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Esse item de análise refere- se à formação inicial, continuada e a atuação profissional dos mediadores, das coordenadoras da exposição didática do museu e dos professores de Ciências.

1 Mediação no Museu de Biodiversidade do Cerrado - Quem são os Mediadores do MBC?

O MBC conta com uma equipe de oito mediadores, sendo seis graduandos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Uberlândia, que cursam entre o 5º e o 9º período da modalidade Licenciatura e Bacharelado; e dois são funcionários da Prefeitura Municipal de Uberlândia - PMU. No período de coleta de dados da pesquisa, um mediador da PMU estava de licença médica e não pode ser contactado para participar da entrevista e um licenciando - mediador não aceitou participar do estudo. Sendo assim, aceitaram participar da pesquisa seis mediadores, sendo cinco alunos da UFU e um mediador funcionário da prefeitura de Uberlândia. O quadro a seguir explicita as informações relacionadas à formação e ao tempo de atuação dos mediadores do museu que aceitaram participar da pesquisa.

Quadro 1: Distribuição das informações relacionadas à formação e ao tempo de atuação dos mediadores do Museu de Biodiversidade do Cerrado

Mediadores Formação Período Instituição Tempo de atuação

M1

Graduando em Ciências

Biológicas 6º UFU 1 ano e 6 meses

M2 Técnico em Meio Ambiente e Técnico em Alimentos _________ Colégio Profissional/ SENAI 9 anos

51 M3 Graduando em Ciências Biológicas 6º UFU 8 meses M4 Graduando em Ciências

Biológicas 5º UFU 1 ano e 2 meses

M5

Graduando em Ciências

Biológicas 9º UFU 6 meses

M6

Graduando em Ciências

Biológicas 8º UFU 1 ano e 6 meses

Fonte: o autor (2015)

Para atuar como mediador no museu os alunos passam por um processo seletivo, conforme edital elaborado pela Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da Universidade Federal de Uberlândia – PROEX, o edital estabelece alguns critérios para concorrer às bolsas de extensão. Os alunos devem estar regularmente matriculados no Curso de Ciências Biológicas (UFU-Uberlândia); ter disponibilidade para atuar no Museu de Biodiversidade do Cerrado em horários intercalados - que incluem dois períodos de cinco horas durante a semana e dois períodos de cinco horas aos sábados e domingos - totalizando 20 horas semanais; ter conhecimento básico em informática e concluído o primeiro ano do curso.

O processo de seleção para bolsista de extensão consta de duas fases: a 1ª fase inclui a análise do histórico escolar e do curriculum vitae e a 2ª etapa de entrevistas individuais para alunos classificados na 1ª fase. A duração da bolsa de extensão é de no mínimo seis meses, podendo ser prorrogada por no máximo dois anos, para aqueles que não foram contemplados existe a possibilidade de atuar como mediador voluntário, como relatam os mediadores M3 e M4.

“Foi um processo seletivo, através de entrevista e análise de currículo. Primeiro eu não passei, mas depois fui chamada. Ai comecei o trabalho como mediadora” (M3).

“[...] eu fiz o processo e fiquei em 2º lugar. Mas, mesmo assim eu vim pra ficar um mês como voluntário antes de ser aprovado; e depois deste um mês acho que outra monitora estava pra sair, porque ela iria

52 fazer uma iniciação científica e assim eu entrei como efetivo. Mas eu fiquei um mês antes. Foi até bom pra ver como era o trabalho, se era isso mesmo” (M4).

Espera-se que os alunos aprovados nesta seleção desenvolvam atividades de visitas monitoradas agendadas junto ao público escolar e visitantes espontâneos, além de contextualizar o conhecimento teórico sobre atividades educativas em espaço não formal de educação realizando pesquisas durante a monitoria com os visitantes do museu. Essa experiência representa uma riqueza de práticas comunicacionais e consciência para estudantes de Ciência; muitos deles poderão usar esses recursos quando se tornarem pesquisadores, professores ou mediadores profissionais (RODARI; MERZAGORA, 2007), porém a profissão ainda não é reconhecida falta uma identidade profissional para esses trabalhadores.

Em contrapartida, o mediador contratado pela prefeitura apesar de ter formação técnica em Meio Ambiente não participou de nenhuma seleção específica para atuar como mediador. Este relata como começou a trabalhar como mediador no museu:

“Bom, comecei porque eu tinha um conhecimento rural, morei na fazenda até 26 anos, conhecia um pouco aqui da parte nativa, parte de nome de plantas esse tipo de coisa e recebi a oportunidade de alguns chefes daqui e iniciei dessa forma. Na verdade eu estou em disfunção na prefeitura, meu cargo não é esse na prefeitura. Eu sou agente de apoio operacional na prefeitura. E trabalho na parte de educação ambiental, não recebo nada a mais por isso. Mas, como eu tenho a formação em meio ambiente acabou que eu fui aproveitado nessa área de educação ambiental” (M2).

Assim como em museus e centros de Ciências da Europa, a maioria dos mediadores são estudantes de cursos de graduação ligados às áreas de Ciência e tecnologia e exercem a atividade como um trabalho temporário (RODARI; MERZAGORA, 2007), além de buscarem alternativas para atuação profissional, complementação de habilidades pedagógicas e técnicas, aprofundar conhecimentos teóricos sobre os temas ligados a esses espaços não formais de educação os mediadores que estão na graduação ainda tem a possibilidade de contabilizar as atividades desenvolvidas no museu em créditos para integralização curricular.

Porém, na maioria dos casos, os centros de Ciências não possuem critérios rígidos e públicos para a seleção dos seus mediadores, não há um “currículo” pré-definido nem um “corpo de conhecimento” que possa ser reconhecido como sendo um plano educativo (COSTA, 2007, p. 30) necessário para a atuação como mediador, espera-se no mínimo que

53 sejam profissionais ou futuros profissionais interessados em temas como Ciência, tecnologia e comunicação dispostos a aprender com o público visitante, além de instigá-los a buscar suas próprias respostas.

2 Formação Inicial dos Mediadores

Atualmente tem-se a necessidade de formar professores em um contexto global de ensino e aprendizagem que envolve aspectos dos conhecimentos específicos, pedagógicos e da alfabetização científica. Assim evidencia-se a potencialidade dos museus e centros de Ciências como “contextos privilegiados para a construção de diálogos entre grupos, favorecidos pelos estímulos oferecidos por uma exposição temática” (BONATTO; MENDES; SEIBEL, 2007, p. 48). Portanto, para o docente em formação inicial, atuar como mediador em um espaço não formal de educação contribui para uma formação científica e pedagógica efetiva, pois se tem a possibilidade de aprofundar o conhecimento científico, desenvolver habilidades comunicacionais, trabalhar com as concepções alternativas dos visitantes e saber explorá-las durante a mediação para possibilitar o acesso ao conhecimento científico, além da aproximação com professores da Educação Básica, que também pode se configurar como ferramenta formativa para os licenciandos (FREITAS; OVIGLI, 2013).

Como a maioria dos mediadores dos museus e centros de Ciências são alunos de graduação a relação que se constrói entre universidade, museu e escola necessita ser re- pensada no que se referem à formação inicial dos futuros professores, as atividades de ensino e pesquisa desenvolvidas nestes espaços e as ações educativas desenvolvidas nos museus, o que se espera do estreitamento dessas relações é a formação social, política e científica de todos os envolvidos no processo.

No que se refere à formação inicial dos mediadores do MBC, o quadro 2 indica a relevância do tema e a necessidade de aprofundar e inserir durante a formação inicial das pessoas que trabalham com mediação em museus discussões sobre divulgação científica, relação museu, escola e universidade e atuação de mediadores em museus de Ciências.

Quadro 2: Respostas dos mediadores à questão: Durante sua formação inicial você teve disciplinas, cursos, palestras sobre a atuação de monitores em museus de Ciências?

Mediadores Respostas

54 M1 que obtenho para atuação é através de monitores mais antigos. Quando

comecei a atuar como monitor fiquei mais ou menos 1 ou 2 meses fazendo a mediação com outro monitor, observando a atuação dele e também fazendo a minha. Foi com o trabalho aqui que estou integrando teoria e prática, o que a gente aprende nas disciplinas específicas do curso aplico aqui.”

M2 “Não, sobre a atuação de monitores não. Tivemos assim no técnico em meio

ambiente, tivemos a parte de educação ambiental, essa parte a gente viu.” M3 “Uma disciplina que falava de um tema específico assim acho que não. Sabe?

Acho que em PIPE 5, a gente tem mais ou menos ... só fala o que é uma educação em espaço não formal, aí cita os museus, e a monitoria. Mas, Nada como uma palestra ou curso.”

M4 “Se eu tive foi assim... Não foi dedicado, passou. Por exemplo, em PIPE 5, a gente tá trabalhando com espaços não formais de educação também com a professora Alice*, mas ela não comentou sobre a atuação do monitor em si, ela

comentou mais sobre o espaço. Então o monitor acaba ficando ali mais a parte, não é uma coisa focada. Direcionado eu não tive nenhuma aula, pelo menos que eu me lembro direcionada a monitores.”

M5 “Bom, eu cheguei a participar de uma oficina aqui no museu sobre jogos, que uma escola veio. Museus eu tive contato acho que com divulgação científica, no 1º período em PIPE 1, eu tive contato com este museu aqui na disciplina do 6º período metodologia de ensino, que a gente tinha que fazer um projeto relacionado a lugares de educação não-formal e o museu é um deles, em estágio1 que a gente também teve que fazer trabalhos relacionados à educação não-formal, não especificamente museus, mas a gente acabou vendo alguma coisa sobre isso. E se eu não me engano em PIPE 7 também teve a leitura de vários textos e sempre envolve a questão do não-formal e o museu é um destes lugares, e agora depois que eu entrei aqui no museu a gente fez umas visitas em outros museus em BH, até pra ver um pouco da perspectiva de ciência não biológica também. Que eu me lembre é só isso.”

M 6 “Não, eu fui aprender sobre atuação só aqui no museu.”

*Os nomes citados pelos entrevistados foram substituídos por nomes fictícios para manter em sigilo a identidade dessas pessoas.

Quadro 2.1: Distribuição das respostas dos mediadores que não cursaram disciplinas e não participaram de eventos relacionados à atuação de monitores em museus de Ciências durante a formação inicial.

Mediadores

M1, M2, M6

Quadro 2.1.1: Distribuição das respostas dos mediadores que cursaram disciplinas relacionadas à atuação de monitores em museus de Ciências durante a formação inicial.

55 PIPE 5 M3, M4 Divulgação Científica PIPE 1 Metodologia de Ensino Estágio 1 PIPE 7 M5 M5 M5 M5 M5

Obs.: Os valores apresentados são a partir do total de disciplinas explicitadas e não a partir do número de mediadores.

Quadro 2.1.2: Distribuição das respostas dos mediadores que participaram de cursos relacionados à atuação de monitores em museus de Ciências durante a formação inicial.

Curso Mediador

“Oficina de Jogos” M5

Obs.: os valores apresentados são a partir do total de informações e não a partir do número de mediadores.

Quadro 2.1.3: Distribuição das respostas dos mediadores que participaram de palestras relacionadas à atuação de monitores em museus de Ciências durante a formação inicial.

Palestra Mediador

“Palestra sobre museus- UFTM” M4

Obs.: os valores apresentados são a partir do total de informações e não a partir do número de mediadores.

Os mediadores M1, M2 e M6 relataram em suas entrevistas que não tiveram nenhuma disciplina específica que abordasse o tema atuação de monitores em museus de Ciências durante sua formação inicial, no entanto a própria inserção como monitor do museu contribuiu para estudos sobre essa temática, e o mediador M2 ressalta que temas interdisciplinares como educação ambiental contribui para atuação como mediador no museu. Os mediadores M3, M4 e M5 afirmam que tiveram disciplinas que abordaram o tema, porém não foram exclusivamente sobre mediação em museus de Ciências, mas incluem a leitura de textos e discussões sobre os espaços não formais de educação, como os museus de Ciências, a monitoria e planejamento de atividades educacionais nesses ambientes. Em outros momentos das entrevistas os mediadores M4 e M5 relatam a participação em atividades extracurriculares relacionadas aos museus de Ciências, como a colaboração na “Oficina de Jogos” realizada no próprio MBC, que proporcionou ao mediador M5 uma aproximação

56 inicial com atividades desenvolvidas no ambiente museal antes mesmo de sua inserção como mediador. O mediador M4 aproveitou algumas oportunidades durante sua formação inicial como um convite para participar de uma palestra sobre museus de Ciências como uma representante da UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, promovida pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM em parceria com o Núcleo de Estudos sobre Espaços em Mutação e Mídias – NEEMM, da própria universidade que também conta com a participação de pesquisadores da área e de outras instituições de ensino e pesquisa.

Apesar de os mediadores da UFU cursarem a mesma graduação, observou-se essa diferença em relação à formação geral do biólogo, atribuímos essa divergência aos diferentes períodos que os mesmos se encontram no momento em que as entrevistas foram realizadas, aos docentes universitários que ministraram as disciplinas, que apesar de possuírem uma ementa básica a escolha dos textos para estudo, das atividades a serem realizadas pelos graduandos, a forma de avaliação e a condução das aulas passam pelo crivo do docente responsável por aquela disciplina no período de regência e a própria atitude ativa ou não dos licenciandos que também são responsáveis por sua formação. Assim, os discentes que são mais ativos buscaram outras formas de estudo, de pesquisa, de leituras e participação em eventos que também contribuíram para sua formação como biólogos.

A descrição do curso de Ciências Biológicas sobre a formação do biólogo licenciado e bacharel inclui contato com disciplinas do Núcleo de Formação Pedagógica para subsidiar ações futuras tanto no Ensino Superior como em espaços não formais de educação, campos nos quais o biólogo é requisitado. Estas disciplinas incluem as citadas pelos mediadores M3, M4 e M5, dentre outras como Didática, Projeto Integrado de Práticas Educativas - PIPE 2, PIPE 3, PIPE 4, PIPE 6, Psicologia da Educação, Filosofia da Educação e Introdução ao Estágio. Com exceção da disciplina Divulgação Científica todas as outras disciplinas citadas pelos mediadores são obrigatórias, ou seja, em vários momentos do curso os alunos deveriam ter algum contato teórico ou prático com espaços não formais de educação.

A ficha da disciplina optativa Divulgação Científica apresenta como objetivo discutir a atuação do biólogo em diferentes espaços não formais de educação através da transposição didática do conhecimento científico, ou seja, problematizar como o biólogo irá atuar em museus, centros de Ciências, jardins zoobotânicos e na elaboração de propostas e

57 atividades desenvolvidas nestes espaços para que o público em geral tenha acesso ao conhecimento científico.

As disciplinas PIPE 1 e PIPE 5 apresentam, respectivamente, os seguintes objetivos: conhecer o campo de atuação do Biólogo e as leis e normas que regulamentam sua profissão, essa é a primeira disciplina que o aluno tem contato no início do curso para conhecer as possibilidades de atuação profissional incluindo os espaços não formais de educação.Vivenciar situações educativas específicas por meio do desenvolvimento de observações, participação em atividades planejadas pelas escolas de Educação Básica ou em outros ambientes educativos; apresentar seminários e realizar pesquisas, dentre outras atividades que lhes oportunizem a transposição dos conhecimentos aprendidos para situações que acontecem nos espaços educativos. Em PIPE 5 os alunos tem a oportunidade não só de observar, mas também de elaborar propostas a serem desenvolvidas tanto nas escolas quanto em outros espaços educativos e discutir sobre o potencial destas atividades e dos próprios espaços.

Na disciplina PIPE 7, que corresponde ao “fechamento” dos PIPE’s cursados anteriormente o objetivo é apresentar os resultados e divulgar as experiências, estudos e pesquisas desenvolvidas evivenciadas ao longo do curso nos diversos Projetos Integrados de Prática Pedagógica e participar de momentos de reflexão sobre a formação do educador.

Neste momento como o graduando já cursou praticamente todas as disciplinas do núcleo pedagógico é possível debater e refletir sobre a própria formação e atuação do profissional biólogo que também atuará em diferentes ambientes educacionais, assim como desenvolver e aprimorar habilidades pedagógicas necessárias a essa atuação. Apesar das disciplinas Estágio 1 e Metodologia de Ensino não apresentar nos objetivos, na ementa ou na descrição do programa de forma explícita a participação dos docentes em formação em atividades diferentes das desenvolvidas nas escolas, a participação destes em atividades educacionais fora do ambiente escolar são desenvolvidas em complementação a formação deste profissional em consonância com as novas perspectivas de ensino.

A inserção de graduandos como mediadores em museus e centros de Ciências e a ampliação e modernização destes espaços têm levantado a discussão sobre a formação inicial e continuada destes interlocutores do espaço museal com o público. No entanto, faltam

58 pesquisas sobre a formação dos mediadores e como vem sendo realizadas as ações de mediação (MARANDINO; et al., 2008). Como alternativa, várias instituições federais estão propondo o tema como disciplina curricular em cursos de licenciatura de Ciências/Biologia; e, em outras encontra-se em estudo a organização de curso de especialização (RIBEIRO; FRUCCHI, 2007; MARANDINO; et al., 2008).

É evidente a contribuição da mediação em museus e centros de Ciências para a formação inicial dos licenciandos que poderão atuar tanto em escolas quanto em museus. Os próprios mediadores do museu reconhecem essa importância e por isso se interessam em fazer parte da equipe educativa do espaço.

“Porque eu queria ter experiência profissional visando á sala de aula, conhecer os campos de atuação do biólogo...” (M1); “[...] mais pra ter esse contato com as crianças e com a escola e pra desenvolver esse meu lado, sabe?... De conseguir passar algum conhecimento, saber lidar com as perguntas que surgem, sabe? as curiosidades, as dificuldades, lidar também com a paciência que tem que ter com as crianças pequenas, foi mais pra ter esse conhecimento prático, para usar em sala, na sala” (M 3).

Além de ser possível ampliar as estratégias didáticas utilizadas nos dois espaços educacionais, para o professor que já teve contato com o espaço museal, a visitação com os alunos é mais bem preparada. O mediador M6 relata que durante o estágio na Educação Básica não teve a oportunidade de visitar o MBC com seus alunos, devido aos conteúdos que ministrava no momento, porém auxiliou outro estagiário na visita e percebeu que “... é bem válido saber como funciona, ou pelo menos o que tem que abordar. você preparar uma visita e tudo” (M6). Como salienta Freitas e Ovigli (2013), conhecer o espaço museal anteriormente e ter trabalhado na instituição favorece o desenvolvimento das atividades propostas pelo professor tanto na escola como no museu.

3 Formação/Preparação dos Mediadores no Museu de Biodiversidade do Cerrado O MBC não proporciona um curso formal de preparação/formação para os mediadores. Porém, a prática da atividade de mediação se dá, principalmente, através de convívio com mediadores mais experientes, como expressam os próprios monitores:

“... a orientação é sempre de pessoas mais experientes e até mesmo dos estagiários da UFU, ajuda muito a gente em alguns detalhes” (M2).

59 “A gente acompanha 1 ou 2 meses outros monitores, vê o que faz, como faz, vai aprendendo sobre o que tem no museu, sobre os animais as plantas daqui, as dúvidas mais frequentes e coisas do tipo” (M5). “Quando a gente entrou... Não tem curso, né? Aí a professora acompanha alguns dias, e no início a gente não fica sozinho com as pessoas para atender, tem um monitor que é antecedente e auxiliava” (M6).

Assim, “observar outros profissionais atuando, analisando como lidam com as situações não previstas, o que dá certo, os desafios, é uma excelente estratégia de formação” (MARANDINO; et al., 2008, p. 28).

Porém, em instituições Européias existe uma tradição de conscientização e práticas relacionadas ao papel dos mediadores na educação não formal. No Techniquest, a capacitação dos ajudantes/mediadores é desenvolvida há 20 anos, e inclui status de iniciação ou de participação de capacitação; aprendizado pessoal; treinamento em grupo, literatura sobre capacitação, cursos específicos como primeiros-socorros, orientação para uso de equipamentos e sistema de avaliação, além de acompanhar outro mediador (JOHNSON, 2007).

No Brasil, o Espaço Ciência investe na capacitação dos monitores aliando a formação com a avaliação que se efetiva de forma processual, além de promover cursos para atender dificuldades relacionados a conteúdos específicos das áreas científicas relacionados à exposição do museu, palestras e cursos em datas comemorativas como a Semana do Meio Ambiente (PAVÃO; LEITÃO, 2007). O Museu da Vida também investe em um curso de formação de monitores que se constitui de oficinas, palestras, vídeos, aulas-passeio, dinâmicas

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