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PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO E COMPOSIÇÃO POR SEXO E IDADE DA POPULAÇÃO EM IDADE ATIVA E POPULAÇÃO IDOSA NO PERÍODO

2000- 2030

6.1 Os resultados para a população total

Apresentam-se a seguir os resultados de uma projeção populacional realizada para os qüinqüênios compreendidos entre 2000 e 2030, desagregados por sexo e grupos qüinqüenais de idade. A projeção foi preparada para um trabalho anterior21 e utilizou-se o método dos componentes, que considera, separadamente, o com- portamento de cada uma das três variáveis demográficas: fecundidade, mortalidade e movimentos migratórios. Assumiu-se que a taxa de fecundidade total manteria a sua tendência de queda, devendo atingir valores próximos a 1,5 no período 2025- 2030. Quanto à mortalidade, a hipótese adotada pressupõe uma continuação da sua queda, inclusive da mortalidade adulta jovem.22 Espera-se que em 2030 a população masculina alcance uma esperança de vida de 76,5 anos, e a feminina,

21. Os resultados dessa projeção diferem ligeiramente dos apontados pela projeção do Ipea, pela incorporação dos resultados da Pnad de 2004 (ver IPEA, 2006).

22. Para mais detalhes sobre a metodologia, ver Beltrão, Camarano e Kanso (2004). TABELA 11

Idade à entrada e duração no casamento e na viuvez da população brasileira

1980 1991 2000

Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres

Entrada Casamento 25,07 22,31 25,53 22,50 25,70 22,64 Viuvez 71,16 63,58 71,41 64,25 72,78 64,92 Duração (anos) Casamento 34,98 32,48 35,37 32,95 34,97 32,44 Viuvez 1,56 8,43 1,41 8,32 1,71 8,05 Vida 59,27 65,62 63,51 71,53 67,05 74,71

Fontes: IBGE/Censos Demográficos de 1980, 1991 e 2000 e Ministério da Saúde/SIM. Elaboração: Ipea.

de 85,3, valores estes semelhantes aos observados no Japão em 2000 e, também, semelhantes aos obtidos se as causas de morte evitáveis forem eliminadas.

Se as hipóteses traçadas se verificarem, a população brasileira se aproximará de 225,3 milhões de pessoas em 2030 (ver gráfico 17). As hipóteses formuladas apontam para uma continuação da redução em curso na taxa de crescimento da população total, que poderá atingir valores próximos a 0,5% a.a. no final do período da projeção, como implícito na taxa intrínseca de crescimento. As trans- formações demográficas em curso e as projetadas, além de afetarem o ritmo de crescimento populacional, afetarão também, significativamente, a distribuição etária. Tal efeito se dá de forma defasada, atingindo primeiro os grupos etários mais jovens da população e se estendendo aos demais. O resultado final pode ser visto no gráfico 18, que compara as pirâmides etárias de 2000 e 2030. O envelhecimento

GRÁFICO 17

Brasil: população total e taxa de crescimento observada e projetada

(População total, em milhões) (Taxa de crescimento, em %) 250

50 150 100

0

Fontes: IBGE/Censos Demográficos de 1970 a 2000 e Ministério da Saúde/SIM. Elaboração: Ipea.

2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 Taxa de crescimento 200 1,6 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 População total Mulheres (2000) Mulheres (2030) GRÁFICO 18

Brasil: distribuição proporcional da população por idade e sexo

20-24 5-9 0-4 80 e + 75-79 65-69 60-64 55-59 40-44 50-54 35-39 45-49 30-34 15-19 25-29 10-14 70-74

Fontes: IBGE/Censos Demográficos de 1970 a 2000 e Ministério da Saúde/SIM. Elaboração: Ipea.

6,0 4,0 2,0 0,0 2,0 4,0 6,0

Homens (2000) Homens (2030)

populacional já evidenciado no Brasil desde os anos 1980 deve-se acelerar, e deter- minados grupos etários poderão experimentar taxas negativas de crescimento.

6.2 Os resultados para a população em idade ativa e para a população idosa

No caso da PIA, aqui considerada como a de 16 anos e mais, o volume de entradas nessa categoria reflete principalmente o número de nascimentos ocorridos 16 anos antes, descontado o efeito da mortalidade. Estes, por sua vez, relacionam-se com as taxas de fecundidade e com o número de mulheres em idade reprodutiva no período correspondente. Isso explica por que as taxas de crescimento ainda são relativamente altas para esse segmento populacional, em torno de 2,0% a.a. entre 2000 e 2005, apesar de essas taxas apresentarem um comportamento decrescente. Para o qüinqüênio 2025-2030, projeta-se uma taxa de 0,9% a.a.

Além disso, a participação da PIA no total da população brasileira deverá crescer, podendo passar de 70% para 81%, e manterá o seu processo de envelhecimento. A participação do grupo jovem da PIA (15-29 anos) declinará substancialmente, sendo que, pelas hipóteses elaboradas, isso ocorrerá de forma mais acentuada a partir de 2010. No final do período da projeção, ela apresentará valores absolutos próximos aos observados em 2000; ou seja, crescerá e decrescerá. Espera-se que a participação da PIA adulta (30-44 anos) se mantenha aproximadamente estável, com algumas oscilações ao longo do período considerado, e a PIA madura e a idosa deverão experimentar um aumento mais expressivo na sua participação. Isso colocará pressões diferenciadas no mercado de trabalho. Os empregos a serem gerados deverão se concentrar na população maior de 45 anos. Espera-se que essa população absorva aproximadamente 47% da futura PIA (ver gráfico 19).

GRÁFICO 19

Brasil: distribuição percentual da população em idade ativa, segundo grupos etários selecionados

45

30

15

Fontes: IBGE/Censos Demográficos de 1970 a 2000 e Ministério da Saúde/SIM. Elaboração: Ipea.

2010 2030

2000 2020

30-44

Como esperado, as maiores taxas de crescimento populacional deverão ser experimentadas pela população idosa. Nesse subgrupo, as mulheres deverão apre- sentar taxas de crescimento mais elevadas e, também, a população muito idosa, maior de 80 anos (ver tabela 12).23 Isso alterará a distribuição etária nesse segmento,

23. A tabela A.2 do apêndice apresenta a projeção dessa população em valores absolutos. TABELA 12

Taxa de crescimento da população idosa brasileira por idade e sexo

2000-2005 2005-2010 2010-2015 2015-2020 2020-2025 2025-2030 Homens 55-59 4,42 3,41 3,44 2,78 1,14 1,22 60-64 1,88 4,46 3,53 3,54 2,86 1,23 65-69 2,91 1,97 4,63 3,68 3,66 2,98 70-74 2,05 3,12 2,18 4,83 3,85 3,82 75-79 3,69 2,39 3,36 2,41 5,05 4,04 80 e + 7,06 6,16 4,59 4,23 3,64 4,36 60 e + 3,01 3,61 3,70 3,77 3,59 2,96 65 e + 3,55 3,22 3,79 3,88 3,93 3,70 Mulheres 55-59 4,26 3,89 3,57 2,93 1,17 1,19 60-64 2,08 4,34 3,96 3,64 3,00 1,23 65-69 3,10 2,20 4,46 4,06 3,69 3,08 70-74 2,65 3,30 2,36 4,62 4,06 3,83 75-79 5,02 3,21 3,49 2,53 4,58 4,24 80 e + 6,15 5,99 4,90 4,46 3,84 4,29 60 e + 3,40 3,77 3,90 3,91 3,69 3,09 65 e + 3,96 3,54 3,88 4,03 3,97 3,79 Total 55-59 4,34 3,66 3,51 2,86 1,16 1,21 60-64 1,98 4,40 3,76 3,59 2,94 1,23 65-69 3,01 2,09 4,54 3,89 3,68 3,04 70-74 2,38 3,22 2,28 4,72 3,97 3,82 75-79 4,45 2,86 3,44 2,48 4,78 4,16 80 e + 6,52 6,06 4,77 4,37 3,76 4,32 60 e + 3,23 3,70 3,81 3,85 3,65 3,04 65 e + 3,78 3,40 3,84 3,97 3,95 3,75

Fontes: IBGE/Censo Demográfico de 1970 a 2000 e Ministério da Saúde/SIM. Elaboração: Ipea.

levando, também, ao seu envelhecimento (ver gráfico 20). No entanto, no seu conjunto, a tendência é de declínio das taxas de crescimento. Isso se deve, por um lado, ao fato de se considerar uma base populacional maior e, por outro, à entrada nesse grupo de coortes menores, nascidas num regime de fecundidade mais baixa. Pode-se esperar, para o período 2025-2030, uma taxa de crescimento de 1,2% a.a. para a população de 60 a 64 anos e de 4,3% para a de 80 anos e mais. Ou seja, a “onda idosa” mostra sinais de que estaria passando.

A questão que se coloca diz respeito à ainda mais baixa taxa de crescimento da população de 15 a 59 anos, de 0,3% a.a. nesse mesmo qüinqüênio. Isso significa uma aceleração na redução já em curso da relação entre a população de 15 a 59 anos e a de 60 anos e mais. Dos 7,2 observados em 2000, pode-se esperar que ela se reduza para valores próximos a 3,5. Em que medida o crescimento desse grupo populacional e o decréscimo dessa relação afetarão a demanda por benefícios previdenciários é algo que dependerá, também, da formalização da população ativa. Um exercício bastante simples e simplista, que é o de assumir a proporção de trabalhadores do sexo masculino de 45 a 59 anos em 2005 que contribuíam para a seguridade social em 2025, como uma projeção da demanda por beneficio previdenciário, resulta numa demanda de 4,1 milhões de pessoas.24 Isso significa um acréscimo de 600 mil em relação ao total de pessoas nessa faixa etária que recebiam o benefício em 2005. O grande ponto que se quer levantar é que um montante aproximadamente igual a esse será constituído por pessoas que não estavam contribuindo em 2005. Pergunta-se: quais são as perspectivas de renda para esses indivíduos? Isso exige que se olhe para outros ângulos da questão do

24. Excluídos os trabalhadores rurais e as pessoas que recebiam aposentadorias rurais. GRÁFICO 20

Brasil: distribuição proporcional da população idosa por idade

35 30 15 10 20 5 - 2000 2010 2020 2030 25

Fontes: IBGE/Censos Demográficos de 1970 a 2000

envelhecimento populacional e da sua relação com a demanda por benefícios da previdência social.

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