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9 PERSPETIVAS FUTURAS

No documento 2018 RELATÓRIO E CONTAS (páginas 55-58)

As perspetivas para economia mundial apontam para uma desaceleração do ritmo de crescimento nos próximos 2 anos, tendo o FMI revisto em baixa as suas projeções face aos valores de outubro, estimando um crescimento de 3,5% para 2019 (World Economic Outlook Update, FMI, janeiro 2019). Esta revisão está parcialmente alicerçada nos efeitos negativos do aumento de tarifas no comércio entre os EUA e a China. Por outro lado, a economia alemã tem vindo a mostrar sinais de abrandamento e a procura interna em Itália tem-se ressentido das preocupações inerentes aos riscos soberano e financeiro.

Subsiste um vasto conjunto de fatores de risco de natureza geopolítica, comercial, política e estratégica a condicionar a evolução do crescimento económico. Do lado europeu, destacam-se a incerteza quanto ao desfecho da saída do Reino Unido da União Europeia e aumento do risco de uma saída desordenada, subsistindo as incertezas políticas não só em Itália mas também em França. Em relação aos EUA, permanece a dúvida quanto à duração do ciclo de crescimento e sobre a verdadeira capacidade de crescimento dos EUA à medida que os incentivos fiscais diminuem. Por outro lado, o abrandamento do ritmo de crescimento da economia da China poderá ser mais acentuado do que inicialmente previsto, devido às dificuldades de acesso ao crédito e ao impacto da guerra comercial com os EUA. Refira-se também a incerteza quanto à trajetória do preço das commodities dada a recente volatilidade observada nestes mercados, desconhecendo-se o impacto das recentes desvalorizações cambiais e deterioração das condições de crédito em certos mercados emergentes.

PASTA E PAPEL

No negócio de pasta, sem anúncios de aumentos significativos de capacidade de produção de pasta para mercado nos próximos três anos e alavancadas no potencial crescimento da procura de pasta, designadamente pela China e sua expansão de capacidade de Tissue, é expectável que as taxas de utilização de capacidade aumentem e permitam manter o nível do preço da pasta hardwood em níveis historicamente elevados. No curto prazo, espera-se uma retoma da procura mundial após o período do ano novo chinês que, aliada às restrições de oferta por via das paragens agendadas para manutenção, que tipicamente ocorrem na primeira metade do ano, resultará na recuperação progressiva dos preços para níveis similares aos de meados de 2018.

Do lado do papel UWF, espera-se em 2019 uma revitalização da procura de UWF na Europa nos primeiros meses do ano, principalmente nos mercados do Centro, Sul e Este europeus. Na Europa, os produtores têm vindo a implementar com sucesso o aumento de preço de UWF de 4 a 8% desde o início de janeiro. Nos EUA uma eventual queda da procura de UWF será sobrecompensada pelo fecho de mais de 550 mil toneladas de capacidade anunciado por um grande produtor norte-americano para março, o que pressionará o nível de preços de mercado em alta. Já no início de fevereiro, em linha com outros produtores de papel norte-americanos, a Navigator anunciou aos seus clientes um aumento de preços no mercado norte-americano de 66 USD/t, com efeitos a partir de 1 de março. No mercado de tissue, os produtores continuam a sentir uma forte pressão provocada pelo aumento dos preços da pasta, pelos custos dos químicos e pela energia. A Navigator implementou o aumento de preços anunciado em novembro na generalidade dos seus produtos. Em simultâneo, a Empresa está a arrancar com a sua nova fábrica de tissue em Aveiro, que iniciou a produção de bobines em setembro. O forte esforço comercial desenvolvido ao longo de 2018 permite perspetivar uma boa colocação da nova produção junto dos clientes, estando a Navigator empenhada em crescer a sua quota de mercado acima do crescimento médio do mercado.

Este enquadramento globalmente positivo para 2019 poderá, no entanto, sofrer com o acréscimo de alguns custos, em particular ao nível da energia, mantendo-se a preocupação com a evolução das taxas de câmbio, em particular do EUR/USD e EUR/GBP. Ao nível do ambiente internacional, as políticas favoráveis ao protecionismo e os seus efeitos colaterais poderão criar fatores adicionais de incerteza.

2018 RELA TÓRIO E CONT AS

Em Portugal, as expectativas para 2019 são positivas. Os indicadores macroeconómicos apontam para um crescimento embora o nível de investimento público, condicionado pela gestão do défice, seja um fator limitativo. A previsão do Banco de Portugal enquadra-se num cenário de evolução positiva da economia portuguesa, a qual deverá registar um crescimento de 1,8% do PIB em 2019, prevendo-se também um desempenho positivo do mercado de trabalho, com crescimento do emprego e redução da taxa de desemprego. Por outro lado, o facto de se encontrar em plena execução o Programa Portugal 2020 permite antecipar uma recuperação do investimento, beneficiando desse modo o desempenho do setor da Construção.

Após um crescimento estimado de 3,5% na produção do setor da Construção em 2018, as previsões apontam para uma ligeira aceleração do seu ritmo de produção, antecipando-se um acréscimo real de 4,0% na atividade do Setor em 2019.

No Líbano, a procura de cimento deverá diminuir em relação a 2018 tendo em consideração a tendência do último ano. É expectável que a formação do novo governo permita uma melhoria na situação económica do país. Os novos impostos implementados no último trimestre de 2017 continuarão a ter um impacto negativo nos resultados das empresas de cimento no país. Os desenvolvimentos potenciais nas condições do conflito sírio e da situação dos refugiados sírios no Líbano terão um impacto macroeconómico e de mercado que não pode ser totalmente antecipado nesta fase. Espera-se que o atual ambiente concorrencial desafiante continue no resto do ano.

No Brasil, para o ano de 2019, é esperado um crescimento de 2,5% (World Economic Outlook Update, FMI janeiro 2019), acima do crescimento previsto de 1,3% para 2018, o que faz prever uma melhoria das condições. A formação do novo governo cria uma estimativa de retoma mais forte da economia. Existe também uma forte expectativa em torno do programa de infraestruturas do Governo e das privatizações e que poderá dar um forte impulso ao setor da construção. Assim, ao longo do 2º semestre espera-se que o sector da construção possa vir a beneficiar desse programa, que será muito suportado em Parcerias Publico Privadas.

O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) espera um crescimento de mercado de cimento em torno 3%, o que representará a primeira evolução positiva em mais de 4 anos. Do ponto de vista interno, continuará o processo de reestruturação organizacional, implantação de projetos de melhoria de eficiência operacional e redução de custos, e simultaneamente continuação do crescimento sustentado de vendas por forma a permitir a melhoria das margens operacionais.

Na Tunísia, o nível concorrencial deverá manter-se intenso, dado o excesso de oferta no país. No entanto, o aumento dos preços de venda que se verificaram em 2018, permite expectativas positivas quanto à sua evolução ao longo de 2019. A Tunísia atravessa uma difícil situação financeira e a instabilidade social poderá aumentar em resultado das reformas que o governo está obrigado a implementar para reduzir o défice corrente e orçamental.

As perspetivas para 2019 em Angola são positivas. O Programa de Estabilização Macroeconómica, conjuntamente com o Plano de Desenvolvimento Nacional, e mais recentemente, o Programa de Financiamento Ampliado assinado entre o Governo Angolano e o FMI, ao que se junta a tendência de subida do preço de venda do petróleo nos mercados internacionais, permitem antever uma retoma económica em 2019, que terá como consequência um inevitável crescimento do consumo de cimento, estimado em 8%.

AMBIENTE

Tendo em consideração o atual contexto do setor onde a ETSA se insere, antecipa-se uma melhoria das condições atuais devido, por um lado, ao maior escoamento das proteínas produzidas na Europa para o mercado asiático e, por outro, devido à esperada retoma da atividade das empresas europeias produtoras de biodiesel.

Relativamente à importação de biodiesel proveniente da Argentina, foram aplicadas barreiras alfandegárias no final de fevereiro de 2019 por parte da UE. Estima-se que estas medidas venham a restabelecer os níveis de produção de biodiesel na UE e, como consequência, a retoma dos níveis de procura das respetivas matérias-primas.

2018 RELA TÓRIO E CONT AS

Entre os principais objetivos da ETSA a curto prazo destacam-se (i) o reforço da aposta no alargamento horizontal dos seus mercados de operação fabril e de destino (tendo as exportações representado cerca de 56,5% do valor global de vendas acumuladas a 31 de dezembro de 2018), (ii) a identificação de oportunidades de crescimento vertical, canalizando os seus investimentos para a contínua melhoria da eficiência operacional, para a densificação dos canais trabalhados e para a fidelização dos principais centros de recolha, convencionais e alternativos, (iii) o restabelecimento gradual e progressivo das suas margens comerciais de equilíbrio no mercado e (iv) a aposta em inovação sustentada e em investigação e desenvolvimento dirigida, para procurar assegurar novas fronteiras de rendibilidade do seu negócio.

VENTURE CAPITAL

A Semapa, através da sua participada Semapa Next, unidade de negócio de capital de risco do Grupo, e a norte-americana Techstars celebraram uma parceria para apoiar e acelerar startups globais a partir de Lisboa. O programa de aceleração terá a duração de 3 anos e prevê investir em 30 startups. No primeiro ano serão apoiadas startups internacionais e nacionais das áreas da Tecnologia Industrial e Ambiental, Transporte Inteligente e Tecnologia de Viagens e Lazer.

O Grupo, igualmente através da sua subsidiária Semapa Next, SA, assumiu um compromisso de investimento de 12 milhões de USD no fundo de venture capital Alter Venture Partners Fund I. Este fundo pretende co-investir em startups, com alguns dos fundos proeminentes de Silicon Valley. A estratégia de investimento do fundo passa pela aposta em empresas tecnológicas com aplicações de Inteligência Artificial e Machine Learning nos sectores de tecnologia, comunicação e digital, focadas em B2B.

2018 RELA TÓRIO E CONT AS

No documento 2018 RELATÓRIO E CONTAS (páginas 55-58)