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Fazendo uso da pesquisa bibliográfica, enquanto “uma modalidade de estudo e análise de documentos de domínio científico, tais como livros, periódicos, enciclopédias, ensaios críticos, dicionários e artigos científicos”192, foi elaborada uma

revisão literária em vista da apropriação de conceitos adequados à compreensão da instituição universitária, em particular a Universidade Estadual do Maranhão, enquanto objeto de pesquisa, seguindo procedimentos da metodologia científica193.

Na perspectiva de uma contextualização histórica, a fonte bibliográfica mais abrangente, pertinente à história do ensino superior no Brasil, do século XVI ao século XX, é de autoria de Luiz Antônio Cunha, publicada em três volumes, narrando de forma analítica a universidade brasileira no tempo e no espaço194, toda ela

embasada em meticulosa pesquisa documental, fazendo uso de documentos escritos oficiais e não oficiais - os mais diversos. Essa obra foi precedida por um capítulo do mesmo autor, denominado de “Ensino superior e universidade no Brasil”, publicado em obra comemorativa dos 500 anos do Brasil195, no qual fez um balanço

crítico sobre o desenvolvimento da universidade brasileira. Também de grande importância foi a obra de Anísio Teixeira, que trata da evolução do ensino superior brasileiro até 1969196. E a obra intitulada “O Estado militar e a educação no Brasil

192 ESTEVES, ESTEVES, Alexandra. Metodologias e técnicas de investigação em História II. [S.l.]: Universidade

Católica Portuguesa / Lab2PT, [2015]a.

193 LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo:

Atlas, 2003.

194 CUNHA, 2007a, p.15; 2007b; 2007c, p. 13-22. 195 CUNHA In: LOPES; FARIA FILHO; VEIGA, 2000, op. cit. 196 TEIXEIRA, 2005, op. cit.

(1964-1985)” foi de bastante valia, pois narra tangencialmente a história da educação superior no Brasil, de uma forma bastante crítica e calcada em fontes primárias197. E em se tratando das reformas do ensino superior no Brasil, examinou-

se a obra de Lalo Watanabe Minto198.

Já sobre a história do ensino superior no estado do Maranhão, a produção bibliográfica é muito insipiente, pois há apenas uma obra de Mário Martins Meireles199, feita em base documental, a qual remete aos estabelecimentos de

ensino superior (Seminários de jesuítas, franciscanos e mercedários que ofertavam cursos de formação filosófica e teológica para candidatos à vida religiosa ou sacerdotal) no período colonial até 1759 e a partir de 1918 até a década de 1970. Também há duas outras referências sobre o ensino superior no Maranhão, mas tributárias do autor anterior200, bem como o livro “Memórias de professores: histórias

da UFMA e outras histórias”201.

Em se tratando de embasamento teórico quanto a um modelo de universidade para o Brasil, tem-se compulsado a obra “Universidade necessária”202,

de Darcy Ribeiro, na qual este expõe as ideias mestras estruturantes da Universidade de Brasília, fundada em 1961, cujo projeto de ideação e implantação foi compartilhado por Anísio Teixeira.

E para compreender o objeto universidade e as relações de poder nela travadas pelos seus segmentos, foram tomados como referência teórica os seguintes pensadores: Pierre Bourdieu, Norbert Elias e Peter Berger & Thomas Luckmann, respectivamente, em suas obras “Os estabelecidos e os outsiders”203, “O

poder simbólico”204 e “A construção social da realidade”205.

Outras fontes bibliográficas, pertinentes a falas sobre universidade também foram tomadas como necessárias para compreender o objeto de pesquisa, tais como Mota206, Baranow e Siqueira207, Salmeron208, Dasaulniers209, Nussenzveig210,

197 GERMANO, 2000, op. cit. 198 MINTO, 2006, op. cit. 199 MEIRELES, 1981, op. cit.

200 SOARES, 1984; TÁJRA, 1985, op. cit. 201 FARIA; MONTENEGRO (Orgs.), 2005, op. cit. 202 RIBEIRO, 1982, op. cit.

203 ELIAS; SCOTON, 2000, op. cit. 204 BOURDIEU, 2009, op. cit.

205 BERGER; LUCKMANN, 2013 op. cit. 206 MOTTA, 2014, op. cit.

207 BARANOW, Ulf G.; SIQUEIRA, Márcia Dalledone (orgs.). Universidade Federal do Paraná: história e estórias

Santos211 (2004), Ramírez212 (2003), Meneghel213, Macedo214 (2000), Mariana215

(2000), Marcovitch216 (1998), Morosini217 (1998), Catani218 (1996), Farias219 (1996),

Pereira220 (1989), Boaventura221 (1988), Cunha222 (1987), Saviani223 (1985), etc. A

maioria das obras citadas foram produzidas a partir de fonte documental, isto é, de documentos de primeira mão, haja vista se tratar de trabalhos acadêmicos (dissertações e teses).

A pesquisa bibliográfica é necessária no início da atividade de pesquisa em qualquer área de conhecimento. Ela faz parte daquele estágio da investigação chamado pesquisa exploratória, que possibilita ao pesquisador ter o máximo de conhecimento quanto à natureza do seu objeto de estudo, quanto aos estudos já realizados tangencialmente ao seu objeto e quanto às teorias que possam dar suporte à tentativa de explicação científica para o seu problema formulado. Mas, indubitavelmente, a pesquisa bibliográfica faz parte da investigação histórica também, pois preside todo o processo de delimitação e formulação do tema; de construção do problema científico e da hipótese ou questões norteadoras; de elaboração de objetivos e da justificativa; assim como da escolha do método científico e de suas operações lógicas. E na operação historiográfica não é diferente.

208 SALMERON, Roberto A. A universidade interrompida: Brasília 1964-1965. 2.ed. Brasília: EdUnB, 2007. 209DASAULNIERS, Julieta Beatriz Ramos. Responsabilidade social & universidade. Canoas; Porto Alegre, RS: Ed.

ULBRA; EDIPUCRS, 2006.

210 NUSSENZVEIG, H. Moysés (org.). Repensando a universidade. Rio de Janeiro: EDIUFRJ/Copea, 2004. 211 SANTOS, Boaventura de Sousa. A universidade no século XXI. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

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