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Perspetiva dos professores relativamente à avaliação como ato de

CAPÍTULO 3: Apresentação dos Resultados

3.2 Perspetivas dos professores relativamente a avaliação das aprendizagens

3.2.2 Perspetiva dos professores relativamente à avaliação como ato de

Os resultados obtidos às questões relativamente a avaliação como ato de conhecer o aluno, encontram-se discriminados na seguinte tabela:

Tabela 7- Perspetivas dos professores (em %) relativamente à avaliação como ato de conhecer o aluno. (n = 92)

Qual a sua opinião relativamente à avaliação como ato de conhecer o aluno CT C NC ND D DT ̅ s 1. Avaliação é o ato de saber os conhecimentos que o aluno adquiriu 53,26 36,96 7,61 2,17 0,00 4,4130 0,7286 2. Avaliação é ajudar os alunos a ultrapassar as suas dificuldades 41,30 44,57 9,78 4,35 0,00 4,2283 0,7998 3. Avaliar é corrigir os erros dos alunos

45,65 42,39 7,61 4,35 0,00 4,2935 0,7920 4. A avaliação é o processo de acompanhamento do desenvolvimento do aluno 50,00 39,13 7,61 3,26 0,00 4,3587 0,7643 5. A autoavaliação faz parte do processo de avaliação 20,65 58,70 16,30 4,35 0,00 3,9565 0,7400

6. As provas são o meio mais eficaz para fazer o aluno estudar 40,22 43,48 10,87 5,43 0,00 4,1848 0,8377 7. As correções e críticas do professor na avaliação podem desmotivar o aluno 15,22 14,13 18,48 30,43 21,74 2,7065 1,3630

8. As notas dão ao aluno oportunidade de refletir sobre as aprendizagens

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Relativamente à afirmação: “A avaliação é o ato de saber os conhecimentos que o aluno adquiriu”, observa-se que 53,26 % dos professores concordo totalmente e 36,96 % concorda com esta afirmação. A média destas respostas é ̅ = 4,4130 e o desvio padrão s = 0,7286. O grande valor da média e o pequeno valor do desvio padrão indicam a homogeneidade das respostas. Assim, refere-se que a maioria dos professores entende a avaliação como o “ato de saber os conhecimentos que o seu aluno adquiriu”.

De acordo com segunda afirmação desta parte do inquérito: “A avaliação é ajudar os alunos a ultrapassar as suas dificuldades”, 41,30 % destes professores concordam totalmente e a 44,57 % concordam com este concepção. Em relação aos resultados de análise da estatística: o valor da média é ̅ = 4,2283; e o valor do desvio padrão é s = 0,7998; indicam a homogeneidade da concordância entre as respostas e a teoria. Assim, os professores atribuem importância ao papel da avaliação na ajuda dos alunos a ultrapassar dificuldades.

Na questão: “Avaliar é corrigir os erros dos alunos”, 45,65 % dos professores concorda totalmente e 42,39 % concordam de que é importante para os professores corrigir os erros dos alunos, e conhecer as dificuldades dos alunos. Observa-se, também nesta questão, que a média destes dados é ̅ = 4,2935 e o desvio padrão é s = 0,7920. Estatisticamente, o resultado indica que quase todos os professores estão de acordo com a afirmação “ Avaliar é corrigir os erros dos alunos”. Bertoni (2000) afirma, também, a importância de o professor conhecer os erros dos seus alunos: “ [ ] o mais importante é o professor adotar uma atitude reflexiva diante do erro do aluno, procurando não apenas compreender o erro no interior de um contexto, mas também compreender o sujeito que erra” (p.45).

Relativamente à afirmação: “Avaliação é o processo de acompanhamento do desenvolvimento do aluno”, 50,00 % dos professores concordam totalmente e 39,13 % concordam com esta afirmação. A média destes dados é ̅ = 4,3587 e o desvio padrão s = 0,7643. Estes dados estatísticos indicam a concordância entre as opiniões dos professores sobre a afirmação. Em relação aos dados da entrevista, alguns destes professores referem a realização duma aula de acompanhamento, além do horário escolar, tendo por objetivo ajudar os alunos com mais dificuldades na matemática para ultrapassar essas dificuldades. Além disso, alguns professores também criam um grupo de estudo para os alunos poderem ajudar-se uns aos outros. Vejamos, alguns testemunhos:

71 Pergunta: Realiza aulas de apoio para os alunos que têm dificuldade em

matemática? Porquê?

Professor 3:“Sim, porque muitas dos meus alunos têm dificuldades na matemática e não posso ajudar estes alunos apenas da explicação na sala de aula. Por isso peço licença da escola para realizar uma aula de apoio”

Professor 7:“Sim, só para 3º ano porque eles precisam mais resolver os exercícios para preparação do exame nacional”

Professor 8: “Sim, mas sempre tinha dificuldade no tempo de chuva porque muitos alunos não participarem. No nosso distrito tem dificuldade de transportação”.

Professor 10: “Sim, também criar os grupos de estudos. Porque algumas vezes os alunos com dificuldade são mais fácil compreender a explicação do seu colega porque entre eles podem utilizar sua “língua”.

(Anexo 3)

Ainda na mesma questão, comparando as respostas dadas pelos professores e pelos alunos, obtém-se na seguinte figura:

Figura 14 - Comparação entre as perspetivas dos professores e dos seus alunos

relativamente à avaliação é o processo de acompanhamento dos alunos (n=92)

Através dos dados obtidos da figura 14, justifica-se a concordância entre as opiniões dos professores e dos alunos relativamente a afirmação: “A avaliação é o processo de acompanhamento do desenvolvimento do aluno”.

Em relação à afirmação: “A autoavaliação faz parte do processo de avaliação”, 79,35 % dos professores com esta afirmação (20,65 % CT e 58,70 % C). A média das respostas dos professores é ̅ = 3,9565; e o desvio padrão é s = 0,7400. Ainda há 16,30

46 36 7 3 0 51 34 5 1 1 0 10 20 30 40 50 60 Concordo Totalmente

Concordo Não Concordo Nem Discordo

Discordo Discordo Totalmente

A avaliação é o processo de acompanhamento do desenvolvimento

do aluno

Professor Aluno 50 % 55,43 % 39,13 % 36,96 % 7,61 % 5,43 % (3,26 %) (1,09%) (1,09%)

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% destes professores que não concordo nem discordo ou não têm opiniões, estes dados estatísticos indicam a concordância entre as respostas dos professores com a afirmação. Para eles, a autoavaliação não somente é importante para os alunos, mas também para os professores. De acordo com Grilo e Freitas (2010):

“A autoavaliação apresenta-se como uma possibilidade de o aluno reorientar sua aprendizagem, sob acompanhamento do seu professor, o qual analisa, corrige, sugere, discute os resultados que estão sendo alcançados. Entretanto, considera-se que ela só terá uma verdadeira dimensão formativa ao tornar-se um procedimento de reflexão sistemático, com a mediação frequente do professor, a partir de diagnósticos e intervenções que fortaleçam a autoestima do aluno e estimulem seu desejo de aprender. É provável até que muitas aprendizagens ocorram sem que se realize tal reflexão, mas é inegável que as mais substantivas são as que apresentam um maior grau de consciência. Portanto, a avaliação formativa tem na autoavaliação um procedimento indissociável da meta cognição” (p.46).

Ainda na mesma questão, comparando as respostas apresentadas pelos professores e alunos, podemos obter a seguinte figura:

Figura 15 - Comparação entre as perspetivas dos professores e os seus alunos relativamente à autoavaliação fazer parte do processo de avaliação (n=92) Através da figura 15, verifica-se que a maioria dos professores e dos alunos concordam com afirmação: “A autoavaliação faz parte do processo de avaliação”. No entanto, enquanto 20,65% dos professores concorda totalmente com a afirmação, a percentagem de alunos que, também, concorda totalmente é muito superior.

Fernandes (2008) sublinha que a autoavaliação não deve ser objeto de classificação pois tal iria influenciar a sinceridade da informação. Por isso, é importante

19 54 15 4 0 38 47 7 0 0 0 10 20 30 40 50 60 Concordo Totalmente

Concordo Não Concordo Nem Discordo

Discordo Discordo Totalmente

A autoavaliação faz parte do processo de avaliação

Professor Aluno 20,65 % 41,30 % 58,70 % 51,09 % 16,30 % 7,61 % 4,35 %

73 para os professores esclarecer aos alunos sobre a necessidade de realizar este tipo da avaliação. Ainda no pensamento do Fernandes, o objetivo desta avaliação é para que melhorem a sua aprendizagem e para que lhes possam ser proporcionadas com experiencias mais adequadas às suas necessidades.

Relativamente à questão: “As provas são o meio mais eficaz para fazer o aluno estudar”, 83,70 % (40,22 % CT e 43,48 % C) dos professores concordam com esta afirmação. Refira-se que a avaliação talvez seja um “mal necessário” para fazer os alunos estudar, mas muitas vezes há outras maneiras de motivar os alunos a estudar. Esta questão é considerada por Esteban (2002):

“ [ ] sem a prova, o que obrigaria os alunos e alunas a estudar? Sem os prémios e castigos, com seus mil apelidos e disfarces, como garantir a disciplina? Sem instrumentos de avaliação, como garantir que os conteúdos mínimos estão sendo aprendidos, como identificar quem sabe e quem não sabe, atendo à função de credenciamento assumida pela escola?” (p.10).

Na figura 16, verifica-se concordância das respostas dos professores e dos alunos relativamente à questão: “As provas escritas são o meio mais eficaz para fazer o aluno estudar”.

Figura 16 - Perspetivas dos professores e dos seus alunos relativamente às provas escritas são o meio mais eficaz para fazer o aluno estudar (n=92)

Relativamente à questão: “As correções e críticas do professor na avaliação podem desmotivar o aluno”: 15,22 % concordam totalmente; 14,13 % concordam; 18,48 % não concordam nem discordam; 30, 43 % discordam; e 21,74 % discordam totalmente. O

37 40 10 5 0 53 35 4 0 0 0 10 20 30 40 50 60 Concordo Totalmente

Concordo Não Concordo Nem Discordo

Discordo Discordo Totalmente As provas escritas são o meio mais eficaz para fazer o aluno estudar

Professor Aluno 40,22 % 57,61 % 43,48 % 38,04 % 10,87 % (4,35 %) (5,43 %)

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desvio padrão destas respostas (s = 1,3630) indica-se a distribuição destes dados é espalhado ou significa não há uma opinião dominante.

Ainda nesta questão, e com base na entrevista, esclarece-se a diferença de opiniões dos professores. Alguns desses professores explicam que a maioria dos alunos tem medo na disciplina de matemática e não têm boa motivação para estudar, por isso as críticas dos professores podem promover a desmotivação dos alunos. Outros professores explicam que o professor deve ter um bom método para apresentar as correções e críticas na avaliação, por isso é importante conhecer as características dos alunos para poderem dar boas correções e críticas, imprimindo as seguintes afirmações:

Pergunta: No seu caso, como é que corrige os trabalhos dos alunos? (assinala o erro, risca a resposta, faz um comentário, faz uma crítica, dá nota, etc.)

Professor 4: ”Sim, apenas fiz uma correção, assinala os erros e coloquei a nota. Mais nada. Fiz uma reflexão geral com meus alunos. Não critiquei, porque uma crítica pode desmotivar aos alunos. Orientei e dei uma motivação para estudar mais”.

Professor 8:“Sim, fiz uma crítica enquanto um aluno não quer estudar, brincar muito e tem nota baixa na prova ”

Professor 11:“Na minha observação, muitos dos alunos em Timor tem dificuldades na disciplina matemática e maioria deles tem o medo com esta disciplina. Por isso, só fiz um aconselhamento e dei uma motivação e uma crítica poderá destruir a motivação de estudo dos alunos. No trabalho dos alunos, fiz uma correção com assinala os erros”

Professor 13:”Não são todos alunos podem bem recebem as criticas. Normalmente, fiz uma correção e dei a nota. Depois, na aula seguinte, fizemos juntos uma análise de erros que maioria os alunos teve e no fim dei-lhes uma motivação.

Professor 14:“Um professor tem que ser cuidado para criticar. Precisa de conhecer a característica cada seu aluno. Porque alguns alunos ainda não podem bem receber as críticas e outros podem ser desmotivados. No meu caso, dei uma crítica enquanto eles fizeram mesmo erro em varias provas ou teste. Mais do que isso, gostaria de dar um aconselhamento do que uma crítica. No trabalho dos alunos, assinalei os erros e fiz pouco comentário na parte do erro”.

(Anexo 3)

Na questão sobre: “As notas dão ao aluno oportunidade de refletir sobre as aprendizagens”, 89,13 % dos professores concorda (43,48 % CT e 45,65 % C) com esta afirmação. Reforça-se esta afirmação com a ideia de Luckesi (2006): “ [ ] os resultados manifestados por meio dos instrumentos de avaliação poderão auxiliar o aluno num processo de auto motivação, na medida em que lhes fornecer consciência dos níveis obtidos de aprendizagem” (p.83).

75 Relativamente as questões da avaliação como ato de conhecer o aluno, conclui-se que a maioria dos professores reconhece a importância duma comunicação ativa e de um acompanhamento no desenvolvimento do aluno. Assim, o professor poderá conhecer as características de cada aluno e procurar uma estratégia para melhorar a aprendizagem do aluno.