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Inicialmente, foi feita uma abordagem junto a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós- Graduação (PROPP), órgão administrativo da IFES, responsável pela execução e gestão da política institucional afeita à pós-graduação, à pesquisa e à inovação científica e tecnológica na referida instituição, com a finalidade de se apresentar o projeto de pesquisa, obter a autorização para a sua execução, bem como de se levantar informações quantitativas e qualitativas sobre os cursos de pós-graduação

stricto sensu da IFES. Até o início da pesquisa de campo, outubro de 2016, existiam

34 cursos de mestrado acadêmico, 07 de mestrado profissional e 18 de doutorado, totalizando 59 cursos.

Esta pesquisa foi realizada com 17 docentes coordenadores de programas de pós-graduação dos cursos de mestrado acadêmico, mestrado profissional e doutorado de uma IFES, contemplando-se as áreas do conhecimento segundo definido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a saber: 1- Ciências Exatas e da Terra; 2- Ciências Biológicas; 3- Engenharias; 4-Ciências da Saúde; 5- Ciências Agrárias; 6- Ciências Sociais Aplicadas; 7- Ciências Humanas; 8- Linguística, Letras e Artes.

Na referida IFES não há curso classificado na categoria “Outros”. Portanto, consideramos apenas oito áreas, ressalvando que na modalidade mestrado há cursos nas oito áreas do conhecimento, na modalidade doutorado em sete e na modalidade mestrado profissional em quatro áreas, o que a priori totalizaria 19 docentes. Um docente de curso de doutorado não aderiu à pesquisa. Uma docente participante do estudo coordena dois programas de pós-graduação (doutorado e mestrado profissional) e foi contabilizada uma única vez. Desta forma, participaram do estudo 17 docentes. Os programas contemplados na pesquisa são apresentados no Quadro 2.

Uma vez realizado o sorteio dos cursos de pós-graduação nas três modalidades para cada área do conhecimento segundo o CNPq procedemos à seleção dos docentes participantes, de acordo com os seguintes critérios: a) coordenar o curso de pós-graduação sorteado para compor a pesquisa observado o

seu pertencimento a uma das oito áreas do conhecimento segundo definido pelo CNPq; b) independente do tempo de formação e atuação na pós-graduação, sexo, deficiência física e outras questões culturais.

Quadro 2 – Distribuição dos programas de pós-graduação strictu senso contemplados pela

pesquisa segundo área do conhecimento do CNPq e tipo. Área do Conhecimento (CNPq) Mestrado Acadêmico Doutorado Mestrado Profissional Total

1 Ciências Exatas e da Terra 01 01 01 03

2 Ciências Biológicas 01 01 - 02

3 Engenharias 01 01 - 02

4 Ciências da Saúde 01 01 01 03

5 Ciências Agrárias 01 01 - 02

6 Ciências Sociais Aplicadas 01 Não aderiu 01 02

7 Ciências Humanas 01 01 01 03

8 Linguística, Letras e Artes 01 - - 01

Total 08 06 04 18

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

A definição do primeiro critério para a inclusão dos docentes na pesquisa decorreu da compreensão que os coordenadores de cursos possuem uma visão global da situação do curso, além de, em tese, acumularem paralelamente às atribuições da coordenação as atividades da docência, da pesquisa e da extensão. Ademais, a manutenção deste critério assegurou a constituição de uma amostra, de caráter aleatório, contemplando-se todas as áreas do conhecimento segundo o CNPq. Acrescido a tais motivos, destaca-se a importância dos coordenadores na efetivação da política de financiamento, além da sua experiência nos cursos de graduação e pós-graduação.

Os critérios para inclusão foram confirmados com cada um dos sujeitos a serem pesquisados no momento do convite para participação na pesquisa. A composição da amostra permitiu abarcar docentes de diferentes áreas do conhecimento inseridos em cursos de pós-graduação de variados níveis (mestrado acadêmico, mestrado profissional e doutorado), o que permitiu ampla problematização das perguntas norteadoras desta pesquisa.

Os critérios para exclusão dos sujeitos na participação da pesquisa foram: a) ainda que docente, não coordenar o curso de pós-graduação stricto sensu sorteado para compor a pesquisa; b) não consentir participar da pesquisa e/ou não assinar o TCLE; c) desistir de participar da pesquisa a todo e qualquer tempo e/ou em

qualquer etapa da pesquisa. Os critérios para exclusão foram confirmados com cada professor no momento do convite para participação na pesquisa.

Através de um levantamento no site institucional da IFES relacionamos todos os nomes, e-mails e telefones dos coordenadores dos cursos de pós-graduação

stricto sensu. O primeiro contato para participação na pesquisa foi realizado via e-

mail com o encaminhamento de um “Convite para participação na Pesquisa”.

A fim de formalizar e conferir uma identidade para a pesquisa foi criada uma conta de e-mail específica para a comunicação entre os pesquisadores e os docentes convidados. Foi concedido a cada professor um tempo máximo de quinze dias para o direcionamento de resposta quanto ao convite enviado.

Nesta primeira etapa recebemos a resposta de apenas um docente que se manifestou favoravelmente à participação na pesquisa. Prevendo problemas de natureza eletrônica, afastamento em virtude de férias ou, ainda, viagens institucionais e/ou pessoais que podem interferir no acesso aos e-mails, expirado o primeiro prazo delimitado, redirecionamos outro e-mail, concedendo o prazo final de cinco dias para a resposta. Novamente não obtivemos retorno.

Mediante este impasse, decidimos visitar todos os coordenadores dos cursos de pós-graduação stricto sensu sorteados para compor a pesquisa e presencialmente expusemos a finalidade da pesquisa e reiteramos o convite para participação na mesma.

As visitas aos 17 professores foram realizadas em dois dias. Nos casos em que os professores não foram encontrados em suas respectivas salas da coordenação por estarem ministrando aulas, atuando no desenvolvimento dos projetos ou em viagens institucionais e/ou de férias, dentre outros motivos, o convite para participação na pesquisa foi deixado com os assistentes administrativos. Compete destacar a receptividade com a qual fomos recebidos nas secretarias dos cursos. Pessoalmente muitos professores compartilharam que compreenderam o convite realizado para participação na pesquisa como um vírus e que em virtude deste motivo nem abriram ou responderam ao e-mail encaminhado.

As entrevistas foram agendadas segundo a preferência e a disponibilidade de data, horário e local dos professores que foram ágeis na marcação das entrevistas, mesmo a IFES pesquisada estando em período de greve. A maioria das entrevistas foi realizada nos meses de novembro e dezembro de 2016. Apenas três entrevistas foram realizadas em janeiro de 2017.

Das dezoito visitas, obtivemos êxito em dezesseis. Em um programa de doutorado, o coordenador manifestou interesse em participar, mas após quatro visitas não agendou a entrevista, o que configurou implicitamente como indisponibilidade/desistência. Neste caso, foi realizado outro sorteio a fim de contemplar um curso de doutorado da mesma área do conhecimento. Após o sorteio e visita ao coordenador, obtivemos êxito e a área do conhecimento pretendida foi representada.

Um coordenador de outro programa de doutorado não respondeu aos contatos via e-mail ou visitas. O assistente administrativo posicionou não ter tido a resposta do referido professor, o que também configurou como indisponibilidade/desistência. Não havendo outro curso de pós-graduação na referida área do conhecimento, não foi possível a substituição. Deste modo, a amostra foi encerrada com 17 docentes coordenadores dos cursos de pós- graduação stricto sensu, contemplando-se todas as áreas do conhecimento segundo o CNPq.

Após a realização e transcrição integral4 das entrevistas foi possível

condensar as características dos participantes da pesquisa conforme apresentado na Tabela 1. Como pode ser observado na referida tabela, 12 (70,6%) dos docentes são do sexo masculino e 05 (29,4%) feminino. Esta realidade reafirma o quanto a docente do sexo feminino está ainda afastada dos cargos tidos como de poder e status na IFES.

Os docentes participantes da pesquisa possuem de 36 a 62 anos. De modo específico, 05 docentes (29%) estão na faixa etária dos 30 a 39 anos, 04 docentes (24%) situam-se na faixa etária dos 40 a 49 anos, 06 docentes (35%) encontram-se na faixa etária dos 50 a 59 anos e 02 docentes (12%) estão na faixa etária dos 60 anos ou mais.

No tocante ao tempo transcorrido desde a primeira graduação, os docentes participantes do estudo apresentam a seguinte realidade: 07 (42%) concluíram a primeira graduação entre 10 a 19 anos, 05 (29%) entre 20 a 29 anos e outros 05 (29%) entre 30 a 39 anos atrás.

4 A transcrição das dezessete entrevistas totalizou 267 páginas. No arquivo das transcrições constam apenas os pseudônimos, resguardando deste modo, o sigilo e a confidencialidade. Os documentos atinentes à pesquisa de campo encontram-se devidamente arquivados conforme as diretrizes e os preceitos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos.

Tabela 1 – Caracterização dos participantes do estudo segundo sexo, faixa etária, tempo de

graduação e atuação em instituições de ensino.

VARIÁVEL N. % SEXO Feminino 05 29 Masculino 12 71 Total 17 100 FAIXA ETÁRIA 30 a 39 anos 05 29 40 a 49 anos 04 24 50 a 59 anos 06 35 60 anos ou mais 02 12 Total 17 100

TEMPO DE CONCLUSÃO DA GRADUAÇÃO

10 a 19 anos 07 42

20 a 29 anos 05 29

30 a 39 anos 05 29

Total 17 100

ATUAÇÃO EM INSTITUIÇÕES PRIVADAS

Sim 07 42

Não 10 58

Total 17 100

TEMPO DE ATUAÇÃO NA IFES

00 a 09 07 42

10 a 19 03 17

20 a 29 05 29

30 a 39 02 12

Total 17 100

Fonte: elaborado pelas autoras, 2017.

Em relação à experiência a priori em universidades privadas, 07 dos docentes (42%) entrevistados apresentam experiência nestas instituições, enquanto 10 (58%) atuaram exclusivamente em instituições públicas.

Os docentes participantes do estudo possuem tempos de atuação variados na IFES pesquisada: 07 (42%) apresentam até 09 anos de atuação, 03 (17%) possuem 10 a 19 anos, 05 (29%) com 20 a 29 anos e 02 docentes (12%) possuem de 30 a 39 anos. Esta ampla inserção nos docentes no ensino é importante, pois traz uma intensa trajetória institucional, salutar para discussão da vida acadêmica.