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(93) Um produtor-exportador solicitou um ajustamento ao abrigo do artigo 2.º, n. ° 10, alínea a), do regulamento de base, para ter em conta as diferenças físicas nos vários tipos (parafusos sextavados, pinos ou pernos, parafusos para madeira, etc.) do produto em causa. Dado que o produtor-exportador em causa não tem, por razões de confidencialidade, acesso a todos os dados relativos ao valor normal, a empresa baseou-se nos seus próprios preços de exportação para demonstrar em que medida os preços variam para cada tipo de parafuso. (94) No inquérito inicial, a comparação entre o valor normal e o preço de exportação foi

efetuada mediante a distinção entre parafusos normalizados e especiais, tal como referido no considerando 102 do regulamento que institui um direito definitivo, e também mediante a identificação da classe de resistência. Nem todos os números de controlo do produto ("NCP") foram utilizados no presente caso, dado que o produtor do país análogo não facultou informações classificadas de acordo com os NCP, tal como solicitado. Um dos elementos do NCP inicial tinha por objetivo identificar os diferentes tipos de parafusos segundo o código NC que os abrangia. Uma vez que esta informação não foi

disponibilizada pelo produtor indiano, este elemento não pôde ser utilizado para efetuar a comparação no inquérito inicial.

(95) As informações facultadas pelo produtor-exportador indicaram que podia haver motivos para ajustamentos em função das diferenças entre os diversos tipos de parafusos. No entanto, a metodologia sugerida não foi considerada adequada, dado que a empresa não forneceu informações precisas sobre o tipo do produto de acordo com o código NC, tal como explicado no considerando 34, como se tinha inicialmente solicitado. Em alternativa, efetuou-se um exame das diferenças em termos de preços da indústria da União no

mercado da União para determinar se existiam diferenças de preço entre os diferentes tipos de parafusos. A informação facultada pela indústria da União foi integralmente facultada por NCP conforme se tinha solicitado inicialmente. Esta análise confirmou que os preços no mercado da UE variavam em função do tipo de parafuso. Nesta base, considerou-se adequado proceder a um ajustamento do valor normal para ter em conta estas diferenças. Como base para o ajustamento, o preço médio das vendas efetuadas pela indústria da União no mercado da União foi avaliado como "1", dando-se a todos os tipos individuais o seu próprio valor individual em função da respetiva relação de preço com o preço médio. Estes valores foram então aplicados ao valor normal utilizado na comparação com cada tipo do produto exportado pelo produtor-exportador.

(96) Como estes ajustamentos foram efetuados com base no valor de mercado das diferenças nas características físicas no mercado da UE, considerou-se adequado efetuar ajustamentos semelhantes no cálculo das margens de dumping de todos os produtores-exportadores.

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(97) Na sequência da publicação do documento de divulgação geral, a CCME (Associação Chinesa da Indústria de Elementos de Fixação) e um exportador chinês declararam que a Comissão continuava a violar os artigo 2.4, 6.2 e 6.4 do Acordo Anti-Dumping da OMC, na medida em que não tinha prestado atempadamente as informações com base nas quais o preço de exportação e o valor normal tinham sido comparados, e convidaram a Comissão a divulgar todas as informações sobre o valor normal dos tipos do produto utilizados para respeitar a sua obrigação de permitir aos produtores-exportadores chineses a defesa dos respetivos interesses, para poderem apresentar o seu caso numa base plenamente informada e assegurar uma comparação equitativa entre os preços de exportação e o valor normal. As ditas partes solicitaram, portanto, à Comissão que reexaminasse o seguinte:

a) Divulgação integral do valor normal dos tipos do produto;

b) Assegurar que os parafusos normalizados produzidos pelos produtores-exportadores chineses não são comparados com parafusos fabricados pelo produtor análogo para utilização em aplicações topo de gama;

c) Facultar elementos de prova sobre como fundamentar os pedidos de ajustamento; d) Facultar informações sobre a forma como foram efetuados alguns ajustamentos; e e) A obrigação da UE de não negligenciar qualquer das transações de exportação.

(98) No que diz respeito à alínea a), à luz dos dados facultados através das notas de informação de 30 de maio de 2012, 11 de julho de 2012 e 13 de julho de 2012, do documento de divulgação geral enviado em 31 de julho de 2012 e, em especial, dos considerandos 77 a 96, bem como das audições realizadas no decurso do processo de consulta, considera-se que foram disponibilizadas às partes interessadas todas as informações que podiam ser divulgadas dentro do limite dos requisitos de confidencialidade.

(99) No que diz respeito à alínea b) sobre a necessidade de assegurar que os parafusos

normalizados produzidos pelos produtores-exportadores chineses não são comparados com parafusos fabricados pelo produtor análogo para utilização em aplicações topo de gama, este aspeto foi tratado no considerando 78. Na ausência de novos elementos de prova, e perante meras alegações pelas referidas partes quanto à eventual presença de parafusos destinados a aplicações topo de gama para além da indústria automóvel, a Comissão considera que as informações disponíveis no dossiê são suficientemente fiáveis para garantir que apenas foram considerados parafusos normalizados para determinar o valor normal utilizado para a comparação com os preços de exportação do mesmo exportador chinês.

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(100) No que diz respeito à alínea c) e às alegações segundo as quais a Comissão não facultara informações sobre a forma como os produtores exportadores chineses poderiam

fundamentar os pedidos de ajustamentos no que se refere aos elementos de

"rastreabilidade", norma ISO 9000, unidade da taxa de anomalias e outros critérios como "dureza, flexão, resistência, impacto, tenacidade e outros coeficientes de atrito" (ver considerando 63) e aos direitos sobre os custos de importação (ver considerandos 79 e 80), a Comissão assinala o seguinte: recorda-se, em primeiro lugar, que estes elementos foram mencionados pelas partes, sem mais pormenores. Durante a audição organizada pelo Conselheiro Auditor em 11 de julho de 2012, a Comissão convidou as partes a fornecerem dados adicionais sobre as questões acima referidas, mas tal não aconteceu. No que diz respeito ao pedido de ajustamentos dos preços de exportação para ter em conta os direitos sobre a importação de fio-máquina na Índia e, em geral, o acesso mais barato às matérias--primas para os produtores-exportadores chineses, a Comissão explicou

pormenorizadamente no considerando 80 a razão pela qual este ajustamento não pôde ser aceite. Além disso, tal como referido no considerando 63 do regulamento inicial, o custo da principal matéria-prima – fio-máquina de aço – não refletia substancialmente os valores de mercado. Constatou-se que os preços do fio-máquina de aço praticados no mercado interno eram consideravelmente inferiores aos cobrados noutros mercados. Assim, estes preços distorcidos não podem ser utilizados como base para o ajustamento, conforme solicitado pelas referidas partes. Nestas circunstâncias, a Comissão não entende que outras informações adicionais, na opinião da Câmara de Comércio chinesa e do

produtor--exportador, poderiam ser disponibilizadas para aprofundar a fundamentação destes dois pedidos de ajustamento.

(101) No que diz respeito à alínea d), é de recordar que as informações relativas aos "tipos de valor normal dos produtores da UE e respetivos níveis de preços bem como ao impacto dos ajustamentos resultantes sobre os tipos de valor normal do produtor do país análogo" são confidenciais e não podem ser divulgadas. A Câmara de Comércio chinesa e um produtor--exportador chinês solicitaram esclarecimentos adicionais sobre o modo como tinham sido efetuados os ajustamentos para as diferenças de preço do revestimento. No entanto, tal como indicado no considerando 95, note-se que, no documento de divulgação específico, a Comissão indicou que tipos do produto exportados tinham sido objeto de ajustamento, permitindo, assim, que as partes em causa compreendessem a forma como este ajustamento fora efetuado.

(102) No que se refere à alínea e) e à alegada necessidade de ter em conta todas as transações de exportação comparáveis no cálculo do dumping, de modo a garantir a justa comparação de preços nos termos do artigo 2.4.2 do Acordo Anti-Dumping da OMC, a Comissão observa que é precisamente na sequência do pedido e sugestões das referidas partes que o valor normal utilizado para a determinação das margens de dumping foi ajustado. A metodologia utilizada encontra-se explicada nos considerandos 93 a 96 e os motivos para expressar o montante do dumping apurado em percentagem das transações de exportação utilizadas no cálculo do montante do dumping exposto nos considerandos 107 e 108 cumprem na íntegra o disposto no artigo 2.4.2 do Acordo Anti-Dumping da OMC, que se refere a transações de exportação comparáveis. Neste caso, na comparação utilizaram-se todas as transações comparáveis (por tipo do produto). Por conseguinte, foi razoável expressar o montante do

dumping apurado em percentagem das transações de exportação utilizadas para calcular o

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(103) Na sequência da divulgação geral, dois produtores-exportadores chineses reiteraram que deviam ser efetuados ajustamentos por alegadas diferenças no que se refere à eficiência de consumo de matérias-primas, ao acesso mais fácil às matérias-primas, ao consumo de eletricidade mais eficiente e à menor produtividade por trabalhador. Recorde-se que a nenhum dos produtores-exportadores chineses foi concedido o TEM no inquérito inicial, e que a respetiva estrutura de custos não pode ser considerada como refletindo valores de mercado suscetíveis de ser utilizados como base para os ajustamentos, em especial no que respeita ao acesso às matérias-primas. Além disso, é de salientar que se considerou que os processos de produção existentes na RPC eram comparáveis aos do produtor indiano e que as alegadas diferenças eram muito pequenas. Neste caso, verificou-se que o produtor indiano competia com muitos outros produtores no mercado interno da Índia, pelo que se considerou que os seus preços refletiam plenamente a situação no mercado interno. Tal como mencionado no considerando 42, foi necessário utilizar um substituto dos custos e preços dos produtores em economias de mercado que funcionam corretamente para determinar o valor normal.

(104) Os mesmos dois produtores-exportadores chineses alegaram que, ao resumir os dados sobre o diâmetro e o comprimento em intervalos, a Comissão não se devia referir a intervalos, mas sim utilizar os valores reais do comprimento e do diâmetro para efetuar a comparação. Em primeiro lugar, como se refere no considerando 70, a Comissão, na sequência da audição de 26 de junho de 2012, acordou com as mesmas partes na utilização de intervalos para o diâmetro e o comprimento, de modo a ter em conta o impacto das características físicas sobre os preços. Embora as ditas partes tenham indicado alguns intervalos possíveis, a Comissão assinalou, durante a audição, que esses intervalos propostos deveriam ser revistos para assegurar a correspondência de todos os tipos

exportados com tipos semelhantes aos do produtor indiano. Em segundo lugar, as referidas partes declararam numa apresentação efetuada na audição de 3 de julho de 2012, como exemplo, que o diâmetro teria um impacto limitado em termos de consumo unitário de matéria-prima. Assim, esta alegação foi rejeitada.