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3 • Comparação dos dois métodos

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.7 Placa Suporte

Esta peça está em contato com os espaçadores e também com a placa onde ficam alojados os machos do molde, por essa placa passam os pinos extratores, logo é preciso ter um alinhamento dos furos por onde passam os pinos. Outro elemento que merece atenção é o furo de 26mm onde é montada a coluna do conjunto extrator.

O desenho da Figura 26 apresenta o desenho usando CD&T, podemos notar que as cotas que delimitam as posições dos furos não apresentam tolerância, logo o valor assumido de tolerância é segundo a tabela ISO 2768. Os furos de diâmetro 26mm recebem as colunas, nesses furos é preciso um controle tanto do diâmetro do furo quanto na posição para garantir o alinhamento do molde. Nos furos de diâmetro 14mm passam os parafusos M12, logo existe uma folga de 2mm entre furo e parafuso. Nos demais furos da peça passam os pinos extratores, nesses furos foi usada uma tolerância F7 para o diâmetro para garantir uma folga e que os pinos passem sem ter interferência com as paredes dos furos. A montagem da coluna feita no furo de diâmetro 26mm que tem uma tolerância H7 e sabemos que a coluna tem uma tolerância m6, com isso a montagem é possível somente através de interferência. Também existe uma superfície retificada para garantir um melhor contato entre a placa P2 e a placa suporte.

Já o desenho apresentado na Figura 27 foi utilizado o GD&T, para determinar as tolerâncias geométricas foram analisadas as folgas existentes no molde, e a análise partiu da montagem da coluna no furo H7, como mencionado no parágrafo anterior essa montagem é feita por interferência. Sabemos que a coluna passa pela placa extratora e no conjunto existe uma folga total de aproximadamente 0,05mm, com isso determinamos que a máxima variação possível que o furo pode ter será de 0,04mm, foi deixado 0,01mm para corrigir possíveis desalinhamento da coluna. Consideramos que a coluna montará perpendicularmente devido a tolerância de planeza que existe nas superfícies das placas suporte, contra extratora e extratora inferior. Com esses valores foi definido que a tolerância de posição para o furo será de 0,03mm e de perpendicularidade será de 0,02mm. O Datum A foi inserido na superfície que está em contato com a placa P1 pois é nessa peça que a placa suporte é montada.

Com estes valores definidos também foi determinado o valor das tolerâncias de perpendicularidade das faces onde estão os Datum B e C, o valor escolhido de tal forma mesmo ocorrendo à máxima variação de perpendicularidade da face o furo estaria dentro do valor de tolerância. Se ocorrer a máxima variação em ambas as faces mesmo assim o furo se encontrará dentro da zona de tolerância, porém por ser um valor de tolerância relativamente baixo, 0,01mm foi inserido o processo de retifica nas faces onde se encontram as tolerâncias de perpendicularidade, com a retífica fica mais fácil de deixar a face com a tolerância especificada.

Nos furos com diâmetro 14mm por onde passam os parafusos M12 foi inserida uma tolerância de posição no valor de 0,5mm e de perpendicularidade de 0,8mm, sabemos que entre a parede do furo e o parafuso existe uma folga 1mm logo o valor da tolerância apesar ser relativamente grande, ainda assim é possível montar mesmo quando as faces dos Datum B e C estiverem variando no seu valor máximo, mesmo nesta condição mais desfavorável, os centros dos furos estarão dentro da zona tolerada.

A tolerância de planeza inserida na face que tem contato com a Placa P2 tem por função melhorar o máximo possível a zona de contato e também minimizar desvios de perpendicularidade dos furos.

Para os furos por onde passam os pinos extratores foi inserida uma tolerância de posição no valor de 0,1mm e de perpendicularidade também no valor de 0,1mm. Note que estes valores são justificados pelo fato de existir uma folga entre a parede do furo e do pino maior que 0,2mm. Para o diâmetro do furo foi mantida a tolerância F7, pois com ela o furo tende a ficar folgado evitando contato entre a parede do pino e do furo. Um dos motivos para a tolerância de perpendicularidade é a espessura da placa,a placa por ser espessa, durante o processo de furação pode ocorrer desvios significativos do centro do furo. Note que mesmo ocorrendo os máximos desvios possíveis das faces onde se encontram os Datum B e C os centros dos furos dos pinos sempre estarão dentro da tolerância de posição e perpendicularidade especificadas no desenho.

Comparando os dois desenhos fica evidente que o desenho em que foi usado o GD&T teve que acrescentar mais dois processos de retífica para garantir as tolerâncias de perpendicularidade, isso incrementa no custo final da peça. Um

problema que se repete nessa peça e já foi mencionadas nas peças anteriores que foi usado o CD&T são as tolerância para os furos onde a cota é maior que 100mm, pois segundo a Tabela ISO 2768 os valores de tolerância ficam muito abertos. Poderia acontecer da coluna não montar no molde usando o sistema CD&T devido aos elevados desvios permitidos para os centros dos furos. Usar o GD&T favorece a montagem das colunas, pois os posicionamentos dos centros dos furos ficam extremamente restritos. Outra tolerância importante presente no GD&T é a perpendicularidade do furo, pois durante a furação o centro do furo tende a se deslocar, especialmente que as chapas são espessas.

Figura 26- Desenho Placa Suporte CD&T Fonte: Autoria própria

Figura 27 - Desenho Placa Suporte GD&T Fonte: Autoria própria

5.8 Placa P1

A placa P1 onde ficam alojadas as matrizes do molde está em contato com a placa base superior e com a placa P2.

O desenho da Figura 28 é construído usando o sistema CD&T, os furos com diâmetro 26mm recebem uma coluna lisa que também é montada na bucha da placa P2. A peça também apresenta quatro furos roscados M12 que recebem os parafusos que prendem a placa P1 na placa base superior, esses furos não apresentam nenhuma tolerância. O furo de diâmetro 26mm é por onde passa o plástico que é injetado no molde, esse furo não tem tolerância mas precisa ter um bom acabamento superficial. O rebaixo na superfície recebe as matrizes onde ocorre a injeção. As superfícies da peça onde tem contato com a placa base superior, placa P2 e com as matrizes de injeção são retificadas buscando um bom acabamento superficial que garanta o melhor contato possível entre as peças, existe tolerância em relação à espessura nessas superfícies que são facilmente atingidas.

A Figura 29 apresenta o desenho da placa P1 usando o GD&T. Para determinar as tolerâncias foram feitas as mesmas considerações apresentadas na placa suporte apresenta na seção 5.7, com isso o valor da tolerância de posição para o furo de diâmetro 26mm é 0,03mm e o de perpendicularidade é 0,02mm, com essa tolerância definida também foram definida as tolerâncias de perpendicularidade das superfícies dos Datum B e C, o valor da tolerância de perpendicularidade é 0,01mm esse valor garante que mesmo quando a superfície B e C estiverem no seu máximo desvio admitido, mesmo assim o furo está dentro do especificado e possibilitando a montagem da coluna.

O furo roscado M12 tem uma tolerância de posição 0,1mm e de perpendicularidade de 0,2mm, esses valores são relativamente grandes, mas possibilitam a montagem, pois o furo por onde o parafuso passa existe uma folga de 2mm. No furo de diâmetro 16mm foi inserida uma tolerância de posição no valor 0,03mm e de perpendicularidade de 0,5mm, são valores grandes para um molde de injeção porém nesse furo passará o plástico injetado, logo esse valor é justificado, o importante para esse furo é o acabamento superficial que no caso é de será um Rz6 que é considerada uma usinagem fina.

As tolerâncias de planeza presentes nas superfícies que tem contato são valores extremamente justos, porém pode ser facilmente atingidos, pois os processos indicados para essas faces é o de retífica. A tolerância da superfície que recebe a matriz logo foi inserida uma tolerância de planeza e outra de perpendicularidade, os valores pequenos são necessários para garantir um bom contato da matriz na placa P1.

Comparando os dois desenhos novamente o problema da montagem da coluna se repete no desenho do CD&T pelo fato da medida que localiza o centro do furo ser tolerada segundo a tabela ISO 2768, para esse caso o centro do furo pode variar ±0,8mm, o mesmo acontece para o roscado M12. Uma tolerância importante presente no desenho GD&T é a de paralelismo, a superfície que recebe as matrizes pode ficar plana do desenho com CD&T mais o que garante o funcionamento é a planeza, pois uma inclinação na superfície, pode gerar uma inclinação na matriz e consequentemente a montagem desalinhar o molde.

Figura 28 - Desenho Placa P1 CD&T Fonte: Autoria própria

Figura 29 - Desenho Placa P1 GD&T Fonte: Autoria própria

5.9 Placa P2

A placa P2 é a peça onde ficam alojados os machos das cavidades do molde de injeção, por essa placa passam os pinos extratores e também a rosca que prende toda a parte inferior do molde além de uma coluna que liga a placa P1.

No desenho da Figura 30 foi feito usando o sistema CD&T, os furos de diâmetro 26mm recebem uma bucha por isso foi usada uma tolerância H7 no diâmetro. Os furos roscados M12 recebem os parafusos que prendem todo o conjunto inferior do molde de injeção, nos demais furos passarão pinos e a tolerância usada foi F7 para garantir que os pinos passem sem ter interferência com as paredes. As faces que têm contato com a placa suporte e com a placa P1 são retificadas para se ter um melhor acabamento superficial e também garantir as tolerâncias referentes à espessura. A face onde recebe o macho também é retificada. Não existe tolerância referente ao comprimento ou largura porque não há necessidade.

O desenho construído com o sistema GD&T é apresentado na Figura 31, o desenho é muito mais complexo e apresenta mais informações. As tolerâncias geométricas foram definidas a partir montagem a bucha no furo de 26mm com as folgas existentes. Foi suposto que tanto o furo quanto a bucha estão nos seus valores intermediários de tolerâncias, teríamos assim uma folga de 0,023m. Dentro da bucha passa a coluna, e foi assumido que tanto o diâmetro interno da bucha quanto o diâmetro da coluna estão no centro da margem de tolerância de cada componente, assim é pressuposto que existe uma folga de 0,024mm. Somando as duas folgas tem um valor aproximado de 0,045mm, assumimos essa folga com o máximo que o centro do furo poderá variar. Com essas informações podemos determinar as tolerâncias dos furos de diâmetro 26mm, o furo tem uma tolerância de posição no valor de 0,02mm e de perpendicularidade de 0,02mm. O Datum A foi inserido na face que está em contato com a placa suporte, pois é onde a placa P2 é montada.

Com as tolerância do furo definida foi necessário achar a tolerância das superfícies dos Datum B e C, foi calculado um valor onde seria possível ter a máxima variação da superfície B e C e mesmo assim o furo continuaria dentro do

circulo que limita a tolerância de posição e o valor calculado foi de 0,015mm para as duas superfícies.

Para os furos roscado M12 foi inserida uma tolerância de posição no valor de 0,1mm esse é um valor grande se comparado com os demais usado nesse desenho, porém, o parafuso vem por um furo onde o diâmetro é 14mm, existe uma tolerância de posição para o furo de diâmetro 14mm no valor de 0,5mm, mesmo o furo de diâmetro 14mm variando no seu máximo valor será possível montar no furo roscado M12 porque existe uma folga de 2mm pela peças no qual o parafuso atravessa.

Nos furos por onde passam os pinos extratores foi usada uma tolerância F7 para garantir que eles passem folgados. Para determinar as tolerâncias geométricas dos pinos foi pressuposto que tanto o diâmetro do furo quanto do pino encontra-se no centro da zona de tolerância e somando-se as folgas temos um valor de 0,023mm, este será o valor usado para determinar as tolerâncias geométricas dos furos por onde passarão os pinos. O Valor da tolerância de posição será 0,01mm e o valor da tolerância de perpendicularidade será de 0,01mm, note que se o pino encontrar no extremo de suas duas tolerâncias simultaneamente mesmo assim será possível a montagem sem interferência com a parede do furo.

No desenho usando GD&T existe tolerância de planeza nas faces que tem contato a placa suporte e com placa P1, a função da planeza é garantir um contato uniforme, o valor de 0,05mm e conseguido através de retifica. Também existe uma tolerância de planeza no canal que recebe os machos de injeção, a planeza é importante para garantir o alinhamento dos machos na peça.

O valor da tolerância na espessura em ambos o desenho é somente para evitar grandes variações na espessura.

Comparando os dois desenhos o problema que apareceu em todas as comparações anteriores surge novamente, o valor da tolerância para os furos que recebem as colunas quando estão distante de onde inicia a cotação a partir do zero. O desenho GD&T definiu as tolerâncias para os furos a partir das folgas existe no conjunto e isso certamente facilita a montagem. Todos os furos que irão passar os pinos extratores do desenho que usou o sistema CD&T podem ficar fora de posição e o pino não passar pelo furo, pois não existe uma tolerância adequada limitando os

centros dos furos, os valores são obtidos a partir da Tabela ISO 2768 e isso pode causar grandes desalinhamentos dos centros dos furos a medida que o valor da dimensão aumenta. A planeza em ambos os desenhos está controlada porque existe a retífica e isso garante uma boa planeza, mesmo que não esteja indicado no desenho como é o caso onde foi usado CD&T.

Figura 30 - Desenho Placa P2 CD&T Fonte: Autoria própria

Figura 31 - Desenho Placa P2 GD&T Fonte: Autoria própria

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