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Parlamento Municipal, a Câmara de Vereadores, ganharia em pres­ tigio e responsabilidade, melhorando o nível de compromisso social de

A PROPOSTA PARLAMENTARISTA PARA O MUNICÍPIO BRASILEIRO

Parlamento Municipal, a Câmara de Vereadores, ganharia em pres­ tigio e responsabilidade, melhorando o nível de compromisso social de

seus componentes e chamaria, finalmente, a atenção da sociedade e dos partidos políticos, bem como de seus lideres, para a eleição de seus m embros.

A Câmara de Vereadores teria participação fundamental na formação do Governo e faria a fiscalização politca sobre o Administrador Geral do Município, além de se ver mantidas as outras funçòes tradicionais,

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0 Chefe de Governo no Município, o Administrador Geral, seria in­ dicado conforme os resultados eleitorais e não teria mandato fixo. Sua permanência a frente do Governo dependeria de gozar da confiança polí­ tica das forças políticas majoritárias.

A fiscalização pela sociedade dar-se-ia através da flexibilização dos mandatos populares, com a possibilidade de tanto o Parlamento como o Governo perderem suas funções a qualquer tempo, inclusive através de Moção de Desconfiança proposta pela população eleitora do Município.

A seguir vai-se explicar, por itens, cada característica da pro­ posta.

7.2 — Funcionamento e Funções do Parlamento Municipal no Modelo Parlamentarista Para o Município Brasileiro»

As Câmaras de Vereadores no Brasil têm regras próprias para seu funcionamento» Antes de se iniciar o exercício para caracterização das suas funções no modelo de sistema parlamentarista que se está propon­ do, é preciso descrever como é seu funcionamento atual»

Os seus membros, os Vereadores, são eleitos para mandatos de 4 anos permitida a re—eleição e como já dissemos anteriormente, a Câma­ ra tem como funções a de elaborar a Lei Orgânica do Município e legis­ lar, fiscalizar externamente o executivo, deliberar sobre assuntos de sua competência e julgar as contas do Governo municipal»

Como se pode perceber, não é função do Parlamento Municipal, em sua organização atual, aprovar planos de Governo ou deste participar»

Nos outros países, em função de suas oranizações, as Câmaras, Conselhos ou Assembléias normalmente não possuem tantas atribuições como no Brasil e na maioria destes países não têm função legislativa, porém invariavelmente, nos países de matriz parlamentarista, têm como prerrogativa indicar ou servir de referência para a constituição do Governo municipal.

Na França o Parlamento municipal é o Conselho Municipal, eleito pelo voto direto, secreto e universal e neste Conselho é eleito o

“ Maire ” , que chefia o Governo local.

Na Espanha, uma assembléia municipal chamada de " Concejo Delibe- rante ", com seus membros, os " Consejales ", eleitos diretamente pelo povo, escolhe em seu meio o “ Alcaide ", chefe de Governo do Municí­ pio»

Na Bélgica, o Conselho Municipal serve de referência para que o Rei escolha, entre seus membros e levando em conta os resultados das eleições, o Chefe de Governo, o Burgomestre.

Deve—se notar que na atual estrutura federal brasileira, os Par­ lamentos municipais acompanham o modelo de atribuições dos parlamentos da União e dos Estados federados, Como nenhum outro Estado contemporâ­ neo possui o nível de descentralização do Estado brasileiro, é difícil imaginar que não seja possível a adoção de uma forma distinta de meca­ nismo de Governo para o Município brasileiro,

A Federação brasileira se caracteriza, indiscutivelmente, pela presença de três níveis de poder. Sobre isto, Celso Bastos escreve que " embora isso desatenda àqueles estudiosos que preferiam a adoção de um modelo mais clássico de federação, onde se desconhece a ordem muni­ cipal no próprio nível da Constituição, se pode dizer que nesse parti­ cular andou bem o constituinte ao incluir o Município como parte inte­ grante da Federação, 0 argumento principal é que, sendo a autonomia municipal um dos centras de polarização de competência a ser exercida de forma autônoma,não se vê por que não hão de, os municípios, figurar naquele próprio artigo que fornece o perfil jurídico-político da Repú­ blica Federativa do Brasil. O fato de os municípios não se fazerem re­ presentar na União e, portanto, não comporem de certa forma o suposto pacto federativo, nos parece ser um argumento de ordem excessi­ vamente formal, que deve ceder diante da realidade mais substancial como aquelas que acima apontamos, "

Mo modelo que se propõe, o Parlamento municipal assumiria, além das funções atuais - e isso diferenciaria o modelo brasileiro dos de outros países -, as de servir de parâmetro para a formação do Governo

local»

Os Vereadores seriam eleitas diretamente pela sociedade e do par­ tido ou coligação de partidos majoritária na Câmara, seria indicado o Administrador geral do Município»

Os Vereadores também não mais teriam mandatos fixos, mas somente um limite máximo de duração, com direito a re-eleições.

94 — CoXno Rlbnlro Bastos. Curso de Diroí to Constitucional f EId .

O Prefeito poderia, consultados os presidentes de partidos, dis­ solver a Câmara de Vereadores a qualquer tempo, com a consequente de­ missão do Governo, que permaneceria, interinamente, nas funções gover­ nativas até nomeação do novo gabinete.

A Câmara de Vereadores passaria a ter responsabilidade pelas a— ções de Governo. Assim como poderia aprovar Moção de Desconfiança para o Administrador Geral do Municipio — o que implicaria em sua demissão -, também estaria sujeita a dissolução caso fosse dela a responsabili­ dade pela crise política.

Ainda estaria afeta à Câmara de Vereadores, a aprovação do Plano de Governo, que seria apresentado pelo Administrador Geral do Municí­ pio. Esse plano seria aprovado ou não. Em caso de rejeição, o indicado pelo Prefeito Municipal para ser o futuro Chefe de Governo teria 30 dias para apresentar outra proposta. Se rejeitado pela segunda vez, outra pessoa deveria ser indicada para a função de Administrador Ge­ ral.

Na hipótese de aprovação da proposta, o Plano de Governo seria tranformado em lei, que serviria como diretriz geral para o Governo. 0 não cumprimento do Plano de Governo aprovado acarretaria a apresenta­ ção de uma Moção de Desconfiança pelo Parlamento. Cabe aqui lembrar que o Plano de Governa seria submetido a referendo popular.

O Parlamento Municipal, a exempla da que ocorre em alguns Estadas contemporâneos, seria o órgão de deliberação e controle político que investiria de confiança o Administrador Geral do Município e lhe exi­ giria responsabilidade política através da possibilidade de aprovação de moção de desconfiança.

A convocação do Administrador Geral do Municipio ou de qualquer de seus Secretárias para esclarecimentos também caberia â Câmara de Vereadores.

Como é de se perceber, os municípios continuariam com as atuais estruturas, só que acrescidas de novas prerrogativas e da figura do Administrador Geral do Municipio.

0 Prefeito passaria a exercer a função de coordenador e árbitro

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