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Com o intuito de conhecer a existência de trabalhos prévios que tratassem do tema, foi realizada uma pesquisa da bibliografia sobre valores dos gestores nas bases de dados SCIELO, EBSCO e JSTORE, a partir de 1980

Foram encontrados 36 artigos que faziam referência ao tema manager’s values, tanto no título como no corpo do texto.

Os artigos e temas encontrados foram:

1) dez artigos sobre o tema Cultura Nacional e Valores do Gestor (CHOI; CHOI, 2003; LIPIČNIK; MIHELIČ, 2006; JENNER, 1982; ALEXASHIN; BLENKINSOPP, 2005; BUSSE; SUN, 2015; RALSTON; GUSTAFSON, 1993; REICHEL; FLYNN, 1983; WHITELY; ENGLAND, 1980; WONG; EVERETT; 2008; ZHANG; STRAUB, 2007), tratando da influência dos impactos culturais sobre os valores dos gestores em empresas que atuam em países com culturas nacionais diferentes, outros tratando dos estereótipos culturais em empresas multinacionais, comparando as culturas e os valores de gestores em dois ou mais países, e os valores em gestores que atuam em empresas em países diferentes de seus países de origem.

2) Quatro artigos sobre o tema Tomada de Decisão e Valores dos Gestores (GUERRIER; MACMILLAN, 1981; SHARFMAN; PINKSTON, 2000; GEORGE; HUANG, 2008; BARNETT; KARSON, 1989) tratando de como os valores dos gestores impactam as

decisões sobre carreira, questões sociais e decisões dentro do ambiente de negócios e na empresa.

3) Quatro artigos sobre Governança Corporativa e Valores (AGLE; MITCHELL, 1999; DUARTE, 2010; SACHS; RUHLI, 2005; FILIP, 2014), abordando os impactos dos valores de atributos dos stakeholders e os valores dos CEOs, o desempenho corporativo e a responsabilidade social das empresas, os valores dos gestores em base a orientação para stakeholders e a implementação de políticas corporativas.

4) Três artigos sobre o tema Valores e Estilos de Liderança (ALAS; TUULIK, 2004; SABRI, 2012; SOSIK; JUNG, 2009), tratando dos temas relacionados a valores e o comprometimento, estilos de liderança de Hofstede, e os valores, raízes e recompensas da liderança altruística.

5) Dois artigos tratando do tema Filantropia e Valores dos Gestores (BUCHHOLTZ; AMASON, 1999; CHOI; WANG, 2007), que abordam a questão dos valores dos gestores e as decisões sobre filantropia corporativa.

6) Dois artigos sobre a relação entre Faixa Etária e Valores dos gestores (MIHELIC; LIPICNIK, 2010; WILLIAMS; HALL, 2006).

7) Dois artigos sobre os Valores de Gestores Públicos e seus processos decisórios (ABBASI; HOLLMAN, 1987; CONNOR; BECKER, 1988).

8) Dois artigos sobre Valores dos Gestores e Meio-ambiente (WILLIAMS; SCHAEFER, 2012; PAPAGIANNAKIS; SPYROS, 2012), sobre as decisões relativas ao meio ambiente, à sustentabilidade e às decisões tomadas com base nos valores dos gestores, ou como os valores dos gestores impactam o seu engajamento com a questão da sustentabilidade ambiental.

9) Um artigo sobre Valores e Estratégia corporativa (ABIODUM, 2009) que explora a relação entre os valores pessoais dos gestores e as dimensões de estratégia e de performance organizacional.

10) Um artigo sobre a Diferença de valores de gestores e consultores (GOODSTEIN, 1983).

11) Um artigo sobre a Evolução do tema de valores de gestores (POSNER; SCHMIDT, 1992).

12) Outro artigo relacionando Valores e remuneração e como as recompensas dos empregados estão associadas ao desempenho e aos valores (HARRIS, 2001).

13) Outro artigo estudando Valores, exportações e consumidores (SOUSA; RUZZO, 2010), abordando o papel chave dos valores dos gestores sobre exportações e a influência da resposta dos consumidores sobre o desempenho.

14) Um artigo avaliando os valores de gestores de pequenas empresas, utilizando como base de estudo pequenas empresas do setor varejista na Romênia (STAN; EVANS, 2003).

15) Um artigo sobre Gênero, Valores e áreas da Vida (CHUSMIR; PARKER, 1991), abordando os valores, as diferenças situacionais, o gênero e o equilíbrio entre trabalho e família.

Entre os 36 artigos sobre valores dos gestores, 26 utilizaram a metodologia quantitativa. Oito utilizaram metodologia Qualitativa e apenas dois utilizaram técnica mista, Qualitativa e Quantitativa. Entre os que utilizaram a metodologia Quantitativa, quatro utilizaram a Schwartz Value Survey, três utilizaram a Rokeach’s Value Survey Scale, três utilizaram a England’s Personal Value Questionaire. As demais, ou utilizaram questionários elaborados pelos próprios pesquisadores, ou não foi possível a identificação do instrumento.

Os estudos de Valores dos Gestores analisados não se detiveram sobre o estudo de Poder, nem Poder em Gestores Homens.

Nossa pesquisa aborda a centralidade do trabalho e o papel estruturante do trabalho, o poder e seus símbolos, com especial enfoque na sua importância para os gestores homens na cidade de São Paulo. O poder como um valor humano, sob a ótica de diferentes abordagens teóricas, verificando os símbolos de poder como fatores estabelecidos na interação intersubjetiva das relações humanas.

A relevância deste trabalho reside na importância de se discutir como os valores relativos a Poder, representados por símbolos, podem impregnar as demais áreas da vida dos gestores.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Tendo em vista as diferentes abordagens epistemológicas para o estudo de valores e a complementariedade entre a abordagem de valores de Thomas e Znaniecki e Schwartz defendida por Teixeira (2009) optamos, neste trabalho, por uma abordagem interpretativista, mas mantendo a possibilidade de entendermos e analisarmos a complementariedade entre teorias distintas.

Antonello e Godoy (2010) asseveram que tal perspectiva admite diferentes formas de perceber as ligações existentes entre teorias distintas, favorecendo visões complementares e compreensões mais profundas, quando se convive com paradoxos, dando espaço para diferentes formas de pensar e investigar o mesmo problema. “Acredita-se, então, que esta abordagem é apropriada para um campo de conhecimento multidisciplinar” (ANTENELLO; GODOY, 2010, p. 2).

Lima (2011) declara que a ênfase principal deve ser dada à qualidade dos produtos da pesquisa e duvida se um paradigma isolado pode garantir a qualidade esperada. Essa qualidade viria de uma multiplicidade de aspectos. Não se chega tão rapidamente à resposta de qual paradigma é ideal para a análise de um dado problema, mas “[...] um aspecto no qual pode haver consenso é o da verificação da qualidade do conhecimento produzido, independentemente de sua natureza paradigmática” (LIMA, 2011, p. 8).

Reis e Melo (2008) ainda enfatizam que o investigador deve ter uma postura científica menos rígida e intransigente que no passado, a fim de encontrar alternativas que façam frente à diversidade e às incertezas teóricas e práticas nas ciências sociais.

As mudanças ocorridas nas ciências sociais, têm resultado em crescente diversidade e, simultaneamente, em menos certeza e estrutura, tanto na teoria quanto na prática. Isso tem se refletido em novas modalidades de pesquisa. A busca por alternativas não impede o pesquisador de utilizar rotas tradicionais da pesquisa, também não o autoriza a descartá-las completamente. Ao contrário, ela pressupõe a sua superação pela adoção de uma postura científica diferenciada, mais crítica, mais reflexiva, menos rígida e intransigente (REIS; MELO, 2008, p. 15).

Sociólogos que trabalham com a linha do Interacionismo Simbólico pesquisaram uma grande variedade de temas e utilizaram uma gama ampla de métodos de pesquisa. No entanto, a maioria dos pesquisadores usou a metodologia qualitativa, com a participação do observador, para estudar aspectos da interação social (GRIFFIN, 2006).