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4.2 O comércio varejista no Alecrim

5.1.3 Painel de Experts

A validação do conteúdo do Check List e a definição de prioridades entre os vários itens investigados foram feitas por meio de painel de experts composto por profissionais com experiência em acessibilidade, todos atuantes no Estado do Rio Grande do Norte e prestadores de serviços de análises técnicas ao Ministério Público estadual.

A tarefa proposta aos participantes foi analisar cada item e julgar sua representatividade e importância para as condições de acessibilidade do local, verificar se o conteúdo analisado estava relacionado com o estudo em questão e, por fim, valorar cada item e subitem.

Para a composição do painel de experts foi feito um levantamento de profissionais habilitados e com experiência em acessibilidade e residentes na cidade

62 de Natal, o que garantiu que tivessem alguma vivência do local estudado. Como o Ministério Público do Rio Grande do Norte atualmente é referência nacional em acessibilidade, desenvolvendo trabalho eficaz de fiscalização em todo o Estado, optou-se por selecionar os profissionais responsáveis pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa das Pessoas com Deficiência, do Idoso, das Comunidades Indígenas e das Minorias Étnicas (CAOP – Inclusão).

Dentre os profissionais detectados foram selecionados 03 (três) Experts, todos Arquitetos e Urbanistas, convidados pessoalmente para participarem da validação do instrumento. A eles foram explicados os objetivos da pesquisa e da etapa em desenvolvimento, e como seria necessário proceder para validar o Check List. Em seguida o instrumento (Check list) foi enviado por e-mail a estes profissionais, sendo solicitado que em um prazo de 05 dias emitissem um parecer (prazo que foi atendido).

Procedimento:

Cada item ou subitem deveria ser avaliado com base em uma gradação que variava de 0 (menor grau de importância) a 10 (maior grau de importância), podendo haver vários itens com o mesmo grau de importância, caso o participante considerasse necessário.

Após os pareceres dos Experts, os dados obtidos foram tabulados, sendo geradas médias para cada item ou subitem, conforme exemplificam as Figuras 03 e 04 (Tabelas de Tabulação dos Pareceres dos Experts). De modo geral, as opiniões dos participantes foram semelhantes, com pouca discrepância (variação máxima de 1,0 ponto em relação à média).

Nas tabelas geradas, foram utilizadas cores para facilitar a compreensão, sendo vermelho para o subitem de maior importância, o vinho para o segundo mais importante, o rosa para o terceiro mais importante e os demais com cor verde claro.

As informações assim detectadas permitiram o surgimento de uma tabela que facilita a entender o grau de importância de cada item e subitem no campo da acessibilidade, aos quais corresponderão cores. Será por meio dessas informações (tabela e respectivas cores) que cada trecho da área em estudo será analisado e os mapas a serem gerados com a utilização do S.I.G. irão fornecer dados da situação

63 quanto à acessibilidade. Esses mapas poderão ser atualizados sempre que necessário.

5.2 – ETAPA 02 – Confecção de Mapas com a utilização do S.I.G.

O Geoprocessamento utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica, e vem influenciando de maneira crescente as áreas de Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e Regional. As ferramentas computacionais para o Geoprocessamento, chamadas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados geo- referenciados.

Os primeiros Sistemas de Informação Geográfica surgiram no Canadá na década de 1960, como parte de um programa governamental para criar um inventário de recursos naturais. No entanto, como comentam Câmara, Davi e Monteiro (2001), eles eram muito difíceis de usar, pois não existiam monitores gráficos de alta resolução, os computadores eram excessivamente caros, a mão de obra tinha que ser altamente especializada, não existiam soluções comerciais prontas para uso, e cada interessado precisava desenvolver seus próprios programas, o que demandava muito tempo e, naturalmente, muito dinheiro.

No Brasil, a introdução do Geoprocessamento no Brasil ocorreu no início dos anos 1980, a partir do esforço de divulgação e formação de recursos humanos nesse campo feito na Universidade Federal do Rio de Janeiro, capitaneado pelo prof. Jorge Xavier da Silva (UFRJ). Contribuiu para a expansão da área, a vinda ao Brasil, em 1982, do Dr. Roger Tomlinson, responsável pela criação do Canadian Geographical Information System, considerado o primeiro Sistema Informação Geográfica (SIG) que obteve pleno funcionamento.

Nessa dissertação, o uso do software ArqGis, permitiu a Avaliação Técnica dos Mapas a partir da Vistoria Técnica da pesquisadora e da graduação proporcionada pelo Painel de Experts, gerando os resultados das etapas 02 e 03.

64 5.3 – ETAPA 03: Questionários e entrevistas com os usuários

Conforme Elali (2009 p. 81) “a qualidade do ambiente construído não pode ser entendida apenas como uma condição física do objeto arquitetônico ou como função do julgamento da excelência da obra por experts nessa área (quer críticos reconhecidos, quer pares profissionais do autor). Mais do que isso, ela precisa ser aferida em função da satisfação dos usuários, a maioria dos quais leigos, sendo justamente dessa condição de (in)satisfação que derivam muitas das arestas entre projetação/execução/uso não detectáveis apenas com base na perspectiva técnica”.

Um dos caminhos para compreender a percepção ambiental é perguntar às pessoas sobre o que fazem (fizeram) e pensam (pensaram), sendo o questionário o principal instrumento para esse levantamento de dados. Segundo Günther (2008), o questionário é um conjunto de perguntas sobre determinado assunto que se quer testar, avaliar e levantar informações, devendo sempre partir da reflexão sobre o objetivo pretendido. Por tratar-se de um instrumento padrão, ele permite o levantamento de dados por amostragem, assegurando sua representatividade e permitindo generalização para uma população mais ampla. De acordo com o autor, as perguntas utilizadas podem ser fechadas ou abertas. As perguntas fechadas são aplicadas quando se conhecem os tópicos geralmente mencionados pelos respondentes acerca da temática e quando existem muitos respondentes e/ou pouco tempo, constituindo um recurso que permite imediato tratamento estatístico do material coletado. As perguntas abertas, por sua vez, possibilitam respostas mais amplas e livres, no entanto demandam maior quantidade de tempo para decodificação e análise.

A aplicação de questionários e entrevistas informais com a população envolvida (clientes, trabalhadores/ funcionários e proprietários) foi um dos métodos escolhidos para a realização da pesquisa. O instrumento (apêndice B) foi elaborado com questões fechadas e uma questão aberta. As perguntas fechadas exploraram a ideia geral de acessibilidade percebida pelo usuário, abordando sempre pontos do entorno da entrevista, pois como a aplicação ocorre por trechos isso facilita entender o que acontece em cada um deles. A pergunta aberta vem ao final do questionário para capturar justamente aquelas opiniões não cobertas pelos itens anteriores.

65 Os questionários e entrevistas foram aplicados pessoalmente pela pesquisadora, com o intuito de permitir o acesso a informações mais delicadas e ter contato direto com possíveis situações descritas durante o procedimento.

Amostra

A definição da Amostra foi feita a partir das indicações do Prof. Dr. Paulo Roberto Medeiros de Azevedo, do Departamento de Estatística da UFRN, responsável pelo Laboratório de Estatística.

Por se tratar de um bairro com grande população flutuante, optou-se por calcular a quantidade de questionários a serem aplicados, de forma casual, ou seja, sem escolher o perfil do entrevistado. Para tanto foi indicado definir uma lapso temporal ao final desse período o numero de questionários aplicados já seria considerado suficiente. Definiu-se que seria utilizado, para cada trecho, o tempo de uma manhã, das 8:00hs (oito) as 12:00hs (doze), essa ida a campo aconteceu sempre em dias de segunda-feira, neste período o movimento na área é relativamente menor, tendo como resultado a aplicação de 100 (cem) questionários e 20 entrevistas, divididos por todos os trechos.

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