• Nenhum resultado encontrado

2. EVOLUÇAO DO EMPREENDEDORISMO

2.2. Perfil do empreendedorismo no Brasil

O empreendedorismo no Brasil tem início com os colonizadores portugueses, em 1500. Ao descobrirem o Brasil os portugueses analisavam o que podia ser explorado, ou seja, quais oportunidades aquelas terras proporcionariam a Portugal, encontraram no Pau-Brasil a primeira forma de empreender, depois vieram à cana de açúcar, os minérios e o café.

(MARCOVITH, 2003)

A partir do momento em que o Brasil deixa de ser colônia, existe uma preocupação da iniciativa privada em desenvolver novas tendências para atender mercados ainda inexploráveis daquela época.

Não eram fáceis os caminhos para os antigos empreendedores brasileiros. Os empreendedores tinham que se adequar às estruturas e tecnologias da época, ruas de terra, cavalos e charretes como meio de transporte, trens roceiros, tecnologia pouco avançada e o crédito escasso e o quase inalcançável apoio aos seus esforços.

De acordo uma pesquisa feita por Jacques Marcovith (2003), que retrata a saga do desenvolvimento do Brasil, onde ele encontra os pioneiros do empreendedorismo no país, considerando apenas o êxito econômico alcançado, mas também características e singularidades de cada empreendedor.

Em 1880 é que começa a ser descobertos grandes feitos econômicos que mudaram a sociedade brasileira, é deste ponto que deu inicio as pesquisas do escritor Jacques Marcovitch,

e nas pesquisas biográfica de cada um deles que se chegou às características incomuns entre eles, são elas: Flexibilidade para mudar estratégias, extraordinária disposição ao trabalho, engajamento em variadas iniciativas, presença marcante em projetos sociais ou de cunho filantrópico e uma singular habilidade para tratar com as incertezas.

Entre vários empresário-empreendedores da época, podemos citar os principais revolucionários daquele tempo: 1880 Francisco de Paula Ramos Azevedo destaca-se como o grande pioneiro da construção civil em São Paulo; 1885 Júlio Mesquita, conhecido, sobretudo, como jornalista, é uma dos fundadores de “O Estado de São Paulo” jornal que circula até os dias atuais; 1889 Silva prado foi o pioneiro na abertura das fronteiras agrícolas de São Paulo e empreendedor do comércio; 1889 Roberto Simonsen tornou-se o símbolo do empresário esclarecido. Foi uns dos pioneiros da construção civil; 1900 Francisco Matarazzo, o conde, surgiu em São Paulo como a imagem do industrial moderno; 1917 Jorge Luís Gustavo Street, no início do século XX, a contribuiu para a abertura do diálogo com sindicatos operários; 1939 Leon Feffer foi o pioneiro na fabricação de papel a partir do eucalipto, árvore aclimatada no Brasil; Nami Jafet despontou no inicio do século, como o atacadista e precursor da nossa industria têxtil. (MARCOVITCH, 2004)

Jacques Marcovith conceitua os antigos empreendedores brasileiros como identificadores de soluções e resultados como instrumentos para viabilização de idéias que melhorassem a vida coletiva. Assim agiram os homens que ajudaram a forjar o sonho brasileiro de desenvolvimento. (MARCOVITCH, 2004)

A partir do século XX, as iniciativas privadas e governamentais começam a ver o empreendedorismo como aliado para combater o desemprego e gerar oportunidades para as economias dos países. (DORNELAS, 2001)

O Brasil teve grandes avanços nesta década, pois foi no ano de 90 que duas das principais entidades para o desenvolvimento do empreendedorismo foram criadas, o SEBRAE

(Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequena Empresas) e SOFITEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Softwere), esses agentes de incentivo ao empreendedorismo são ainda hoje de fundamental importância para o desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil. (DORNELAS, 2001)

O SEBRAE é um dos órgãos mais conhecidos pelos pequenos empresários brasileiros, ele tem como algumas de suas funções prestarem consultorias a futuros empresários, também consultorias para resolver pequenos problemas por empresas já estabelecidas, ministrar cursos, palestras, treinamentos a empreendedores, e também contribuir para o desenvolvimento econômico do país, além de outros serviços que fazem do SEBRAE o maior disseminador do empreendedorismo do Brasil.

O SOFITEX é uma entidade criada com intuito de levar as empresas de softwares do país ao mercado externo, foi por meio de varias ações que proporcionavam a disseminação do empreendedorismo no meio da informática.

Por este motivo o curso de Computação/Informática, foram os pioneiros no ensino do empreendedorismo no Brasil, pois foram nos cursos de informáticas/computação que as primeiras incubadoras de empresas e as universidades tiveram início, além dos planos de negócio, que eram exigência no desenvolvimento das empresas que faziam parte das incubadoras.

De 1990 para os tempos atuais, o empreendedorismo no Brasil obteve grandes avanços para desenvolver um dos maiores programas de ensino do empreendedorismo do mundo, as ações que são desenvolvidas em todo país começam a apontar essa direção.

Seguem alguns exemplos (DORNELAS, 2001):

• O enorme crescimento de incubadoras de empresas no Brasil. Dados da AMPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias

Avançadas) mostram que em 2000 existiam mais 135 incubadoras de empresas, sem considerar as incubadoras das empresas de internet, totalizando mais 1.100 empresas incubadas, e que geram mais de 5.200 empregos diretos.

• O grande crescimento de cursos e programas em escolas, universidades e entidades de ensino técnico que absorveram o empreendedorismo em suas grades curriculares, contribuindo assim para o desenvolvimento de novos empreendedores brasileiros.

• A capacitação do empreendedor, como nos programas EMPRETEC, do Governo Federal, dirigido a capacitação de mais de 1 milhão de empreendedores em todo país e destinando recursos financeiros a esses empreendedores, totalizando um investimento de oito bilhões de reais.

De acordo relatório executivo de 2000 do Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2000) o Brasil aparece como país que possui a melhor relação entre o número de habitantes adultos que começam um novo negócio e o total da população:1 em cada 8 adultos. Nos Estados Unidos esta relação é de 1 em cada 10; na Austrália 1 em cada 12; na Alemanha 1 em cada 25; no Reino Unido 1 em cada 33; na Suécia 1 em cada 50 e na Irlanda e no Japão 1 em cada 100. (GEM, 2000)

O Brasil lidera o ranking de 31 países quando o assunto é criação de empresas com o objetivo de sobrevivência e sustento familiar, isso mostra que apesar de ocorrer de forma tão desorganizada, o empreendedorismo no Brasil exerce papel fundamental na economia, merecendo o tema o estudo mais aprofundado.

3. CONTRIBUIÇÃO ACADÊMICA PARA O DESENVOLVIMENTO DO

Documentos relacionados