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Petrografia das Suítes Ígneas do Plúton de Japi 1 A Suíte Alcalina

AMOSTRA COMPLEXO GNÁISSICO-MIGMATÍTICO Peso no Ar Peso na Água Densidade

6.2 Petrografia das Suítes Ígneas do Plúton de Japi 1 A Suíte Alcalina

Esta unidade compreende rochas hololeucocráticas a leucocráticas, de textura equigranular fina. Composicionalmente predominam sienogranitos e, subordinadamente, quartzo álcali-feldspato sienito e quartzo sienito. A classificação é fundamentada na composição normativa CIPW de 19 amostras desta suíte. Tais resultados destoam da distribuição das amostras no diagrama QAP modal, onde as mesmas plotam preferencialmente em composições monzograníticas e, subordinadamente, sienograníticas (ver tabela 6.1, em anexo no final deste capítulo; fig. 6.1a). Todavia, em virtude da composição albítica do plagioclásio nestas amostras (An < 10%; ver tabela 6.2, também em anexo), a disposição observada no diagrama normativo indiscutivelmente reflete com maior precisão a realidade da química destas rochas (fig. 6.1b), motivo pelo qual essa classificação será adotada nesta dissertação.

(a)

(b)

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Fig. 6.1 - (a) Diagrama Q-A-P modal de Streckeisen (1976) com plot de amostras da suíte alcalina; (b)

Diagrama Q’-A’-P’ normativo - CIPW corrigido (LeMaitre 1989), mostrando a disposição das amostras desta suíte.

Sua composição mineralógica inclui, além de albita, microclina micropertítica e quartzo (com amplo desenvolvimento de extinção ondulante e textura ribbon), compondo, em média, mais de 90% da moda. Piroxênio, juntamente com titanita+anfibólio (hornblenda magnesiana;

tabela 6.2) representam a paragênese máfica nestas rochas. A dominância de mineralogia máfica anidra, representada por clinopiroxênio sódico (até 5% modal; tabelas 6.1 e 6.2), justifica sua definição como uma suíte de natureza alcalina. A classificação adotada na determinação deste mineral fundamentou-se em características ópticas e na classificação de Deer et al. (1996), sendo descrito como augita sódica. São comuns transformações deste piroxênio para anfibólio (hornblenda comum; tabela 6.2). Opacos (essencialmente magnetita; tabela 6.2), zircão e apatita são os acessórios comuns.

6.2.2 A Suíte Básico-Intermediária

Os termos básicos da suíte diorítica são caracterizados por rochas melanocráticas, de textura grossa, em geral com tendência isotrópica, não desenvolvendo um fabric tectônico marcante. Apresentam Fe-augita+hiperstênio+forsterita (esta excepcionalmente nos gabronoritos; ver tabela 6.3, em anexo no final deste capítulo; figs. 6.2a e b), bem preservados, embora a ocorrência comum de bordas quelifíticas envolvendo a olivina e transformações para anfibólio no caso dos piroxênios, sejam anotadas. Estas fases coexistem com andesina (An38-40), o que os diferencia dos termos mais intermediários, onde microclina e quartzo somam-se à andesina (An33- 36), compondo a mineralogia félsica. Os termos mais diferenciados apresentam textura equigranular média a fina, por vezes exibindo agregados de hornblenda+biotita. Abrangem monzo e quartzo dioritos, monzonitos, quartzo monzonitos, granodioritos e tonalitos (tabela 6.3 e fig. 6.2a), onde hornblenda e biotita representam os máficos dominantes, com titanita, opacos, piroxênio, apatita e zircão caracterizando as fases acessórias.

(a)

(b)

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Fig. 6.2 - (a) Diagrama Q-A-P modal de Streckeisen (1976) com plot de amostras da suíte básico-intermediária; (b) Diagrama piroxênio-olivina-plagioclásio para a amostra MH-64.

O início da cristalização destes magmas é marcado pela formação de olivina, apatita, zircão e opacos, sendo sucedido pela cristalização simultânea de alanita e epídoto. O piroxênio vem a seguir, seguido pela geração sincrônica de hornblenda, biotita e titanita.

A suíte de granitóides porfiríticos inclui um fácies dominantemente médio (comparativamente à textura dente de cavalo desenvolvida na maioria dos plútons porfiríticos da FSe), com abundantes fenocristais de K-feldspato. Sua composição modal é monzogranítica, com variações a quartzo monzonito e granodiorito (fig. 6.3; tabela 6.4, em anexo no final deste capítulo). A matriz dessas rochas inclui oligoclásio (An24-25; ver tabela 6.5, em anexo no final deste capítulo), microclina pertítica e quartzo (variando entre 70-85% da moda), além de hornblenda e biotita magnesiana. Os cristais de plagioclásio apresentam zonamento normal; além de serem dominantemente subédricos, são também representados pelos lobos das mirmequitas que se desenvolvem ao longo dos contatos com a microclina. É marcante o desenvolvimento, nestas rochas, de diferentes variedades texturais de epídoto, incluindo tipos claramente primários (II e III de Sial & Ferreira 1989; também Sial 1990) e tipos secundários, produtos de transformações tardi- magmáticas. Alanita, por vezes metamitizada, titanita, opacos (magnetita e ilmenita; ver tabela 6.5), zircão e apatita são acessórios comuns. Estas últimas fases ocorrem, em geral, como cristais idiomórficos, sempre mais precoces em relação às demais fases minerais, constituindo os marcadores do início da cristalização do magma; inclusões de apatita em zircão permitem inferir uma cristalização um pouco mais precoce para a apatita. Não foi possível descrever relações texturais consistentes entre alanita e epídoto (magmático; tipos III e II de Sial e Ferreira 1989), admitindo-se uma cristalização simultânea. Relações de contato e inclusões de epídoto permitem posicionar a biotita numa cronologia posterior a este. A hornblenda mantém relações texturais com biotita e titanita, demonstrando contemporaneidade de cristalização entre os três.

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Fig. 6.3 - Diagrama Q-A-P modal de

Streckeisen (1976) com plot das amostras da suíte de granitóides porfiríticos.

6.2.4 A Suíte Microgranítica

Petrograficamente dominam composições granodioríticas (fig. 6.4; tabela 6.6, em anexo no final deste capítulo), com mineralogia similar àquela desenvolvida nos granitóides porfiríticos: oligoclásio cálcico (An26-28), microclina micropertítica, quartzo e biotita constituem os termos essenciais, esta última em geral maior que 8%. Titanita, epídoto, hornblenda, alanita, zircão e apatita representam as fases minerais acessórias.

O fácies róseo dessa suíte abrange alcali-feldspato granitos, constituídos por quartzo+microclina+plagioclásio (aproximadamente 95% da moda). Uma característica petrográfica marcante nessas rochas é o desenvolvimento extensivo de microclina granofírica, associada a uma quantidade relativamente pequena de plagioclásio (aproximadamente 7% modal). As fases máficas são muito pouco expressivas, sendo dominantemente representadas por biotita e opacos (ver tabela 6.6).

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Fig. 6.4 - Diagrama Q-A-P modal de

Streckeisen (1976) com plot das amostras representativas da suíte microgranítica : termos cinza (quadrados cinza) e termos róseos (quadrados róseos).