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O curso de Pedagogia da PUC/SP, vinculado à Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), foi reconhecido pelo Decreto nº 6526, de 18 de dezembro de 1940, e mantido pela Portaria Ministerial nº 1.790, de 23 de dezembro de 1993.

Atualmente, o curso de Pedagogia se encontra sob a Direção da Profª Drª Neide de Aquino Noffs, oferecendo 40 vagas em período matutino e 40 noturno.

Com a finalidade de melhor preparar os professores egressos do Curso Normal, o curso de Pedagogia da PUC/SP realizou reformas curriculares significativas a partir da Lei 5.540/68, que propôs a Reforma Universitária, fixando normas de organização e funcionamento do Ensino Superior, assim como a sua articulação com a Escola Média.

Em decorrência da Reforma Universitária e das orientações do Conselho Federal de Educação (CNE), que, na mesma época, aprovou uma nova concepção e regulamentação para o curso de Pedagogia, definida pelo Parecer CEF nº 252/69, a PUC/ SP revê o curso de Pedagogia. Assim, o curso passou a formar especialistas através de habilitações de Orientação Educacional, Administração Escolar e Supervisão Escolar.

O Parecer CFE nº 252/69 privilegiou o modelo tecnicista de formação de professores e de especialistas no curso de Pedagogia, proporcionando a fragmentação do trabalho pedagógico e contribuindo para dividir a formação do pedagogo em habilitações técnicas na graduação.

À frente de seu tempo, a PUC/SP tomou “características próprias, tanto do ponto de vista estrutural como funcional” (PUC, 2006, p.32). Criou os Centros Acadêmicos, com o propósito de articular o ensino e a Pesquisa, e instalou o Ciclo Básico “que propunha a inserção do aluno na Universidade permitindo-lhe a orientação para as diversas carreiras, por meio do conhecimento da realidade, na qual estava inserido” (PUC, 2006, p. 33). Quatro centros foram organizados: Humanas, Biológicas, Exatas e Educação.

Instalado em 1972, o Centro de Educação foi composto pelos cursos de Pedagogia e Fonoaudiologia e seus respectivos departamentos e chegou a ocupar lugar de liderança junto ao Conselho Universitário.

Durante os anos de 1970 a 1972, as Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras “São Bento” e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras “Sedes Sapientiae” se fundiram e foram ganhando projeção no cenário nacional, tornando-se referência para os demais cursos nesta área.

Já em 1974, após a elaboração do Projeto de Reformulação da Licenciatura na PUC/SP, o Conselho Universitário aprovou o Plano Geral de Licenciatura. O Centro de Educação passou a realizar cursos de licenciatura para os alunos que optassem pela carreira do magistério. Tais cursos eram compostos pelas seguintes disciplinas de período semestral, com carga horária de 60 horas: Filosofia da Educação, Psicologia da Educação, Didática, Estrutura e Funcionamento do Ensino do 2º Grau, Prática de Ensino I, Pratica do Ensino II, Estágio Supervisionado I e Estágio Supervisionado II.

Neste período, algumas indicações do Conselho Nacional de Educação foram aprovadas e até homologadas pelo então Ministro da Educação e Cultura (MEC), reconhecidas como “pacote pedagógico”.

Este pacote provocou grande insatisfação dos educadores, que argumentavam que tais medidas estariam descaracterizando a profissão do pedagogo e poderiam até extinguir a profissão.

Diante deste cenário, diversas iniciativas foram tomadas com o objetivo de repensar o Curso de Pedagogia. Destacam-se o I Seminário de Educação Brasileira, realizado na Universidade de Campinas (UNICAMP) em 1978 e, a I Conferência Brasileira de Educação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), organizado em 1980, no qual foi criado o Comitê Nacional de Pró-Reformulação dos Cursos de Formação de Educadores, atual Associação Nacional para a Formação Profissional de Educadores (ANFOPE).

Mais uma vez, a PUC/SP se coloca à frente das discussões e, como produto de intensos estudos e debates, reformula o curso de Pedagogia com a preocupação fundamental de formação do educador, de sua identidade enquanto profissional docente, dando ênfase na preparação do pedagogo para a docência. O curso de pedagogia passa a

(...) formar Educador para a Docência das disciplinas pedagógicas no Curso \magistério de Segundo Grau, regência das séries iniciais do primeiro grau e para atuar em áreas especializadas: Administração Escolar, Supervisão Escolar,

Orientação Educacional e Educação para Deficientes da Áudio-Comunicação (EDAC) (PUC, 2006, p.34).

Dado o avanço da Educação Básica no Brasil e a necessidade de atendimento à Educação Infantil e a demanda de profissional devidamente formado para atuação nesta etapa da Educação Básica, em 1980 a PUC implementou a habilitação em Pré-Escola. Mas, somente em 1989, após aprovação pelo Conselho do Centro de Educação, esta foi organizada como parte do curso de Pedagogia. Tal habilitação propunha, a partir de um ensino crítico e reflexivo, “preparar o aluno, muitas vezes já profissional, para o mercado de trabalho, na área da Educação Infantil” (PUC/SP, 2006, p.35). Após análise dos órgãos da Universidade, o Conselho Universitário, em 1992, aprova a implantação da habilitação que passa a funcionar em 1994. Em 2005, o curso é avaliado pelo MEC/INEP/ACE (Avaliação das Condições de Ensino) com a nota máxima em todos os requisitos, e passa a servir de referência para todo o Brasil.

A PUC/SP se antecipou às novas disposições para a educação brasileira ao oferecer a habilitação em Educação Infantil em 1989. Já em 1996, quando da publicação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB nº 9.394/96), temos referência a Educação Infantil. Em seu artigo 29, a LDB indica a valorização desta etapa da Educação Básica, apontado como finalidade da mesma o desenvolvimento integral da criança. A referida Lei, no seu artigo nº 62, torna obrigatória a formação de profissional de educação para atuação nas escolas de educação básica em nível superior, mas não descarta a possibilidade do exercício do magistério na Educação Infantil e no Ensino Fundamental de professores formados em nível médio na modalidade normal.

A partir de 1995, o Centro de Educação da PUC/SP passou a ter duas Faculdades: a de Educação e de Fonoaudiologia, sendo que a Faculdade de Educação passou a “abrigar o Plano Geral de Licenciatura (PGL), o Curso de Pedagogia e três departamentos: Fundamentos da Educação, Tecnologia da Educação e Educação Física e Esporte” (PUC/SP, 2006, p.36). Assim, a Faculdade de Educação pode, em 2001, participar do Programa de Educação Continuada (PEC), criando pela Deliberação do Conselho Estadual de Educação nº 12/2001, alterada pela Deliberação 13/ 2001.

O Programa de Educação Continuada (PEC) se destinava exclusivamente a oferecer cursos para professores efetivos, com formação em curso normal ou na habilitação ao magistério, de nível médio, que estivessem em exercício nas redes públicas de ensino. Aos concluintes do Curso era emitido certificado equivalente à licenciatura plena para fins de

docência e continuidade de estudos. Tal medida visava atender ao disposto no artigo 87 da LDB 9.394/96, que instituiu a Década da Educação entre 1996 a 2007. Dentre outras medidas, instituía o prazo de um ano para encaminhar o Plano Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os 10 anos seguintes, e a admissão de professores somente formados em nível superior ou em treinamento em serviço. Com isso, muitos entenderam que não seria mais possível, terminada a Década da Educação, a contratação e/ou permanência de profissionais sem a formação superior no exercício da docência na educação básica. Estados e Municípios foram chamados a oferecer curso de formação continuada aos professores efetivos e em exercício na sua rede e constituíram parcerias com as Universidades.

A PUC/SP, comprometida com a formação de professores, inicialmente estabeleceu parceria com a Secretaria Estadual de Educação. Coordenou o curso para os Professores dos primeiros anos do ensino fundamental junto com a equipe da Universidade de São Paulo (USP) e, posteriormente, em parceria com algumas Secretarias Municipais de Educação de São Paulo, ampliou a oferta para a formação de Professores da Educação Infantil. Foram organizadas três edições do curso e formados cerca de 4.200 professores dos municípios de São Paulo e Sorocaba.

Alinhada com a “sólida fundamentação teórica, centrada no conhecimento científico da educação, no seu sentido político, social, histórico e técnico-pedagógico” (PUC/SP, 2006, p.38), o curso de Pedagogia na PUC/SP, a partir do trabalho com projetos, procura, na garantia da formação profissional dos futuros docentes, atender as necessidades individuais dos alunos frente aos novos desafios impostos para a formação docente.

Na habilitação para formação de professores para deficientes de áudio-comunicação, estabelece integração com os professores do curso de fonoaudiologia, com estágios na Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação (DERDIC). A inclusão de alunos com deficiências nos cursos de Pedagogia não se fez apenas por determinação legal, mas a partir de seus princípios educacionais, o que confere à PUC/SP o pioneirismo no atendimento aos alunos com deficiências. Dessas experiências nasce o Projeto Pedagógico Inter-culturas, ou Multicultural da Pedagogia, gerando projetos de pesquisas como teses de doutorado defendidas no Programa de Pós-Graduação em Currículo.

Atualmente, a Faculdade de Educação da PUC/SP desenvolve os seguintes programas vinculados às políticas públicas de formação:

a) Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID-CAPES) b) Plano Nacional de formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) c) Programa de Educação Tutorial (PET)