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SF-936/2012 PAULO ROGÉRIO MIGLIATO ME

Julgamento de Processos 1.Que o processo não requer providências por parte da CEEMM

SF-936/2012 PAULO ROGÉRIO MIGLIATO ME

HISTÓRICO:

Trata-se o presente Processo de empresa estabelecida no município de São Carlos-SP com razão social de nome empresarial PAULO ROGÉRIO MIGLIATO – ME, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica sob nº 07.717.323/0001-40 (FL.58), com nome fantasia de WORLD SEG (Fls.02 e 58) que apesar de orientada e notificada vem desenvolvendo atividades privativas de profissionais do Sistema Confea/Crea sem o devido registro neste Conselho.

Verifica-se que este Processo é oriundo do Processo SF-00790/2007 (Fls.02 a 54) que conforme Decisão Plenária PL/SP nº 1117/2010 de 14/10/2010 foi negado provimento ao recurso interposto pela interessada, mantendo-se a manutenção do ANI nº 690747 por infração ao disposto nos artigos 59 e 60 da Lei nº 5.194/66 (Fls. 43 e 43-verso), sendo o mesmo transitado em julgado (Fls. 48 e 51) esgotando-se as possibilidades de recursos contra o citado Auto de Infração.

Conforme Despacho do Chefe da UGI de São Carlos/SP (FL.52), foi solicito diligencia na empresa interessa, após se verificar o não atendimento da mesma quanto ao Registro neste Conselho e o não pagamento da multa imposta e julgada no Processo SF-00790/07.. Atendendo o Despacho Agente Fiscal efetuou diligência “in loco” na empresa interessada em 22/08/2011 constatando que a mesma “continua a desenvolver as atividades de instalação e manutenção de equipamentos de segurança eletrônica” (FL.54). Conforme Relatório de Fiscalização de Empresa nº 146/12 elaborado por Agente Fiscal lotado na UGI de São Carlos/SP na data de 23/07/2012 e assinado pelo Sr. Marcos Antonio Migliato, a interessada possui quatro (04) funcionários e sua principal atividade desenvolvida é o “comércio e instalação de equipamentos para segurança eletrônica” (FL.57). Verifica-se ainda que o Agente Fiscal reafirma em Despacho com data de 26/07/2012 que a interessada “continua a desenvolver as atividades de instalação de equipamentos para segurança eletrônica” (FL.62).

Em 07/12/2012 a interessada recebeu a Notificação nº 919/12 para regularizar sua situação perante este Conselho no prazo de dez (10) dias, sob pena de ser autuada por infração ao disposto no artigo 59 da Lei 5.194/66 (FL.64). O não atendimento à Notificação citada, culminou com o Auto de Infração AI nº 1766/2013 (FL.70), cujo teor a interessada teve conhecimento na data de 27/11/2013 (FL.70-verso) na condição de reincidência (Fls.63 e 69).

Anexa ao presente processo encontra-se a Ficha Cadastral Simplificada da empresa interessada (FL.59), emitida junto à JUCESP, onde consta como Objeto Social: COMÉRCIO DE MÁQUINAS E

EQUIPAMENTOS PARA AUTOMATIZAÇÃO DE PORTÕES ELETRÔNICOS, CERCAS ELÉTRICAS E ALARMES. Já no comprovante de Inscrição e Situação Cadastral (FL.58), emitido junto ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), consta o seguinte:

NATUREZA JURÍDICA:

213-5 – Empresário (individual).

ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL:

47.53-9-00 – Comércio varejista especializado de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo. ATIVIDADE ECONÔMICA SECUNDÁRIA:

47.59-8-99 - Comércio varejista de outros artigos de uso pessoal e doméstico não especificado anteriormente.

Na data de 16/12/2013, em virtude da ausência de defesa por parte da interessada após o prazo

estabelecido, o Chefe da UGI de São Carlos/SP, enviou o presente à revelia da autuada para esta Câmara, solicitando análise e manifestação quanto à manutenção ou cancelamento do AI nº 1766/2013 (FL.76). PARECER:

Verifica-se que a empresa interessada foi constituída com a finalidade de comercializar mercadorias em CÉLIO DA SILVA LACERDA

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Proposta Relator Processo/Interessado Nº de Ordem

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conformidade com seu objetivo social e não para prestar serviços de qualquer espécie ou natureza, mas é fato, conforme histórico acima que a interessada vem atuando de forma ilegal em atividades privativas de profissionais ligados ao Sistema Confea/Creas conforme dispõe a Lei Federal nº 5.194/1966, atividades estas, contrárias e diversas ao disposto como Comércio Varejista em seu Registro na JUCESP-Junta Comercial do Estado de São Paulo.

Embora conste no artigo 60 da Lei 5.194/66 que mesmo não enquadrada no artigo 59 da mesma Lei a empresa é obrigada a requerer seu Registro no Conselho, é provável que a interessada tenha à sua disposição, liberação de Orgão Fiscalizador APENAS para emissão de Notas Fiscais e/ou Cupom Fiscal para comercialização de mercadorias. De modo que para emissão de Notas Fiscais para se efetuar prestação de serviços de outra natureza se faz necessário alteração de objeto social junto à JUCESP. Lei Federal nº 5.194/1966

Art. 59 - As firmas, sociedades, associações, companhias, cooperativas e empresas em geral, que se organizem para executar obras ou serviços relacionados na forma estabelecida nesta Lei, só poderão iniciar suas atividades depois de promoverem o competente registro nos Conselhos Regionais, bem como o dos profissionais do seu quadro técnico.

§ 1º- O registro de firmas, sociedades, associações, companhias, cooperativas e empresas em geral só será concedido se sua denominação for realmente condizente com sua finalidade e qualificação de seus componentes.

Art. 60 - Toda e qualquer firma ou organização que, embora não enquadrada no artigo anterior, tenha alguma seção ligada ao exercício profissional da Engenharia, Arquitetura e Agronomia, na forma estabelecida nesta Lei, é obrigada a requerer o seu registro e a anotação dos profissionais, legalmente habilitados, delas encarregados

A interessada, por não ter sido constituída para desenvolver atividades e prestar serviços de cunho técnico privativos dos profissionais regidos pele Lei 5.194/66 e ainda por não ter em seu quadro de funcionários um responsável técnico registrado neste Conselho, fere o disposto na alínea “a” do artigo 6º da citada Lei, pois exerce ilegalmente a profissão.

Lei Federal nº 5.194/1966

Art. 6º- Exerce ilegalmente a profissão de engenheiro e engenheiro agrônomo:

a) a pessoa física ou jurídica que realizar atos ou prestar serviços, públicos ou privados, reservados aos profissionais de que trata esta Lei e que não possua registro nos Conselhos Regionais:

De modo, que no meu entendimento:

a)a interessada não foi constituída para executar serviços relacionados na forma estabelecida nesta Lei, não cometendo assim infração ao artigo 59 da Lei 5.194/66;

b)a interessada deverá ser autuada por infração ao artigo 6º, alínea “a” da Lei 5.194/66 e orientada, caso se disponha a continuar prestando serviços, para efetuar alteração de objetivo social, bem como o Registro neste Conselho e contratação de Responsável Técnico.

VOTO:

Diante do exposto no PARECER acima voto pelo CANCELAMENTO do Auto de Infração nº 1766/2013. Obs.: A UGI de São Carlos/SP deverá efetuar nova diligência na empresa PAULO ROGÉRIO MIGLIATO – ME, caso constate que a mesma continua praticando o exercício ilegal, autua-la por infração ao artigo 6º, alínea “a” da Lei Federal nº 5.194/66.

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