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PARAÍSO 163 4.16 PONDERAÇÕES SOBRE OS MÓDULOS DE RESILIÊNCIA OBTIDOS

ANEXO XI GRÁFICOS DAS FLECHAS NAS TRILHAS DE RODAS RODOVIA

PARAÍSO 163 4.16 PONDERAÇÕES SOBRE OS MÓDULOS DE RESILIÊNCIA OBTIDOS

PELO LABORATÓRIO E OS OBTIDOS PELA RETROANÁLISE... 168 4.17 PROJETO DE REFORÇO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO - MG-232 TRECHO: MESQUITA - SANTANA DO PARAÍSO - VIDA ÚTIL DEZ ANOS... 170 CAPÍTULO 5... 180 5 CONCLUSÃO... 180 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 194

CAPÍTULO 1

1 INTRODUÇÃO

Para a viabilização e operacionalização da pavimentação rodoviária comumente depara- se com diversos entraves, tais como: recursos financeiros escassos, indisponibilidades de materiais naturais apropriados à necessidade e a logística da obra, etc. Desta maneira, é imperativo à utilização de vários artifícios técnicos para assegurar a efetividade e eficácia dos trabalhos durante a implementação da pavimentação rodoviária. Uma das opções disponíveis para possibilitar a promoção destas necessária adequações, consiste na flexibilização dos materiais indicados para pavimentação; porém estes ajustamentos deverão ocorrer sem o comprometimento da qualidade, resguardando rigorosamente os princípios científicos. A aplicação da escória de aciaria como camada de base e/ou de sub-base das estruturas dos pavimentos rodoviários flexíveis ou rígidos, em muitos casos, têm se apresentado como uma excelente alternativa tecnológica.

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A utilização da escória de aciaria como agregado em pavimentações rodoviárias já ocorre a um considerável período em nosso país, porém em pequena escala, quando correlacionada com a produção nacional de aço bruto que é diretamente proporcional a geração da escória de aciaria. Contrastando com o observado nos Estados Unidos da América, Canadá, e em alguns países da Europa e da Ásia que utilizam este agregado, em escalas expressivas e relevantes, respectivamente comparadas com suas produções de aço e consequentemente a geração da escória de aciaria. Pode-se atribuir esta característica da engenharia rodoviária brasileira, ao ainda insuficiente nível de informação sobre as propriedades, compatibilidades e possíveis aplicações da escória de aciaria na pavimentação rodoviária, devido principalmente ao sectarismo da divulgação. A qual ocorre normalmente de forma direcionada, restrita a esfera acadêmica e a um específico e reduzido número de órgãos públicos e empresas atuantes no setor rodoviário e siderúrgico.

A escória de aciaria tem sido utilizada com algumas aplicações na construção civil, no entanto, problemas como sua natureza expansiva, a inexistência de critérios técnicos para detectar sua estabilização e práticas inadequadas do material têm causado problemas de durabilidade e desempenho, contribuindo para o aumento da discriminação e da desconfiança da sociedade quanto à utilização das escórias de aciaria. Além disso, a utilização que vem sendo dada à escória de aciaria não tem sido suficiente para que a maior parte do volume gerado deste coproduto seja efetivamente consumido. (PENA, 2004).

Outro fator preponderante, atribuído à ainda reduzida utilização de materiais reciclados, como à escória de aciaria, na pavimentação rodoviária brasileira, pode-se imputar, de certa forma, a uma exacerbada utilização de materiais naturais para pavimentação. Ocorrendo muitas vezes, sem o necessário e devido controle ambiental, ou seja, sem a observância de todos os estudos de impactos ambientais, bem como as medidas mitigadoras, normalmente necessárias aos investimentos de infraestrutura de uma maneira geral, em alguns casos gerando prejuízos ao meio ambiente. Historicamente tal anomalia é parcialmente atribuída, a não conscientização da preservação do ecossistema e a relativa e não muito remota tolerância da sociedade, e a brandura da legislação ambiental até o final da década de setenta do século passado. Entretanto a partir desta data, o país muda radicalmente a maneira de conduzir sua política ambiental, implementando uma legislação severa e inibidora, restringindo a prática de danos contra o meio ambiente, sejam eles provocados pela indústria, por atividades gerais de infraestruturas de responsabilidade do Estado ou da iniciativa privada. Basicamente a legislação se funda em concisas normas jurídicas, com caráter claramente coercitivo e coativo, capitaneadas pela Constituição Nacional.

Uma das modificações significativas na fiscalização e controle do sistema ambiental brasileiro ocorreu com a delegação de autonomia ao poder público estadual para o exercício das atividades de licenciamento ambiental, Resolução 237 do Conselho Nacional de Meio Ambiente de 18 de dez. de 1997, que dispõe sobre o licenciamento ambiental, (OF. CONAMA, n. 1006 de 1997). Entretanto, a lei que introduziu uma alteração consistente ao ordenamento jurídico ambiental brasileiro foi da lei de

licenciamento ambiental: BRASIL. Lei Federal no

. 6938 de 31 de agosto de 1981, que

dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. (VADE MECUM RT, 2009). Alterando a legislação, através de uma premissa conceitual, a responsabilidade objetiva, ou do risco da atividade, segundo o qual os danos não podem ser partilhados com a comunidade.

A Constituição Federal de 1988 dedica um capítulo ao meio ambiente. Art. 225, capítulo seis, do Meio Ambiente, Constituição Federal de 05 de out. de 1988. (PINTO

et al., 2009). O caput do art. 225 especifica: “Todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade, o dever de defendê-lo e preservá-lo, para as presentes e futuras gerações”.

Mais recentemente, ou mais precisamente há onze anos foi sancionada a lei de crimes ambientais: BRASIL. Congresso Nacional. Lei Federal 9605 de 12 de fev. de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente (ACQUAVIVA, 2004).

É imperativo frisar, a intempestiva e surpreendente incidência de alguns insucessos, oriundos do emprego inadequado da escória de aciaria. Chegando ao absurdo, de a utilizarem de forma não tratada, sem a devida cura, consequentemente, apresentando níveis de expansão indesejados, ou seja, extrapolando o valor máximo permitido para a expansão volumétrica da escória de aciaria para utilização em pavimentação rodoviária estipulado pela norma EM 262 (DNER, 1994) que é de 3%. Tais incidências constituem em um dos fatores mais relevantes e inibidores, a um célere e efetivo incremento ao emprego deste agregado em nossas obras rodoviárias.

Ressalta-se a importância da redução dos custos das pavimentações, principalmente a rodoviária, pois a atual política de transportes brasileira privilegia, salvo pequenas exceções, tanto o transporte de pessoas, quanto de cargas, pela modalidade rodoviária. Este setor necessita desta maneira, receber muitos investimentos, para fazer frente às crescentes e expressivas demandas ora apresentadas. O Brasil, um país de dimensões

continentais, apresenta ainda, um significativo percentual das estradas, ainda por serem pavimentadas. Segundo dados do DNIT atualizados até 08 de junho de 2010, a extensão total da malha rodoviária brasileira federal, estadual e municipal, constantes do PNV (Plano Nacional Viário) é da ordem de 1.712.136,7 km, além de 131.328,1 km de rodovias estaduais coincidentes planejadas que também constituem o PNV. Pode-se constatar que apenas 12,4% deste total é pavimentado, 7,7% planejado e 79,9% não pavimentado. (Tabela 1.1). A pavimentação da totalidade da rede rodoviária Nacional é uma importante meta ainda por cumprir pela nação brasileira. Sendo o Brasil um dos maiores produtores de aço, e consequentemente, grande gerador da escória de aciaria, pode-se muito bem incrementar e acelerar este processo com o emprego de políticas de redução de custos, sem perda da qualidade técnica, através de uma maior utilização da escória de aciaria nas pavimentações rodoviárias.

Tabela 1.1 - Extensão da malha rodoviária nacional – PNV/2010 (DNIT, 2010).

1.2 JUSTIFICATIVA DA DISSERTAÇÃO

As siderúrgicas têm a possibilidade de agregar valor aos seus coprodutos, demonstrando compromisso social e com o meio ambiente. Já a sociedade tem a possibilidade de ganhos ambientais e econômicos, respectivamente, através da mitigação dos passivos e reaproveitamento dos coprodutos (PENA, 2004).

Embasado no pragmatismo socioeconômico e visando demonstrar a relevância das reciclagens e do devido reaproveitamento da escória de aciaria nas pavimentações rodoviárias, viabilizou-se através deste estudo uma detida analise do comportamento