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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 PESQUISADORES VINCULADOS AOS INCTS DA ÁREA DE AGRÁRIAS

Em resposta ao objetivo ‘a’ são apresentados os INCTs da área de Agrárias e o número pesquisadores por instituto, o vínculo institucional, se são pesquisadores bolsistas de produtividade do CNPq e qual a área de pesquisa no CNPq.

Como o recorte deste estudo é na área de Agrárias, cabe destacar que existem 12 INCTs, que estão contemplados nas regiões: Sul, Sudeste e Nordeste, sendo que quatro institutos estão situados no estado de Minas Gerais (MG), com 168 pesquisadores, quatro em São Paulo (SP), com 90 pesquisadores, um instituto no Paraná (PR), com 85 pesquisadores, um no estado da Paraíba (PB), com 30 pesquisadores, um no Rio de Janeiro (RJ), com 53 pesquisadores, e, um no Sergipe (SE), com 18 pesquisadores, apresentando um total de 444 pesquisadores, como se pode observar na Tabela 3.

Tabela 3 – Institutos da área de Agrárias e número de pesquisadores

Institutos Cidade/Estado Pesquisadores Nº de %

INCT Fixação Biológica de

Nitrogênio Curitiba (PR) 85 19,1%

INCT de Ciência Animal Viçosa (MG) 63 14,2%

INCT em Entomologia Molecular Rio de Janeiro (RJ) 53 11,9%

INCT de Informação Genético- Sanitária da Pecuária Brasileira

Belo Horizonte

(MG) 45 10,1%

INCT de Genômica para o Melhoramento de Citros

Cordeirópolis

(SP) 43 9,7%

INCT do Café Lavras (MG) 37 8,3%

INCT para o Controle das

Intoxicações por Plantas Patos (PB) 30 6,8%

INCT de Controle Biorracional de

Insetos Pragas São Carlos (SP) 24 5,4%

INCT em Interações Planta Praga Viçosa (MG) 23 5,2%

INCT de Frutos Tropicais São Cristóvão (SE) 18 4,1%

INCT de Engenharia da Irrigação Piracicaba (SP) 17 3,8%

INCT de Semioquímicos na

Agricultura Piracicaba (SP) 6 1,4%

Total Geral 444 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Cabe ressaltar que houve 72 exclusões do número total de pesquisadores, pois em alguns casos não foi localizado o currículo Lattes ou o pesquisador não era doutor ou não possuía produção científica, técnica ou tecnológica na data de recorte. A contagem inicial era de 516 pesquisadores, mas com as exclusões o total passou para 444 pesquisadores investigados.

Percebe-se que o INCT Fixação Biológica de Nitrogênio, o único da amostra localizado na região Sul, em Curitiba, é o instituto que possui o maior número de pesquisadores dos institutos analisados, o que significa 19% do total de pesquisadores analisados na pesquisa. Os demais INCTs mantêm a média com um corpo de pesquisadores compreendido entre 20 e 40 pessoas, com exceção do INCT Semioquímicos na Agricultura, que possui apenas seis pesquisadores em sua equipe.

Em relação ao vínculo institucional, ressalta-se que foram definidas categorias para melhor apresentar os dados, tendo em vista que um pesquisador pode possuir mais de um vínculo profissional. No vínculo institucional não foram considerados funções como: professor colaborador e professor visitante (conforme o currículo Lattes não se considera como vínculo empregatício), bem como membros de conselho e de comitê e assessores, revisores de projeto de fomento, e consultores, mantendo prioritariamente os vínculos que informavam a carga horária na instituição; caso não estivesse especificada a carga horária, trabalhou- se com a informação do vínculo que permanecia atual.

A categorização foi realizada da seguinte forma:

a) Associação: foram agrupadas as sociedades e associações nacionais e internacionais;

b) Embrapa: foram agrupados todos os centros da Embrapa, como por exemplo: Embrapa Soja, CNPSO, Embrapa Agrobiologia, CNPAB, entre outros;

c) Empresa Privada: foram agrupadas as empresas privadas; d) Instituto de Pesquisa: foram agrupados nesta categoria os

institutos de pesquisa nacionais e internacionais;

e) Institutos de Ensino7: foram agrupados os Institutos de Ensino,

como os Institutos Federais e Estaduais;

f) Governo Federal/Estadual/Municipal: foram agrupadas as instituições identificadas como pertencentes ao setor público; g) Outros: nesta categoria foram agrupados os vínculos que

estavam sozinhos, como bancos, agências, centros de pesquisa, laboratório de saúde pública, e os pesquisadores sem vínculo; h) Universidade brasileira: foram agrupadas todas as universidades

brasileiras;

i) Universidade estrangeira: foram agrupadas todas as universidades estrangeiras.

7As universidades se caracterizam pela indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. São instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano (Decreto nº 5.773/06). Os Institutos Federais são instituições de educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as suas práticas pedagógica. Apesar de ambos serem autarquias federais, possuem atuações diferentes. Uma universidade federal atua apenas com cursos superiores, oferecendo cursos de graduação e pós-graduação. Já os institutos federais atuam na formação básica, técnica e tecnológica, oferecendo cursos de qualificação profissional, técnicos, de graduação e pós-graduação (Lei nº 11.892/08). (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, 2016).

Foram contabilizados apenas os vínculos institucionais vigentes, listados no currículo Lattes dos pesquisadores, não sendo considerados os vínculos anteriores. O APÊNDICE B apresenta a alocação das instituições em cada categoria do vínculo e a Tabela 4 apresenta os números para o vínculo institucional dos pesquisadores.

Tabela 4 – Vínculo Institucional dos pesquisadores por INCT

Categorias vínculo institucional

Institutos Brasi-Univ. leira

Em-

brapa Pesquisa Inst.

Gov. fed./est./ mun. Inst. Ensino Emp. Priva- da Associ- ação Univ. Estran- geira

Outros Geral Total

FBN 64 22 1 - 6 - 1 5 6 105 CA 61 1 - 4 - 1 - - - 67 CBIP 22 1 - 1 - 1 1 1 - 27 EI 16 1 1 3 3 1 - - - 25 FT 16 5 1 - - - 1 1 - 24 Citros 23 14 10 2 - 1 1 1 - 52 Pecuária 40 2 - 3 - 3 2 - 1 51 SA 7 - - - - 1 - - - 8 Café 27 7 6 5 - 2 - - - 47 EM 52 1 - 1 2 - - 1 - 57 IPP 22 8 - - 1 1 4 - - 36 CIP 32 - 1 - - - - - 1 34 Total Geral 382 62 20 19 12 11 10 9 8 533 Total Geral % 71,7% 11,6% 3,8% 3,6% 2,3% 2,1% 1,9% 1,7% 1,5% 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2015).

Obs.: O número total de vínculos (533) aparece maior que o número de pesquisadores (444), pois em alguns casos, os pesquisadores possuem mais de um vínculo institucional.

Pode-se observar, na Tabela 5, que a maioria dos pesquisadores (382 pesquisadores), que representa 71,7% do total de pesquisadores, possui vínculo com universidades onde atuam como docentes. Outro dado a se destacar é o fato de os pesquisadores terem vínculo com a Embrapa, representando 11,6% (62 pesquisadores).

De acordo com o Relatório da UNESCO (2015), o Brasil, em 2011, apresentava o total de 710 pesquisadores por milhão de habitantes, que representa 0,34% da população atual de mais de 206 milhões de habitantes (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2016). Para que o número de pesquisadores cresça, é necessário que aumente o número de formação no nível de doutorado. De acordo com a UNESCO (2015, p. 42), “a pós-graduação [...] floresceu nas universidades públicas, com crescimento de 30% no número de doutoramentos entre 2008 e 2012”, ou seja, um crescimento anual médio de aproximadamente 7%. De 2012 para 2013 o número de Ph.D.s obtidos no Brasil foi de 13.912 para 15.287, representando um crescimento aproximado de 10%.

O fato de os pesquisadores estarem, em sua maioria, atrelados às universidades se deve ao fato de que quase toda pesquisa no Brasil é realizada pelas Universidades. E, o Programa INCT do CNPq tem em uma de suas bases que a difusão de conhecimento deve ser conduzida por seus pesquisadores e pelos bolsistas a ele vinculados (CONSELHO

NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E

TECNOLÓGICO, 2008). Ou seja, os Institutos são formados por pesquisadores que atuam nas Universidades, onde são professores e alguns atuam como coordenadores dos Institutos.

Como mencionam Garvey e Griffith (1972), o pesquisador produtivo não pode ser um estudioso isolado que dedica anos para a leitura de literatura científica relacionada com o fenômeno que deseja pesquisar. O investimento de sua pesquisa e o problema da obtenção de recursos para apoiá-lo faz com que ele tenha um papel de comunicar a sociedade os resultados do seu trabalho.

Nesse sentido, as equipes do INCTs permitem que a sinergia e o intercâmbio de informações aconteçam, pois estando inseridos no meio acadêmico, podem usufruir das atividades usuais que a pesquisa científica tem como prática, como por exemplo: troca de informações entre pares, participação de eventos científicos, que possibilitam a atualização constante sobre o que se tem desenvolvido na sua área de conhecimento.

A Tabela 5 apresenta os números em relação ao vínculo do pesquisador com o CNPq, na função de bolsista de produtividade em

pesquisa e em Desenvolvimento Técnico e Extensão Inovadora do CNPq.

Tabela 5 – Pesquisadores bolsistas de produtividade do CNPq

Institutos Pesquisado-Nº de res Nº de Pesquisado- res CNPq % INCT de Semioquímicos na Agricultura 6 5 83,3%

INCT em Interações Planta Praga 23 15 65,2%

INCT do Café 37 24 64,9%

INCT de Ciência Animal 63 36 57,1%

INCT em Entomologia Molecular 53 29 54,7%

INCT de Controle Biorracional de

Insetos Pragas 24 10 41,7%

INCT de Engenharia da Irrigação 17 7 41,2%

INCT para o Controle das

Intoxicações por Plantas 30 12 40,0%

INCT de Genômica para o

Melhoramento de Citros 43 17 39,5%

INCT de Frutos Tropicais 18 7 38,9%

INCT de Informação Genético-

Sanitária da Pecuária Brasileira 45 16 35,6%

INCT da Fixação Biológica de

Nitrogênio 85 23 27,1%

TOTAL 444 201

Fonte: Dados da pesquisa (2015).

Pode-se perceber que dos seis pesquisadores do INCT de Semioquímicos na Agricultura, cinco (83,3%) são bolsistas de produtividade do CNPq, em seguida aparece o INCT em Interações Planta Praga, que dos 23 pesquisadores, 15 (65,2%) são vinculados ao CNPq e, em terceiro lugar aparece o INCT do Café, que dos 37, 24 (64,9%) são pesquisadores do CNPq.

Estes pesquisadores/bolsistas são de diferentes níveis compreendidos entre 1A a 1D e 2, das diversas áreas que compõem a área de agrárias. A categorização vaido nível 2, correspondente aos pesquisadores mais jovens que já apresentam produtividade destacada, até o nível 1-A, que agrupa os pesquisadores de maior experiência e liderança científica em cada área.

Quadro 13 – Categorias para pesquisador bolsista de produtividade CNPq

Categorias Descrição

Categoria 1

Para a categoria 1, o pesquisador será enquadrado em quatro diferentes níveis (A, B, C ou D), com base comparativa entre os seus pares e nos dados dos últimos dez anos, entre eles o que demonstre capacidade de formação contínua de recursos humanos. Categoria 2

Para a categoria 2, em que não há especificação de nível, será avaliada a produtividade do pesquisador, com ênfase nos trabalhos publicados e orientações, ambos referentes aos últimos cinco anos.

Fonte: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (2016).

A Tabela 6 apresenta o número de pesquisadores por área de especialização. O APÊNDICE C relaciona os níveis em cada área de atuação.

A área de especialização que possui o maior número de pesquisadores atuante é a área de Agronomia, com 57 pesquisadores cadastrados, seguida da especialidade de Zootecnia, com 36 pesquisadores e, Medicina Veterinária, com 25 pesquisadores atuando como bolsistas nesta área.

O INCT com maior número de pesquisadores atuando como bolsista de produtividade CNPq é o Ciência Animal, com 36 pesquisadores, seguido do INCT Entomologia Molecular, com 25, e o INCT Café, com 24 pesquisadores cadastrados. Destaca-se que todos os INCTs possuem pesquisadores atuando como bolsistas de produtividade dentro de uma das 19 áreas do conhecimento dentro das ciências agrárias.

Tabela 6 – Pesquisador CNPq por área de pesquisa