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Perfil dos sujeitos colaboradores

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Os sujeitos colaboradores da pesquisa são nomeados pelo termo “ALUNO” ou “ALUNA” e numerados sequencialmente de 1 a 8, como mostra o Quadro 01. A sigla tem por objetivo preservar a identidade de cada membro colaborador, assim como as suas respectivas respostas que foram transcritas e apresentadas literalmente na presente pesquisa.

Participaram no total oito colaboradores, que estão cursando 8º e 9º Ano do Ensino Fundamental II, sendo sete do sexo feminino e um do sexo masculino, entre 13 e 15 anos de idade e com tempo de experiência no programa que vai de seis meses a dois anos e sete meses. O Quadro 1 mostra esses dados sistematizados:

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Quadro 01- Caracterização do perfil dos sujeitos da pesquisa.

SUJEITO ANO IDADE SEXO TEMPO NA COM-VIDA

ALUNO(A) 1 8º 13 Feminino Dois anos e um mês ALUNO(A) 2 8º 13 Masculino Dois anos e dois meses ALUNO(A) 3 8º 14 Feminino Um ano e nove meses ALUNO(A) 4 8º 13 Feminino Dois anos e sete meses ALUNO(A) 5 9º 15 Feminino Seis meses ALUNO(A) 6 8º 13 Feminino Dois anos e sete meses ALUNO(A) 7 9º 14 Feminino Dois anos e sete meses ALUNO(A) 8 8º 13 Feminino Dois anos e quatro

meses

Fonte: Autora, 2016.

O perfil dos sujeitos revela, então, que os alunos são todos adolescentes, ainda no final do Ensino Fundamental. Ainda que não queiramos associar tal perfil a nenhuma categoria rígida, pois isso resultaria em uma fixação identitária indesejável, pode-se dizer que o processo de pesquisa foi bastante marcado pela relação com tais sujeitos. Em especial, os momentos de entrevistas indicaram um baixo investimento dos jovens no discurso, o que levou a pesquisadora a intervir mais do que pretendia inicialmente. Apesar disso, suas falas são eloquentes e ajudam-nos na busca pelo desvelamento dos sentidos vivenciados.

Outro aspecto que merece ser destacado é que esses oito sujeitos correspondem à totalidade dos alunos integrantes desta COM-VIDA. Todo ano o número de participantes sofre uma variação. A COM-VIDA começou com um número grande de alunos envolvidos na escola, havia alunos do Ensino Fundamental I e II. Atualmente, por conta da demanda de estudantes que não está sendo mais matriculada no Ensino Fundamental em escolas da rede estadual de Pernambuco, em 2016, esta escola teve que suportar uma alta demanda pelo fundamental II. Por ser a maior escola que o município

apresenta, deixou de ofertar matriculas no Ensino Fundamental I e os novos alunos que entraram na escola ainda estão em período de adaptação e não conhecem bem as ações vigentes, entre elas a COM-VIDA.

2.3. ABORDAGEM DA PESQUISA

Para o delineamento da pesquisa optamos por uma abordagem qualitativa em função das características de nossa proposta, que consiste na constituição de dados descritivos, com foco da pesquisadora para compreender o processo, os significados que os sujeitos atribuem ao ambiente, aos objetos e aos fenômenos a sua volta. Para Minayo (1998), a abordagem qualitativa oferece ao pesquisador adentrar nesse mundo perceptivo, de significados, de ações, de crenças, de valores relacionados ao contexto social, cultural e histórico do local, foco da pesquisa.

Durante a pesquisa, os sujeitos puderam relatar sobre o objeto de estudo, ou seja, sua inserção como integrante de uma COM-VIDA, propondo uma “volta às coisas mesmas”, para se chegar aos significados que, os mesmos, construíram ao longo de sua atuação. Como os sujeitos fazem parte desse programa, eles têm a condição de oferecer uma compreensão do fenômeno estudado como constituinte de sua própria realidade.

O presente trabalho caracteriza-se também como uma pesquisa na linha da fenomenologia em que a pesquisadora busca compreender e interrogar o fenômeno, com o objetivo de revelar o mundo vivido. Segundo Merleau-Ponty (2015), através do discurso podemos entender a existência do sujeito no mundo em que vive, com suas experiências, ações e visões de mundo.

Para Holanda, o viés fenomenológico:

Constitui-se numa abordagem descritiva, partindo da ideia de que se pode deixar o fenômeno falar por si, com o objetivo de alcançar o sentido da experiência, ou seja, o que a experiência significa para as pessoas que tiveram a experiência em questão e que estão, portanto, aptas a dar uma descrição compreensiva (HOLANDA, 2006, p. 371). Portanto na pesquisa fenomenológica, o pesquisador deve ter diante da mesma uma postura/atitude fenomenológica para proporcionar seu engajamento, sua abertura ao fenômeno da maneira que se é mostrado, se

despindo assim, de qualquer concepção predefinido. Pois, segundo Garnica (1997), a fenomenologia direciona ao encontro do entendimento dos fenômenos, que significa aquilo que se mostra, que se manifesta, e não a fatos.

A construção dos dados, então, foi norteada por uma metodologia fenomenológica que tem por foco a experiência manifestada nas narrativas dos participantes do estudo, que é o principal insumo do processo da pesquisa, ou seja, o discurso dos sujeitos pesquisados é a fonte primária de dados. Na pesquisa fenomenológica, a ênfase está nos significados/valores atribuídos pelos sujeitos através das suas experiências vividas para se alcançar a compreensão dos significados mais profundos.

A presente pesquisa de cunho fenomenológico se caracterizou por três princípios, como descritos por Moreira (2004): primeiro, o conhecimento foi construído ativamente e se constituiu através dos constructos internos dos indivíduos que foram manifestados na linguagem; segundo, estabelecemos uma dinâmica de observação e a busca pelas perspectivas dos participantes; e terceiro, descrição, compreensão e interpretação dos modos pelos quais os indivíduos relacionam suas experiências (o fenômeno que o sujeito tem vivenciado), significados (aquilo que ele experimentou), linguagem (aquilo que ele vivenciou) e comportamentos (suas ações durante a experiência).

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