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O presente trabalho se trata de uma pesquisa descritiva e explicativa. Segundo Marconi; Lakatos (2005, p. 189), a pesquisa descritiva trata-se de uma “exata descrição de certas características quantitativas da população como um todo, organizações ou outras coletividades específicas”. A pesquisa explicativa, por sua vez, busca identificar e explicar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência de determinados fenômenos (GIL, 1999).

3.3.1 População e amostra

A população do presente estudo foram famílias urbanas do município de Bambuí. O número de famílias urbanas foi obtido pela proporção estimada da população urbana em relação à população total do Censo Demográfico de 2000 (IBGE, 2001).

Segundo a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD) de 2006 (IBGE, 2007a), o número de pessoas por domicílio em Minas Gerais na área urbana é de 3,4, enquanto na área rural é de 3,6, o que poderia fazer com que um número maior de membros por família na zona rural incorresse em uma diminuição no número proporcional de famílias em relação à urbana. Contudo, como a população urbana é predominante, a média geral se manteve em torno de 3,4 habitantes por domicílio. Cerca de 81,45% da população de Bambuí era urbana, enquanto em Minas Gerais este

percentual era de 82%3 –, podendo-se admitir a existência de uma relação equivalente entre a população urbana e os domicílios urbanos diante dos respectivos parâmetros totais.

Sendo assim, as 7313 famílias residentes em Bambuí poderiam ser divididas, na mesma proporção, em ≈ 5.957 famílias urbanas e ≈ 1.356 famílias rurais. A população utilizada neste trabalho foi, portanto, de 5.957 famílias urbanas.

A amostra foi calculada de acordo com Stevenson (1981), da seguinte maneira, para um nível de significância de 95% e um erro de 5%:

n = (Z2) . (x / n) . [1 – (x / n)] . (N) / (N – 1) . e2 + Z2. (x / n) . [1 – (x / n)]

Ou, de forma simplificada:

n = [Z2.P.Q.N] / [(N-1).e2 + Z2.P.Q]

Onde:

n é o tamanho da amostra.

Z2 representa o nível de significância para 95% na distribuição normal e e o erro de 5%.

P (ou x / n) e Q (ou 1 – x / n) são as proporções de casos favoráveis e não

favoráveis. Determinar 50% para ambos significa tornar o processo de amostragem mais estatisticamente confiável, pois resulta em um maior erro e a necessidade de uma amostra maior. N é o tamanho da população. n = [1,96 x 0,5 x 0,5 x 5957] / [(5957 – 1) x 0,052 + 1,96 x 0,5 x 0,5] n = [2918,93] / [(5956) x 0,0025 + 0,49] n = [2948,715] / [7,2961] n = 189,79 ≈ 190.

Assim, uma amostra representativa seria de 190 famílias.

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A população urbana de Bambuí-MG é de 17.672 habitantes, o que representa 81,45% da população total, de 21.697 habitantes. Em Minas Gerais, a população urbana é de 14.671.828, correspondentes a 82% da população total, que é de 17.891.494, conforme o Censo Demográfico de 2000 (IBGE, 2001).

A amostra foi classificada dentro dos 15 subestratos, conforme detalhado no item 3.1 dos Procedimentos Metodológicos. Porém, por carência de informações que permitiriam o conhecimento da distribuição da população, conforme os estágios do ciclo de vida familiar e os níveis de renda, possibilitando a amostragem estratificada, a amostra foi extraída por um processo aleatório simples e estabelecida por meio de um sorteio entre os domicílios das três regiões especificadas.

Caso os domicílios sorteados não contemplassem o conceito de família ou se tratassem de estabelecimentos comerciais, lotes vagos ou casas abandonadas, a substituição do domicílio se daria da seguinte forma: a) o primeiro domicílio da direita, do mesmo lado; b) o segundo domicílio da esquerda, do mesmo lado; c) o domicílio da frente; d) o segundo domicílio da direita, do mesmo lado; e) o segundo domicílio da esquerda, do mesmo lado; f) o primeiro domicílio do lado direito do domicílio da frente; g) o primeiro domicílio do lado esquerdo do domicílio da frente; e assim por diante.

Portanto, a unidade amostral constituiu-se de domicílios com famílias de níveis diferentes de renda e distintos estágios do ciclo de vida familiar no perímetro urbano do município de Bambuí-MG.

As informações foram obtidas por meio de entrevista, preferencialmente com a pessoa de referência de família, conforme disponibilidade do mesmo nas visitas domiciliares. Segundo o IBGE (1997), a pessoa de referência da família é “a pessoa responsável pelas despesas com habitação (...) ou aquela indicada pelos membros da família”. No caso desta pesquisa, considerou-se a pessoa de referência como aquele membro responsável pela maior parte dos gastos da família, desde que fosse um dos cônjuges, sendo a unidade de análise do trabalho.

Para fins de estudo da composição familiar, os moradores dos domicílios foram classificados com base na adaptação da metodologia da POF de 1995/1996 do IBGE (1997), em que constam: a) pessoa de referência; b) cônjuge (“membro que vive conjugalmente com a pessoa de referência, existindo ou não vínculo matrimonial”); c)

filho (“membro que é filho legítimo, adotivo ou de criação da pessoa de referência e/ou

de seu cônjuge”), incluindo o enteado que não é filho de nenhum dos cônjuges e o neto ou sobrinho coabitante; d) outro parente (“membro que tem qualquer grau de parentesco, por consanguinidade ou afinidade com a pessoa de referência ou com o seu cônjuge, exclusive os relacionados anteriormente”); e e) outros membros, como o

agregado (“membro que não é parente da pessoa de referência ou do seu cônjuge, não

membros da família”), convivente (“membro que não é parente da pessoa de referência ou de seu cônjuge e que mora no domicílio com seus parentes ou pessoas sob dependência doméstica (...), mediante pagamento ou partilhando despesas”),

empregado doméstico (“membro que não é parente da pessoa de referência ou de seu

cônjuge e que presta serviços domésticos remunerados em dinheiro a membro da família”) e parente de empregado doméstico (“membro que é parente do empregado doméstico e não presta serviços remunerados a membro da família”).

O termo cônjuge foi adotado tanto para identificar os dois chefes de família que vivem maritalmente como para designar o único chefe de família que não possuía um companheiro em casa no momento da coleta de dados. O termo filho foi utilizado para identificar tanto filhos de fato, como netos e sobrinhos coabitantes com os avós e tios, uma vez que netos, filhos ou sobrinhos respondem de igual maneira no consumo familiar.