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SECÇÃO A

No parecer n.º 7/CITE/2012, a Comissão pronuncia-se sobre uma recusa do pedido de autorização de trabalho em regime de horário flexível. Sendo o pedido fundamentado “na necessidade da trabalhadora acompanhar o seu filho, menor de 12 anos de idade, esclarecendo que o horário que actualmente lhe está fixado se revela incompatível com a necessidade de lhe prestar assistência, inexistindo alternativas”. A entidade empregadora defende-se alegando que, dadas as funções da trabalhadora e a dimensão dos recursos humanos que o serviço dispõe, inexiste a capacidade de “proceder à rotatividade dos turnos em vigor”. Desta forma, a CITE considera que “a entidade empregadora justificou suficientemente a recusa do pedido tal como formulado pela requerente” sendo possível concluir que “a atribuição do horário requerido colocaria em causa o desenvolvimento da actividade a prestar”. Assim, a CITE decide “não se opor à recusa da prestação de trabalho em regime de horário flexível”, sugerindo – porém – que “na medida do possível, a entidade empregadora atribua à trabalhadora um regime de horário que lhe permita conciliar a sua actividade profissional com a vida familiar”.

SECÇÃO B

No parecer n.º 15/CITE/2012, a Comissão pronuncia-se sobre o mesmo tema que na secção anterior. A requerente é assistente de bordo numa empresa de aviação civil, que se regulamenta por lei especial, à qual o regime geral do horário flexível não é aplicável. Acrescenta a requerida que “toda a gestão de planeamento do pessoal é feita diária e semanalmente, em função dos voos e dos programas de voo adjudicados”. Face ao exposto, conclui a CITE: “A não comunicação da intenção de recusa da empresa do pedido da trabalhadora, não se pode considerar como sua” nos termos previstos pela lei laboral. Contudo, alerta a CITE, “o empregador deve proporcionar à trabalhadora condições de trabalho que favoreçam a conciliação da actividade profissional com a vida familiar e pessoal e, na elaboração dos horários de trabalho, deve facilitar à trabalhadora esta mesma conciliação”.

SECÇÃO C

O parecer n.º 19/CITE/2012 esclarece a posição da Comissão face aos princípios da igualdade e não discriminação entre mulheres e homens no trabalho, no emprego e na formação profissional, bem como face à protecção da parentalidade e conciliação da actividade profissional com a vida familiar e pessoal. O objecto do parecer recai sobre uma ficha de pré-selecção destinada a candidatos a emprego de não quadros: no ponto I, referente à identificação, um conjunto de questões/pedidos de informação que “sugerem a violação do direito à reserva da intimidade da vida privada108

dos candidatos e ainda o direito à protecção de dados pessoais109 dos mesmos”. Também no ponto II a CITE identifica questões inadequadas, susceptíveis de violarem aqueles mesmos preceitos legais.

Realçando que “tem por missão prosseguir a igualdade e a não discriminação entre homens e mulheres no trabalho, no emprego e na formação profissional e colaborar na aplicação de disposições legais e convencionais nesta matéria, bem como as relativas à protecção da parentalidade e à conciliação da actividade profissional com a vida familiar e pessoal, no sector privado, público e cooperativo”, a Comissão refere que “preconiza a alínea e) do aludido artigo 3.º que compete à CITE, no âmbito das suas funções próprias e de assessoria: Apreciar as queixas que lhe sejam apresentadas

ou situações de que tenha conhecimento indiciadoras de violação de disposições legais sobre igualdade e não discriminação entre mulheres e homens no trabalho, no emprego e na formação profissional, protecção da parentalidade e conciliação da actividade profissional com a vida familiar e pessoal”.

E conclui: “Os pedidos de informação constantes da ficha de candidatura a não quadros podem configurar a eventual prática de discriminação indirecta”, violadora do direito à igualdade no acesso a emprego, tal como previsto na lei laboral e na Lei Fundamental.

108 Previsto no artigo 16.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro. 109 Previsto no artigo 17.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro.

SECÇÃO D

No parecer n.º20/CITE/2012, a Comissão emite a sua opinião acerca do direito a férias durante a licença parental inicial, depois de receber de uma trabalhadora a uma carta donde concluiu “existirem indícios de discriminação directa da trabalhadora por violação do direito ao gozo de férias, na sequência do gozo da licença parental inicial”. A CITE recomendou à empresa desta trabalhadora “a célere regularização da sua situação laboral” e “comunicou o presente parecer à Autoridade para as Condições de Trabalho”, nos termos previstos na lei.

SECÇÃO E

No parecer n.º65/CITE/2012, a Comissão pronuncia-se sobre a articulação do exercício do direito a dispensa para amamentação com a atribuição do prémio mensal de assiduidade, a partir de uma carta enviada pela administração de uma. A Comissão resume a dúvida apresentada a quatro questões essenciais sobre igualdade de género: “Será que a aplicação do princípio da igualdade entre homens e mulheres no trabalho e no emprego depende da condição voluntária ou involuntária em que se encontra o sujeito? A protecção da maternidade e o direito à amamentação podem ser considerados benefícios enquadráveis no conceito de acção positiva tendente à protecção de um dos sexos? Será um critério objectivo e justificado e, por isso, não discriminatório em função do género, o disposto no Regulamento em análise? As trabalhadoras que gozam de dispensa para amamentação têm direito ao prémio de assiduidade nos termos previstos no Regulamento, apesar de não comparecerem ao serviço por mais de 5 horas mensais?”.

Com base na legislação nacional e internacional, a CITE concluiu: “Às trabalhadoras da requerente que exerçam o direito à dispensa para amamentação não pode ser negado o direito a receber o prémio mensal de assiduidade estabelecido no Regulamento” pelo que “a CITE recomenda ao conselho de administração da requerente que diligencie no sentido da alteração do Regulamento de modo a harmonizá-lo com as disposições internacionais e comunitárias que vinculam o Estado português e com as disposições constitucionais e legais em vigor”.

ANEXO VI: RESUMO DO GUIÃO PARA IMPLEMENTAR PLANOS