• Nenhum resultado encontrado

Na elabora¸c˜ao deste estudo tivemos um especial cuidado com a bibliografia consul- tada. Deste modo, aqui destacamos as referˆencias bibliogr´aficas que nos inspiraram e ajudaram na sua concretiza¸c˜ao.

J´a aqui referimos que uma das obras inspiradoras do nosso trabalho ´e da autoria de Washburn e Crowe [32]. O livro Symmetries of Culture, escrito por uma antrop´ologa e por um matem´atico, ´e dirigido a n˜ao-matem´aticos e de leitura extremamente acess´ıvel e clara. Com numerosos exemplos de frisos e de padr˜oes bidimensionais de diversas civiliza¸c˜oes, cont´em uma descri¸c˜ao muito completa de como se faz a classifica¸c˜ao dos mesmos. Podemos ler na introdu¸c˜ao do livro:

O uso dos princ´ıpios da geometria para a descri¸c˜ao e compreens˜ao das formas da arte decorativa representa a uni˜ao de duas disciplinas habitualmente separadas – matem´atica e design. A ´unica limita¸c˜ao aos tipos de figuras que podem ser descritos por estes princ´ıpios ´e que elas devem consistir em motivos regularmente repetidos. Isto ´e, devem ser figuras com partes sujeitas a movimentos r´ıgidos. Neste livro demonstramos como ´e poss´ıvel utilizar os princ´ıpios geom´etricos da cristalografia para construir uma classifica¸c˜ao descritiva dessas figuras [. . . ] Este tipo especial de an´alise classifica a estrutura subjacente `as figuras da arte decorativa, ou seja, o modo como as suas partes (elementos, motivos, unidades da figura) s˜ao organizadas em toda a figura pelas simetrias geom´etricas que

as repetem. A classifica¸c˜ao salienta o modo como os elementos da figura se repetem, n˜ao a natureza em si pr´opria desses elementos.

Entendemos que este texto caracteriza, de forma simples e eficaz, como se pro- cessa a classifica¸c˜ao dos desenhos de arte decorativa que apresentam um motivo que se repete, desenhos esses que constitu´ıram o objeto do presente estudo. Destacamos igualmente outros livros de interesse que despertaram a nossa curiosidade investiga- tiva: [7, 8, 10, 26, 27, 33, 34, 40].

Para a escrita da Parte I desta disserta¸c˜ao, optou-se por consultar obras de re- ferˆencia na ´area, das quais se destaca o livro de George Martin [13], Transforma- tion Geometry, que influenciou de forma decisiva o percurso trilhado no ˆambito da fundamenta¸c˜ao te´orica deste trabalho. A n´ıvel nacional, os trabalhos de Eduardo Veloso [29, 30, 31] e de Ana Breda et. al [4] s˜ao de consulta obrigat´oria. Tamb´em foram utilizadas outras publica¸c˜oes [2, 19, 20, 28].

No decurso do desenvolvimento das propostas de atividades para o ensino, pa- tentes no Cap´ıtulo 7, foram consultadas v´arias obras, incluindo alguns programas e orienta¸c˜oes curriculares [3, 16, 17, 18, 24, 25, 41].

Maior dificuldade tivemos na obten¸c˜ao de bibliografia especializada sobre as ´areas do Patrim´onio Cultural analisadas nesta disserta¸c˜ao, na sua maioria desenvolvidas fundamentalmente sob as ´opticas da Arquitectura e da Hist´oria da Arte.

Para o caso da cal¸cada portuguesa, por exemplo, veja-se o estudo de autoria de Cabrera e Nunes [5], intitulado Olhar o ch˜ao, que faz uma abordagem hist´orica sa- lientando os antecedentes da cal¸cada em Portugal, que reportam `a ´epoca do dom´ınio romano. Podemos ainda encontrar neste livro um registo fotogr´afico da cal¸cada por- tuguesa existente a n´ıvel nacional e, em particular, na cidade de Lisboa. Da nota das autoras destacamos um par´agrafo que ilustra na perfei¸c˜ao o nosso sentimento:

Olh´amos o ch˜ao. . . descobrimos uma riqueza que se impˆos de tal forma que se tornou irresist´ıvel. A partir da´ı, valorizar e promover a cal¸cada-mosaico, como forma de apre¸co pela capacidade criativa espec´ıfica da cultura portuguesa, seduziu-nos.

Ao n´ıvel da Regi˜ao Aut´onoma dos A¸cores, tˆem sido feitos, `a semelhan¸ca do que acontece no continente portuguˆes, diversos trabalhos com levantamentos fotogr´aficos da cal¸cada portuguesa nos A¸cores. S˜ao exemplos disso as obras: Cal¸cada Portuguesa nos A¸cores, da autoria de Ernesto Matos [15]; Cal¸cada art´ıstica nos passeios de Ponta Delgada, da autoria de Rego e Sousa [22]; e Os ladrilhos da cidade da Horta, de Carlos Lob˜ao [11].

´

E de referir que, apesar de existir diversa bibliografia, onde podemos encontrar um levantamento hist´orico e fotogr´afico de passeios e pra¸cas em cal¸cada portuguesa, registamos uma lacuna no que diz respeito `a sua classifica¸c˜ao matem´atica. Em Por- tugal continental, foi poss´ıvel identificar dois trabalhos dessa natureza provenientes da Universidade de Coimbra [6, 12], em que se estuda alguns padr˜oes dos mosaicos romanos de Con´ımbriga. No que aos A¸cores diz respeito, n˜ao existia qualquer estudo do g´enero `a data de conclus˜ao desta disserta¸c˜ao.

Para a an´alise das varandas, foi ainda mais dif´ıcil a recolha de bibliografia es- pec´ıfica. A considera¸c˜ao da varanda como uma zona de fronteira entre o p´ublico e o privado remete-a para an´alises sobre constru¸c˜oes arquitect´onicas e os materiais utilizados, nomeadamente reflex˜oes sobre a arquitectura em ferro forjado.

Note-se, para o caso dos A¸cores, a importˆancia das varandas na est´etica urbana, com realce para o seu papel como marca identit´aria do Patrim´onio Classificado da Zona Hist´orica de Angra do Hero´ısmo, como refere o Art.5o do Decreto Legislativo

Regional n.o 15/2004/A.

No conjunto dos trˆes elementos patrimoniais que abord´amos, as referˆencias publi- cadas sobre a azulejaria s˜ao as mais frequentes, salientando-se as valˆencias desenvol- vidas pelo Museu do Azulejo. Todavia, n˜ao s´o se percebe que o trabalho est´a particu- larmente centrado na constru¸c˜ao de um Invent´ario do patrim´onio azulejar de Portugal continental, deixando `a margem os dois arquip´elagos portugueses, mas acima de tudo verifica-se que as an´alises identificativas s˜ao, acima de tudo, constru´ıdas com base em referˆencias art´ısticas (correntes est´eticas, t´ecnicas de elabora¸c˜ao, paletas crom´aticas). A pr´opria referˆencia no Invent´ario de azulejos deste Museu, com referˆencia aos res- pectivos padr˜oes, aborda somente uma descri¸c˜ao dos motivos do azulejo, suas cores e variantes.