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5 PEQUISAS REALIZADAS NO MUNICÍPIO DE JI-PARANA

5.3 PESQUISA DE CAMPO EM JI-PARANÁ

3,32%

96,68%

813 ações penais no Fórum de Ji-Paraná, no periodo de

2007 a 2010

prosseguiram na ação penal

Foram selecionadas 40 mulheres vitimas de violência doméstica no município de Ji- Paraná para serem pesquisadas no período de 2007 a 2010, para a pesquisa foram selecionados os dez primeiros casos de cada ano, quando não era possível encontrar um destes dez primeiros casos substituía-se pelo caso posterior até completarem as quarenta.

Figura 7: Motivos que impedem as mulheres de prosseguir com ação penal

Fonte: Dados pesquisados

Os dados constantes do gráfico acima demonstram a falha da Lei Maria da Penha e as

razões pelas quais as mulheres, vítimas de violência doméstica renunciam de seu direito de

5%

22%

8%

11%

13%

3%

20%

11%

4%

3%

motivos que impedem as mulheres de

prosseguir com a ação penal

reconciliação com o companheiro

por medo de ameaças

necessidade financeira

por achar que a Lei Maria a Penha é insuficiente para resolver seu problema para evitar maiores

constrangimentos perante a sociedade

por orientação dos familiares por parte do agressor

para evitar maiores conflitos no âmbito familiar

para salvanguardar os filhos

para atender pedido dos filhos

verem punidos seus agressores, o que indica a necessidade de mudança quanto à ação penal vigente adotada pela Lei Maria da Penha.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como finalidade a necessidade de demonstrar a falha da Lei Maria da Penha no tocante à efetiva proteção da mulher contra a violência doméstica. Assim, constatou-se que com a mudança da ação penal passando de condicionada para incondicionada, minimizará as agressões e constrangimentos à mulher, fazendo com que não seja alvo do agressor para forçá-la a desistir de representá-lo criminalmente, e para que o processo prossiga até o seu curso final, podendo ser condenado ou absolvido, se condenado, ficará com restrições e perderá os benefícios se cometer outros delitos.

Durante o decorrer deste trabalho buscou demonstrar a importância da Lei Maria da Penha, em face da “alarmante” situação da violência contra mulher constatada através de pesquisas realizada no município de Ji-Paraná. Os dados estatísticos constataram que a Lei Maria da Penha não esta surtindo os seus efeitos desejados pelas mulheres vitima de violências domésticas, ou seja, é juridicamente falha.

Neste contexto, verificou-se que a prática de atos de violências domésticas contra a mulher incide na violação dos direitos humanos tornando-se imprescindível a intervenção do Estado e de organismos internacionais e nacionais de defesa dos direitos da mulher na esfera política e judicial, para que ocorra a tão esperada e justa mudança.

Logo, a lei Maria da Penha se apresenta como um atraso legislativo, um remédio para um mal que ainda esta engatinhando para proteger as garantias constitucionais, sendo uma parcela pouca significativa para coibir a violência doméstica contra a mulher. Assim, os objetivos deste trabalho foram atingidos na medida em que se verificou pela pesquisa realizada que a Lei Maria da Penha é falha quanto à sua aplicabilidade enquanto o legislador não proceder à alteração da lei no sentido de transformar a ação penal publica condicionada à representação da ofendida em ação penal publica incondicionada, ou seja, dando ao Ministério Público a titularidade da ação penal e com isso, retirando da vitima o poder de decisão em prosseguir ou não da ação penal.

se, também, o alto índice de desistência por parte das mulheres que por motivos variado deixaram de fazer as representações. Por meio da aplicação de questionário anonimado às mulheres, foi realizado a pesquisa de campo, onde constatou-se as razões pelas quais desistiram de prosseguir com a ação penal já instaurada, reforçando com isso, a afirmação da falha da Lei Maria da Penha e a necessidade da alteração na legislação quanto ao tipo de ação penal a ser adotada.

Desse modo, a finalidade deste trabalho foi igualmente atingida, eis que restou comprovada a necessidade da ocorrência da mudança da ação penal que deverá passar de condicionada para incondicionada, minimizando assim as agressões e constrangimentos à mulher, impedindo que seja alvo do agressor para forçá-la a desistir de representá-lo criminalmente. Com isso, viabiliza-se que o processo prossiga até o seu curso final e culmine com a condenação ou absolvição do agressor.

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

CAMPUS CACOAL

DEPARTAMENTO DE DIREITO

Acadêmico: Mauricio Nogueira Gomes Orientadora: Irene Yoko Taguchi Sakuno

QUESTIONÁRIO

Este questionário misto tem como finalidade subsidiar a elaboração da monografia intitulada “Reflexões da aplicabilidade da Lei Maria da Penha quanto à ação penal, na agressão contra a mulher no município de Ji-Paraná”, para fins de viabilizar a conclusão do curso de Direito da UNIR – Universidade Federal de Rondônia. O universo desta pesquisa será constituído das respostas obtidas ao questionário aplicado às dez primeiras mulheres que ingressaram com queixa-crime nos anos de 2007 a 2010, neste município, para a averiguação dos motivos das desistências, ou seja, de não representar o agressor, tanto na Delegacia Defesa da Mulher como em Juízo.

1) Quais foram os motivos da desistência? a - ( ) reconciliação com o companheiro b - ( ) por medo das ameaças

c - ( ) necessidade do marido/companheiro para sobreviver

d - ( ) por achar que a Lei Maria da Penha é insuficiente para resolver seu problema e - ( ) para evitar maiores constrangimentos perante a sociedade

f - ( ) por orientação de seus familiares por parte do agressor g - ( ) para evitar maiores conflitos no âmbito familiar

f - ( ) para salvaguardar os seus filhos (emocional/psicológica, constrangimentos) g - ( ) para atender ao pedido de seus filhos

h - ( ) por outros motivos: ______________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________

APÊNDICE B

DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Mauricio Nogueira Gomes, acadêmico devidamente matriculado no 10º período do Curso de Direito da Universidade Federal de Rondônia - UNIR – Campus de Cacoal, DECLARA para os devidos fins que o trabalho monográfico intitulado “REFLEXÕES DA APLICABILIDADE DA LEI MARIA DA PENHA QUANTO A AÇÃO PENAL NA AGRESSÃO CONTRA MULHER NO MUNICÍPIO DE JI- PARANÁ” foi desenvolvido por mim.

Cacoal_____de Dezembro de 2010

_____________________________ Mauricio Nogueira Gomes

ANEXO A

PARECER DE ADMISSIBILIDADE DA PROFESSORA ORIENTADORA

O acadêmico Mauricio Nogueira Gomes desenvolveu o Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Jurídicas, sobre o tema “REFLEXÕES DA APLICABILIDADE DA LEI MARIA DA PENHA NA AGRESSÃO CONTRA MULHER NO MUNICÍPIO DE JI- PARANÁ”, obedecendo aos critérios do projeto de monografia apresentada ao Departamento de Direito – Campus de Cacoal-RO, da Universidade Federal de Rondônia – UNIR.

O acompanhamento foi efetivo, tendo o desenvolvimento do trabalho observado os prazos pré-estabelecidos pelo Departamento do Curso de Direito.

Assim, o acadêmico encontra-se apto à apresentação expositiva de sua monografia junto à Banca Examinadora.

Cacoal____de Dezembro de 2010

_________________________________ Esp. Irene Yoko Taguchi Sakuno

ANEXO B

DECLARAÇÃO DE REVISÃO ORTOGRÁFICA

DECLARO para os devidos fins que o trabalho monográfico desenvolvido pelo acadêmico Mauricio Nogueira Gomes, com o titulo “REFLEXÕES DA APLICABILIDADE DA LEI MARIA DA PENHA QUANTO A AÇÃO PENAL NA AGRESSÃO CONTRA MULHER NO MUNICÍPIO DE JI-PARANÁ”, foi por mim revisado no que tange seu aspecto ortográfico, sendo procedidas as devidas correções.

Cacoal_____de Dezembro de 2010

__________________________ Professora Ms Sônia Mara Nita

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