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No ato de criação, quando nos tornamos aquele ninguém ou nada em tempo nenhum, não mais criamos nossa assinatura química de costume, pois não somos a mesma identidade; não pensamos e sentimos do mesmo modo. Aquelas redes neurais que nosso pensamento de sobrevivência havia conectado estão desligadas, e a personalidade viciada em sinalizar continuamente ao corpo para produzir hormônios de estresse… se foi.

Em resumo, o eu emocional que vivia no modo de sobrevivência não mais está funcionando. No momento em que isso acontece, não existe mais nossa antiga identidade, nosso “estado de ser” vinculado a pensamentos e sentimentos baseados na sobrevivência. Como não “somos” mais o mesmo ser, a energia que estava vinculada ao corpo agora está livre para se mover.

Assim, para onde vai essa energia que outrora alimentava aquele eu emocional? Ela deve ir para algum lugar, de modo que se move para um novo local. Essa energia na forma de emoção sobe pelo corpo dos centros hormonais inferiores (sexual, digestivo e adrenal) para a área do coração (a caminho do cérebro)… e de repente nos sentimos maravilhosos, alegres e expandidos. Apaixonamo-nos por nossa criação. É quando experimentamos nosso estado de ser natural. Quando paramos de energizar aquele eu emocional energizado pela resposta ao estresse, migramos de egoístas para altruístas.21

Com a antiga energia transmutada em uma emoção de frequência mais alta, o corpo é liberado de sua escravidão emocional. Somos elevados acima do horizonte para contemplar uma paisagem inteiramente nova. Deixando de perceber a realidade pelas lentes daquelas antigas emoções de sobrevivência, vemos novas possibilidades. Somos agora observadores quânticos de um novo destino. E essa liberação cura o corpo e liberta a mente.

Vamos revisitar o gráfico de energia e frequências das emoções de sobrevivência para as emoções elevadas (veja a Figura 5A). Quando raiva, vergonha ou luxúria são liberadas do corpo, são transmutadas em alegria, amor ou gratidão. Nessa jornada para transmitir energias mais elevadas, o corpo (que condicionamos a ser a mente) torna-se menos “da mente” e se torna uma energia mais coerente; a matéria que constitui o corpo expressa uma taxa vibratória mais alta, e nos sentimos conectados a algo maior. Somos mais onda e menos partícula. Em resumo, estamos demonstrando mais de nossa natureza divina.

Quando você vive no modo de sobrevivência, está tentando controlar ou forçar um resultado; isso é o que o ego faz. Quando vive na emoção elevada da criação, você se sente tão elevado que jamais tenta analisar como ou quando um destino preferido chegará. Você confia que vai acontecer porque já o experimentou na mente e no corpo – em pensamentos e sentimentos. Você sabe que vai acontecer porque se sente conectado a algo maior. Você está em um estado de gratidão porque sente como se já tivesse acontecido.

Talvez você não conheça todos os detalhes de seu resultado pretendido – quando ele ocorrerá, onde e sob que circunstâncias –, mas confia em um futuro que não pode ver ou mesmo perceber com seus sentidos. Para você, ele já ocorreu no âmbito do sem espaço, sem tempo ou sem local de onde brotam todas as coisas materiais. Você está em um estado de conhecimento; pode relaxar no presente e não mais viver no modo de sobrevivência.

Antecipar ou analisar quando, onde ou como o evento ocorrerá somente faria você retornar à antiga identidade. Você está tão alegre que é impossível tentar descobrir essas coisas; isso é o que os seres humanos fazem quando vivem nos estados limitados da sobrevivência.

Quando você repousa no estado de criatividade em que não é mais sua identidade, as células nervosas que outrora disparavam juntas para formar aquela antiga personalidade não estão mais conectadas. É quando a antiga

personalidade é biologicamente desmantelada. Os sentimentos conectados àquela identidade, que condicionaram o corpo à mesma mente, não estão mais sinalizando os mesmos genes das mesmas formas. E, quanto mais você supera seu ego, maior a evidência física de sua antiga personalidade é mudada. O antigo você se foi.

OS DOIS ESTADOS DE MENTE & CORPO

Figura 5D. Modo de sobrevivência versus modo de criação.

Ao completar a Parte I deste livro, você adquiriu intencionalmente uma base de conhecimento que ajudará a criar sua nova identidade. Agora vamos desenvolver essa base.

Cobrimos uma porção de possibilidades: o conceito de que sua mente subjetiva pode afetar seu mundo objetivo; seu potencial para mudar seu cérebro e seu corpo ao tornar-se maior que seu ambiente, seu corpo e o tempo; e a perspectiva de que você pode abandonar o modo de vida estressante e reativo de sobrevivência, como se somente o mundo exterior fosse real, e entrar no mundo interior do criador. Espero que agora você possa ver essas possibilidades como realidades possíveis.

Se você pode, então convido-o para prosseguir na Parte II, em que receberá informações específicas sobre o papel do seu cérebro e do processo meditativo que vão prepará-lo para criar mudanças reais e duradouras em sua vida.

De modo geral, é apropriado comparar o cérebro de uma pessoa a um computador, e é verdade que seu cérebro já possui todo o hardware e o

software de que você necessitará para mudar seu “eu” e sua vida. Mas

você sabe qual é a melhor maneira de usar esse hardware para instalar novos softwares?

Imagine dois computadores com hardware e software idênticos – um nas mãos de um técnico novato e o outro utilizado por um operador de computadores experiente. O iniciante tem pouco conhecimento sobre os tipos de coisa que um computador pode fazer, que dirá como fazê-las.

Colocado de forma simples, a intenção por trás da Parte II é fornecer informações pertinentes sobre o cérebro, de modo que, quando você, na condição de operador, começar a utilizar o processo meditativo para mudar sua vida, saiba o que é preciso acontecer em seu cérebro e em suas meditações, e por quê.

Mudança acarreta novos modos de pensar, fazer e