreendedora é um ponto de partida para o desenvolvimento do

pensamento estratégico, mas que permanece durante todo o processo cíclico do

planejamento estratégico, ao longo da estruturação da idéia do negócio” (2003: 265 e 266).

Uma visão diferente da de Schumpeter – de que “alguém só é empresário quando efetivamente levar a cabo novas combinações” –, observam ainda Salazar et alli, “é sustentada por Kirzner (2003), o qual não considera o empreendedor como idéia inovadora, mas como alguém alerta às oportunidades, que já existem e que estão esperando que as descubram. O autor enfatiza que o empreendedor aproveita e responde às oportunidades que se apresentam, em lugar de criá-las. (...) Entretanto, há a possibilidade de que as duas abordagens (...) coexistam no processo empreendedor e não necessariamente sejam excludentes. Elas dependem do tipo de raciocínio criativo utilizado na geração da idéia empreendedora” (2003: 264).

Também Ferreira et alli destacam que

“o empreendedorismo, como campo de pesquisa, vem sendo estudado por diversas áreas das ciências sociais, como sociologia (Swedberg, 2000), psicologia (McClelland, 1972), economia (Schumpeter, 1984) e administração (Gimenez, 2000). Apesar de ser objeto de estudos recentes, Freire (2002) argumenta que o empreendedorismo sempre esteve presente na história da

humanidade com as invenções e inovações, alavancando o crescimento dos povos e regiões. O estudo do fenômeno, no entanto, de maneira mais formal, tem registros de pouco mais de dois séculos na história (Inácio Júnior, 2002)” (2005: 313).

Prosseguem os autores observando que

“pesquisadores destas áreas têm buscado responder a questões sobre a influência das características individuais que levam a determinados comportamentos. Apesar do crescente número de publicações, ele é considerado ainda um campo do saber em fase de construção de seus modelos conceituais, sofrendo a falta de consenso em relação ao seu conceito e métodos de pesquisa (Brazeal e Herbert, 1999), sendo talvez decorrência da sua recente inserção nos meios acadêmicos”. (2003: 313).

E agregam:

“Questões relativas à figura do empreendedor e as diferenças no processo entre os gêneros ainda permanecem sem resposta e continuam a despertar o interesse dos pesquisadores (Machado, Barros e Palhano, 2003). Associações com temas como criatividade e liderança também têm se mostrado promissoras e particularmente importantes (Dolabela, 1999; Gimenez e Inácio Júnior, 2002). Além disso, o número e a atuação de mulheres nos negócios têm sido cada vez maiores. No entanto, segundo Machado, Barros e Palhano (2003), há poucas estatísticas disponíveis e essa situação é ainda mais crítica no contexto brasileiro. Estudos realizados em outros países apontam traços do perfil dessas empresárias, como por exemplo, o elevado nível de escolaridade. Há evidências também que as

empresas iniciadas e geridas por mulheres são em geral de pequeno porte (Buttner,1993). Apesar de diferenças normalmente encontradas entre os gêneros, tais como a superioridade masculina em habilidades quantitativas e a superioridade feminina na fluência com

palavras, o tipo e extensão das diferenças nas habilidades empreendedoras desperta a atenção de pesquisadores e ainda não foi suficientemente explorada (Buttner, 1993; Machado et al, 2002; Smith, 1999)” (2005: 313 e 314).

Já Carvalho Filho et alli sustentam que

“estudos relacionados propensão a empreender destacam o gênero como um dos fatores determinantes da propensão a empreender. As pesquisas demonstram que pessoas do sexo masculino têm maior propensão ao empreendedorismo do que as do sexo feminino. Suportando esta afirmação temos uma extensa literatura enumerada por Mattews e Moser (1996) e testada por Wang e Wong (2004) com estudantes de uma universidade de Singapura. Diversos fatores podem ser citados como relevantes para a existência desta diferenciação, entre eles, a percepção diferenciada por gênero para iniciar um negócio (Kolvereid, Shane e Westhead, 1993), a

concepção de modelo gerado pelos familiares (Schillere e Crewson, 1997) ou a atitude relacionada ao gênero (Evans e Leighton, 1989)” (2005: 293).

Outro fator de influência na propensão a empreender revelado por pesquisas, prosseguem Carvalho Filho et alli, “

é a existência na família de pessoas que possuem negócios por conta própria. Em particular, a atividade exercida pelo pai e pela mãe é considerada chave na opção pelo negócio

próprio (Matthews e Moser, 1996). Estudos mais recentes, baseados na teoria da

aprendizagem social, detectaram a presença do modelo familiar como fator determinante na opção pelo empreendedorismo (Scherer, Adams e Wiebe, 1998) e Schere el all (1989). Indivíduos com familiares exercendo papéis empresariais diferiram significativamente em sua performance de indivíduos que não detinham esse background. Em seu artigo,

Matthews e Moser (1996) destacam que, independentemente do sexo, a presença de

background familiar em atividades empreendedoras é significativa na opção pessoal pelo

Ferreira et alli recorrem a Guimarães (2002) para observar que essa autora

“apresenta em sua tese três perspectivas distintas tratando do indivíduo. A primeira delas, a abordagem econômica, diz respeito à inovação e os estudos originários têm por objeto o empreendedor. Os expoentes são economistas como Cantillon, Say e Schumpeter. Segundo a autora, estes estudiosos procuravam identificar as funções consideradas inerentes a estes agentes econômicos e destacar o seu papel na formulação de processos inovadores em gestão e tecnologia. A dimensão comportamental também trata da responsabilidade individual na criação e gestão de negócios, porém se fundamenta em características

psicológicas e comportamentais. Os expoentes desta corrente, conforme Guimarães (2002), são Everett Hagen, John Kunkel e David McClelland. Na terceira abordagem, igualmente como nas anteriores, o papel do empreendedor como inovador e criador de negócios é destacado, mas leva também em consideração as características destes indivíduos enquanto participantes de grupos sociais. Esta visão do fenômeno tem em Max Weber (1864-1920) seu principal expoente. O autor tenta explicar a gênese e a peculiaridade do racionalismo ocidental e, por esse enfoque, sua forma moderna” (2005: 315).

Acrescentam que

“um olhar multidimensional do fenômeno empreendedor começa a receber maior atenção (Paiva Júnior, 2004). Em função disto, uma nova abordagem tem surgido do entendimento que o empreendedorismo deveria ser visto de uma forma mais integrada. Ela fundamenta-se num paradigma construtivista, que pressupõe o uso de um número maior de variáveis articuladas de forma mais complexa do que a simples relação causa-efeito que é característica dos estudos positivistas. Essa perspectiva tenta entender o fenômeno através das relações do indivíduo com a

criação de novos valores, interagindo com o ambiente em um processo ao longo do tempo. De certa forma, esta perspectiva se assemelha à ‘Escola das Configurações’ identificada por

Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) no campo da formação de estratégias, ou seja, o processo de empreender, para ser melhor compreendido, deve ser visto como uma configuração complexa de dimensões individuais, organizacionais e ambientais. Os autores que atuam sob esta

perspectiva (Carland, Carland e Hoy, 1992; Gimenez e Inácio Júnior, 2002) procuram uma abordagem holística, levando em consideração traços individuais, características do futuro empreendimento e fatores ambientais, não desprezando a importância do empreendedorismo na cena econômica”. (2005: 315).

Carland, Hoy e Carland (1988), lembram Ferreira et alli,

“advogam que as partes que formam o fenômeno têm igual importância e a interação de habilidades e motivações num ambiente que o favoreça poderá fazer com que ele seja desencadeado. Esta proposição pode ser justificada quando se olha para a totalidade das

características atribuídas normalmente ao empreendedor encontradas na literatura (tem-se como exemplo: determinação, perseverança, propensão ao risco, necessidade de poder, orientação ao lucro, tolerância à incerteza e à ambigüidade, entre outras). Considerando o empreendedorismo como uma complexa função de fatores individuais e ambientais, as características nem sempre poderão ser encontradas em todos os empreendedores e em todas as situações, porque este tipo de indivíduo não faz parte de um grupo homogêneo (Kets de Vries, 1985; Stewart et al.,2003)”. (p. 315).

“definem o empreendedorismo como uma função de quatro elementos: (i) traços de

personalidade, (ii) propensão ao risco e à (iii) inovação e (iv) postura estratégica. Gimenez e Inácio Júnior (2002) vêem o empreender ligado diretamente a experiências, oportunidades, capacidades e habilidades criativas do indivíduo, resultando em bens tangíveis e intangíveis revestidos de valor econômico e que, na combinação dos recursos à sua disposição e, em função das interações destes fatores, está inerente a variável risco. Apesar das diferentes abordagens, o indivíduo, enquanto parte do processo de empreender, é considerado vital para a atividade. Ele é elemento essencial na criação de novos valores para a sociedade (Drucker, 1986; Inácio Júnior, 2002; Gimenez e Inácio Júnior, 2002)”. (2005: 315 e 316).

Citando Degen (1989), Dutra et alli observam

“diversas características psicológicas e sociológicas que estão no perfil de um indivíduo empreendedor: a iniciativa e a independência; a criatividade; a persistência; a visão de longo prazo; a autoconfiança e o otimismo; o comprometimento e o esforço para a realização do trabalho; o padrão de excelência; a persuasão; a necessidade de realização; a capacidade de convivência em grupo (coletividade) e a capacidade de acumualação de habilidades relevantes (know-how). (...) Entretando, essas características não são exclusivas de determinados

indivíduos, conforme revelou Dolabela (1198a: 28): ‘A tese de que o empreendedor é fruto de herança genética não encontra mais seguidor nos meios científicos. Assim, é possível que as pessoas aprendam a ser empreendedoras, mas dentro de um sistema de aprendizagem especial, bastante diferente do ensino tradicional’” (2001: 257).

2.3 O intraempreendedorismo

“durante anos todos definiram o sucesso corporativo como o movimento hierarquia acima. Então, as empresas reconheceram que os indivíduos poderiam fazer contribuições importantes – sem se tornarem gerentes – inventando ou realizando grandes avanços técnicos. Muitas empresas inovadoras – IBM, Tektronik, 3M e Texas Instruments entre elas – criaram assim um segundo caminho de carreira, através do qual os inventores pudessem conseguir prestígio e aumentos de salário, sem assumir papéis gerenciais. Algumas pessoas, porém, possuem talentos que nenhum desses caminhos de carreira pode desenvolver. Para elas, o intrapreneurismo oferece um terceiro caminho para preencher o vazio entre gerente e inventor” (1989: 26).

E esclarece:

“Os intrapreneurs, assim como os entrepreneurs, não são necessariamente inventores de novos produtos ou serviços. Sua contribuição está em tomar novas idéias ou mesmo protótipos e transformá-los em realidades lucrativas. Quando as idéias já se transformaram em negócios sólidos e em funcionamento, de forma que até o menos imaginativo dos contadores pode ver claramente seu valor, os intrapreneurs tendem a se entediar. Nesse ponto, eles costumam precisar de gerentes experimentados para manter e desenvolver os negócios, enquanto eles voltam a construir novos empreendimentos para os outros gerenciarem” (1989: 26).

Mais do que os inventores, acrescenta Pinchot III,

“os intrapreneurs necessitam de capacidade para a formação de grupos e de bons conhecimentos da realidade dos negócios e do mercado. Embora não necessitem dos talentos políticos dos gerentes seniores, que trabalham através de múltiplas camadas gerenciais, eles precisam claramente ser líderes. E, mais do que os gerentes profissionais, eles devem tomar decisões rápidas na ausência de dados adequados. Eles devem se sentir à vontade tateando na direção de

um padrão bem-sucedido de negócios, sem muita orientação de cima. Embora as tarefas do intrapreneurismo empurrem as pessoas para certos padrões, não existe uma fórmula estabelecida para a determinação prévia de quem pode ser um intrapreneur ou não. As pessoas tornam-se intrapreneurs quando as circunstâncias as levam a um ato de vontade: a decisão de transformar um conceito de negócio em realidade dentro da empresa em que trabalham, a despeito das barreiras e dos riscos. Embora os intrapreneurs tendam a ser jovens, muitos também estão em crises de meio de carreira ou próximos à aposentadoria” (1989: 28).

Pinchot III aponta a necessidade de agir como uma das principais características dos intraempreendores:

“Os intrapreneurs são, naturalmente, orientados para a ação. Ao invés de planejar

indefinidamente, eles começam, quase de imediato, a fazer algo para realizar seus planos. Um dos traços mais consistentes do intrapreneur é a falta de disposição para aceitar um não como resposta. (...) Se não fosse por uma quase irrefreável necessidade de transformar visão em ação, os intrapreneurs que nos têm trazido a maior parte das novas idéias que hoje aproveitamos ainda estariam esperando por uma permissão para começar. (...) Ao invés de fazer desenhos elaborados e esperar seis semanas até que os engenheiros mecânicos os tragam à vida, eles fazem rascunhos e produzem eles mesmos as peças. Em vez de pensar em maneiras de transformar seus serviços à empresa em centros de lucros e então ficar desejando que isso pudesse acontecer, eles imprimem catálogos e saem em busca de novos clientes” (1989: 34 e 35)

Apesar dessas características, o autor observa que

“em alguns círculos empresariais, os visionários são desprezados como sendo sonhadores não práticos. Pelo contrário, a imaginação ou visão talvez seja a mais concreta das ferramentas

mentais. Quanto melhor a imaginação de uma pessoa, mais concreto será o plano que ela poderá produzir. Grandes artistas e inventores geralmente possuem poderes extraordinários de

imaginação, sem os quais não poderiam executar seus trabalhos” (1989: 31).

Filion, por sua vez, cunhou o termo “visionista” para caracterizar os intraempreendedores:

“Os empreendedores podem ser descritos como visionários, pessoas que focalizam a realização de uma visão central. Por outro lado, intraempreendedores são visionistas; em outras palavras, pessoas que desenvolvem e realizam visões emergentes e complementares. (...) Seja a empresa pequena ou grande, os dirigentes visionários têm que se cercar de

visionistas se quiserem progredir, ou seja, devem se cercar de pessoas que podem

desenvolver e realizar visões complementares” (2004: 67).

Conforme Filion, os intraempreendedores

“identificam e, então, visualizam as idéias que gostariam de realizar. Essas idéias normalmente podem ser classificadas como sendo diferentes da visão central, desde que sejam relativas a elementos que não são sempre essenciais para a organização, mas que, uma vez explorados, contribuirão para simplificar ou para melhorar a realização da visão central” (2004: 69).

No documento Actas das Jornadas 2008 (páginas 98-110)

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