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Perfil do gestor escolar

No documento dayanemartinelledasilvasantos (páginas 67-69)

1 A DISTORÇÃO IDADE-ANO E OS PROGRAMAS DE CORREÇÃO DE FLUXO

1.3 Os programas de correção de fluxo nas escolas estudadas

1.3.4 Perfil do gestor escolar

O gestor escolar constitui também importante ator público dentro do contexto das políticas educacionais que são implementadas no universo escolar. Nesse viés, além do diretor escolar, que representa a liderança maior na gestão da escola, os demais membros que compõem a equipe gestora nas quatro escolas deste estudo são o diretor adjunto e o diretor e/ou coordenador pedagógico.

Sobre os gestores escolares das escolas em estudo, o Gráfico 17 apresenta alguns aspectos referentes ao perfil atual dos oito diretores que atuam no âmbito das quatro escolas da rede municipal de Teresina, considerando tanto o diretor escolar como o diretor adjunto.

Gráfico 17 - Perfil dos gestores escolares que atuam nas quatro escolas da rede municipal de Teresina (PI)

Assim, em relação à formação inicial, o Gráfico 17 mostra que a grande maioria dos gestores tem formação de Licenciatura Plena em Pedagogia e Normal Superior, no caso do diretor adjunto da escola A; enquanto apenas um diretor da escola D tem outro curso de licenciatura (Filosofia). Sobre a forma de ingresso na gestão escolar, em conformidade com a Lei Municipal nº 4.274, de 17 de maio de 2012, que legitima as eleições para escolhas dos diretores, vice-diretores ou diretores-adjuntos, cinco gestores das escolas tomaram posse por meio do processo eleitoral, enquanto três gestores escolares foram submetidos à indicação pelos demais membros da equipe gestora, sendo que no caso do diretor adjunto da escola B, deu-se em virtude de desistência antes do fim do pleito; e na escola D, a indicação dos dois gestores escolares foi realizada pela Semec, pelos motivos de exoneração de função dos gestores anteriores (TERESINA, 2012).

Com a última eleição de gestores escolares na rede municipal de Teresina (PI), no ano de 2016 novos gestores assumiram o cargo. Foi o caso de 4 gestores das escolas A, B e C, que apresentam pouco tempo de atuação na gestão escolar, correspondendo a um período entre um a dois anos de experiência na área. Com exceção de um gestor da escola A, que apesar de ter ingressado por eleição em 2016, apresenta experiência maior que três anos no contexto de escola privada, anterior à atual gestão escolar. Cabe salientar que ainda há três gestores escolares com tempo inferior a 1 ano de atuação, referente aos que ingressaram na gestão por indicação no ano de 2017.

Ainda com base no Gráfico 17 supracitado, ao tratar da formação continuada na área de gestão escolar, embora seja exigência no âmbito da rede municipal de Teresina, de participação anterior ou durante o pleito na gestão escolar de formação continuada específica na área de gestão escolar, três gestores das escolas em estudo ainda não iniciaram curso na área de gestão, o que corresponde aos diretores que ingressaram por indicação na escola D e diretor adjunto da escola C, e encontram-se aguardando a abertura de novas turmas do curso de aperfeiçoamento em gestão escolar oferecido pela Semec.

Por outro lado, o Gráfico 17 também mostra que os dois diretores, ambos da escola A, possuem curso em nível de pós-graduação em gestão escolar, além de terem concluído curso de aperfeiçoamento em gestão escolar oferecido na rede municipal, juntamente com os outros 3 gestores das demais escolas, que apesar de não terem pós-graduação na área de gestão, fizeram também o curso de aperfeiçoamento oferecido anualmente pela Semec em torno dos eixos autonomia administrativa, financeira e pedagógica na gestão escolar.

Com base no breve perfil traçado da gestão escolar que compõe as escolas pesquisadas parece positivo o fato de todas as escolas apresentarem gestores escolares com formação em Pedagogia ou similar, partindo do pressuposto de que a formação na esfera educacional oferece abrangência de conhecimentos pedagógicos que possivelmente podem favorecer uma visão mais direcionada para uma gestão pedagógica que, juntamente com a formação continuada específica ao exercício da função, possa subsidiar um melhor acompanhamento no âmbito do processo de ensinar e aprender que se dá no ensino fundamental. Contudo, em relação à formação continuada na área de gestão, percebe-se que ainda há gestores atuando sem esse devido preparo, o que talvez possa repercutir em uma gestão pouco eficiente diante dos grandes desafios nessa área de atuação, somada pela pouca experiência na direção escolar, outro aspecto revelado, uma vez que apenas um gestor apresenta mais de três anos de vivência na gestão escolar.

Compreende-se também que mediar o ingresso na gestão escolar mediante processo eleitoral, assegurado como prioridade na rede municipal nas escolas em estudo, com fomento de indicação nos casos de desistência ou descumprimento dos requisitos legalmente exigidos para o cargo; pode constituir um elemento importante para o exercício da democracia, caso aquele tenha sido realizado, na prática, em conformidade com os preceitos legais, cuja escolha tenha sido resultado dos anseios da comunidade em que a escola está inserida.

Contudo, reconhece-se que a eleição como processo de escolha do diretor escolar, por si mesmo, não assegura a legitimidade da gestão democrática propriamente dita. Faz-se necessário ao diretor escolar, por outro lado, no exercício da função corresponder aos desafios da escola pública enquanto organização que apresenta uma missão definida em seu projeto político pedagógico, que deve corresponder às necessidades e anseios da comunidade escolar, por uma educação gerida para a promoção da qualidade e equidade como direito de todos.

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