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A recepção na experiência e compreensão das diversas Igrejas

2.2.2. Perspectiva luterana

Na consideração do tema da recepção no luteranismo — u m tema que, aliás, tem merecido particular atenção no âmbito do diálogo oficial católico-luterano 72 — há que ter em conta, à partida e como contexto específico condicionante, o problema básico relativo ao lugar que pertence ao ministério ordenado na Igreja. Embora se tenha registado nos últimos anos no âmbito luterano uma convergência crescente e bastante significativa nesta matéria, ainda não se pode dizer que haja uma posição luterana totalmente unívoca sobre este ponto 73. Relevante para o problema da recepção é sobretudo o facto de, por razões conhecidas e que se prendem também com a questão da sucessão apostólica no episcopado 74, o minis- tério de governo eclesial não ocupar no pensamento luterano o mesmo grau na escala dos portadores teológico-eclesiais de autoridade como no

efectiva essa participação. Cf., por exemplo, Auch Laien wirken an Lehrtätigkeit der Kirche, in Kathpress, Nr. 55, 20.3.1989, 2. Cf. também T . V A L D M A N N , Il laicato nella chiesa

ortodossa, in StEc 6 (1988) 105-114.

72 A importância da recepção tem sido sublinhada tanto na perspectiva da tarefa

ecuménica em geral c o m o em relação c o m os resultados do próprio diálogo teológico e m curso entre as duas Igrejas. Sobre a exigência de recepção dos resultados do diálogo teológico católico-luterano cf. C O M M I S S I O N M I X T E I N T E R N A T I O N A L E C A T H O L I Q U E - L U T H É R I E N N E , Voies vers la communion, in D C 1800 (1981) 85, n.° 75 e 87, n.° 87; ID., La réception des documents théologiques, in D C 2065 (1993) 140-143. Q u a n t o ao mais amplo objectivo de uma "recepção ecuménica", cf. ID., L' unité qui est

devant nous, in D C 1936 (1987) 301 ss, n.° 50 ss. Nos documentos do diálogo católico-

-luterano refere-se também expressamente a importância da recepção na vida de cada u m das Igrejas para que o ensino eclesial c o m pretensão de obrigatoriedade possa ter eficácia vital e frutuosidade espiritual: cf. IB., 305, n.° 60; G E M E I N S A M E R Ö M I S C H - - K A T H O L I S C H E / E V A N G E L I S C H - L U T H E R I S C H E K O M M I S S I O N , Das geistliche

Amt in der Kirche, Paderborn-Frankfurt 2/1981, 40 s., n.°s 52 e 54; 54 s„ n.° 84. 73 Cf. H . S C H Ü T T E , Ami, Ordination und Sukzession im Verständnis evangelischer und katholischer Exegeten und Dogmatiker der Gegenwart sowie in Dokumenten ökumenischer Gespräche, Düsseldorf 1974, 155-184; A. KLEIN, Verbindliches Lehren — Gegenwärtige Bemühungen in den reformatorischen Kirchen, in Cath 44 (1990) 126.

74 C f . G E M E I N S A M E R Ö M I S C H - K A T H O L I S C H E / E V A N G E L I S C H - - L U T H E R I S C H E K O M M I S S I O N , Das geistliche Amt, particularmente 35-38, 44-46 e 52, n.°s 42, 43, 45, 63-66 e 80; C O M M I S S I O N M I X T E I N T E R N A T I O N A L E C A T H O L I Q U E - L U T H É R I E N N E , L' unité, 311, n.° 96.

pensamento ortodoxo, católico e em parte anglicano, o que significa também e concomitantemente que outros elementos desempenham u m lugar mais determinante nos processos de descoberta e afirmação da verdade 75. Por outro lado, não se pode esquecer que, em razão das circunstâncias do seu próprio desenvolvimento histórico, as Igrejas luteranas não apresentam hoje uma total homogeneidade na sua organização — há configurações de constituição mais de tipo episcopal (que prevalece), mais presbiteral ou ainda congregacionalista 76 — , o que exige algum cuidado para não se cair em generalizações que não correspondem totalmente à realidade.

N a linha dos princípios constitutivos da Reforma, o ponto de partida da consideração do problema da autoridade na Igreja — enquanto elemento indispensável em qualquer processo de recepção — é, na perspectiva luterana, a autoridade última de Cristo ("solus Christus") e, consequentemente, a autoridade da Escritura ("sola Scriptura") que, enquanto Palavra viva de Deus, é "norma normans", capaz por si mesma de gerar adesão e c o m força de obrigatoriedade 11. A garantia da autenti- cidade do anúncio eclesial só pode ser encontrada na Palavra de Deus

75 H . M E Y E R , Inwieweit sind die Dialoge und ihre Ergebnisse verbindlich für die Kirchen? Überlegungen aus lutherischer Sicht, in C E N T R E O R T H O D O X E D U P A T R I A R C H A T

O E C U M E N I Q U E (ed.), Les dialogues oecuméniques, 266. Mutatis mutandis, esta observação vale obviamente também para as Igrejas reformadas, de proveniência calvinista.

76 Lehrautorität und Unfehlbarkeit in der Kirche, in G. GASSMANN - H. MEYER (ed.),

Das Kirchenleitende Amt. Dokumente zum interkonfessionellen Dialog über Bischofsamt und Papstamt, Frankfurt 1980, 118, n." 39. Sob a perspectiva da tarefa do ensino eclesial e

embora referidas ao espaço alemão tem interesse confrontar as determinações básicas relativas às constituições de Igrejas luteranas e m H . B R A N D T (ed.), Kirchliches Lehren in

ökumenischer Verpflichtung. Eine Studie zur Rezeption ökumenischer Dokumente, erarbeitet vom ökumenischen Studienauschuss der Vereinigten Evangelisch-Lutherischen Kirche Deutschlands (VELKD) und des Deutschen Nationalkomitees des Lutherischen Weltbundes (DNK/LWB),

Stuttgart 1986, 49-56.

77 Cf. J. W I T T E , La autoridad dei magistério en las iglesias de la Reforma. Doctrina de Lutero e Calvino, in Conc 117 (1976) 55-59; U. K Ü H N , Kirche, Gütersloh 1980, 33 s. e

50-52; ID., Cómopermanece la Iglesia en la verdad?— Respuesta luterana, in Conc 168 (1981) 195-197; H . - J. K R A U S , Reformation /Reform. B. Aus evangelischer Sicht, in N H T h G IV, 30 s.; P H . S C H Ä F F E R , Dogmenfreies Christentum. Seine Anliegen in der Dogmenauslegung, in E. S C H O C K E N H O F F - P. W A L T E R (ed.), Dogma und Glaube. Bausteine für eine

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testemunhada na Escritura, o último e máximo critério de toda a doutrina na Igreja78. Mas isto não exclui, antes inclui o reconhecimento, no seio do luteranismo, de uma autoridade eclesial — sempre sujeita à norma do Evangelho e em referência às decisões doutrinais vinculativas do passado: "A autoridade última de Cristo — escreve o luterano H . Meyer — serve- -se da autoridade eclesial, sem todavia ser absorvida nela e sem que se possa confundir ambas; igualmente, a 'norma normans' da Escritura santa não exclui uma doutrina eclesial com carácter permanente de compromisso, mas ela inclui-a, sob a forma de confissões de fé doutrinais que querem ser uma interpretação necessária e autêntica da Escritura santa nas situações históricas precisas, em continuidade com as confissões de fé nascidas na Igreja antiga" 79.

E m estreita relação com esta realidade de uma doutrina eclesial a ser acolhida pela comunidade crente, o luteranismo considera como uma das notas irrenunciáveis da Igreja o facto de que nela se ensina o Evangelho através de pessoas designadas para essa função, às quais pertence por isso mesmo também a tarefa de uma certa vigilância doutrinal: aos que detêm o ministério episcopal "é confiada de maneira especial a tarefa de vigiar pela pureza do Evangelho, e aí eles têm u m magistério, cujo exercício deve acontecer 'não com poder humano, mas só pela Palavra de D e u s ' " 80. N a concepção luterana, o fundamento último dessa autoridade eclesial não se baseia no consenso da comunidade eclesial (como se de uma mera delegação da comunidade se tratasse), do mesmo modo que a normatividade da doutrina formulada nas confissões de fé não resulta de uma mera expressão consensual, fruto de u m qualquer procedimento democrático de manifestação da vontade colectiva. Se isto é claro, também é u m facto que essas realidades só serão correctamente entendidas — precisamente também na sua sujeição à autoridade última de Cristo e à norma da

78 Lehrautorität, 117, n.° 37.

79 H . M E Y E R , Les presuposés de la réception ecclésiale ou le problème de la "recevabilité". Perspectives luthériennes, in Ire 59 (1986) 11. Cf. também Lehrautorität, 117 s., n.° 38; H.- M.

B A R T H , Bekenntnisse von gestern - Bekenner von heute, in US 40 (1985) 50-61.

80 C f . G E M E I N S A M E R Ö M I S C H - K A T H O L I S C H E / E V A N G E L I S C H -

- L U T H E R I S C H E K O M M I S S I O N , Das geistliche Amt, 40, n.° 53; 28, n.° 30. Cf. também C O M M I S S I O N M I X T E I N T E R N A T I O N A L E C A T H O L I Q U E - L U T H É R I - E N N E , L ' unité, 311, n.° 96 s.; H. B R A N D T (ed.), Kirchliches Lehren, 103 s.; 50 s e 89 s.; T. K O C H , Die Freiheit der Wahrheit und die Notwendigkeit eines kirchenleitenden Lehramtes

Escritura — se inseridas profundamente no contexto da comunidade, ou seja, dentro do "magnus consensus ecclesiae" 81. Assim, reconhecendo- -se embora o papel próprio do ministério eclesial, "na maior parte das Igrejas luteranas, o ensino eclesial com carácter vinculativo determina-se mais através de u m processo de formação de consenso no qual os respon- sáveis da Igreja ou bispos, os professores de teologia, os pastores e os m e m - bros não ordenados das paróquias participam de uma maneira funda- mentalmente igual. Este processo tem, regra geral, formas sinodais" 82.

Dentro das estruturas eclesiais em vigor n o luteranismo, cabe aos sínodos, enquanto assembleias representativas e, por isso mesmo, m o d o particularmente significativo de incluir a comunidade no processo de formação e conservação da doutrina, u m papel de grande relevo 83. N o entendimento luterano, porém, os sínodos não "estabelecem", apenas "verificam" a existência desse consenso. Subjaz aqui a convicção de que a responsabilidade pela doutrina pertence a toda a Igreja, numa cooperação de diversos dons e responsabilidades que não elimina, antes reconhece o lugar específico que cabe aos pastores, aos professores de teologia, aos sínodos e aos bispos8 4. Pode dizer-se, assim, que a responsabilidade pelo ensino é exercida numa estrutura plural, numa espécie de "magistério ramificado", em que intervêm estruturas sinodais, presbiterais, conciliares e a cooperação de diversos ministérios e funções em níveis diferentes 8\ Aqui ressalta como p o n t o fundamental a responsabilidade de cada cristão, enquanto dotado pelo Espírito, relativamente à autenticidade do anúncio

8 1H . M E Y E R , Les presuposés, l i s . Cf. sobre esta questão as observações de W.

K A S P E R , Grundkonsens und Kirchengemeinschaft. Zum Stand des ökumenischen Gesprächs

zwischen katholischer und evangelisch-lutherischer Kirche, in T h Q 167 (1987) 172-175. 82 C O M M I S S I O N M I X T E I N T E R N A T I O N A L E C A T H O L I Q U E - L U T H É -

R I E N N E , L' unité, n.° 60. Cf. também A. KLEIN, Verbindliches Lehren, 127 s.

83 Sobre o significado da estrutura sinodal nas Igrejas provenientes da R e f o r m a cf. A.

V O N C A M P E N H A U S E N , Synode/Konzil. B. Aus evangelischer Sicht, in N H T h G IV, 163-167.

84 Cf. U . K Ü H N , Como permanece, 200; G. GASSMANN, Die Rezeption der Dialoge,

363.

85 A. KLEIN, Verbindliches Lehren, 126. Com "magistério ramificado" traduzo do alemão a expressão "gegliedertes Lehramt".

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do Evangelho e da doutrina da Igreja 86. Por isso mesmo considera-se que a obediência que se exige perante a autoridade doutrinal está sempre condicionada pelo requisito de o "ministro da Palavra" não impor algo contrário ao Evangelho: "Julgar isto é algo que compete a cada crente, pois a sua última norma encontra-se na Escritura lida à luz do testemunho pessoal do Espírito Santo" 87. Esta capacidade e responsabilidade de cada cristão, a concretizar, expressar e desenvolver antes de mais ao nível das pequenas comunidades locais, é u m ponto-chave da Reforma, n o m e a - damente como exigência decorrente do sacerdócio de todos os baptizados, e permanece uma preocupação importante e actual do luteranismo, que na sua concepção de Igreja continua a pôr o acento na comunidade local reunida por Deus graças à Palavra e aos sacramentos88. "E, portanto, com a participação e sob a corresponsabilidade directa dos leigos — conclui H . Meyer — que se decide sobre o que tem autoridade para a Igreja" 89.

Nesta ordem de ideias, o problema da recepção para as Igrejas luteranas consiste, pois e sobretudo, em fazer com que todos os membros da comunidade eclesial assumam uma participação activa nos processos de clarificação doutrinal e de decisão eclesial e na formação de u m verdadeiro "magnus consensus ecclesiae", através do qual se exprima o Espírito de Deus que mantém a Igreja na verdade. A questão que se lhes coloca como tarefa permanente a realizar é a de uma recepção eclesial efectiva a nível dos indivíduos crentes e das comunidades eclesiais, gerando u m consenso que — suposto naturalmente que se trata de uma interpretação fiel da

86 Para a Igreja Luterana é ponto assente, " p o r u m lado, que a tarefa de transmitir

o Evangelho cabe a todo o povo de Deus; nessa medida cada cristão participa n o seu âmbito neste serviço e assim no magistério. Por outro lado, o anúncio público c o m a administração dos sacramentos é tarefa particular do ministério espiritual na Igreja": H . B R A N D T (ed.),

Kirchliches Lehren, 105. Cf. ainda 106-108. Sobre o papel dos leigos no ensino da Igreja cf.

também K. T R A U G O T T , Die Freiheit, 244.

87 J. L. W I T T E , La autoridad, 59. U. K Ü H N observa que o princípio da "sola Scriptura" pretende eliminar qualquer arbitrariedade individual tanto frente às opiniões pessoais do intérprete c o m o relativamente a tudo quanto na concepção eclesial dominante a possa obscurecer: Como permanece, 195.

88 Cf. C O M M I S S I O N M I X T E I N T E R N A T I O N A L E C A T H O L I Q U E - L U -

T H É R I E N N E , L ' unité, 314, n.° 116; H. B R A N D T (ed.), Kirchliches Lehren, 104. *'< H . M E Y E R , Lespresuposés, 12. Cf. também M. PLATHOW, Verbindliches Uhren

und einender Konsens. Die Frage nach der Kanonizität des biblischen Kanons und nach der evangelischen Lehrgewalt, in US 37 (1982) 127 s.

Escritura — possa ser verificado a nível supraparoquial ou sinodal e que assim adquira também verdadeira autoridade eclesial. Para cada comunidade cristã e para a Igreja n o seu c o n j u n t o emerge aqui a necessidade de encontrar os meios adequados para manter a fidelidade doutrinal e conservar o consenso eclesial, o que passa decisivamente pelo processo global de u m a " c o m m u n i c a t i o fidei" dentro de cada Igreja local e entre as distintas Igrejas (luteranas), u m processo e m que todos devem ser cha- mados a participar.

Subjacente a t o d o este c o n j u n t o de perspectivas está, obviamente, u m a acentuação que, não sendo exclusiva do luteranismo, ocupa nele t a m b é m u m lugar fulcral: a prevalência do c o n t e ú d o sobre a autoridade formal. N a visão luterana, u m magistério formalmente legítimo não basta para garantir definitivamente a verdade, antes a verdade e a autoridade de u m a afirmação ou tomada de posição decidem-se pela sua correspondência c o m a Palavra de Deus, e é essa correspondência que decide igualmente se u m a determinada afirmação doutrinal vai ou não ser recebida 90. "A

receptividade eclesial e, finalmente, a recepção e a autoridade eclesiais repousam, pois, n o fim de contas, sobre o que é testemunhado, ensinado e

confessado, portanto sobre o conteúdo. N ã o se poderá conferi-las n e m às

pessoas ou instâncias que testemunham, ensinam ou confessam, n e m àqueles que escutam, aceitam ou recebem o testemunho, o ensino ou a confissão, apesar de toda a importância que p o d e ter para o testemunho aquele que testemunha e que ensina (portanto, 'o sujeito') ou aquele que escuta e q u e recebe (portanto, o destinatário)" 91. Sem que esta afirmação

exclua totalmente u m a interpretação e m sentido católico, há aqui, todavia e c o m o é evidente, u m a maior afinidade de princípio c o m a visão orto- doxa.

D e resto, a reflexão sobre o problema da recepção t e m ajudado o luteranismo a tomar mais p r o f u n d a consciência da situação insatisfatória que o afecta n o q u e respeita à necessidade de formular c o m maior clareza e inequivocidade u m a doutrina eclesial que seja reconhecida e aceite p o r todos c o m o autêntica, na medida e m que ela aparece c o m o expressão e

90 Cf. U . K Ü H N , Cómo permanece, 199 s. Cf. ainda 195.

'" H . M E Y E R , Les présuposés, 14. Cf. ID„ Verbindlichkeit, 157-172. Nesse sentido, e apesar das significativas convergências nesta matéria conseguidas n o diálogo católico- -luterano nos Estados Unidos, permanece c o m o posição provavelmente maioritária no campo luterano "a recusa decidida de u m magistério eclesial que decide e é vinculativo em última instância, segundo o modelo católico-romano": T. K O C H , Die Freiheit, 231.

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garantia da escuta c o m u m da Escritura pelos crentes e da continuidade da sua confissão de fé através dos séculos 92. Sob este ponto de vista, o problema da recepção para as Igrejas luteranas aparece também como a necessidade e a tarefa de uma formulação vinculativa da fé, que evite o risco da falta de clareza doutrinal e de uma permanência estéril em processos intermináveis de debate e de alguma indefinição. O aprofundamento e a ampliação da responsabilidade doutrinal dos bispos, dando expressão a u m ensino eclesial c o m autoridade, e a reflexão sobre o lugar de u m serviço universal à unidade da fé e à comunhão das Igrejas emergem aqui como questões pendentes de inegável urgência 93.