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1. INTRODUÇÃO

1.3. Pergunta de investigação, justificativa e objetivos do estudo

Este estudo possivelmente é um trabalho pioneiro no Estado do Tocantins, desde que não se encontrou nos canais de registro das publicações científica da área algo desta natureza. Entretanto, a Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Tocantins realizou no ano de 2013, como parte da rotina de trabalho, uma análise qualitativa dos instrumentos de gestão do SUS (Tocantins, 2013). O trabalho consistiu em selecionar 14 planos de saúde 2010-2013 e suas respectivas Programações Anuais e Leis Orçamentárias Anuais (vigência 2013). Em seguida foi verificado se na PAS constavam as diretrizes e objetivos do plano de saúde, e se as ações contidas na PAS constavam na lei orçamentária. Os resultados

32 revelaram uma série de problemas e limitações na formulação das políticas, no entanto, estes estudos preliminares requerem mais aprofundamentos.

Durante o período em que exerço a função de técnico na Secretaria da Saúde, tenho observado uma serie de problemas e limitações no processo de planejamento, quais sejam: em geral o conteúdo dos planos de saúde não guarda coerência interna e externa nas suas propostas políticas; as equipes de gestores dos municípios dispõem de pouco conhecimento teórico-metodológico para a formulação dos instrumentos de gestão da saúde; há pouca oferta de pessoal com expertise na área de planejamento em saúde, especialmente nos municípios de pequeno porte, que formam a maioria no Estado do Tocantins; em geral o órgão administrativo e financeiro dos municípios responsável pela formulação dos instrumentos de gestão de planejamento e orçamento de governo não estabelece diálogo efetivo com a equipe gestora da Secretaria de Saúde, além de não conhecer os fluxos organizativos do SUS e os dispositivos legais sobre os instrumentos de gestão do SUS. Soma-se ainda o fato de que, possivelmente, na maioria dos municípios não existe setor de planejamento institucionalizado na Secretaria de Saúde.

Assentado nos resultados dos estudos preliminares, realizados pela Secretaria Estadual de Saúde, e somado ao conhecimento empírico, fruto da minha vivência no relacionamento constante com os gestores municipais, pode-se inferir que a situação, acima referida, se replica na maioria dos municípios do Estado do Tocantins.

Diante deste cenário, optei por investigar especificamente o Plano Municipal de Saúde elaborado para o período 2014-2017, entendido como a formalização da Política de saúde adotada pelo governo municipal neste período. Nesse sentido, adotamos a definição de política de saúde a resposta social (ação ou omissão) de uma organização (como o Estado) diante das condições de saúde dos indivíduos e das populações e seus determinantes, bem como em relação à produção, distribuição, gestão e regulação de bens e serviços que afetam a saúde humana e o Ambiente (PAIM E TEIXEIRA, 2006).

O Plano Municipal de Saúde, portanto, é um documento que expressa as decisões adotados pelo Estado no âmbito municipal, face aos problemas e necessidades de saúde da população, contemplando a explicitação das decisões políticas sob forma dos Objetivos e propostas de ações a serem realizadas para o desenvolvimento institucional do sistema municipal de saúde e, em última instância, para o enfrentamento dos problemas de saúde e atendimento às necessidades de serviços e saúde. Nessa perspectiva, a identificação de suas eventuais debilidades pode contribuir para subsidiar processos de qualificação das práticas de trabalho em planejamento, tanto na Secretaria Estadual de Saúde do Estado do

33 Tocantins, órgão responsável pelo apoio técnico14, quanto para os gestores do SUS de

âmbito municipal.

Diante desta contextualização cabe questionar até que ponto os Planos Municipais de Saúde que vem sendo elaborados nos municípios de Tocantins guardam coerência interna e externa, ou seja, se internamente apresentam coerência entre os problemas identificados, os objetivos definidos e as ações propostas, bem como se estes objetivos e ações são coerentes com os instrumentos de planejamento do SUS ao nível estadual (PES) e nacional (PNS) e ademais, se os PMS guardam coerência (externa) com o instrumento de planejamento e orçamento do governo municipal (PPA).

Desse modo, apresentamos as seguintes perguntas de investigação: Quais os elementos constitutivos do Plano Municipal de Saúde do município de Palmas, Estado de Tocantins? O Plano Municipal de Saúde é coerente internamente? Guarda coerência com o Plano Estadual de Saúde e com o Plano Nacional de Saúde? Ademais, os objetivos, metas e ações propostas no Plano de saúde são coerentes com as políticas de saúde estabelecidas no Plano Plurianual do município?

Buscando responder a estas perguntas, definimos como Objetivo Geral, analisar a coerência interna e externa do Plano Municipal de Saúde (2014-2017) do município de Palmas, Estado do Tocantins, do qual foram desdobrados os seguintes Objetivos Específicos:

 Descrever os elementos constitutivos do plano municipal de saúde (2014-2017) do município Palmas no Estado de Tocantins;

 Analisar a coerência interna do Plano Municipal de Saúde quanto aos problemas identificados na análise de situação de saúde com os objetivos, metas e ações propostas;  Analisar a coerência externa entre o plano municipal de saúde 2014-2017 com o Plano

Plurianual 2014-2017 de governo.

 Analisar a coerência externa das políticas do Plano Municipal de Saúde selecionado com as políticas de saúde do Estado do Tocantins e do Ministério da Saúde;

14 Segundo a Lei 8080/90 compete ao ente Estadual prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e

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