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3 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (PBL)

4.1 Participantes e local de pesquisa

Participaram da pesquisa quatro docentes de cursos de engenharia de duas Instituições de Ensino Superior, denominados nesta pesquisa como Professor 1, Professor 2, Professor 3 e Professor 4.

O Professor 1 participou da pesquisa na condução do processo de ensino e aprendizagem com a aplicação do método PBL em disciplinas relacionadas à sistemas de informação para a graduação, contexto em que foram realizadas as observações.

O Professor 1 ministra aulas em disciplinas que envolvem sistemas de informação e é pesquisador e orientador em um programa de pós-graduação em Engenharia de Produção em áreas que envolvem sistemas de apoio à decisão, modelagem organizacional, gestão do conhecimento e educação a distância, nas quais concentra sua produção teórica.

Iniciou sua experiência a partir da aplicação do PBL em suas disciplinas de graduação e de pós-graduação, nas quais tem procurado manter sua aplicação. Contudo, considera o PBL como sendo um método familiar, pois na época em que era estudante de graduação, muitos de seus professores iniciavam as aulas apresentando problemas de ordem prática, deixando a teoria sob a responsabilidade dos estudantes como parte da pesquisa para solucionar os problemas propostos. Por essa razão, considera que seus conhecimentos sobre o PBL advêm desse período.

O Professor 2 e o Professor 3 foram convidados a participar da pesquisa por meio de entrevista. Mediante contato por e-mail, as entrevistas foram agendadas e realizadas, individualmente, no primeiro semestre de 2012. As entrevistas foram gravadas, para posterior transcrição e análise, com o conhecimento e permissão dos docentes.

O Professor 2 é pesquisador e orientador em um programa de pós-graduação em Engenharia de Produção e sua principal produção teórica está relacionada à área de Administração de Empresas. Sua primeira experiência com o PBL ocorreu em 2001, quando participou, como voluntário, de uma pesquisa em que teve o método implementado em suas disciplinas de graduação e de pós-graduação, sob a orientação do pesquisador, tanto na implementação como na aplicação do PBL pelo professor. A

partir dessa experiência o professor vem aplicando e aprimorando o uso do PBL em suas disciplinas.

O Professor 3 é orientador em um programa de pós-graduação em Engenharia de Transportes e suas principais produções teóricas como pesquisador concentram-se nas áreas de Planejamento de Transportes e de Ensino em Transportes. Embora já tivesse tido intenso contato com a literatura sobre o PBL, sobretudo durante a orientação de um de seus estudantes de doutorado, que envolvia a área de ensino, sua experiência na aplicação do PBL teve início em 2006, quando implementou o método na modalidade de ensino semipresencial, por meio de uma plataforma de ensino a distância, junto a uma disciplina de graduação.

A experiência contou, ainda, com o apoio dos estilos de aprendizagem para conhecer o perfil de aprendizagem dos estudantes, contribuindo para o preparo das atividades pedagógicas, bem como para auxílio na composição dos grupos de forma mais heterogênea e equilibrada possível. Após essa primeira experiência prática, o professor continua a aplicar o PBL na disciplina em questão e a aperfeiçoar sua prática com o método.

Estes três participantes (Professor 1, Professor 2, Professor 3) são docentes de áreas de Engenharia da mesma instituição, uma universidade pública do interior do estado de São Paulo, onde iniciaram suas atividades docentes, contudo, sem o preparo pedagógico prévio, o qual também não o obtiveram em serviço, bem como sem o apoio pedagógico institucional.

O Professor 4 é docente de engenharia, de uma universidade estadual pública do interior do estado da Bahia, onde o método PBL foi implementado no currículo do curso de Engenharia da Computação. Ele foi convidado, por e-mail, para participar de entrevista, via Skype. Aceitou o convite, definindo a data e horário disponível para ser entrevistado e consentiu que sua entrevista fosse gravada para fazer parte desta pesquisa.

O Professor 4 também não teve preparo pedagógico prévio para iniciar sua atividade docente na instituição, como também não teve apoio pedagógico institucional. Somente após o ingresso na instituição participou de reuniões denominadas oficinas, com professores mais experientes no uso do método PBL. Durante uma semana, aproximadamente, esses professores apresentaram as principais questões do curso, que envolviam as características do currículo, os aspectos principais relacionados ao funcionamento do método PBL em termos da elaboração dos problemas, dos tipos de

avaliação. Além disso, nas oficinas eram apresentados problemas mais relevantes, ocorridos anteriormente, com a aplicação do método para que novas ocorrências fossem evitadas.

Como forma de organização, o quadro 3 complementa a caracterização dos participantes da pesquisa, na sequência.

Quadro 3 – Caracterização dos participantes da pesquisa

Participantes Idade3 Formação acadêmica Professor

da IES4

Aplicação e formato

do PBL5

Professor 1 64 Graduação em Engenharia Mecânica Mestrado em Ciências da Computação Doutorado em Engenharia Mecânica.

36 Disciplina 6 Parcial

Professor 2 55

Graduação em Engenharia de Produção Graduação em Administração de Empresas Graduação em Ciências Contábeis

Especialização em Administração Hoteleira Mestrado em Administração

Doutorado em Engenharia de Produção

31 Disciplina 11 Parcial

Professor 3 50

Graduação em Arquitetura

Mestrado em Engenharia de Transportes Doutorado em Engenharia de Transportes Pós-Doutorado em Planejamento Urbano e Regional em Portugal

Pós-Doutorado em Planejamento Urbano e Regional, na Holanda

Livre-docência em Engenharia de Transportes

22 6 Disciplina Parcial Professor 46 38 Técnico-profissionalizante em Geologia Graduação em Tecnologia em Processamento de Dados

Especialização em Análise de Sistemas Mestrado em Ciência da Computação

Doutorado em Ciência da Computação, em andamento

6

5 Curso Híbrido

Outros participantes foram estudantes que cursavam as disciplinas em que houve as observações, relatada e detalhada na fase 1 e na fase 2, do item de coleta de dados, deste capítulo. As informações pertinentes às conversas com os estudantes foram acrescentadas às anotações de campo, instrumento usado nas observações de aulas para a coleta de dados, descrita na sequência.

3 Idade dos participantes em 2012. 4 Tempo de serviço na IES, em 2012.

5 Tempo de aplicação na disciplina ou curso e formato do PBL, até 2012. 6 Em 2012 o Professor de suas atividades na IES para se dedicar ao doutorado.