que µqm,n converge a νn, quando m → ∞, na topologia fraca
∗. Desta forma, nosso trabalho
é reduzido a mostrar que µqm,n ∈ E1, o que é direto do fato de f estar em R e o item 5 da
propriedade Sn. Provamos assim o Teorema D.
¤
2.3 Perturbações simpléticas: demonstração da Proposição 2.2.1
Antes de demonstrarmos a proposição lembremos alguns fatos de estrutura simplética. Seja (V, ω) um espaço vetorial simplético de dimensão 2n. Dado um subespaço qualquer W ⊂ V seu ortogonal simplético é denido como
Wω= {v ∈ V ; ω(v, w) = 0 para todo w ∈ W }.
O subespaço W é chamado simplético se Wω∩W = {0}. W e chamado isotrópico se W ⊂ Wω,
isto é, ω|W × W = 0. Um caso especial de subespaço isotrópico é um subespaço Lagrangiano, i.e., quando W = Wω.
Como antes (M, ω) é uma variedade simplética e seja f um difeomorsmo simplético sobre M. A variedade estável (instável) de um ponto periódico hiperbólico de f é uma subvariedade Lagrangiana de M, i.e., o espaço tangente a variedade estável (instável) no ponto x é um subespaço Lagrangiano para todo ponto x na variedade estável (instável) de um ponto periódico hiperbólico. Veja Armação 4 no Apêndice B.
Demonstração da Proposição 2.2.1: A demonstração está dividida em três passos onde o segundo e o terceiro são os principais e usam estruturas simpléticas.
Seja f ∈ H um difeomorsmo não Anosov.
Passo 1- Encontramos g1 C1−próximo de f tal que p ainda seja um ponto periódico hiperbólico
de g1, e g1 exiba uma tangência homoclínica entre Ws(o(p), g1) e Wu(o(p), g1). Mais
ainda, g1 = Df numa vizinhança pequena da órbita de p (em coordenadas locais).
Passo 2- Encontramos g2 C1−próximo de g1 onde g2 admite um intervalo de tangência homo-
clínica. Para tal, vão ser necessárias perturbações simpléticas em dimensões altas. Passo 3- Finalmente, perturbamos g2 para obtermos um difeomorsmo simplético g satisfazendo
as propriedades requeridas pela proposição. Mais ainda, g é tal que as propriedades ainda são satisfeitas para difeomorsmos C1−próximos dele, provando assim a proposição.
Demonstração do passo 1: Para criarmos a tangência homoclínica o caminho é exatamente o mesmo feito por Newhouse na demonstração da conjectura de Palis no caso simplético (passo 6, Teorema 1.1 em [38]). Feito isto, podemos usar o pasting lema e a continuidade de partes
24Capítulo 2 Estimativas para entropia topológica e não existência de extensões simbólicas compactas das variedades estável e instável para obtermos uma tangência homoclínica e uma linearização numa vizinhança do ponto periódico hiperbólico. Observemos que devido a di- mensão das variedades estável e instável, obter uma tangência homoclínica signica obter pelo menos uma direção comum (que pode ser única) entre os espaços tangente destas variedades no ponto de tangência. Pensando em manter o texto o mais completo possível, além de achar de grande valia a divulgação das técnicas envolvidas nesta demonstração vamos detalhá-la no Apêndice A.
Demonstração do passo 2: Para simplicarmos a notação suponhamos primeiro que p seja um ponto xo hiperbólico de g1, e seja V uma vizinhança de p onde g1, em coordenadas locais,
é linear, com Es
p = Rn× {0}n e Epu = {0}n× Rn. Mais ainda, pelo Teorema de Darboux
podemos também supor que em V , ω é a 2-forma padrão para R2n, ω = P dx
i∧ dyi.
Seja q o ponto de tangência homoclínica entre Ws
loc(p, g1) e Wu(p, g1), tal que q ∈ V e
g1−1(q) 6∈ V. Sendo assim, podemos tomar uma vizinhança pequena U ⊂ V de q tal que g1−1(U ) ∩ V = ∅. Denotemos por D a componente conexa de Wu(p, g1) ∩ U que contém q.
Queremos agora perturbar g1 a m de conseguir um intervalo de tangência homoclínica.
Como a variedade estável (instável) é gráco, não é difícil fazer isto no caso conservativo usando o ponto de tangência q. No caso simplético isto pode ser feito usando o fato da variedade estável (instável) ser uma variedade lagrangiana como segue.
As perturbações feitas neste passo são feitas localmente em U, e portanto pensando em não complicar a notação vamos considerar uma outra coordenada simplética em U, tal que q seja a origem e tenhamos o seguinte
Wlocs (p, g1) ∩ U = {y1 = y2 = ... = yn= 0} ∩ U,
TqD = {y1 = x2= ... = xn= 0},
e então
Wlocs (p, g1) ∩ U ∩ TqD = {e1},
onde consideramos {e1, ..., en, ...., e2n} como sendo a base canônica de R2n. Notemos que foi
usado que dim(TqWs(p, g1) + TqWu(p, g1)) = 2n − 1, o que podemos supor ser verdade depois
de uma perturbação, se necessário.
O lema seguinte é o ponto técnico e chave que nos permite construir um intervalo de tangência homoclínica para difeomorsmos simpléticos em dimensões altas.
Lema 2.3.1. Existe um difeomorsmo simplético φ : U → R2n sobre sua imagem, C1 próximo
da aplicação identidade Id numa vizinhança pequena de q, tal que φ(D)∩Ws
loc(p, g1)∩U contém
um segmento de reta.
Demonstração. Apenas aqui, usamos coordenadas (x, y) com respeito a seguinte decomposição do espaço R2n = E ⊕ F, onde E e F são gerados por {e
1, en+2, ..., e2n} e {e2, ..., en+1},
respectivamente. Note que desta forma E = TqD, e lembremos que q = (0, 0) por escolha da
2.3 Perturbações simpléticas: demonstração da Proposição 2.2.1 25 Como D é localmente o gráco de uma função com mesma classe de diferenciabilidade que g1, existe uma aplicação C1 j : B ⊂ Rn→ R2n, j(x) = (x, r(x)), tal que j(B) = D. Mais
ainda, j é tal que Dr(0) = 0, e como D ⊂ Wu(p, g
1) é uma variedade Lagrangiana, temos
que j∗ω = 0, onde j∗ω é o pull-back da forma ω por j. Analogamente, se i : Rn → R2n é
a inclusão natural, i(x) = (x, 0), temos que i∗ω = 0 (lembremos que ω em U é a 2-forma
estandarte em R2n).
Denimos agora φ : U → R2npor φ(x, y) = (x, y−r(x)). Tomando U menor, se necessário,
é fácil ver que φ é de fato um difeomorsmo de U sobre sua imagem e C1 próximo da Id numa
vizinhança menor de q = (0, 0), desde que Dr(0) = 0. Sendo assim, para concluirmos o lema precisamos mostrar que φ é de fato simplético. Denotando a projeção da primeira coordenada por π : R2n → Rn, π(x, y) = x, podemos reescrever φ da seguinte maneira φ = Id+i◦π−j ◦π.
Então,
φ∗ω = ω + π∗i∗ω − π∗j∗ω = ω,
onde usamos que i∗ω = j∗ω = 0na segunda igualdade. Portanto, o lema está provado. ¤
Voltando a demonstração do passo 2, podemos usar o pasting lema no caso simplético, Observação 1.1.3, e a aplicação φ dada pelo Lema 2.3.1, para encontrar R : U → U C1
próximo da Id, com R = φ em alguma vizinhança de q, e R = Id no complementar de outra vizinhança pequena contendo a anterior. Fica portanto bem denido ˜R : M → M, com
˜
R = Id em Uc e ˜R = R em U, e assim tomando g2 = ˜R ◦ g1 temos uma C1−perturbação
de g1 que coincide com g1 em (g−11 (U ))c. O diferencial desta perturbação é que ela exibe um
intervalo de tangência homoclínica como queríamos. Mais precisamente, existe um segmento de reta I ⊂ Ws
loc(p, g2) ∩ Wu(p, g2) ∩ U. Para uso futuro, observemos que I está contido
no espaço gerado pelo vetor unitário e1, e a menos de uma mudança de coordenadas em U,
podemos supor I ⊂ {(x1, 0, ..., 0), −2a ≤ x1 ≤ 2a}, para algum a > 0 pequeno o suciente e
coordenadas usuais de R2n.
Demonstração do passo 3: A idea agora é usar o intervalo de tangência para criarmos conjuntos hiperbólicos com as propriedades requeridas na proposição. Para tal, seja N um número inteiro positivo grande e δ > 0 um número real arbitrariamente pequeno. Como antes (construção de ˜R) podemos encontrar um difeomorsmo Θ : M → M, δ − C1 próximo da Id,
Θ = Idem Uce Θ(x, y) = µ x1, ..., xn, y1+ A cosπx1N 2a , y2, ..., yn ¶ , para (x, y) ∈ B(0, r) ⊂ U, com A = 2Kaδ
πN e r > 0 pequeno o suciente, onde K é uma constante dependendo apenas da coordenada simplética em U. Sendo assim, g = Θ ◦ g2 é δ − C1 próximo de g2, e mais, g = g2
no complementar de g−1
2 (U ). Apesar do difeomorsmo g depender de N, denotamos sempre
estes difeomorsmos por g. É importante salientar que esta perturbação é uma adaptação da perturbação "Newhouse's snake" para dimensões maiores, i.e., ela destrói o intervalo de tangência homoclínica criando N pontos homoclínicos transversais de p em U.
26Capítulo 2 Estimativas para entropia topológica e não existência de extensões simbólicas Usando a função Θ escolhemos agora estrategicamente dois pontos na variedade instável de p para g, z1 = Θ(−a, 0, · · · , 0) e z2 = Θ(a, 0, · · · , 0). Agora, tomamos γ1 e γ2 dois discos
transversais à variedade instável Wu(p, g)nos pontos z
1 e z2, respectivamente.
De agora em diante, voltamos a usar a coordenada simplética em V xada no começo da demonstração. Convém observar que g é igual a g1 em V , e portanto g é linear em V .
Dado um conjunto E, denotemos por C(E, x) a componente conexa de E contendo x. Pelo λ−lema e a escolha de γ1 e γ2, C(g−j(γ1) ∩ V, g−j(z1))e C(g−j(γ2) ∩ V, g−j(z2))se acumulam
sobre Ws
loc(p, g)para valores grandes de j > 0.
Sendo assim, tomando Ds= Ws
loc(p, g)∩Upodemos denir o retângulo Dj = Ds×Duj, para
j grande o suciente, como sendo o produto cartesiano entre Ds e Duj, onde Dju é o menor disco possível em {(0, . . . , 0, y1, . . . , yn), yi ∈ R} tal que π2(C(g−j(γi) ∩ V, g−j(zi))) ⊂ Dju,
para i = 1, 2. Aqui, π2(x, y) = y é a projeção na segunda n−esima coordenada de R2n.
Lembremos que estamos considerando V dentro do espaço euclidiano e ainda Es
p = Rn× {0}n
e Eu
p = {0}n× Rn.
Seja J ⊂ U algum disco pequeno na variedade instável Wu(p, g) contendo os N pontos
homoclínicos transversais construídos anteriormente, e seja T >> 0 tal que g−T(J) ⊂ V, e
ainda g−T(γ
i), i = 1, 2, esteja sucientemente próximo de Wlocs (p, g). Denotemos por ˜Γ a
A/2-vizinhança de J, e denimos Γ = g−T(˜Γ), veja gura 2.1.
Agora, seja t0 o menor inteiro positivo tal que C(g−t0(γi), g−t0(zi))é A/2 − C1 próximo
de Ws
loc(p, g), i = 1, 2. Notemos que se t′ ≥ t0, e gt
′−T
(Dt′) ⊂ Γ, então gt ′
(Dt′) ∩ (Dt′)contém
N componentes conexas disjuntas, desde que A é muito pequeno. Sendo assim, consideremos z3 = (b, 0, ..., 0)e z4 = (b′, 0, ..., 0) dois pontos na variedade estável local de p, onde b e b′ são
as extremidades esquerda e direita, respectivamente, de Ws
loc(p, g)∩U olhando para a primeira
coordenada. Como antes, seja γ3 e γ4 dois discos transversais a Wlocs (p, g) nos pontos z3 e
z4, respectivamente. Pelo λ−lema novamente podemos denir t1 como sendo o menor inteiro
positivo possível tal que C(gt1(γ
i), gt1(zi)) ∩ C(g−T(γj), g−T(zj)) ∩ Γ 6= ∅, para j = 1, 2 e i = 3, 4.
Finalmente, denimos t = max{t0, t1+ T }. Notemos que t depende de N desde que t0 e
t1 dependem, mais ainda t vai para innito quando N vai.
Pelos comentários anteriores e escolha de t, temos que gt(D
t) ∩ Dtpossui N componentes
conexas disjuntas, e ainda t é o menor possível tal que Dté A/2 − C1 próximo de Wlocs (p, g)e
gt(Dt) é A/2 − C1 próximo de J ⊂ Wu(p, g). Portanto, desde que temos uma ferradura com
N pernas, o conjunto maximal invariante em Dt para gt
˜
Λ(p, N ) = \
j∈Z
gtj(Dt)
é um conjunto hiperbólico com dinâmica conjugada ao shift de N símbolos. Logo, h(gt|˜Λ(p, N )) = log N e tomando
Λ(p, N ) =
t−1
[
j=0
2.3 Perturbações simpléticas: demonstração da Proposição 2.2.1 27 g I G g (D ) J T-t t D~tu D~s Dt 1 C(g (z ), g ( ))g1 g2 -j -j 1 Figura 2.1: temos que h(g|Λ(p, N)) = 1 t log N.
O lema seguinte é o ponto chave neste passo.
Lema 2.3.2. Para A e t denidos como acima, existe um inteiro positivo K1 independente
de A, tal que
A < K1min{kDg−tp |Euk, kDgpt|Esk}.
Demonstração. Primeiro, lembremos que V é uma vizinhança de p onde g é linear. Portanto, se m é o maior possível tal que gj(x) ∈ V para 0 ≤ j ≤ m, então existem constantes K
2 e K3
dependendo da coordenada simplética em V tal que
K2kDgpm|Euk−1 ≤ d(x, Wlocs (p, g)) ≤ K3kDgp−m|Euk. (2.4)
Analogamente, se m é o maior possível tal que g−j(x) ∈ V para 0 ≤ j ≤ m, então existem
constantes K4 e K5 tal que
K4kDgp−m|Esk−1 ≤ d(x, Wlocu (p, g)) ≤ K5kDgpm|Esk. (2.5)
Agora, pela escolha de t, ou existe z ∈ Dttal que
d(g(z), Wlocs (p, g)) ≥ A/2, (2.6)
ou existe z ∈ gt(D
t) tal que
d(g−1(z), J) ≥ A/2. (2.7)
Suponhamos o primeiro caso. Lembremos que para j > T o retângulo Dj está bem denido
28Capítulo 2 Estimativas para entropia topológica e não existência de extensões simbólicas desigualdade (2.4) temos que
A
2 ≤ K3kDg
−t+T +1 p |Euk.
Por outro lado, usando a desigualdade (2.5) e a vizinhança Γ, podemos fazer a mesma coisa para o segundo caso, obtendo
A
2 ≤ K5kDg
t−1−T p |Esk.
E então, como Dg é limitado e T é independente de A podemos encontrar K1 como armado.
¤ Fixemos agora um inteiro positivo grande n.
Tomando δ > 0 sucientemente pequeno, como A = 2Kaδ
πN , podemos tomar N grande e usar o Lema 2.3.2 tal que
1 t log N > min ½ 1 t log kDg −t p |Euk−1, 1 t log kDg t p|Esk−1 ¾ − 1 2n.
Observemos que quando t vai para innito o mínimo acima converge para o mínimo entre o menor expoente de lyapunov positivo, χ(p, g), e o maior expoente de Lyapunov negativo de p para g. No entanto, como estamos no mundo simplético estes dois expoentes coincidem, e assim, desde que t vai para innito quando N vai, podemos encontrar um inteiro positivo N1
tal que
1
t log N1> χ(p, g) − 1 n.
O que implica que é possível encontrar uma C1−perturbação g de f tal que
h(g|Λ(p, N1)) > χ(p, g) −
1 n.
No caso geral, quando p não é xo para g1, i.e., τ(p, g1) > 1, a diferença para o caso
anterior é que q ∈ Ws
loc(p, g1) ∩ Wu(fj(p), g1), para algum 0 ≤ j < τ(p, g1). Então, como
feito anteriormente, podemos encontrar alguma perturbação g de g1 e t = τ(p, g)˜t+ j tal que
gt possua um conjunto hiperbólico ˜Λ(p, N) como antes. Mais ainda, vai existir uma relação entre a norma de Dgτ (p,g) e A como no Lema 2.3.2, só que neste caso com ˜t ao invés de t.
Sendo assim, analogamente temos N1 tal que
h(g|Λ(p, N )) > χ(p, g) − 1
n, para N ≥ N1. (2.8)
Agora, desde que Λ(p, N) é conjugado com o produto entre uma órbita periódica e o shift de N símbolos, existe uma medida ergódica µ(N) ∈ M(Λ(p, N)) que maximiza a entropia topológica
hµ(N )(g) > χ(p, g) − 1
n, para N ≥ N1. (2.9)
Como a argumentação no caso geral (τ(p, g) > 1) é sempre análoga ao feito anteriormente, vamos mostrar as outras propriedades que restam apenas para o caso onde p é um ponto xo hiperbólico. Continuando então, vamos encontrar um inteiro positivo N2 tal que se
2.3 Perturbações simpléticas: demonstração da Proposição 2.2.1 29 µ ∈ M(f |Λ(g, N2))é ergódica então ρ(µ, µp) < 1/n, como se pede no item (c) da proposição.
Para tal, dado ζ > 0 arbitrariamente pequeno é suciente encontrarmos N = N(ζ) tal que (a órbita de) todo ponto de Λ(p, N) visite muito frequentemente a bola de raio ζ e centro p.
Como p é um ponto xo hiperbólico temos que \
i∈Z
gi(V ) = {p}.
Sendo assim, dado ζ > 0 arbitrariamente pequeno existe um inteiro positivo n1 ≥ T, depen-
dendo de ζ, tal que para todo n2≥ n1
diam \
−n2≤i≤n2
gi(V ) < ζ.
Agora, se V = Tln1
i=0g−i(V )e z ∈ V , então para todo r ∈ [n1, (l − 1)n1) temos que
gr(z) ∈ \
|i|<n1
gi(V ) ⊂ Bζ(p).
Logo, a fração de tempo em [0, ln1) que a órbita de z ca em Bζ(p)é
l − 2 l .
Lembremos que t é o período do conjunto periódico Λ(p, N) para g, e assim denimos k = t − T. Dado N grande o suciente, seja l ∈ N tal que (l + 1)n1 ≥ k > ln1. Como para
todo z ∈ Λ(p, N) existe r ∈ [0, t) tal que gr(z) ∈ V, a frequência da órbita de z passando em
Bζ(p) é maior do que
(l − 2)n1
(l + 1)n1+ T
.
Como l → ∞ quando N → ∞, dado ζ1 > 0 existe N2 tal que a frequência da órbita de
todo ponto z ∈ Λ(p, N) passando em Bζ(p) é maior do que 1 − ζ1, e então escolhendo ζ1
menor se necessário temos que d(µ, µp) <
1
n, para toda medida ergódica µ ∈ M(Λ(p, N)), N ≥ N2. (2.10) Finalmente, vamos encontrar N3a m de que a propriedade (d) seja satisfeita para Λ(p, N),
N ≥ N3.
Denimos
Vku = V ∩ g(V ) ∩ ... ∩ gk(V ), e Vks= V ∩ g−1(V ) ∩ ... ∩ g−k(V ). Dados vetores v, w ∈ R2n e subespaços E, F ⊂ R2n denimos
ang(v, w) = ¯ ¯ ¯ ¯ tan · arccosµ < v, w > kvkkwk ¶¸¯ ¯ ¯ ¯ , ang(v, E) = min
30Capítulo 2 Estimativas para entropia topológica e não existência de extensões simbólicas Observação 2.3.3. Uma outra denição de ângulo entre dois subespaços na literatura é a seguinte: se Rn= E ⊕ F é uma decomposição de Rn, seja L : E⊥→ E a aplicação linear tal
que F = {w + Lw; w ∈ E⊥}, então alguns autores denem o ângulo entre E e F como sendo
kLk−1. No entanto, existe uma equivalência entre esta denição e a apresentada aqui.
Precisamos do seguinte lema.
Lema 2.3.4. Com as denições acima, existe constante K6 tal que se z ∈ Vks, v ∈ R2n\Eps e
ang(Dgpk(v), Eps) ≥ 1, então
|Dgk(z)(v)| ≥ K6kDgp−kk−1|v| min{ang(v, Eps), 1}.
Demonstração. Usando a decomposição de R2n xada em V , temos que v = (vs, vu), vs(u)∈
Eps(u), para todo v ∈ R2n. Seja |v|′ = max{|vs|, |vu|}a norma do máximo.
Como Es p⊥ = Epu, e Dgk(z) = Dgpk se z ∈ Vks, temos que ang(v, Eps) = |v u| |vs| e 1 ≤ ang(Dg k(z)(v), Es p) = |Dgk p(vu)| |Dgk p(vs)| . (2.11) Então, |Dgk(z)(v)|′ = |Dgpk(vu)| ≥ kDg−kp |Epuk−1|vu|, = kDg−kp |Epuk−1|vs| ang(v, Es); o que implica |Dgk(z)(v)|′≥ kDg−kp |Euk−1|v|′ min{ang(v, Esp), 1}. (2.12) Portanto, pela equivalência entre as normas no espaço euclidiano, o resultado segue.
¤ Lembremos agora que
Λ(p, N ) =
t−1
[
i=0
gi(˜Λ(p, N ))
é um conjunto hiperbólico para g, onde gi(˜Λ(p, N )) ⊂ V para 0 ≤ i ≤ k = t − T . Mais ainda,
por construção de ˜Λ(p, N)), sabemos que a decomposição hiperbólica TΛ(p,N )M = ˜Es⊕ ˜Eu é
tal que ˜Es(z)e ˜Eu(gk(z))são próximos de Eps e Epu, respectivamente, para todo z ∈ ˜Λ(p, N). Em particular, se z ∈ ˜Λ(p, N) então ang(Dgk(z)(v), Es
p) > 1para todo v ∈ ˜Eu(z).
Sendo assim, podemos usar o Lema 2.3.4 para encontrarmos constante K6, tal que para
todo z ∈ ˜Λ(p, N) e v ∈ ˜Eu(z),
2.4 Exemplos de pontos de descontinuidade para entropia 31