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1. Objetivo

A proposta desta pesquisa é abordar a temática da Europeização, no domínio da segurança e defesa, com ênfase no Tratado de Lisboa, até julho de 2018, e tem como referência o estudo do caso português. O objetivo central é verificar até que ponto as ações desenvolvidas pelas forças armadas portuguesas têm sido realizadas em convergência com as necessidades de segurança e defesa da União Europeia (UE). O estudo procura verificar, ainda, quais as transformações ocorridas na política doméstica portuguesa, em decorrência da implementação contida na política de segurança e defesa (PESD e PCSD) integrante da política externa e de segurança comum (PESC) UE. Assim, a questão central refere-se: como tem sido implementada a política comum de segurança e defesa em Portugal? Como objetivos específicos, o trabalho tem por propósito também explicar o processamento da convergência da PCSD ao ordenamento jurídico português; identificar os pontos fortes e pontos fracos da aplicação da PCSD na política de defesa nacional portuguesa; e verificar a adequação da relação Estado-membro (EM) com as instituições europeias no domínio da segurança e defesa como experiência a ser seguida por outros blocos regionais.

2. Seleção dos entrevistados

A escolha do grupo a entrevistar baseou-se na temática em estudo, ou seja, a política comum de segurança e defesa (PCSD), integrante da Política Externa e de Segurança Comum (PESC) da União Europeia e a sua adaptação para a política nacional portuguesa. Assim, foram selecionadas pessoas que tratam do tema no Ministério dos Negócios Estrangeiros, no Ministério da Defesa Nacional, na Comissão de Defesa Nacional da Assembleia da República, no Instituto de Defesa Nacional e alguns académicos especialistas na dimensão de segurança e defesa em Portugal.

Para não obter um viés unilateral da questão, também farão parte das entrevistas integrantes da Agência Europeia de Defesa, que funciona como um centro de cooperação europeia no domínio da defesa e é dirigida pela Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e Vice-Presidente da Comissão Europeia. Dessa forma, espera-se colher dados mais completos para comprovar se Portugal tem

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desenvolvido as capacidades necessárias para alinhar-se com a PCSD, ou seja, como esse processo tem sido conduzido na visão desta importante agência da PCSD.

Esse grupo heterogéneo de entrevistados será de grande valia, pois possibilitará uma diversidade de perspetiva na análise dos dados.

2. Perfil dos entrevistados

Será interessante elaborar uma tabela na qual se insira a informação relativa às características de cada uma das pessoas a entrevistar. Considerando um grupo heterogéneo, pode-se fazer várias combinações de: órgão a que pertence o entrevistado e assim ter uma distribuição das diferentes instituições que lidam com o tema; a função que desempenha nesse órgão; e o grau de conhecimento do assunto representado pelo tempo que cada entrevistado trabalha/desenvolve atividades na área de segurança e defesa.

Perfil dos entrevistados x Entrevistado Órgão Função ou cargo que desempenha Tempo de envolvimento com o tema Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3 Entrevistado ………. 3. Entrevista 3.1 Roteiro da entrevista

Para a realização da entrevista propriamente dita será elaborado um roteiro composto de: - uma introdução sintética e sem direcionar opiniões/posições, explicando qual o propósito da entrevista;

- perguntas referentes à questão principal;

- outras maneiras de voltar a colocar algum dos assuntos, caso se mostre necessário. 3.2. Local da entrevista

O local para realizar a entrevista estará condicionado às necessidades e disponibilidades dos entrevistados. Espera-se que seja em um ambiente calmo, com certa privacidade e de preferência do entrevistado.

3.3 Conduta do entrevistador durante a entrevista

Não serão julgadas as opiniões apresentadas, registrando-se apenas o que cada entrevistado diz para posterior análise e deve-se demostrar compreensão e simpatia pelos entrevistados,

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pois o que se deseja é obter as opiniões dos envolvidos no tema investigado para compreensão do fenómeno. Também será apresentado o Termo de Consentimento para que os entrevistados fiquem cientes das condições de realização da entrevista e a autorizem, nomeadamente, quanto ao sigilo das fontes e não divulgação do conteúdo das entrevistas.

3.4 Coleta dos Dados

A entrevista será gravada, desde que o entrevistado autorize esse procedimento, para a posse da informação e posterior tratamento dos dados. Caso o entrevistado não permita a gravação, as principais ideias serão anotadas para transcrição futura.

Para a realização da gravação será utilizado o telefone celular ou outro equipamento. Os áudios serão transferidos para uma pasta de arquivos de um computador e posteriormente serão transcritos para a manipulação dos dados por temática.

4. Tratamento dos dados da entrevista

Nesta fase, há que fazer a leitura dos dados da entrevista, com o objetivo de descobrir padrões. Para isso: a) comparam-se as várias declarações dos “n” entrevistados acerca de cada assunto (há várias opiniões sobre o mesmo assunto); b) examina-se como cada pessoa pensa sobre os vários assuntos de que fala (cada pessoa combina à sua maneira opiniões sobre diversos assuntos); c) relacionam-se as declarações de cada pessoas com as suas características profissionais (órgão que pertence e tempo que lida com a temática); d) por fim, procurar-se-á encontrar padrões de conjunto compreensíveis.

Para análise dos dados da entrevista será elaborada a tabela abaixo: Dimensão dos

temas Entrevistados

Tema A Tema B Tema C Tema D

Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3 Entrevistado 4 Entrevistado …

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• Sobre o Tema B encontram-se três tipos gerais de declarações (dizer quais são os entrevistados).

• O entrevistado 1 é parecido com o entrevistado 4: são do mesmo “tipo” (ou seja, as opiniões se assemelham acerca dos assuntos tratados nas entrevistas).

• Atendendo às suas declarações, encontraram-se 2, 3 ou 4 tipos de entrevistados (dizer quais são esses tipos, segundo os temas que mais distinguem os tipos uns dos outros). • Pode acontecer que esses diversos tipos de opiniões (padrões de declarações) correspondam a perfis profissionais diferentes (órgão, função, tempo na função). Se isso acontecer, o que poderá significar, e se não ocorrer.

1ª Parte Dados de identificação Nome: Órgão: Função/Cargo: Período: 2ª Parte Introdução

Estou desenvolvendo uma pesquisa científica com o objetivo de compreender de que forma vem ocorrendo a europeização da política comum de segurança e defesa da União Europeia em Portugal, nomeadamente, pós-Tratado de Lisboa. A importância das entrevistas está centrada no facto de todos os envolvidos estarem exercendo suas atividades ligadas à dimensão de segurança e defesa. Há um roteiro contendo algumas perguntas sobre o tema, no entanto, eu gostaria de deixá-lo(a) à vontade para apresentar suas ideias e opinião acerca do tema. A entrevista será gravada, com a sua autorização, e a fonte permanecerá em sigilo por questão de ética.

Departamento de Ciências Sociais,

Políticas e do Território

Mestrado em Ciência Política

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Desenvolvimento

Objetivos Perguntas específicas

Estabelecer uma

aproximação com o

entrevistado

Há quanto tempo tem ligações com o domínio ou dimensões da política de segurança e defesa?

No seu entendimento, quais são os principais desafios que hoje se colocam aos decisores estratégicos nacionais neste domínio?

Compreender a criação/evolução da Política Europeia de Segurança e Defesa (PESD)/Política Comum de Segurança e Defesa (PCSD) para a UE e seu impacto para Portugal

Na sua opinião, em que momento a Política Europeia de Segurança e Defesa (PESD)/Política Comum de Segurança e Defesa (PCSD) foi mais relevante para a evolução da União Europeia (UE)?

E no que se refere ao caso português?

Analisar, a partir da adesão de Portugal à atual União Europeia (UE), como está a evoluir o processo de europeização da Política Externa e de Segurança Comum (PESC) em Portugal

No seu ponto de vista, de que forma a Política Europeia de Vizinhança influencia o processo de europeização da Política Externa e de Segurança Comum (PESC) em Portugal?

O processo de europeização da Política Externa e de Segurança Comum (PESC) em países como Suécia, França e Espanha foi marcado por características próprias. Em termos comparativos, como pode ser descrito esse processo no caso português?

Na sua ótica, parece-lhe que a participação de Portugal nas missões operacionais da UE segue um alinhamento com a PESD/PCSD?

Identificar os pontos fortes e fracos de Portugal no processo de europeização da PESD/PCSD,

nomeadamente no pós-

Tratado de Lisboa

Na sua avaliação, de que forma a vocação transatlântica portuguesa tem implicação no processo de europeização no domínio da defesa?

Qual a importância da relação histórica entre Portugal e a OTAN na implementação de novas capacidades alinhadas com a PCSD?

No seu ponto de vista, em que medida a crise económica portuguesa (2010-2014) e a Troika dificultaram a adequação/implementação de ações na dimensão de segurança e defesa em alinhamento à PCSD?

De acordo com a sua opinião, de que forma a vontade política dos sucessivos governos portugueses influenciou o processo de europeização no domínio da defesa?

Na sua avaliação, em que medida a condição de Portugal ser uma potência militar média e um país da Europa do Sul (posição geoestratégica) condiciona o processo de europeização da PESD/PCSD?

Na sua visão, qual a principal dificuldade de Portugal em adequar as suas Forças Armadas às capacidades de

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defesa do contexto europeu?

Apontar as perspetivas futuras para a efetiva implementação da PCSD na política interna de Portugal

No seu ponto de vista, o governo português poderia ter um papel mais assertivo na aquisição de novas capacidades para a UE?

No seu entendimento, um aumento do orçamento do Estado português para área de defesa poderia contribuir para uma melhoria no processo de convergência com a PCSD?

De acordo com o seu conhecimento, a participação em mais missões, sob a égide da UE, poderia contribuir para a convergência europeia no domínio da defesa? Identificar se o modelo

europeu no domínio da segurança e defesa inspira e pode ser replicado em outros blocos regionais.

Na sua avaliação, se a experiência europeia no domínio da segurança e defesa pode servir como modelo a ser seguida por outros blocos regionais como o Mercosul e Unasul?

Permitir as considerações finais sobre o tema e encontrar lacunas na abordagem

Para terminar, pergunto-lhe se existem outros aspetos e ideias que considere relevantes para o estudo e que não foram abordados anteriormente?

Conclusão

Gostaria de agradecer a sua participação na elaboração dessa investigação, disponibilizando seu tempo nessa entrevista. Os dados fornecidos serão muito importantes para a compreensão do fenómeno e, certamente, servirão de base para uma análise aprofundada da dimensão da segurança e defesa em Portugal.

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